Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 339 |23 de março de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
China suspende embargo à carne bovina do Brasil, diz Fávaro
Venda tinha sido suspensa no início de março após detecção de caso atípico de vaca louca no Pará. Exames descartaram risco de contágio do rebanho; governos ainda não detalharam decisão
O governo da China suspendeu o embargo à importação de carne bovina produzida no Brasil, informou o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, à TV Globo. A decisão foi informada pelo governo brasileiro três dias antes de o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcar para a China, onde deve se encontrar com Xi Jinping para discutir, entre outros temas, avanços na pauta comercial entre os países. A Embaixada da China no Brasil ainda não divulgou a decisão oficialmente. Até a publicação desta reportagem, os dois governos ainda não tinham informado a data precisa para a retomada das vendas. Fávaro embarcou para a China na última segunda (20), quase uma semana antes da comitiva presidencial, e se reuniu com o ministro responsável pelo controle aduaneiro do país asiático, Yu Jianhua. Lula vai à China com 240 empresários, ministros e parlamentares, incluindo 90representantes do agronegócio. Os empresários custearão a própria viagem. China, Tailândia, Irã e Jordânia suspenderam as importações de carne bovina de todo o Brasil, no início de março, após um caso de vaca louca ter sido identificado no Pará no fim de fevereiro. Laboratórios internacionais, naquele momento, já tinham identificado que o caso de vaca louca era atípico e resultado do envelhecimento natural do animal. Na prática, isso significa que não havia risco de contaminação do rebanho.
G1/TV Globo
Boi gordo: atacado fragilizado e lentidão nos embarques travam negócios no País
Nas praças paulistas, as cotações do macho terminado avançam R$ 3/@ neste início de semana, atingindo R$ 280/@, no prazo, informa Scot Consultoria
Nas praças pecuárias paulistas, os compradores que atendem ao mercado interno têm encontrado resistência dos pecuaristas, que, desde o embargo chinês à carne bovina brasileira, reduziram as ofertas de boiadas gordas, apoiados pela boa condição das pastagens, informam os analistas da Scot Consultoria. Com isso, a pressão baixista imposta pelos frigoríficos de São Paulo perdeu força e a cotação do boi terminado destinado ao mercado interno, que trabalhava estável desde 24/2, subiu na terça-feira, 21 de março, apurou a consultoria com sede em Bebedouro (SP). Dessa maneira, os compradores abriram o dia ofertando R$ 3 a mais pelo boi gordo paulista, agora negociado por R$ 280 (no prazo, valor bruto). Por sua vez, os preços da vaca e da novilha terminadas continuaram estáveis no mercado de São Paulo, em R$ 257 e R$ 267/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). Para o “boi-China”, não houve oferta de compra. “As indústrias exportadoras seguem remanejando escalas de abate e bem-posicionadas, ou em férias coletivas”, justifica a Scot Consultoria. Segundo apurou a S&P Global, repedindo o dia anterior, o volume de negócios no mercado físico do boi gordo continua truncado. “As escalas de abate das unidades frigoríficas estão curtas, mas o número de plantas paralisadas e com menor apetite nas compras de gado limitam avanços mais consistentes nos preços da arroba”, esclarece a consultoria. Pelo lado de dentro das porteiras, os pecuaristas continuam segurando os animais no campo – graças às boas condições de pastagens –, à espera de preços melhores pelos lotes. Na avaliação da S&P Global, “as quedas acumuladas nos preços da arroba desde meados de fevereiro, quando houve o relato do caso atípico de ‘vaca louca’ no Pará, trouxe severos impactos as margens operacionais dos pecuaristas que, até então, seguiam animados com a recuperação dos preços da arroba naquele período”. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 273/@ (à vista) vaca a R$ 246/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 281/@ (prazo) vaca a R$ 258/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 268/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 246/@ (prazo) vaca a R$ 236/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 243/@ (à vista) vaca a R$ 221/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 240/@ (à vista) vaca a R$ 215/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca R$ 236/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 276/@ (à vista) vaca a R$ 240/@ (prazo); PA-Marabá: boi a R$ 226/@ (prazo) vaca a R$ 223/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 247/@ (prazo) vaca a R$ 236/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 209/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 227/@ (à vista) vaca a R$ 207/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 231/@ (à vista) vaca a R$ 205/@ (à vista).
Portal DBO/Scot Consultoria/ S&P Global
Indonésia aprova cota de importação de 100 mil toneladas de carne do Brasil
Válida até o fim deste ano, medida abrange 20 frigoríficos habilitados para embarcar produtos com certificação halal
O governo da Indonésia aumentou de 20 mil para 100 mil a cota anual de importações de carne bovina do Brasil. A medida, válida até 31 de dezembro deste ano, abrange 20 frigoríficos nacionais habilitados para embarcar produtos com certificação halal, que seguem as exigências das leis islâmicas vigentes no país asiático. O Ministério da Agricultura brasileiro já foi comunicado do aumento e confirmou a informação ao Valor. Na relação de plantas brasileiras que poderão acessar a cota para vender à Indonésia estão quatro da JBS, em Goiânia, Marabá (PA), São Miguel do Guaporé Agronegócios (RO) e Vilhena (RO), seis da Minerva, em Rolim de Moura (RO), Palmeira de Goiás (GO), Mirassol D'Oeste (MT), Araguaína (TO), José Bonifácio (SP) e Janaúba (MG), e três da Marfrig, em Tangará da Serra (MT), Promissão (SP) e Chupinguaia (RO). Válida até o fim deste ano, medida abrange 20 frigoríficos habilitados para embarcar produtos com certificação halal. Também estão na lista os frigoríficos da Frigon, em Jaru (RO), da Maxi Beef, em Carlos Chagas (MG), Astra, em Cruzeiro do Oeste (PR), Barra Mansa, em Sertãozinho (SP), Mercúrio, em Xinguara (PA), Frigol, em Água Azul do Norte (PA), e Vale Grande, em Matupá (MT). Ao todo, o Brasil tem 21 frigoríficos habilitados para exportar carne bovina para a Indonésia - apenas a unidade da Marfrig localizada em Várzea Grande (MT) ficou de fora. Neste ano, o país asiático habilitou 11 novas plantas, o que aumentou a possibilidade de as empresas brasileiras ampliarem suas vendas aos indonésios. Em 2019, quando a Indonésia abriu seu mercado para a carne bovina brasileira, os frigoríficos nacionais exportaram 3,5 mil toneladas (US$ 15,1 milhões) para o país. Em 2020, foram 4 mil toneladas (US$ 15,6 milhões), e em 2021, 16,6 mil toneladas (US$ 87,9 milhões). No ano passado, as vendas para os indonésios chegaram a 20,4 mil toneladas, que renderam US$ 110,1 milhões. A Indonésia importa cerca de 250 mil toneladas de carne bovina por ano. O principal fornecedor é a Austrália. Um documento de recomendação que o Ministério da Agricultura da Indonésia enviou ontem (21/3) ao Ministério do Comércio do país ontem mostra que a cota de importação de carne bovina congelada, desosssada e sem gordura atenderá a empresa PT. Berdikari. A companhia pertence à Bumn Food, holding alimentícia do governo indonésio com sede em Jacarta, a capital do país. O documento lista ainda os requisitos sanitários e de transporte para a exportação.
VALOR ECONÔMICO
SUÍNOS
Suínos: preços do animal vivo em queda
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 127,00/R$ 133,00, enquanto a carcaça especial cedeu 1,01%/0,97%, custando R$ 9,80/R$ 10,20 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (21), houve recuo de 1,49% em Minas Gerais, atingindo R$ 7,25/kg, baixa de 0,73% no Paraná, alcançando R$ 6,76/kg, retração de 1,59% no Rio Grande do Sul, custando R$ 6,80/kg, desvalorização de 1,32% em Santa Catarina, com preço de R$ 6,72/kg, e de 0,55% em São Paulo, fechando em R$ 7,20/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Quedas para o frango congelado e resfriado em SP
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,00/kg, enquanto o frango no atacado teve queda de 0,78%, custando R$ 6,37/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço não mudou, valendo R$ 4,29/kg, assim como no Paraná, fixado em R$ 4,89/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira, a ave congelada cedeu 0,55%, chegando a R$ 7,26/kg, enquanto o frango resfriado baixou 0,68%, fechando em R$ 7,25/kg.
Cepea/Esalq
Suécia relata gripe aviária H5N1 em aviário
A Suécia relatou um surto do vírus altamente patogênico da gripe aviária H5N1 em uma fazenda no sul do país, disse a Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH), com sede em Paris, na quarta-feira, enquanto a doença espalha-se na Europa e no mundo. O vírus matou 1.137 aves, com o restante do bando de 23.598 abatidos, disse a WOAH, citando um relatório das autoridades suecas.
REUTERS
INTERNACIONAL
FAO convoca autoridades de oito países da América Latina para trabalhar em respostas emergenciais a crises de gripe aviária
A reunião, que está sendo realizada na sede da Instituição, em Santiago do Chile, busca definir um plano de ação comum para enfrentar a doença na região. O evento contou com a presença do Ministro da Agricultura do Chile, Esteban Valenzuela, e representantes da Bolívia, Colômbia, Equador, Honduras, Panamá, Peru e Venezuela
Como parte da agenda de trabalho para enfrentar a crise da gripe aviária, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) convocou uma reunião para informar os países da América Latina sobre o plano de ação que a entidade fará para controlar o avanço da doença na região. O encontro, iniciado na terça-feira (21) e que terá duração de três dias, conta com a participação dos chefes dos serviços veterinários da Bolívia, Colômbia, Equador, Honduras, Panamá, Peru e Venezuela, além de autoridades da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). A inauguração contou com a presença do Ministro da Agricultura do Chile, Esteban Valenzuela, e da Representante da FAO Chile e Vice Representante Regional, Eve Crowley. “Realizar esta reunião é fundamental para melhorar a resposta regional à emergência da gripe aviária. Estamos trabalhando com as autoridades responsáveis desses países para conhecer suas experiências e ao mesmo tempo pactuar boas práticas, o que nos permitirá melhorar o controle e antecipar possíveis comportamentos da doença na América Latina e no Caribe. Como FAO, estamos fornecendo recursos financeiros e técnicos que contribuem para a gestão da crise atual”, disse Mario Lubetkin, Diretor Geral Adjunto e Representante Regional da FAO. Atualmente, surtos do vírus da Gripe Aviária Altamente Patogênica (HPAI) foram identificados em 14 países da América Latina: Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos da América, Honduras, México, Panamá, Peru, Uruguai e Venezuela. Registros na região mostram uma situação inédita gerada principalmente pela migração de aves silvestres da América do Norte. Até o momento, a Organização entregou mais de cinco mil kits de materiais essenciais para coleta de amostras, reagentes e equipamentos de laboratório, além de itens de proteção individual nesses países. Esses valores serão aumentados nos próximos meses para fornecer apoio aos países que o necessitem. Além disso, a FAO anunciou um curso virtual de preparação para a emergência da gripe aviária, ministrado em inglês e espanhol, gratuito e dirigido a todo o pessoal veterinário da região. O curso foi preparado em tempo recorde para responder à emergência e estará disponível a partir de 25 de abril e terá como prioridade profissionais veterinários e de saúde animal de países da América Latina e Caribe.
FAO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Produção de alimentos garante liderança do Paraná no setor industrial da Região Sul
O Paraná é o estado do Sul do Brasil que tem o maior Valor Bruto da Produção Industrial (VBPI). O resultado, que alcançou R$ 276,9 bilhões, elevou o estado à terceira colocação nacional, atrás de São Paulo (R$ 1,1 trilhão) e Minas Gerais (R$ 337,5 bilhões).
Os valores nominais (sem o desconto da inflação) são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados de 2020 (último disponível). São informações específicas da indústria de transformação, que inclui a atividade industrial, com exceção da construção civil e a extrativista. "Historicamente, São Paulo e Minas Gerais sempre lideraram o VBPI da Indústria de Transformação, em razão do grande número de unidades industriais instaladas e da expressiva produção", comenta Marcelo Alves, coordenador da assessoria econômica da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Ele traz dados que mostram que São Paulo responde por 34% do PIB Industrial nacional, por 26% do total de indústrias e por 31% de todos os empregos da Indústria de transformação do país. "Juntos, São Paulo e Minas Gerais são responsáveis por 44% do PIB Industrial nacional. Sem contar que têm mais indústrias de maior valor agregado, comparativamente ao Paraná, como automotivas e metalmecânicas. O Paraná contribui com 8,5% do PIB Industrial do país", informa o economista. A produção paranaense até há pouco tempo era muito pautada em commodities (matéria-prima), com pouca transformação. Nas últimas décadas, principalmente a partir de 1990, com a instalação das montadoras, a ampliação do setor metalmecânico e o crescimento das cooperativas no estado, com grandes investimentos em industrialização, o setor produtivo paranaense se expandiu. “E isso aconteceu, principalmente na esteira do carro-chefe do Paraná, a produção agropecuária, que começou a ser industrializada dentro do próprio estado, resultando na forte indústria de alimentos que temos hoje”, destaca Alves. “A indústria de alimentos é muito forte no estado, é uma das que mais produz e mais emprega. E, ao contrário de alguns outros segmentos, a produção e o processamento de alimentos não pararam na pandemia”, lembra Alves. “O bom desempenho, mesmo em um ano difícil, revela a consolidação deste setor no Paraná, principalmente pela forte atuação no mercado externo”, pontua. O Paraná é o primeiro estado do Brasil em exportação de carne de frango e de peixe e o segundo em carne suína. Investimentos das cooperativas impulsionam indústria de alimentos. O setor alimentício responde por 36% do valor total da produção da indústria de transformação do Paraná. Tradicionalmente forte, a indústria alimentícia cresceu de forma expressiva na última década. Investimentos pesados foram feitos, em especial pelo setor cooperativista, que ampliou plantas agroindustriais existentes e investiu em novas, com destaque para a produção de proteína animal, sobretudo a carne de frango.
GAZETA DO POVO
Copel prevê oferta de ações para privatização no 2º semestre
A elétrica Copel prevê que a oferta de ações visando sua privatização deverá ser realizada no segundo semestre deste ano, tendo como base os resultados financeiros da companhia referentes ao segundo trimestre, disse na quarta-feira o CEO da elétrica, Daniel Slaviero
Em teleconferência de resultados, ele destacou que essa operação tem um prazo para acontecer, uma vez que está relacionada à renovação da concessão da hidrelétrica Foz do Areia, com "data limite" para dezembro deste ano. O executivo comentou ainda que a Copel seguirá com venda de sua participação na termelétrica UEGA mesmo se a Petrobras, sua sócia no ativo, voltar atrás e resolver não desinvestir.
REUTERS
Lucro da Copel sobe 57,4% no 4º tri, a R$396,2 mi
A elétrica paranaense Copel registrou um lucro líquido de 624 milhões de reais no último trimestre de 2022, 57,4% acima do reportado um ano antes, conforme balanço divulgado na noite de terça-feira
Contribuíram para o aumento do lucro a melhora dos desempenhos em geração, transmissão e distribuição e um acréscimo de 328,0 milhões de reais na rubrica "Imposto de Renda e Contribuição Social", devido à dedução de valores em razão do pagamento de Juros sobre Capital Próprio, disse a Copel. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 4,3% no trimestre, para 902,1 milhões de reais, afetado pela reclassificação de um litígio em arbitragem protegida por sigilo e confidencialidade, com efeito de 453 milhões de reais em provisões. Excluindo esse e outros itens não recorrentes, o Ebitda trimestral subiu 37,3%, a 1,4 bilhão de reais. Os números da elétrica estatal, que está em processo de privatização, foram impulsionados por desempenhos positivos nas subsidiárias de geração e transmissão e de distribuição, além de uma melhora do resultado da distribuidora de gás Compagas. Já do lado negativo, a Copel destacou o não acionamento da usina termelétrica Araucária no último trimestre de 2022, em razão das condições hidrológicas mais favoráveis, o que reduziu a receita de suprimento de energia. Com isso, a Copel encerrou o ano de 2022 com um lucro líquido de 1,1 bilhão de reais, 77,2% menor que o registrado um ano antes. O indicador foi afetado por itens não recorrentes, com destaque para a provisão para destinação de créditos de PIS e Cofins, com impacto no Ebitda e no resultado financeiro, e pelo reconhecimento no ano anterior da compensação pela repactuação do risco hidrológico de suas usinas hidrelétricas.
REUTERS
ECONOMIA/INDICADORES
BC mantém Selic em 13,75% e prega cautela em meio a volatilidade
O Banco Central decidiu na quarta-feira manter a Selic em 13,75% ao ano e ressaltou que a conjuntura marcada por alta volatilidade nos mercados e expectativas de inflação desancoradas demanda maior atenção na condução da política monetária, apesar de uma redução de incerteza no quadro fiscal de curto prazo
"Os episódios envolvendo bancos nos EUA e na Europa elevaram a incerteza e a volatilidade dos mercados e requerem monitoramento", informou o comunicado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). "Em paralelo, dados recentes de atividade e inflação globais se mantêm resilientes e a política monetária nas economias centrais segue avançando em trajetória contracionista". Sem que o governo tenha ainda anunciado o seu novo arcabouço fiscal, o BC manteve a referência à incerteza sobre o arcabouço como um risco altista para a inflação. A manutenção da taxa básica de juros pela quinta reunião consecutiva foi decidida por unanimidade pela diretoria do BC e está em linha com a expectativa do mercado, de acordo com pesquisa Reuters, segundo a qual todos os 30 economistas consultados esperavam continuidade da Selic no mesmo nível. O segundo encontro do Copom após o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva ocorreu em meio ao prosseguimento das críticas do Presidente à condução da política monetária, além de uma mudança no cenário externo com sinais de uma crise bancária global. A opção pela manutenção da Selic ocorreu horas após o Banco Central dos Estados Unidos ter anunciado uma elevação em sua meta de juros em 0,25 ponto percentual, afirmando ser possível “algum” aperto adicional à frente em sua estratégia para conter a inflação. Com a decisão, o BC manteve a Selic a um patamar 11,75 pontos acima da mínima histórica de 2% ao ano, atingida em meio à pandemia de Covid-19 e que vigorou até março de 2021. A taxa básica segue no nível mais alto desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano.
REUTERS
Dólar recua ante o real após decisão do Fed sobre juros
O dólar à vista fechou em baixa ante o real na quarta-feira, na esteira do cenário externo, onde a moeda norte-americana também recuava ante outras divisas após o Federal Reserve anunciar um aumento de 0,25 ponto percentual em sua taxa básica de juros, para a faixa de 4,75% a 5,00% ao ano, como era esperado
Em seu comunicado, divulgado às 15h (horário de Brasília), o Fed também sinalizou que pode promover apenas mais uma elevação de juros, antes de dar fim ao atual ciclo de aumentos. Os comentários do Fed dispararam a busca por ativos de maior risco, o que fez as bolsas norte-americanas subirem após a decisão e as moedas de países exportadores de commodities se valorizarem. O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,2364 reais na venda, em baixa de 0,17%. Na B3, às 17:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,22%, a 5,2445 reais. Até o anúncio da decisão do Fed, o dólar oscilou em margens estreitas ante o real, com os investidores na expectativa pela divulgação. A moeda norte-americana se firmou no território negativo apenas após o Fed. “Foi somente 0,25 ponto de aumento. O Fed foi menos agressivo, inclusive nos comentários. Em função disso, o dólar acelerou a queda lá fora e as moedas emergentes subiram”, comentou Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16 mil contratos de swap cambial tradicional, ofertados na rolagem dos vencimentos de maio.
REUTERS
Ibovespa fecha em queda com sinalização ambígua do Fed
O Ibovespa fechou em queda na quarta-feira, após o Federal Reserve elevar a taxa de juros nos Estados Unidos e reforçar o compromisso para reduzir a inflação, embora tenha sinalizado que pode encerrar em breve o ciclo de aperto monetário no país na esteira do estresse no sistema bancário norte-americano
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,77 %, a 100.220,63 pontos. O volume financeiro somou 20 bilhões de reais. O banco central norte-americano elevou nesta quarta-feira a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 4,75% a 5,00%, conforme estimado pela maior parte do mercado, com projeções mostrando que 10 das 18 autoridades da instituição ainda esperam mais um aumento de 0,25 ponto no final deste ano. Em uma mudança importante, o comunicado que acompanhou a decisão do Fed não disse mais que "aumentos contínuos" nos juros provavelmente serão apropriados - linguagem presente nos comunicados desde março de 2022, quando teve início o ciclo de aumento dos juros nos EUA. Na visão de Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, o Fed "suavizou" no comunicado o discurso em relação a próximos aumentos, mas manteve em aberto o movimento para a próxima reunião, para observar os efeitos da recente crise bancária. Em comentários após a decisão, porém, o chair do BC norte-americano, Jerome Powell, afirmou que o Fed ainda precisa saber a extensão e a duração do aperto das condições financeiras desencadeado pela crise no setor bancário, enquanto também disse estar muito focado em reduzir a inflação. Para Dennis Esteves, especialista em renda variável e sócio na Blue3 Investimentos, após uma reação mais positiva à decisão em si e ao comunicado, o mercado perdeu fôlego com as falas de Powell no sentido de continuar buscando trazer a inflação para a meta (de 2%) e de que o mercado de trabalho segue apertado. Ele avaliou que Powell foi "ambíguo", uma vez que, ao mesmo tempo em que sinalizou que buscará ajudar os bancos, injetando liquidez, também adotou um tom ainda duro sobre a inflação, que pode significar que os juros não atingiram o pico.
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Governo reduz a R$107,6 bi projeção para rombo fiscal em 2023 com estimativa maior de receita
Os ministérios do Planejamento e da Fazenda projetaram na quarta-feira que o governo central fechará 2023 com déficit primário de 107,6 bilhões de reais, equivalente a 1,0% do Produto Interno Bruto (PIB), rombo menor do que o previsto no Orçamento, conforme relatório bimestral de receitas e despesas
O Orçamento deste ano estima um déficit fiscal de 228,1 bilhões de reais, rombo que o atual Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometeu diminuir com medidas de recomposição de receitas e corte de gastos. O objetivo, segundo ele, é diminuir o déficit do ano para algo em torno de 100 bilhões de reais. Pelas contas das pastas incluídas no primeiro relatório bimestral de receitas e despesas do novo governo, a projeção de receitas líquidas foi ampliada em 110 bilhões de reais, na comparação com o Orçamento aprovado, a 1,916 trilhão de reais. Contribuiu para esse incremento uma previsão de ganhos mais elevados no ano com Pis e Cofins, após o governo ter reonerado parcialmente combustíveis e editado medida que mudou a base de cálculo desses tributos. A melhora também foi impulsionada por estimativa de receita mais alta de Imposto de Renda, além de incorporação às contas do Tesouro de 26 bilhões de reais de recursos não sacados por trabalhadores no Pis/Pasep. A previsão de despesa total, por sua vez, foi reduzida em 10,6 bilhões de reais no ano, a 2,023 trilhões de reais, com revisões para baixo nos gastos com o Bolsa Família e benefícios previdenciários, compensados apenas parcialmente por elevações em créditos extraordinários e repasses a governos regionais. A melhora do resultado fiscal se deu a despeito de a Fazenda ter piorado, na semana passada, a projeção oficial para o desempenho da atividade econômica neste ano, passando a prever um crescimento de 1,61%, contra previsão de 2,10% feita em novembro pela gestão anterior da pasta, no governo anterior. "As novas expectativas convergem para o que havia sido anunciado em janeiro", disse o Secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Paulo Bijos, em referência ao pacote de ajuste fiscal apresentado por Haddad após tomar posse. Segundo o relatório, o Orçamento deste ano ainda tem um espaço de 13,6 bilhões de reais em relação ao limite do teto de gastos. Isso significa que não há necessidade de o governo bloquear verbas de ministérios para cumprir suas metas. Bijos afirmou que o reajuste adicional do salário mínimo, já anunciado pelo governo, não foi incorporado às contas porque ainda não foi oficializado. Segundo ele, se confirmado o valor de 1.320 reais a partir de maio, haverá impacto de 4,5 bilhões de reais nas contas deste ano, valor que será incorporado às contas mais à frente. Outra medida já anunciada, mas ainda não oficializada, a correção da faixa de isenção do Imposto de Renda também não foi incluída nas contas. O benefício deve gerar uma perda de receita de aproximadamente 3,2 bilhões de reais no ano. Na entrevista, o Secretário do Tesouro, Rogério Ceron, disse que as projeções orçamentárias oficiais apresentadas na quarta indicam que o governo caminha para recuperar a credibilidade fiscal e que será possível fechar 2023 com um déficit primário inferior a 100 bilhões de reais no governo central. O Secretário afirmou que os cálculos do relatório são conservadores e, com isso, será possível ver uma trajetória de melhora nos números ao longo do ano.
REUTERS
Fluxo cambial no Brasil +US$5,320 bi em março até dia 17, mostra BC
O Brasil registrou fluxo cambial total positivo de 5,320 bilhões de dólares em março até o dia 17, favorecido pela entrada de moeda tanto pela via comercial quanto pela financeira, após encerrar fevereiro com entradas líquidas de 4,774 bilhões de dólares, informou na quarta-feira o Banco Central
Os dados mais recentes são preliminares e fazem parte das estatísticas referentes ao câmbio contratado. Pelo canal financeiro, houve entradas líquidas de 302 milhões de dólares em março até o dia 17. Por este canal são realizados os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, as remessas de lucro e o pagamento de juros, entre outras operações. Pelo canal comercial, o saldo de março até o dia 17 foi positivo em 5,018 bilhões de dólares. No acumulado do ano até 17 de março, o Brasil registra fluxo cambial total positivo de 14,263 bilhões de dólares.
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