Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 368 |08 de maio de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Pressão baixista continua acometendo o mercado físico do boi gordo
Na sexta-feira (5/5), a arroba ficou estável na maioria das praças brasileiras, segundo apuração das consultorias que acompanham de perto o setor pecuário
“As ofertas de compra (de boiadas gordas) diminuíram em função dos volumes já adquiridos”, relatou a Scot Consultoria. Nas praças de São Paulo, os preços dos animais terminados finalizaram a semana estáveis. Para o boi gordo “comum” (direcionado, em grande parte, ao mercado doméstico) a referência é de R$ 262/@, enquanto a vaca e a novilhas gordas são negociadas por R$ 240/@ e R$ 252/@ (preços brutos e a prazo), segundo a Scot. Para o “boi-China”, a cotação está em R$ 270/@ em São Paulo, no prazo, valor bruto. “Em 30 dias, com exceção do Acre e do Rio Grande do Sul, com problemas que vão além da questão de mercado, todas as praças monitoradas registraram queda nas cotações do boi gordo”, informou o zootecnista Felipe Fabbri, analista de mercado da Scot Consultoria. Segundo ele, o avanço da seca sobre as regiões de pastagens do Brasil Central deve pressionar a entrega de boiadas nos próximos dias, mantendo o viés de baixa da arroba. A queda nos preços da matéria-prima (boiada gorda) refletiu no atacado de carne (com osso e sem osso) e no varejo. A Agrifatto informa que, no atacado paulista, a chegada da primeira quinzena de maio, com o pagamento de salários e a proximidade das comemorações do Dia das Mães, trouxe expectativas positivas para as vendas dos cortes bovinos nos próximos dias. Segundo a Agrifatto, alguns produtos com ossos já passaram por valorização nos últimos dias, como a carcaça casada do boi inteiro, que foi negociada, em média, por R$ 16/kg, alta de R$ 1/kg no comparativo semanal. Na avaliação de Felipe Fabbri, da Scot, altas do boi gordo para o segundo semestre de 2023 não estão descartadas, “mas, em um ano de avanço no abate de fêmeas e de maior oferta de gado para reposição, movimentos expressivos de alta na arroba não devem ocorrer”. “Aproveitar momentos em que a venda (de animais terminados) permita o resultado da operação será fundamental”, diz Fabbri, que completa: “Boi bom, é o boi que dá margem”. Segundo dados apurados pela S&P Global Commodity Insights, nas indústrias frigoríficas, observa-se que as operações de abate seguem cadenciadas. Atualmente os frigoríficos estão diluindo as suas atividades diárias, alongando virtualmente as suas escalas e, com isso, reduzindo a necessidade de compra de boiada no mercado físico. “Há indústrias que atuam com escalas entre quatro e sete dias, operando apenas com volumes da produção com vendas já contratadas, evitando acúmulos em seus estoques”, informou a S&P Global. “Com o avanço do pico da safra do boi, a forte especulação baixista pressiona as vendas dos lotes em pisos inferiores”, ressaltaram os analistas. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 256/@ (à vista) vaca a R$ 231/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 266/@ (prazo) vaca a R$ 238/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca a R$ 226/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 217/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 222/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 234/@ (à vista) vaca a R$ 215/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 241/@ (prazo) vaca R$ 217/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 224/@ (prazo) vaca a R$ 209/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 241/@ (prazo) vaca a R$ 233/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 220/@ (prazo) vaca a R$ 197/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 217/@ (à vista) vaca a R$ 197/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 217/@ (à vista) vaca a R$ 202/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
SUÍNOS
Preço do suíno vivo subiu em Minas Gerais e Santa Catarina
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 120,00/R$ 125,00, enquanto a carcaça especial aumentou, até 1,02%, valendo R$ 9,50/R$ 9,90 o quilo
Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (4), houve queda apenas em São Paulo, na ordem de 0,15%, chegando a R$ 6,72/kg. Foi registrada alta de 1,39% em Minas Gerais, atingindo R$ 6,55/kg, e de 1,69% em Santa Catarina, alcançando R$ 6,00/kg. Os preços ficaram estáveis no Paraná (R$ 5,95/kg), e no Rio Grande do Sul (R$ 6,23/kg).
Cepea/Esalq
China considera mais compras de carne suína para sustentar preços
O planejador estatal da China manterá discussões com outros departamentos sobre uma nova rodada de compras de carne suína para as reservas estatais em um esforço para apoiar os preços do suíno, informou o órgão na sexta-feira
Os preços do suíno estão em um nível baixo, disse a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) em sua conta oficial do Wechat, e caíram ainda mais na semana passada. Os preços ficaram abaixo de 15 yuans (US$ 2,17) por quilo no mês passado, mostram dados da Shanghai JC Intelligence Co, pressionados pelo excesso de oferta. Em Cangzhou, Hebei, um dos principais locais de comércio de suínos no norte da China, os preços do suíno caíram 44% desde outubro passado.
REUTERS
FRANGOS
Frango: preços melhoraram na sexta-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja teve aumento de 2,00%, chegando a R$ 5,10/kg, enquanto a ave no atacado subiu 0,30%, atingindo R$ 6,60/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o valor ficou estável em R$ 4,33/kg, enquanto no Paraná foi registrada queda de 0,62%, valendo R$ 4,80/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (4), a ave congelada subiu 1,07%, chegando a R$ 6,62/kg, enquanto o frango resfriado teve aumento de 0,76%, fechando em R$ 6,62/kg.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Menor demanda reduz médias mensais em abril
Os preços médios da maioria dos produtos avícolas acompanhados pelo Cepea registraram quedas de março para abril. Segundo pesquisadores do Cepea, esse movimento esteve atrelado à menor procura por carne de frango no último mês
Com isso, agentes do setor acabaram reduzindo os preços pedidos, com o objetivo de garantir o escoamento do produto e evitar a formação de estoques. Além disso, a perda de competitividade para a carne suína – que acumulou desvalorizações mais intensas do que as observadas para a de frango – pode ter reforçado a pressão sobre os valores. No atacado da Grande São Paulo (SP), o frango inteiro congelado se desvalorizou 2,8% de março para abril, com média de R$ 6,56/kg no último mês. Para o produto resfriado, o recuo no preço foi de 2%, com o quilo da carne negociado à média de R$ 6,59 em abril. No mercado de cortes e miúdos, o cenário também foi de desvalorização para a maior parte dos produtos.
Cepea
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Pelo terceiro mês seguido, cresce a oferta de empregos na indústria do PR
Com mais oportunidades para jovens com Ensino Médio completo, setor foi o segundo do Paraná que mais abriu oportunidades, com 2.858 novas contratações
A indústria foi a segunda atividade do Paraná que mais gerou empregos formais (com carteira assinada) em março, segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Governo Federal (Novo Caged). Foram 2.858 novos postos de trabalho abertos no mês, quantia oito vez superior à registrada em março do ano passado, quando o setor gerou apenas 343 novas vagas. No ano, o saldo também é positivo, com 7.416 novas contratações. Porém, o resultado ficou 24% abaixo do registrado no primeiro trimestre de 2022. Na comparação com fevereiro, o crescimento dos empregos chega a 9% na indústria paranaense. Com estes resultados, o Paraná figura na quarta posição do ranking nacional de empregos gerados na indústria em março e, em quinto, no acumulado dos três primeiros meses deste ano. No sul do país, o estado gaúcho teve a melhor performance, com 5.867 postos de trabalho preenchidos. Santa Catarina ficou em terceiro, mas logo atrás do Paraná, com 2.806 novas vagas. O Brasil teve cerca de 21 mil novas contratações em março, valor quatro vezes maior do que o do mesmo mês do ano passado. Neste primeiro trimestre de 2023 foram quase 96 mil postos de trabalho abertos. Porém, a variação comparativa com o mesmo intervalo do ano passado ficou 6% menor agora. A preferência das empresas paranaenses em março foi por um perfil jovem. Cerca de 1.960 trabalhadores têm entre 18 e 24 anos e 1.878 já concluíram o Ensino Médio. A distribuição entre homens e mulheres ficou em 1.739 vagas preenchidas por eles e 1.179 por elas. Os dados mostram ainda que houve um número expressivo de contratações entre profissionais com Ensino Médio incompleto, cerca de 580. Em compensação, foram fechadas 26 oportunidades para trabalhadores com Ensino Superior completo. “Esse comportamento pode estar atrelado à escassez de profissionais com maior qualificação no mercado, ou seja, a indústria pode ter espaço para novas contratações, mas não encontrou pessoas disponíveis para preencher as vagas”, analisa a analista da Assessoria Econômica e de Crédito da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Mari Santos. O segmento alimentício foi o campeão de vagas abertas, 1.251 em março. Na sequência vêm manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (248), fabricação de borracha e material plástico (238), automotivo (212), petróleo (178), vestuário (157), produtos químicos (128) e máquinas e equipamentos (102). Das 24 atividades analisadas pelo Novo Caged, três mais demitiram do que admitiram. É o caso de minerais não-metálicos (-100), fabricação de outros equipamentos de transporte (-35) e impressão e reprodução – setor gráfico (-20). Nos três primeiros meses do ano, 18 segmentos elevaram seus níveis de contratações. Alimentos também lidera (2.497), seguido por vestuário (1.472), automotivo (635), borracha e material plástico (634), manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (560), fabricação de produtos de metal (556) e produtos químicos (474). As atividades que reduziram empregos foram máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-509), madeira (-351), minerais não metálicos (-251), metalurgia (-164), máquinas e equipamentos (-122) e outros equipamentos de transporte (-99). Fazenda Rio Grande teve a maior participação entre as localidades paranaenses com mais vagas preenchidas na indústria. Foram 233 ofertadas em março. Depois aparecem Cascavel (193), Rolândia (186), Assis Chateubriand (184) e Toledo (148). No trimestre, Toledo contabiliza mais contratações, 607. Rolândia vem em segundo (577), seguida por Cascavel (508), Fazenda Rio Grande (429), Maringá (408), Assis Chateubriand (366), Londrina (348), São José dos Pinhais (325) e Pato Branco (317). A capital paranaense foi a que teve maior quantidade de postos fechados este ano (-1.560), seguida por Guarapuava (-169), Palotina (-143), Palmeira (-115) e Cornélio Procópio (-97). Dos 399 municípios paranaenses, 191 mais contrataram do que demitiram e 159 estão com saldo negativo em março. Já de janeiro a março, 219 estão positivos e, 151, negativos.
FIEP
Exportações aumentam 7,9% pelo corredor leste do Porto de Paranaguá
Exportação de soja em grão teve aumento de 91,6% em abril, comparado com o mesmo mês do ano anterior. Volume dos primeiros quatro meses deste ano cresceu em comparação ao mesmo período de 2022
Com terminais totalmente focados no escoamento da soja, em especial no último mês de abril, os operadores do Corredor Leste de Exportação do Porto de Paranaguá (Corex) carregaram 6.446.773 de toneladas de granéis vegetais nos primeiros quatro meses do ano. O volume supera em 7,9% o embarcado pelo complexo no mesmo período no ano passado, que foi de 5.975.114 toneladas. No quadrimestre, pelo Corex, os terminais embarcaram 3.035.441 toneladas de soja em grão; 1.466.252 toneladas de farelo de soja; 1.914.439 toneladas de milho; e 30.640 toneladas de trigo. Em 2022, no período, os embarques somaram 3.592.513 toneladas de soja em grão; 1.551.553 de farelo; 798.152 de milho; e 32.895 de trigo. No mês de abril, apesar de ter havido embarque de milho pelo corredor leste, o volume embarcado foi 21,3% maior que o movimentado em abril de 2022, com 1.452.893 toneladas. Nos 30 dias do último mês, foram 1.762.599 toneladas de soja, em grão e farelo, embarcadas pelos três berços. Somente de soja em grão, o volume exportado chegou a 1.409.056,7 toneladas; 91,6% a mais que as 735.401 toneladas embarcadas no Corex em abril do ano passado. De farelo de soja, 353.542,2 toneladas foram carregadas em abril deste ano contra 345.570 toneladas em abril de 2022. Para o diretor de operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira, mais que o volume, impressiona a produtividade líquida alcançada pelos terminais e operadores do Corredor de Exportação Leste. Nos 30 dias corridos de abril do ano passado, a média diária de embarque pelo complexo leste era de 51.530,5 toneladas. Considerando somente os dias produtivos, ou seja, sem paralisação por chuva (20,8 dias), essa média subiu para 74.323 toneladas/dia carregadas pelos três berços. Em abril deste ano, a produtividade foi 14,9% a 27,1% maior. Considerando os 30 dias corridos do último mês, como expõe o executivo, a média diária de embarque é de 59.219 toneladas. “Porém, no que chamo de produtividade líquida, ou seja, considerando que tivemos 18,8 dias produtivos, sem paralisação por chuva, a performance sobe para cerca de 94.498 toneladas/dia”, afirma Vieira. Quando chove, não há operação de granéis sólidos e, no último mês de abril, foram acumulados 11,2 dias de paralisação por chuva. “Tivemos dois dias a mais de chuva, comparado ao mês de abril do ano passado. Mesmo assim, a produtividade neste ano está maior”, comenta o diretor, que atribui o ganho aos últimos ajustes operacionais realizados. Aumento de Calado Operacional para 12,80 metros e revisão das restrições de navegação, derivadas dos resultados das obras de derrocagem, são alguns dos fatores que impulsionaram os resultados deste ano. “Além das manutenções preventivas de equipamentos, estruturas e comprometimento de todos stakeholders envolvidos nas operações, na melhoria da performance”, avalia o diretor de operações.
GLOBO RURAL
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar cai quase 1% ante real na sexta. Na semana, o dólar acumulou queda de 0,91%
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9437 reais na venda, em baixa de 0,97%, na menor cotação de encerramento desde 17 de abril, quando havia marcado 4,9380 reais. Foi o terceiro dia consecutivo em que a moeda norte-americana se manteve abaixo da linha psicológica de 5 reais. Na semana, o dólar acumulou queda de 0,91%.
De acordo com o Departamento do Trabalho, a economia dos EUA abriu 253.000 postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, acima das 180.000 vagas projetadas por economistas consultados pela Reuters. Já o salário médio por hora subiu 0,5%, após avançar 0,3% em março. Por trás do movimento estava a percepção de que, embora o mercado de trabalho aquecido possa sugerir taxas de juros elevadas por mais tempo nos EUA --o que favorece o dólar--, os dados positivos reduzem o risco de recessão na maior economia do mundo. Resultados corporativos fortes, como no caso da Apple, e a alta das commodities completaram o quadro externo positivo. Neste cenário, os investidores globais foram em busca de ativos de maior risco, como o real brasileiro, o peso chileno e o peso mexicano, em detrimento do dólar norte-americano. Se nos últimos dias os investidores deram preferência a ativos mais seguros em função dos receios com possível recessão nos EUA e com a turbulência no setor de crédito, na sexta-feira a busca foi pelo risco após os dados de emprego e os balanços corporativos. “O pano de fundo é surpreendentemente animador. Os dados de emprego nos EUA vieram bons, o que dá segurança para o Federal Reserve manter os juros altos mais tempo. Em tese, isso dá força ao dólar. Mas o mercado na sexta-feira mostrou alívio em relação à possibilidade de recessão no país”, reforçou Cleber Alessie Machado, Gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM. Na B3, às 17:16 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,91%, a 4,9680 reais. Pela manhã, o Banco Central vendeu 13.900 do total de 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de junho.
REUTERS
Ibovespa sobe quase 3% em sessão positiva para ativos de risco
Índice acumula alta de 0,69% na semana
O Ibovespa registrou ganhos importantes na sessão da sexta-feira, em dia de maior apetite global por risco após dados dos Estados Unidos surpreenderem positivamente. Investidores também há um dia aproveitaram o carregado noticiário corporativo da sessão, com a divulgação de balanços trimestrais e de uma possível nova oferta de compra da Braskem, para ir às compras. No fim do dia, o Ibovespa saltou 2,91%, aos 105.148 pontos, subindo 0,69% na semana. O volume financeiro negociado na sessão foi de R$ 22,59 bilhões no Ibovespa e R$ 28,06 bilhões na B3. Em Nova York, o S&P 500 subiu 1,85%, aos 4.136 pontos, Dow Jones fechou em alta de 1,65%, aos 33.674 pontos e Nasdaq registrou ganhos de 2,25%, aos 12.235 pontos. O destaque do dia foi o “payroll”, nos Estados Unidos, divulgado pela manhã. O indicador mostrou que houve criação de 253 mil vagas de trabalho em abril, acima das expectativas do mercado, de 180 mil postos; a taxa de desemprego caiu para 3,4%, enquanto o consenso era de 3,6%; e o salário médio por hora também subiu mais do que as expectativas. Assim, após a decisão de política monetária indicar que o Fed deve ter finalizado seu ciclo de aperto e dos dados indicarem que o país não parece, ao menos por ora, caminhar para uma recessão mais importante, as bolsas americanas e as commodities tiveram um pregão positivo, o que ajudou a bolsa brasileira. "A conjuntura não parece tão ruim quanto antecipada, tanto lá fora, como aqui dentro, o que nos permite voltar a tomar alguns riscos", diz um gestor. Por aqui, declarações do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à CBN ficaram no foco. Sobre as nomeações para as diretorias do Banco Central, ele disse que a decisão será anunciada quando “estiver madura”, mas chamou o Secretário-Executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, de seu braço-direito e disse que ele “pode assumir várias posições no governo”. Haddad também afirmou acreditar que já seria possível iniciar uma recalibragem na taxa de juros, e comemorou a reversão da liminar que suspendia os efeitos da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre tributação de benefícios fiscais do ICMS.
VALOR ECONÔMICO
Poupança tem resgate líquido de R$6,25 bi em abril, diz BC
A caderneta de poupança fechou abril com saques líquidos pelo quarto mês consecutivo, mostraram dados do Banco Central divulgados na sexta-feira
A aplicação financeira mais procurada pelos brasileiros registrou um saque líquido de 6,252 bilhões de reais no mês passado, após uma perda líquida de 6,087 bilhões de reais em março. Em abril do ano passado, os saques líquidos somaram 9,877 bilhões de reais, sendo que o ano de 2022 terminou com um resgate total recorde de 103,237 bilhões de reais. No mês passado, os saques superaram os depósitos no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) em 5,075 bilhões de reais. Já na poupança rural, as saídas líquidas foram de 1,176 bilhão de reais.
No ano, a poupança acumula uma perda de 57,485 bilhões de reais. O movimento de saques ocorre em meio a um cenário de juros elevados, que reduz a competitividade da poupança frente a outros investimentos.
REUTERS
Preços mundiais de alimentos sobem pela primeira vez em um ano, diz FAO
O índice de preços mundiais da agência de alimentos das Nações Unidas subiu em abril pela primeira vez em um ano, mas ainda está cerca de 20% abaixo do recorde atingido em março de 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia
O índice de preços da Organização para Agricultura e Alimentação (FAO), que acompanha as commodities alimentares mais negociadas globalmente, teve média de 127,2 pontos no mês passado, contra 126,5 em março, informou a agência na sexta-feira. A leitura de março havia sido originalmente dada como 126,9. A FAO, sediada em Roma, disse que o aumento de abril refletiu preços mais altos de açúcar, carne e arroz, que compensaram quedas nos índices de preços de cereais, laticínios e óleos vegetais. "À medida que as economias se recuperam de desacelerações significativas, a demanda aumentará, exercendo pressão de alta sobre os preços dos alimentos", disse o economista-chefe da FAO, Maximo Torero. O índice de preços do açúcar subiu 17,6% em relação a março, atingindo seu nível mais alto desde outubro de 2011. A FAO disse que o aumento está relacionado a preocupações com a oferta mais restrita após revisões para baixo nas previsões de produção para Índia e China, juntamente com produções abaixo do esperado anteriormente na Tailândia e na União Europeia. O índice da carne subiu 1,3% em relação ao mês anterior, enquanto os preços dos laticínios caíram 1,7%, os dos óleos vegetais recuaram 1,3% e os dos cereais retraíam 1,7%, com um declínio nos preços mundiais de todos os principais grãos superando a alta do arroz. "O aumento dos preços do arroz é extremamente preocupante e é essencial que a iniciativa do Mar Negro seja renovada para evitar outros picos de trigo e milho", disse Torero, referindo-se a um acordo para permitir a exportação de grãos ucranianos via Mar Negro. Em um relatório separado sobre oferta e demanda de cereais, a FAO previu a produção mundial de trigo em 2023 de 785 milhões de toneladas, ligeiramente abaixo dos níveis de 2022, mas ainda assim a segunda maior produção já registrada. “(As) perspectivas 2023/24 para a produção de arroz ao longo e ao sul do equador são mistas, em grande parte devido ao impacto regionalmente variado do evento La Niña”, disse a FAO. A FAO elevou sua previsão para a produção mundial de cereais em 2022 para 2,785 bilhões de toneladas, ante 2,777 bilhões anteriores, apenas 1,0% abaixo do ano anterior. A utilização mundial de cereais no período 2022/23 foi estimada em 2,780 bilhões de toneladas, disse a FAO, uma queda de 0,7% em relação a 2021/22. Espera-se que os estoques mundiais de cereais até o final da temporada 2022/2023 diminuam 0,2% em relação aos níveis iniciais, para 855 milhões de toneladas.
REUTERS
Renda agropecuária atinge R$ 1 tri, com safra recorde e alta das exportações
Setor mostra desempenho expressivo, contribuindo para um crescimento um pouco mais forte da economia brasileira neste ano
A renda agropecuária no Brasil deve atingir R$ 1 trilhão em 2023, com destaque para os R$ 647 bilhões do setor agrícola, num cenário marcado pela safra recorde de grãos e por exportações em alta. A renda do segmento pecuário, por sua vez, tende a ficar um pouco acima de R$ 350 bilhões. As estimativas, da MB Agro, evidenciam a importância do agronegócio para a economia brasileira, com um impacto que se irradia para a indústria e os serviços. Os produtos agrícolas e pecuários ainda vão garantir mais um saldo expressivo para a balança comercial neste ano. De janeiro a abril, a agropecuária respondeu por um quarto das exportações do país, fatia recorde para o período, alcançando US$ 25,8 bilhões. Nas contas da MB Agro, as vendas para o exterior de produtos do agronegócio, que também incluem bens com transformação industrial, vão render US$ 172,5 bilhões ao Brasil em 2023, 8% a mais que os US$ 159 bilhões registrados no ano passado. O total da renda agropecuária neste ano deve ficar muito próximo ao de 2022 - um pouco de 1% menor que o R$ 1,010 trilhão do ano passado, em valores já atualizados a preços de 2023. Enquanto a renda agrícola deve crescer 1,6% na comparação com 2022, a da pecuária vai recuar 5%, sempre a preços deste ano, nas estimativas da MB Agro. Em 2019, a renda somada dos dois setores ficou em R$ 698 bilhões, também a valores deste ano. Desde então, houve um salto de mais de 40%. O indicador é calculado levando em conta os preços e as quantidades produzidas. O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, diz que a alta dos últimos anos se deu por causa do forte choque de preços e do câmbio, que se desvalorizou. “Neste ano não temos esse efeito, mas temos uma safra muito boa, que ajudará a manter a renda elevada.” Em resumo, a alta da renda em 2023 não se deve ao aumento das cotações das commodities ou da desvalorização do real, mas ao aumento dos volumes produzidos. No caso da pecuária, Vale atribui a queda da renda a preços mais moderados num ano de evolução normal da produção. “É diferente dos grãos, que vão ter uma safra forte.” Vale destaca em especial o aumento esperado para a safra de soja e milho, “cujo volume é mais significativo do que os outros”. Pelas projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de soja deve alcançar 153,6 milhões de toneladas no ciclo 2022/23, uma alta de 15,2%. A expectativa para o milho é um aumento de 10,2%, para 124,9 milhões de toneladas. Com o salto expressivo da safra, a renda agrícola se mantém elevada, diz Vale. A agropecuária, nesse cenário, vai ser responsável por um crescimento expressivo do PIB no primeiro trimestre. “Sucessivas revisões para cima da safra e maior exportação de carnes sugerem um PIB agropecuário mais forte”, diz o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato. “A Conab e o IBGE vêm revisando suas estimativas de safra para cima”, acrescenta ele. “Na mesma direção, os dados de abates também vêm surpreendendo, refletindo o aumento das exportações de proteína animal.” Como resultado, o PIB agropecuário deve contribuir quase 1 ponto percentual para a taxa de crescimento do PIB no primeiro trimestre, nas contas de Honorato. “Somado aos avanços do varejo e dos serviços, isso deve levar a um crescimento de 1,3% do PIB no período”, afirma ele, referindo-se ao avanço em relação ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Para 2023, Honorato projeta crescimento da economia de 1,8%, com a agropecuária avançando 9%. Vale, por sua vez, estima uma expansão do PIB de 1% neste ano, com o setor agropecuário em alta de 7,2%. Em fevereiro, o PIB cresceu 2,5% na comparação com janeiro, segundo o Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV). Coordenadora da pesquisa, Juliana Trece diz que o forte crescimento se deveu principalmente à atividade agropecuária. “Embora a indústria e os serviços também tenham crescido na comparação com janeiro, o expressivo desempenho agrícola, justificado principalmente pela safra recorde de soja e sua elevada participação no valor adicionado da agricultura, é o grande destaque da economia no mês”, afirma ela, em nota. Em 2022, o agronegócio teve peso de 24,8% no PIB do país, segundo estimativas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
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