Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 1 | nº 38| 04 de janeiro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Mercado do boi gordo abre 2022 com elevação de preço nas praças do interior de São Paulo
Nas praças paulistas, os frigoríficos compradores abriram o primeiro dia útil do ano ofertando R$ 3 a mais pela arroba, agora negociada por R$ 325/@, a prazo, informa a Scot Consultoria
Segundo apurou a Scot Consultoria, nas regiões do interior de São Paulo, os frigoríficos compradores abriram o primeiro dia útil de 2022 ofertando R$ 3 a mais pela arroba do boi gordo e da novilha terminada, frente aos preços da última quinta-feira (30/12). Com isso, informa a Scot, o macho pronto para abater está apregoado em R$ 325/@, a vaca gorda em R$ 302/@ e a novilha gorda em R$ 320/@ (valores brutos e a prazo). De acordo com a IHS Markit, considerando todas as principais praças pecuárias do País, o volume de negócios nesta segunda-feira (3/12) seguiu esparso, com baixa presença de ambas as pontas do mercado. Em algumas regiões do Pará, informa a IHS Markit, a vaca gorda foi negociada por R$ 292/@ (valor bruto, à vista), enquanto algumas unidades frigoríficas do Estado chegaram a oferecer até R$ 300/@ pelo macho terminado, mas pecuaristas solicitam valores mais altos. Na região Centro-Sul, o mercado do boi gordo seguiu calmo na segunda-feira. Os poucos e isolados reportes de negócios ocorreram no Mato Grosso do Sul, visando alguns lotes de fêmeas, que foram adquiridas por valores mais altos. No Triângulo Mineiro, a oferta escassa de boiadas gordas também resultou em elevação na arroba, visando alguns compromissos com o mercado externo. No atacado, os preços dos principais cortes bovinos iniciam o ano estáveis, porém ainda sem uma definição. No front externo, o governo argentino impôs novas limitações a exportação de alguns cortes de carne bovina até o fim de 2023, na tentativa de conter a alta dos preços domésticos. Em 2020, o país vizinho chegou a ser responsável por quase 10% das exportações globais da proteína; agora, a previsão para 2022 é algo em torno de 5%, compara a IHS Markit. Atualmente, cerca de um quarto das importações da China de carne bovina é oriunda da Argentina, o terceiro maior fornecedor para esse mercado, atrás apenas do Brasil e do Uruguai. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 320/@ (à vista) vaca a R$ 300/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 317/@ (prazo) vaca R$ 305/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 308/@ (à vista) vaca a R$ 295/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 317/@ (prazo) vaca a R$ 305/@ (prazo); SP-Noroeste: boi a R$ 335/@ (prazo) vaca a R$ 312/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 330/@ (à vista) vaca a R$ 312/@ (à vista); TO-Araguaína: boi a R$ 296/@ (prazo) vaca a R$ 288/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 295/@ (prazo) vaca a R$ 288/@ (prazo).
Mercado de reposição valorizado
No comparativo de 2021 com 2020, a cotação dos machos anelorados valorizaram, em média, 17,5% e a das fêmeas 18,5%. O destaque vai para os bezerros machos e fêmeas, apresentando maior valorização frente aos animais erados.
SCOT CONSULTORIA
Exportação de carne bovina in natura cresce 56,47% em Dezembro em relação a novembro
No comparativo anual, o volume exportado registrou uma queda de 10,95%
O volume exportado de carne bovina in natura chegou a 126,9 mil toneladas em dezembro. O total embarcado teve um incremento de 56,47% no comparativo mensal com novembro quando se exportou 81,1 mil toneladas. Já no comparativo anual, o volume exportado registrou uma queda de 10,95%. Em dezembro do ano passado a movimentação atingiu 142,5 mil toneladas. A Secretária Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, informou que a média diária exportada de carne bovina fresca, refrigerada e congelada ficou em 5,5 mil toneladas um recuo de 14,82% frente à média exportada no mês de dezembro do ano passado, que ficou em 6,4 mil toneladas. Os preços médios ficaram em US$ 4.824 por tonelada, alta de 7,05% em relação a dezembro de 2020, em que os preços médios registraram o valor médio de US$ 4.506 por tonelada. O valor da exportação ficou em US$ 612,2 milhões, contra US$ 642,2 milhões no ano passado. A média diária de receita ficou em US$ 26,6 milhões, queda de 8,81%, frente dezembro do ano passado, com US$ 29,1 milhões.
AGÊNCIA SAFRAS
SUÍNOS
Carne suína fecha exportação de dezembro em ritmo lento, mas melhor do que novembro
A lentidão é devida ao número de dias úteis no mês em relação às médias diárias; avanço das vendas em relação a novembro pode ser pela elevação das compras do Vietnã e Filipinas
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, as exportações de carne suína in natura encerraram dezembro com ritmo mais lento em relação a dezembro do ano passado. Para o analista da SAFRAS & Mercado, Allan Maia, o desempenho dos embarques de carne suína terminou fraco em dezembro de 2020. "Foi fraco, olhando pela média diária e pela quantidade de dias úteis. É difícil saber quanto a China comprou, porque o país já estava vindo de dois meses menos presentes no mercado. Mas precisamos esperar os dados consolidados do Ministério, já que, se comparado ao resultado de novembro, dezembro foi um pouco melhor, pode ser que países como Vietnã e Filipinas tenham aumentado as compras, por exemplo". A receita no mês de dezembro, US$ 179 milhões, superou em 2,6% o montante obtido em todo dezembro de 2020, que foi de US$ 174,4 milhões. No volume embarcado, as 80.028 toneladas, ele é 10,7% maior que o total exportado em dezembro do ano passado, com 72.248 toneladas. A receita de exportações de carne suína de dezembro, US$ 179 milhões, foi 13% maior que o mês anterior, quando foram registrados US$ 158,4 milhões. No volume, as 80.028 toneladas embarcadas em dezembro são 5,0% superiores as 76.180 toneladas em novembro de 2021. A receita por média diária foi de US$ 7.784 milhões valor 1,85% menor do que dezembro de 2020. No comparativo com a semana anterior, houve baixa de 3,8%. Em volume por média diária, foram 3.479 toneladas, avanço de 4,53% no comparativo com o mesmo mês de 2020. Quando comparado ao resultado da semana anterior, recuo de 3,1%. No preço pago por tonelada, US$ 2.237 até o final de dezembro, é 7,36% inferior ao praticado em dezembro passado.
AGÊNCIA SAFRAS
Suínos: preços cedem ou ficam estáveis na segunda-feira
Segundo o Cepea/Esalq, com o poder de compra da maior parte da população fragilizado, a demanda doméstica esteve fraca, o que resultou em queda nos preços da carne e do animal vivo
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF teve queda de 2,73%/2,54%, chegando em R$ 107,00/R$ 115,00, enquanto a carcaça especial baixou 1,11%/1,05%, custando R$ 8,90 o quilo/R$ 9,40 o quilo. Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (30), houve queda de 0,37% no Paraná, atingindo R$ 5,44/kg, e de 0,31% em São Paulo, alcançando R$ 6,48/kg. Os preços ficaram estáveis em Minas Gerais, valendo R$ 6,68/kg, R$ 5,71/kg no Rio Grande do Sul, e R$ 5,48/kg em Santa Catarina.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Receita da exportação de frango em dezembro supera em 34% a de dezembro 2020
Possíveis novas oportunidades para o Brasil em relação a casos de gripe aviária na Europa e Ásia devem aparecer em fevereiro ou março
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, as exportações de carne de aves in natura até o final de dezembro atingiram US$ 663,9 milhões, o que representa aumento de 34,2% em relação ao obtido em todo dezembro de 2020, com US$ 494,6 milhões. No volume embarcado, as 383.517 toneladas, ele é 9,3% maior que o total exportado em dezembro do ano passado, com 350.857 toneladas. A receita de exportações de é 21,3% maior que o mês anterior, quando foram registrados US$ 547,2 milhões. No volume, as 383.517 toneladas embarcadas em dezembro são 20,23% maiores que as 305.910 registradas em novembro de 2021. A receita por média diária US$ 28.865, foi 28,37% maior do que dezembro do ano passado. Em comparação à semana anterior, houve recuo de 4,7%. Em volume por média diária, foram 16.674 toneladas, avanço de 4,56% no comparativo com o mesmo mês do ano passado. Quando comparado ao resultado da semana anterior, retração de 4,6%. No preço pago por tonelada, US$ 1.731 neste mês de dezembro, ele é 22,78% maior ao praticado em dezembro passado.
AGÊNCIA SAFRAS
Frango: segunda-feira com leve queda nas cotações
De acordo com análise Cepea/Esalq, apesar do enfraquecimento da procura e da consequente retração do preço a partir de outubro, em 2021 (até o dia 28 de dezembro), o frango inteiro resfriado teve média de R$ 7,14/kg, sendo 26% acima da verificada no mesmo período de 2020 e um recorde.
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,00/kg, enquanto o frango no atacado caiu 0,80%, valendo R$ 6,20/kg. No caso do animal vivo, o preço ficou estável em Santa Catarina, valendo R$ 4,35/kg, enquanto São Paulo e Paraná ficaram sem referência de preço na segunda-feira. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (30), a ave congelada ficou cedeu 0,61%, chegando a R$ 6,51/kg, enquanto a resfriada caiu 0,46%, fechando em R$ 6,53/kg.
Cepea/Esalq
EMPRESAS
Ações de JBS e Marfrig recuam após Biden prometer aumentar concorrência no mercado de carnes americano
Movimento do Presidente dos EUA faz parte de um esforço mais amplo para mostrar que o governo está tentando combater a inflação
Ações de frigoríficos passaram a recuar no Ibovespa depois do anúncio de que o Presidente dos EUA, Joe Biden, iria participar, na tarde de hoje, de uma reunião virtual com fazendeiros e pecuaristas independentes para discutir iniciativas para reduzir os preços dos alimentos. O Presidente dos EUA quer criar algum mecanismo que aumente a concorrência na indústria da carne como parte de um esforço mais amplo para mostrar que o governo está tentando combater a inflação. Com isso, às 16h20 de ontem, JBS ON e Marfrig ON, que possuem grande parte de suas operações no mercado americano, recuavam 3,58% e 2,67%, respectivamente, enquanto Minerva ON perdia 1,04%. No mesmo horário, o Ibovespa recuava 0,49%, aos 104.313 pontos. BRF ON, por sua vez, liderava os ganhos da sessão, com avanço de 2,80%. A companhia poderá levantar R$ 6 bilhões com um follow-on, buscando solucionar a estrutura de capital que tanto incomoda os investidores e analistas - e trava o valor da companhia.
VALOR ECONÔMICO
MEIO AMBIENTE
Desmatamento da Amazônia cria nova ameaça ao Brasil
EUA, França e Reino Unido tentam tratar mudanças climáticas no Conselho de Segurança da ONU
O desmatamento em 2021 na Amazônia, recorde dos últimos dez anos, e o enfraquecimento de agências como o ICMBio e o Ibama no governo de Jair Bolsonaro submetem o Brasil a um novo risco de ser alvo de medidas que afetem seu comércio exterior. Isso por causa da construção em fóruns internacionais da ideia de que o País falha em sua responsabilidade de proteger o meio ambiente. Analistas civis e militares ouvidos pelo Estadão reconhecem a tendência que pode atingir em cheio o Brasil: a chamada securitização das mudanças climáticas quer o deslocamento do tema dos fóruns ambientais e econômicos para aqueles que tratam da segurança e defesa das populações e da manutenção da paz entre as nações.
A retórica, que no passado consolidou a guerra ao terror, pode levar à criação de um eixo do mal ambiental. Em breve, ela poderia ser usada contra grupos ou países apontados como responsáveis pelos danos causados por eventos extremos, como secas, inundações e ciclones, que afetem as grandes potências. As mudanças climáticas vão ocupar na primeira metade do século um papel central na diplomacia mundial. E o Brasil, com a Amazônia e o pré-sal, está no olho do furacão. Exemplo de como a securitização do meio ambiente aumenta ano a ano é o documento Nato 2030 – United for a New Era, publicado pela Otan em 2020. O coronel do Exército e especialista em geopolítica Paulo Roberto da Silva Gomes Filho contou nele 19 vezes a expressão "mudança climática". "Ela é apresentada como um dos 'desafios definidores' dos tempos atuais, representando sérias implicações à segurança e aos interesses econômicos dos 30 países que integram a aliança”. Nos Estados Unidos, a gestão Joe Biden classificou as mudanças climáticas como questão de segurança nacional, levando o país a apoiar a sua securitização no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). A proposta de que o clima passasse a ser tratado no órgão contou com o apoio do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. Um projeto de resolução apresentado pela Irlanda e pelo Níger foi debatido. Ele previa a designação de um relator especial sobre o tema e a produção de relatórios. A resolução abriria espaço para que, no futuro, o combate às mudanças climáticas pudesse servir de base a sanções e até para ações militares baseadas no princípio de responsabilidade de proteger, o chamado R2P, que fundamentou a intervenção na Líbia, em 2011. Mas, em 13 de dezembro, a resolução foi rejeitada em razão do veto da Rússia – houve ainda o voto contrário da Índia e a abstenção da China e 12 manifestações favoráveis, entre as quais a dos EUA, Reino Unido e França. Nos debates, o Secretário de Estado americano, Antony Blinken, enfatizou que o apoio à resolução não significava abandono da cooperação internacional. "Devemos parar de debater se o caso das mudanças climáticas é ou não um tema para o Conselho de Segurança. Em vez disso, devemos perguntar como o conselho pode usar seus poderes exclusivos para enfrentar os impactos negativos do clima sobre a paz e a segurança." A discussão na ONU pode afetar o Brasil. Já em 2019, o blog do Exército publicou artigo do coronel Raul Kleber de Souza Boeno no qual alertava que "uma eventual securitização da questão climática teria implicações para a soberania brasileira, com significativas consequências para suas Forças Armadas". Foi atrás de como isso pode acontecer que o pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP Gustavo Macedo produziu cenários em que o conceito de responsabilidade de proteger seria usado contra o Brasil. Dentre eles, estão os crimes contra povos indígenas e o meio ambiente.
O ESTADO DE SÃO PAULO
INTERNACIONAL
Argentina prorroga suspensão de embarques de sete cortes de carne
Restrições valerão até dezembro de 2023
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina comunicou ontem (3/1) a decisão de estender até 2023 a suspensão das exportações de sete cortes de carne bovina. O país interrompeu os embarques do setor em maio do ano passado e, ao longo do ano, flexibilizou vendas aos poucos. Com a medida, o governo argentino concretiza a decisão de que os cortes preferidos do consumidor local continuarão restritos ao mercado interno até 31 de dezembro de 2023. Estão totalmente liberadas, por sua vez, as exportações de bovinos das categorias D, E e touros, bem como de ossos com carne resultante da desossa. O Plano Pecuária 2022-2023, com medidas anunciadas em dezembro passado, contempla um novo regime para a exportação de vacas das categorias de D a F. A abertura destina-se a mercados emergentes e ao cumprimento dos compromissos internacionais, como a Cota Hilton, 481 e Chile. As medidas anunciadas anteriormente integram estratégia mais ampla, que busca alavancar negócios no segmento. O governo também quer aumentar o peso médio dos animais abatidos e melhorar os índices de desmame. Além disso, o programa tentará estimular investimentos em genética e saúde animal. Para isso, está prevista a criação de linhas de crédito com taxas subsidiadas. Um conselho consultivo, o “Observatório da Pecuária”, foi estabelecido para fornecer orientações para aumentar a produtividade e propor ajustes à cadeia. VALOR ECONÔMICO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Paraná faz corte de mais de 5 mi t na safra de soja; reduz previsão para milho
A safra de soja do Paraná na temporada 2021/22 está agora estimada em 13,1 milhões de toneladas, de acordo com levantamento emergencial feito na virada do ano pelo Departamento de Economia Rural (Deral), o que indica uma queda de quase 38% em relação às projeções iniciais de cerca de 21 milhões de toneladas
O número, que mostra um corte adicional de mais de 5 milhões de toneladas na comparação com as 18,4 milhões de toneladas do levantamento divulgado em 22 de dezembro pelo órgão da Secretaria Estadual da Agricultura, indica os efeitos do agravamento da seca no Estado, um dos principais produtores de grãos do Brasil, segundo o Chefe do Deral, Salatiel Turra. As perdas em soja e milho foram registradas nas regiões oeste e sudoeste, principalmente. Considerando outros produtos, como batata, feijão e silagem, as perdas estimadas pela seca são próximas de 17 bilhões de reais, comentou Turra à Reuters, na segunda-feira. Ao falar especificamente sobre a soja, Turra disse que a quebra projetada é irreversível no Estado, que é tradicionalmente o segundo produtor nacional da oleaginosa. “É difícil recuperar as perdas das áreas onde está em estágio de frutificação. Mudar para cima (a estimativa) não vai, é muito difícil. Para baixo, é possível”, afirmou Turra. Na temporada anterior, segundo o Deral, o Estado colheu 19,8 milhões de toneladas de soja. A quebra de safra de soja no Paraná possivelmente terá impacto no volume total do Brasil, cuja safra está oficialmente estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 142,8 milhões de toneladas. No levantamento anterior, divulgado no início de dezembro, antes dos efeitos da seca, a Conab havia apontado a produção de soja do Paraná em 20,7 milhões de toneladas. Turra, do Deral, aconselha que não se compare dados do departamento com os da Conab, pois são obtidos por metodologias diferentes. Mas os números do Deral dão uma dimensão do efeito que a quebra de safra do Paraná poderia ter para a produção de soja do Brasil, o maior produtor e exportador global da oleaginosa. Algumas áreas isoladas do Paraná podem ter iniciado a colheita de soja, mas os números devem ficar representativos somente nos próximos 15 dias, acrescentou ele. “No oeste tem alguma coisa, mas não daria para considerar significativo a ponto de dizer que está colhendo”, afirmou. Ele disse ainda que os dados levantados ao final do ano pelo Deral subsidiaram o governo estadual para lidar com os efeitos da seca. Quase metade dos municípios paranaenses está com alguma dificuldade hídrica. No caso do milho, cuja primeira safra foi projetada inicialmente em mais de 4 milhões de toneladas, a estimativa passou agora para 2,4 milhões de toneladas, disse o chefe do Deral. Ao final do mês passado, a estimativa era de 3,7 milhões de toneladas. O cereal é plantado de forma mais ampla na segunda safra no Paraná. Turra disse que as chuvas esperadas para esta semana no Estado são muito bem-vindas para pastagem, mas não devem ajudar lavouras de grãos em estágios mais avançados.
REUTERS
Ministério da Agricultura e Estados debatem apoio a produtores de estados afetados pela estiagem
O Secretário-Executivo do Mapa, Marcos Montes, e o Secretário de Política Agrícola (SPA), Guilherme Bastos, reuniram-se na segunda-feira (03/01) com secretários de Agricultura dos estados da Região Sul e de Mato Grosso do Sul, afetados pela estiagem
No encontro, os secretários estaduais relataram as dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais em razão da seca. Diante do cenário, o Mapa avalia a possibilidade de intermediar com as instituições financeiras a prorrogação do pagamento das dívidas dos produtores desses estados, além do estudo de apoio de crédito adicional aos produtores dos municípios em que o estado de emergência foi decretado pelo Governo Federal. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) está fazendo levantamento sobre a intensidade e amplitude do impacto na produção agrícola, dimensionando os níveis de perdas. Estão agendadas também reuniões virtuais da SPA com diversos órgãos e entidades representativas do agronegócio do RS e do PR. Os demais estados afetados também entrarão em programações futuras. Em 2021, a cobertura de seguro rural disponibilizada pelo Mapa foi recorde. O ministério aplicou R$ 1,181 bilhão. Desde 2018, o investimento e a área segurada no país triplicaram. Levantamento preliminar da Secretaria de Política Agrícola aponta cobertura significativa de seguro rural para médios e pequenos produtores de soja e milho, com Proagro e Seguro Rural, no Rio Grande do Sul e no Paraná. Além disso, os produtores enquadrados no Pronaf, que têm financiamento de custeio, por obrigatoriedade legal, têm 100% de contratação de Proagro ou Seguro nos dois estados citados. Esses produtores têm a cobertura do custeio e uma Garantia de Renda Mínima (GRM), que depende de análise das perdas. Já os médios produtores do Pronamp tiveram de 79% a 95% das operações com cobertura de seguro ou Proagro, dependendo da cultura, estado e instituição financeira. Esse índice cai para 40% a 60% no caso dos demais produtores. Vale ressaltar que nas operações de custeio de produtores, que não sejam do Pronaf e com valor de até R$ 335 mil, é obrigatória a contratação de garantia via Proagro ou em substituição ao seguro rural. No crédito rural, os produtores que não têm seguro ou Proagro, nas operações de custeio ou investimento, podem solicitar nas instituições financeiras a prorrogação de dívidas, que são analisadas caso a caso, conforme regras estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Os representantes do Mapa esclareceram que não é possível alterar a data de plantio da soja, estabelecida em 12 de maio de 2021 por meio das portarias que tratam do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), conforme regras previstas na Portaria Nº 412/2020 do Mapa. Isso porque, a partir da publicação das portarias de Zarc, as seguradoras e o Banco Central precificaram os prêmios e a taxa adicional cobrada dos produtores, não podendo aceitar novos riscos, por questões contratuais, como nova data de plantio diferente da estabelecida em portaria. Além disso, as datas só podem ser modificadas após elaboração de novos estudos, que demandam quase um ano de duração, entre planejamento, orçamento, execução e publicação da pesquisa. O Mapa informou que está em desenvolvimento uma nova pesquisa de Zarc para a cultura da soja, que deve ser divulgada em junho de 2022 com vigência para a safra 2022-2023.
MAPA
Emissão da nota fiscal eletrônica para produtor rural é obrigatória desde 1º de janeiro
Começou a valer a determinação para que os produtores rurais passem a emitir a Nota Fiscal de Produtor Eletrônica (NFP-e) em todas as operações interestaduais e de comércio exterior, independente do faturamento
A emissão não era obrigatória até janeiro de 2021, quando passou a ser exigida de produtores com faturamento anual superior a R$ 200 mil. Com isso, foram emitidas quase meio milhão de notas pelos produtores rurais em todo o Estado. A partir de 2022, a obrigação passa a alcançar todos os produtores, independentemente do valor do faturamento anual. Segundo o Secretário da Fazenda, Renê Garcia Junior, com a emissão da nota fiscal o contribuinte ajuda no combate à cultura da sonegação e promove as receitas do município. “Com essa medida proporcionamos aos produtores rurais um maior vínculo de cidadania fiscal junto aos demais produtores”, comenta o Secretário da Fazenda, Renê Garcia Júnior. Para fazer a emissão, é preciso fazer um cadastro no Portal Receita/PR, que registrará chave de acesso e senha. Todo o processo é feito exclusivamente de forma online – o que dispensa o produtor de se deslocar até a prefeitura, para buscar ou entregar os talões de notas, por exemplo. Outros benefícios são a redução de erros de escrituração, o incentivo ao uso de novas tecnologias e a redução de gastos públicos. Para mais informações o contribuinte pode entrar em contato com o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) pelo número 41 3200-5009, para Curitiba e Região, ou 0800 41 1528 para as demais localidades. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.
Agência de Notícias do Paraná
Movimentação do BRDE no Paraná cresce 15% e soma R$ 1,4 bilhão em 2021
A agência do BRDE do Paraná ultrapassou a meta de contratações estipulada para 2021 e alcançou R$ 1,43 bilhão. O resultado supera em 15% o volume conquistado no ano anterior
Os dados do Paraná incrementam o índice histórico do BRDE em 2021, que atinge R$ 4,14 bilhões movimentados em contratações, ultrapassando os números de 2020 em 25%, somados aos resultados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O melhor desempenho havia ocorrido em 2013, com aplicações na ordem de R$ 3,76 bilhões. Os setores de comércio e serviço representaram cerca de 32,5% dos contratos firmados no BRDE Paraná, enquanto a agropecuária atingiu em torno de 29,5%; a indústria 20,7%; e infraestrutura 17,2%. Em junho o BRDE completou 60 anos, com carteira de crédito de R$ 13,5 bilhões, o que lhe coloca no ranking de melhores bancos públicos com apoio aos produtores rurais. O banco liberou R$ 176 milhões em financiamento para melhorias em cooperativas paranaenses, em lei sancionada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, que autoriza captação de recursos de até EUR 134,6 mil em infraestrutura e sustentabilidade.
Agência de Notícias do Paraná
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar volta a R$ 5,66 com exterior e temores locais
Incertezas quanto à dinâmica fiscal brasileira e também a cautela diante do cenário eleitoral contribuíram para fazer do real a divisa de pior desempenho do dia
O primeiro pregão de 2022 foi de pressão compradora para a moeda americana. De olho no viés trazido do exterior e também em preocupações domésticas, o dólar subiu 1,57%, negociado a R$ 5,6622. Se no exterior o movimento mais amplo foi de fortalecimento do dólar e alta dos juros dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), já na expectativa por uma agenda carregada de indicadores e eventos que podem influenciar a política monetária americana, por aqui o temor com a dinâmica fiscal brasileira e também com o cenário eleitoral contribuiu para fazer do real a divisa de pior desempenho do dia. “Tivemos hoje um noticiário ruim para o cenário fiscal, o [líder do governo, deputado] Ricardo Barros (PP-PR) falando de mudar o teto de gastos”, nota o Estrategista-chefe do Mizuho no Brasil, Luciano Rostagno, se referindo à entrevista dada ao Valor pelo parlamentar. “Acho que isso alimenta uma preocupação com a sustentabilidade da dívida pública. Além disso, pode estar ocorrendo algum ajuste após o último pregão do ano passado, em que vimos o real se fortalecendo mais de 2%.” Na avaliação de Rostagno, outro ponto que tem suscitado cautela é a série de artigos, no jornal “Folha de S.Paulo”, com economistas expondo as ideias que os principais candidatos devem levar à disputa presidencial este ano. Lá fora, o rendimento da T-note de dez anos voltou a operar perto da marca de 1,6% à medida em que investidores se preparam para agendas importantes ao longo da semana, como a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, na quarta-feira, e dos dados do mercado de trabalho de dezembro, na sexta-feira. "Acreditamos que a tendência de dólar forte deve permanecer intacta em 2022", afirmam estrategistas do Brown Brothers Harriman. "A performance da economia americana deve superar a de pares este ano, o que dará mais confiança ao Fed para normalizar sua política monetária.
VALOR ECONÔMICO
Ibovespa recua mesmo com alta de blue chips e exterior favorável
A alta nos juros futuros volta a derrubar ações de construtoras, de tecnologia e do varejo e, por outro lado, dá força aos papéis do setor financeiro
O Ibovespa iniciou 2022 na mesma toada que marcou o ano passado: em queda e pressionado, especialmente por empresas mais ligadas à economia doméstica. A alta nos juros futuros volta a derrubar ações de construtoras, de tecnologia e do varejo e, por outro lado, dá força aos papéis do setor financeiro. O Ibovespa recuou mesmo com alta de blue chips e exterior favorável. O principal índice da bolsa brasileira iniciou 2022 em queda, na contramão das bolsas dos Estados Unidos. O recuo ocorreu sob influência de ações ligadas ao consumo interno, mais sensíveis à taxa de juros e à inflação, como construção e varejo, e apesar dos ganhos dos papéis de maior peso no índice, incluindo Petrobras, Vale e grandes bancos. De acordo com dados preliminares, o Ibovespa caiu 0,78%, a 104.006,06 pontos na segunda-feira. O volume financeiro foi de 22,4 bilhões de reais. REUTERS
Focus: Mercado reduz estimativa de crescimento do PIB em 2022
O primeiro boletim Focus de 2022 divulgado ontem chegou com projeções pessimistas para a economia brasileira. A estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é 4,50% em 2021, inferior aos 4,51% projetados na pesquisa da semana passada. Os analistas do mercado financeiro também revisaram para baixo o prognóstico para o PIB de 2022, de 0,42% para 0,36%
A projeção para a inflação em 2021 passou de 10,02% para 10,01%. Apesar do recuo, se mantém acima do centro da meta, de 3,75%. O teto e o piso são 5,25% e 2,25%, respectivamente. Os marcos da meta inflacionária são definidos pelo próprio Governo Federal, tendo como objetivo garantir alguma previsibilidade para os agentes econômicos no País. Para 2022, a expectativa foi mantida novamente em 5,03%. Para 2023, a projeção passou de 3,40% para 3,41%%. A expectativa para a Selic, taxa básica de juros da economia, se manteve em 11,50% no final de 2022 e em 8% no fim de 2023. Por outro lado, o câmbio segue em alta. A estimativa para o dólar se manteve em R$ R$ 5,60 em 2022 e em R$ 5,40 em 2023.
REUTERS
Balança comercial brasileira tem superávit de US$61 bi em 2021
A balança comercial brasileira encerrou 2021 com superávit de 61,008 bilhões de dólares, informou o Ministério da Economia na segunda-feira
Em dezembro, o saldo comercial ficou positivo em 3,948 bilhões de dólares, melhor do que as projeções de mercado. Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa de saldo negativo de 1,2 bilhão de dólares para o período. O dado acumulado do ano, por sua vez, foi mais baixo do que o projetado pelo Ministério da Economia. A expectativa mais recente da pasta, divulgada em outubro, apontava superávit comercial de 70,9 bilhões de dólares em 2021. Ainda assim, o número é 21,1% melhor do que o observado em 2020, quando o saldo ficou em 50,393 bilhões de dólares. A balança de 2021 é resultado de 280,394 bilhões de dólares em exportações, 34% acima de 2020, e 219,386 bilhões de dólares em importações, que cresceram 38,2% em comparação com o ano anterior. Para 2022, o Ministério da Economia espera saldo comercial positivo de 79,4 bilhões de dólares. REUTERS
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