Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 341 |27 de março de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Preços do boi gordo reagem com a reabertura das exportações de carne bovina à China
Em SP, cotações do macho "comum" e da novilha subiram R$ 2/@, para R$ 282/@ e R$ 269 (preços brutos e a prazo), respectivamente, diz a Scot, que acrescenta: "O ágio pago ao boi-China voltou".
Na sexta-feira, 24 de março, os negócios em algumas praças pecuárias do País destravaram, resultando em valorizações nos preços do boi gordo, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor. Nas praças paulistas, após o anúncio da retomada da exportação ao mercado chinês, as cotações do boi e da novilha subiram R$ 2/@, fechando a sexta-feira em R$ 282/@ e R$ 269/@ (preço bruto e a prazo), conforme dados apurados pela Scot Consultoria. Para a vaca abatida em São Paulo, os preços ficaram estáveis na comparação feita dia a dia, em R$ 257/@, acrescenta a Scot. De acordo com os analistas, o ágio pago ao “boi-China” voltou após a derrubada do bloqueio comercial. “O retorno (dos negócios envolvendo animais com padrão-China) está sendo gradual, ainda com negócios pontuais em R$ 290/@”, informa a Scot, referindo-se aos animais abatidos no Estado de São Paulo. Segundo a S&P Global, no período do embargo chinês, parte das plantas frigoríficas brasileiras vinham operando com capacidade ociosa elevada. Agora, diante da nova realidade de mercado, os preços da arroba bovina subiram em algumas regiões, efeito da grande necessidade em atender aos compromissos com importadores, justificam os analistas da S&P Global. Em Mato Grosso, por exemplo, plantas frigoríficas que exportam ao mercado chinês já estão operando com preços para o boi gordo em torno R$ 265/@ (valor bruto), informa a S&P Global. Em Mato Grosso do Sul, o dia também foi de preços firmes, acrescenta a consultoria. Na região Norte do País, o efeito do fim do embargo chinês ainda foi modesto nesta sexta-feira. A Indonésia também aumentou a cota de participação na importação da proteína bovina do Brasil (100 mil toneladas), relata a S&P Global. “A recuperação das vendas externas se mostra um importante agente para destravar o mercado do boi gordo”, enfatizam os analistas. No entanto, diz a S&P Global, o enfraquecimento do consumo doméstico de carne bovina continua preocupando todos os agentes envolvidos na cadeia da carne brasileira. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 281/@ (à vista) vaca a R$ 246/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 296/@ (prazo) vaca a R$ 258/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 274/@ (à vista) vaca a R$ 249/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 271/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca a R$ 231/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 259/@ (à vista) vaca a R$ 229/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 246/@ (à vista) vaca a R$ 221/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca R$ 236/@ (prazo); GO-Sul: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca a R$ 236/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 240/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 240/@ (prazo) vaca a R$ 231/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca a R$ 236/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 214/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 227/@ (à vista) vaca a R$ 207/@ (à vista) MA-Açailândia: boi a R$ 241/@ (à vista) vaca a R$ 212/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
Brasil tem 50 frigoríficos aptos a exportar para China e quer aval para habilitar novos mais rápido
Até hoje somente o governo dos Estados Unidos foi autorizado a adotar o procedimento conhecido como pre-listing, que elimina etapas e acelera liberação do comércio de carne bovina, suína e de frango
Antes de o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcar em Pequim, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apresentou, a pedido do governo chinês, uma lista com 50 frigoríficos brasileiros que já cumpriram requisitos sanitários exigidos para ingressar no mercado asiático e aguardam a habilitação para começar a exportar carne para o país. Ao mesmo tempo, o Ministro Carlos Fávaro levou aos chineses um pleito para que o Brasil possa usar o mecanismo de pre-listing, uma espécie de listagem prévia, que acelera a autorização para a exportação. Esse modelo de “fast-track” elimina etapas burocráticas feitas pela aduana da China e poderia aumentar o fluxo de exportações. Atualmente, somente as autoridades agrícolas e sanitárias dos Estados Unidos têm aval similar e aplicam o modelo, conforme representantes do governo brasileiro. Os norte-americanos são responsáveis por coletar documentos, inspecionar e habilitar os frigoríficos exportadores em seu território, seguindo as exigências dos chineses. Esse trabalho é reconhecido pelos chineses. O modelo pre-listing dispensa avaliação final por parte de autoridades de Pequim. Segundo técnicos do Mapa, é como se os chineses dessem um voto de confiança às autoridades sanitárias do Brasil e reconhecessem os procedimentos do sistema de inspeção adotados no País, para que os frigoríficos se adequem aos requisitos de exportação exigidos. Nesse modo usado pelos EUA, e desejado pelo Brasil, quem habilita o frigorífico é o país exportador. Atualmente, quando um frigorífico brasileiro manifesta interesse em vender seus produtos no mercado chinês, ele precisa passar por algumas etapas técnicas: preenchimento e envio ao Mapa de formulários com informações requisitadas pela China; verificação de conformidade pelo Mapa; videoauditoria na planta exportadora; cadastramento de dados e documentos no sistema chinês digital, conhecido como “janela única”; validação das informações pelo Mapa; e finalmente o envio para checagem da autoridade aduaneira, a GACC (General Administration of Customs China). Nessa última fase, os chineses podem requisitar mais informações ou mesmo uma auditoria, até mesmo presencial. E não há prazos garantidos. Dada a burocracia, o Mapa passou a apresentar ao governo chinês “lotes” de frigoríficos que já estavam com os procedimentos realizados, à espera de habilitação. O critério era ordem cronológica de início do processo, o que gerava uma longa espera. Os pedidos eram atendidos em tempo discricionário da China. Nos últimos anos, segundo técnicos da pasta, os chineses passaram a pedir nos bastidores que o ministério deixasse de enviar pedidos de habilitação dos exportadores de carne. Isso coincidiu com um distanciamento político no governo Jair Bolsonaro, provocações ideológicas e incidentes diplomáticos com a China. Desta vez, o governo chinês pediu ao Brasil que fizesse o levantamento de uma só vez de todos os frigoríficos com documentação e inspeções resolvidas, aguardando a liberação das autoridades chinesas. Isso gerou expectativa de uma liberação sem precedentes. Os 50 já foram apresentados aos chineses, conforme Fávaro. O governo brasileiro agora aguarda a decisão, mas evita falar em números, para não jogar pressão sobre as negociações. Outros 120 exportadores estão preparando documentação, em processo de cadastramento e inspeção.
O ESTADO DE SÃO PAULO
Arábia Saudita, Jordânia, Malásia e Palestina retiram embargo à carne bovina do Brasil
Arábia Saudita, Jordânia, Malásia e Palestina também reabriram seus mercados para a exportação de carne bovina do Brasil, segundo informações do Itamaraty. A retirada dos embargos desses países, no entanto, ocorreu em meados de março, antes da decisão tomada pela China nessa quinta-feira (dia 23) de retomar as compras dos frigoríficos brasileiros
A exemplo dos chineses, outros 10 países aplicaram embargos por conta do caso do "mal da vaca louca" registrado no Pará em fevereiro. Alguns, porém, retiraram as barreiras logo após os exames confirmarem que o episódio era atípico, quando ocorre de forma espontânea em animais mais velhos e não tem potencial de afetar a sanidade do rebanho do país. Seis ainda mantêm barreiras. Na prática, a China também poderia ter retirado o embargo desde 2 de março, quando a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconheceu o caso como atípico e manteve o status do Brasil como país com risco insignificante para a doença. Os chineses, contudo, preferiram anunciar a reabertura durante a viagem do Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e uma delegação de empresários brasileiros do setor a Pequim. As exportações foram suspensas em 23 de fevereiro devido ao autoembargo aplicado pelo Brasil após detectar a doença em um animal de nove anos de idade em uma fazenda em Marabá (PA). A suspensão atende ao protocolo sanitário assinado em 2015 entre os dois países, pela ex-presidente Dilma Rousseff. Kátia Abreu era ministra da Agricultura na época da assinatura do protocolo. Em entrevista ao jornal "O Globo" na sexta-feira (24), Fávaro defendeu a colega e os termos acordados naquela ocasião para a consolidação desse mercado, já que não havia diferenciação entre os casos clássicos e atípicos do mal da vaca louca até aquele momento. O Ministro reconheceu a necessidade de discutir mudanças no documento. Segundo ele, os chineses estão dispostos a isso. "Agora é um grande momento para a revisão do protocolo, que está sendo discutido. Com o fim do embargo e com a carta surpreendente que recebemos dos chineses elogiando o sistema de defesa brasileiro, isso nos habilita a discutir uma forma que não cause tanto prejuízo, se acontecer algum caso de vaca louca atípico", disse na entrevista ao Globo. A Administração-Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) também retirou as suspensões aplicadas a dois frigoríficos, um desde abril de 2021 e outro desde agosto de 2022, e habilitou quatro novas plantas para exportar para lá. De acordo com uma nota do Itamaraty, seis países ainda mantêm bloqueios ou restrições às exportações da carne bovina nacional: Bahrein, Cazaquistão, Catar, Irã, Rússia e Tailândia.
VALOR ECONÔMICO
SUÍNOS
Suínos: acumulando quedas
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 127,00/R$ 133,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 9,80/R$ 10,20 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (23), os preços ficaram estáveis no Rio Grande do Sul (R$ 6,80/kg), e em São Paulo (R$ 7,19/kg). Houve queda de 1,10% em Minas Gerais, chegando a R$ 7,18/kg, baixa de R$ 2,66% no Paraná, caindo para R$ 6,58/kg, e de R$ 2,09% em Santa Catarina, fechando em R$ 6,56/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Preços no mercado do frango sobem no PR e SC
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,00/kg, enquanto o frango no atacado teve queda de 1,57%, custando R$ 6,25/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. No Paraná, houve leve alta de 0,61%, chegando em R$ 4,92/kg, enquanto em Santa Catarina, o aumento foi de 12,59%, custando R$ 4,83/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (23), a ave congelada ficou estável em R$ 7,19/kg, enquanto o frango resfriado cedeu 11,69%, fechando em R$ 7,25/kg.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Preço mensal do frango vivo avança no mês
Os valores médios mensais do frango vivo vêm registrando pequenas altas de fevereiro para esta parcial de março
De acordo com dados do Cepea, o animal teve valorização de 0,7% de fevereiro para março (até o dia 22) no estado de São Paulo, com média atual de R$ 4,87/kg. A procura pela carne avícola teve ligeira melhora, o que resultou em aumento nos preços do animal no mercado doméstico. Quanto às cotações dos principais insumos da avicultura (milho e farelo de soja), observa-se ligeiro avanço para o cereal e forte queda para o derivado da soja, favorecendo o poder de compra do avicultor paulista.
Cepea
Influenza aviária: Uruguai vai adquirir 10 milhões de doses para vacinar galinhas
Face à ameaça epidemiológica da gripe aviária detectada, o Governo vai iniciar o processo de vacinação das galinhas poedeiras e reprodutoras, anunciou o Ministro Mattos. Além disso, explicou que serão importadas 10 milhões de doses do México e da França, para um esquema de dupla vacinação.
O titular do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) do Uruguai, Fernando Mattos, informou que foram detectados sete focos de gripe aviária, que estão distribuídos nos departamentos de Maldonado, Tacuarembó, Montevidéu, Canelones e, recentemente, no parque Tálice, nas Flores. “Claramente, isso mostra que há uma circulação viral e que corremos um risco crescente de afetar o sistema produtivo”, disse o chefe. Ele também indicou que, de acordo com as recomendações do comitê de vacinas do MGAP e de especialistas, o Presidente da República, Luis Lacalle Pou, decidiu iniciar a inoculação com duas doses, para galinhas poedeiras e reprodutoras. Nesse sentido, mencionou que nas próximas semanas chegarão dois tipos de vacinas: a inativada e a vetorizada, que serão adquiridas na França e no México. Mattos enfatizou que o sistema de vacinação já está programado em conjunto com as empresas, para atingir a cobertura precoce, pois a reação é gerada em cerca de 15 dias a partir da inoculação. "A melhor defesa para que o vírus não entre nos sistemas de produção são as medidas de biossegurança que devem ser adotadas", explicou o Secretário de Estado, que considerou que se houver apenas uma ave infectada em um galpão, todas devem ser eliminadas.
MGAP
GOVERNO
Brasil apresenta oportunidades de investimentos a empresários chineses
Fávaro ressaltou o fortalecimento da parceria comercial com a China e a intenção de ampliar as trocas comerciais
O Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, acompanhado da delegação brasileira, participou na sexta-feira, em Pequim, de um seminário com os principais representantes do setor de proteína animal do Brasil e da China. Fávaro ressaltou o fortalecimento da parceria comercial com a China, com a garantia da qualidade e segurança dos produtos agropecuários do Brasil. “Graças aos bons protocolos e aos sistemas sanitários brasileiro e chinês, podemos dar todas as garantias para que o governo e os empresários chineses possam oferecer a qualidade dos produtos oriundos do Brasil à sua população” disse. O Ministro também garantiu que o Brasil trabalha para ampliar a parceria com a China, por meio da habilitação de mais empresas e abertura de novos mercados para a entrada de produtos brasileiros. “É uma determinação do presidente Lula para que tenhamos dedicação na ampliação desses comércios. Queremos ampliar a habilitação de novos produtos e de novas plantas frigoríficas de carnes bovinas, suínas e de aves, para que isso seja uma oportunidade de emprego e renda para o Brasil e de segurança alimentar para a China”. Do lado brasileiro, participou do seminário o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. Também estiveram presentes representantes de importantes entidades chinesas como a China Meat Association (CMA), a China Animal Agriculture Association (CAAA) e a Câmara de Comércio para Importação e Exportação de Alimentos (CFNA). Na sexta-feira, Fávaro também participou do seminário multisetorial “Perspectivas da Parceria Brasil-China no Agronegócio”, com representantes de entidades brasileiras como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). Também participaram entidades chineses voltadas para investimentos em agricultura e representantes do Agricultural Bank of China, um dos maiores bancos comerciais do país.
MAPA
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Balança comercial do Paraná tem primeiro superávit do ano
Exportações superaram as importações e saldo acumulado do ano está em US$ 231 milhões. A Argentina superou a China, com 9,8% do total vendido pelo Paraná para fora. O país asiático ficou em segundo (9,4%), seguido por Estados Unidos (7,2%), México (5,3%) e Japão (4%)
Em fevereiro, as exportações do Paraná chegaram a US$ 1,6 bilhão, alta de 9,6% na comparação com fevereiro do ano passado. No acumulado do bimestre são US$ 3 bilhões, 9% acima do resultado registrado no mesmo período de 2022. Com isso, o estado figura entre os quatro primeiros do ranking nacional, respondendo por 7,8% de tudo que o país vendeu para fora. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Governo Federal. Já as importações ficaram em US$ 1,4 bilhão, com queda de 5,7% frente fevereiro do ano passado. Nos dois primeiros meses, acumulam US$ 2,8 bilhões, 3,2% a menos do que o resultado do ano anterior. O Paraná responde por 8% das compras do país no exterior e por 31% do que a região Sul adquiriu em fevereiro. Assim, o saldo da balança comercial paranaense fechou em superávit de US$ 202 milhões no mês e já acumula US$ 231 milhões nos dois primeiros meses do ano. Considerando apenas fevereiro, o saldo da balança brasileira está positivo, em US$ 2,8 bilhões. Os três estados do Sul registram déficit de US$ 720 milhões. Já no bimestre, o resultado é de superávit de US$ 5,1 bilhões e déficit de US$ 1,8 bilhão, respectivamente, no Brasil e na região Sul. “A China sempre foi o principal cliente do Paraná. Uma explicação para esse comportamento no mês é a diminuição das vendas de carne de frango para lá”, argumenta o analista de Assessoria Econômica e de Crédito da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe. No ano, a China continua sendo o principal mercado das exportações paranaenses, porém registra queda de 37% na comparação com o primeiro bimestre de 2022. Depois aparecem Estados Unidos (-21%), Argentina (+34%), Japão (+171%) e México (+37%). O Paraná importou produtos de 101 países em fevereiro, sendo a China o principal fornecedor (20%). Na sequência aparecem Estados Unidos (11%), Rússia (5,7%), Argentina (5,5%) e Alemanha (5,2%). No ano, China (-36%) e Estados Unidos (-18%) lideram, mas ambos vem perdendo mercado no estado. A Argentina dobrou suas vendas ao Paraná, mas Alemanha (+27%) e Índia (+137%) vem ganhando espaço. As mercadorias mais vendidas pelo estado em fevereiro foram carnes (19%), soja (18,9%), material de transporte (9,6%), cereais (7,4%) e produtos mecânicos (5,9%), além de madeira (5,5%). No bimestre, a exportação de carnes continuou representando 19,2% da pauta do Paraná, seguida por soja, material de transporte, cereais, madeira e mecânica. A redução nas vendas de soja para o mercado externo já está em 15% no ano. Já em relação às importações paranaenses, quase 63% se concentram em cinco grandes grupos no mês. Produtos químicos (25% das compras totais), petróleo e derivados (13%), material de transporte (10%), mecânica (9%) e materiais elétricos e eletrônicos (6%). No acumulado, embora seja o principal item, produtos químicos registram queda de 24% na comparação com os dois primeiros meses de 2022.
FIEP
Paranaguá bate recorde de contêineres refrigerados
Nesse cenário, o estado brasileiro que mais se destacou na produção de carne de boi foi Mato Grosso
O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) bateu o recorde mensal de movimentação de contêineres refrigerados (reefer) em fevereiro. “Ao todo, foram movimentados 20.810 TEUs (unidade de medida para um contêiner de 20 pés de comprimento) em 28 dias. O recorde anterior foi registrado em agosto de 2021 (20.709 TEUs)”, divulgou. “Estes números representam a movimentação de mais de 268 mil toneladas de carne. Do total, dois tipos de proteína lideram a demanda: frango (76%) e boi (17%). Em comparação aos meses de janeiro e fevereiro de 2022, a carne bovina foi a que apresentou o maior crescimento: 280%. Em janeiro, os destinos foram China (20%) e Emirados Árabes (5%), principalmente”, completa. Nesse cenário, o estado brasileiro que mais se destacou na produção de carne de boi para exportação pelo Porto de Paranaguá foi o Mato Grosso. Segundo o Gerente Comercial e de atendimento ao cliente da TCP, Giovanni Guidolim, “a flexibilidade de entrada antecipada das cargas feita pela TCP em 2022 aumentou em 5 vezes a movimentação de carne bovina do Mato Grosso em comparação a 2021. Esta flexibilidade permanece em 2023, favorecendo a demanda. O MT é líder na produção para exportação de proteína de boi pelo Paraná, representando 25% do total”. “Atualmente, a empresa é líder mundial no serviço de exportação de carne de frango e a flexibilidade logística foi uma aposta certeira para atender o mercado. O número elevado de serviços marítimos regulares, somado à ampla gama de modais logísticos como armazéns próprios e conexões com a ferrovia, permitiu que a TCP elaborasse fluxos logísticos sob medida para os clientes”, destaca.
TCP
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista cai ante real com fluxo de recursos e ajuste de posições
O dólar à vista fechou a sexta-feira em baixa ante o real, com participantes do mercado aproveitando as cotações mais altas para internalizar recursos e ajustar posições, enquanto no exterior a moeda norte-americana subia em meio à turbulência trazida pelo Deutsche Bank
Exportadores aproveitaram o dólar à vista acima dos 5,30 reais para vender moeda, o que colocou as cotações para baixo. Além disso, investidores que estavam comprados (posicionados na alta do dólar) no mercado futuro aproveitaram para realizar lucros, o que também pesou sobre as cotações. O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,2503 reais na venda, em queda de 0,75%. Na B3, às 17:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,91%, a 5,2580 reais. “Tivemos um fluxo positivo com dólar a 5,30 reais, houve bastante venda de exportador, tanto no pronto (moeda à vista) quanto no futuro. Na medida que vai vendendo, o dólar dá uma desacelerada”, disse Jefferson Rugik, Diretor da Correparti Corretora. “O dia até que começou nervoso, com o dólar em alta, mas contra fluxo não há argumentos”, acrescentou. Ao longo do dia, o dólar também perdeu um pouco de força no exterior em relação a algumas divisas de países exportadores de commodities, o que reforçou o viés de baixa para a moeda norte-americana no Brasil. Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16 mil contratos de swap cambial tradicional, ofertados na rolagem dos vencimentos de maio.
REUTERS
Ibovespa fecha em alta, mas acumula queda na semana
BRF ON saltou 11,35%, a 6,18 reais. Em 2023, até a véspera, as ações contabilizavam uma perda de quase 33%. A companhia divulgou na sexta-feira que sua fábrica em Marau (RS) foi autorizada pela China a exportar carne de frango ao país. A empresa está buscando a reabilitação de mais duas de suas unidades pela China para retomar embarques de frango e suínos
O Ibovespa fechou em alta na sexta-feira, reflexo de ajustes, um dia após renovar mínimas desde julho de 2022, mas o movimento não foi suficiente para reverter as perdas acumuladas na semana, marcada por reprecificação de expectativas otimistas em relação à trajetória da Selic. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,92%, a 98.829,27 pontos, mas contabilizando um declínio de 3,1% na semana. O volume financeiro no pregão somou 20,2 bilhões de reais. Para Werner Roger, sócio fundador da Trígono Capital, o desempenho reflete uma correção à reação exagerada na quinta-feira à decisão do Copom, favorecida pelo IPCA-15 de março, que mostrou desaceleração, com a alta em 12 meses passando a 5,36% de 5,63% em fevereiro sob a mesma métrica. "Ninguém espera uma redução da Selic antes do segundo semestre. Nenhuma novidade, portanto, nenhuma surpresa (com a comunicação do BC). O tom duro de até aumentar os juros é um claro recado ao arcabouço fiscal. Se alguém esperava algo diferente, é ingenuidade", afirmou Roger. A semana foi marcada ainda por decisão do Federal Reserve, que elevou também na quarta-feira a taxa de juros para a faixa de 4,75% a 5,00%, com uma mensagem em aberto, sinalizando que pode encerrar em breve o ciclo de aperto monetário, mas reforçando que segue vigilante com a inflação. Nas praças globais, a aquisição do Credit Suisse pelo UBS no último fim de semana trouxe algum alívio, mas não dissipou completamente as preocupações sobre os sistemas bancários nos Estados Unidos e Europa, na esteira do colapso repentino neste mês de dois bancos norte-americanos.
REUTERS
IPCA-15 desacelera alta em março a 0,69%
O IPCA-15 registrou desaceleração em março e o índice se aproxima dos 5% em 12 meses, mas com a pressão exercida pela gasolina ainda compensando o aumento mais fraco dos preços de alimentos
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou alta em março de 0,69%, depois de ter subido 0,76% em fevereiro, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira. Com o alívio no avanço do índice, o IPCA-15 acumula em 12 meses até março alta de 5,36%, de 5,63% em fevereiro. A meta para a inflação este ano é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA. Em março, oito dos nove grupos pesquisados apresentaram alta, com destaque para Transportes, responsável pela maior variação e o maior impacto no índice. Os custos desse grupo subiram 1,50% em março, após variação positiva de 0,08% em fevereiro, diante do aumento de 5,76% nos preços da gasolina, subitem com maior impacto individual no índice do mês. O etanol também pressionou ao avançar 1,96%, de queda de 1,65% no mês anterior. Por outro lado, Alimentação e bebidas subiu 0,20%, depois de alta de 0,39% em fevereiro. O movimento se deveu principalmente às quedas nos preços de produtos como batata-inglesa (-13,14%), tomate (-6,34%), cebola (-12,13%) e óleo de soja (-2,47%). O único grupo a apresentar queda em março foi Artigos de residência, de 0,18%, com redução de 1,81% dos itens de TV, som e informática.
REUTERS
PIB agropecuário do Brasil crescerá 11,6% em 2023, diz Ipea ao manter projeção
O PIB do setor agropecuário brasileiro deve crescer este ano 11,6%, apontou na sexta-feira o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), após uma queda de 1,7% em 2022
A estimativa de forte crescimento do setor, principalmente devido a uma recuperação da safra de soja ante 2022, foi mantida em relação à previsão anterior. O valor adicionado do segmento vegetal deve avançar 14,2 por cento em 2023 e a produção animal deve avançar 0,8%. "Na produção vegetal, as novas estimativas para as produções de milho e café na safra 2023/2024 compensaram a revisão para baixo na produção de soja e mantiveram o VA do setor com alta de 11,4%", disse o Ipea. Para este ano, a soja deve ter crescimento de 21,3%, o milho de 10,2%, e o café de 5,7%. As projeções para a produção de arroz e trigo, no entanto, são de queda de 6% e 13,8%, respectivamente. A previsão menos otimista para a produção animal em 2023 é justificada por uma desaceleração no crescimento da produção de suínos e na manutenção de um cenário adverso para a de leite. A previsão para produção pecuária é de alta de 2,6% para bovinos, 4,4% para aves e 3,2% para ovos. Por outro lado, a produção de suínos deve crescer 2,2% e a de leite terá uma queda de 1,4%.
REUTERS
Arrecadação sobe 1,3% em fevereiro e tem novo recorde
Aumento da massa salarial colabora para alta de fevereiro
A arrecadação federal de impostos somou R$ 158,995 bilhões em fevereiro e atingiu o maior patamar da série histórica iniciada em 1995. O aumento real foi de 1,28% na comparação com o mesmo período do ano anterior. No bimestre, o recolhimento de tributos chegou a R$ 410,739 bilhões, alta real de 1,19% em relação aos dois primeiros meses de 2022. Segundo a Receita Federal, o desempenho da arrecadação no mês passado foi puxado pela arrecadação atípica de R$ 2 bilhões em Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Além disso, o atual nível da taxa básica de juros (Selic), que anteontem foi mantida pelo Banco Central em 13,75% ao ano, contribuiu para elevação de 12% do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre rendimento de capital - incidentes sobre aplicações financeiras - totalizando R$ 14,08 bilhões. A receita previdenciária também pesou favoravelmente para o desempenho do período, com crescimento de 6,28%, para R$ 46 bilhões. O avanço é reflexo do aumento da massa salarial. “A avaliação é positiva porque todos os números estão em linha com nossas projeções e a gente percebe que o desempenho da atividade econômica continua sendo determinante para o resultado da arrecadação. Neste mês de fevereiro tivemos a surpresa positiva da massa salarial, o que significa que a atividade econômica também vem acompanhada de um nível de emprego”, disse o Coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal, Marcelo Gomide. Por outro lado, o governo deixou de arrecadar R$ 24,094 bilhões com desoneração tributária nos dois primeiros meses deste ano ante R$ 12,850 bilhões do mesmo período do ano passado. Somente em fevereiro deste ano, as desonerações somaram R$ 12,525 bilhões. No bimestre, as fontes de renúncia do governo federal no acumulado de 2023 foram: Imposto sobre Produtos Industrializados (R$ 3,8 bilhões); PIS/Cofins e Cide (R$ 7,5 bilhões); folha de salários (R$ 1,479 bilhões); planos de saúde (R$ 534 milhões); tributação de participação de lucros e resultados (R$ 527 milhões); depreciação acelerada de bens de capital (R$ 378 milhões); outros, no qual entra o Simples Nacional (R$ 10,685 bilhões). Com a reoneração dos combustíveis em vigor desde o início deste mês, o impacto será percebido nos próximos balanços. Em relação às importações de combustíveis, em que o fato gerador é diário, o impacto se dará já na divulgação do próximo mês. No caso PIS/Cofins, o efeito deve ser verificado em abril, com divulgação em maio. A Receita Federal ainda espera que até este mês a arrecadação sobretudo de contribuição social e Imposto de Renda “continue espelhando o resultado de 2022”, ano em que determinados setores da economia apresentaram resultados que ainda se refletem neste ano.
VALOR ECONÔMICO
POWERED BY
EDITORA ECOCIDADE LTDA
041 3289 7122
Comments