Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 337 |21 de março de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Morosidade de negócios no mercado do boi
O mercado brasileiro do boi gordo abriu a semana com baixo fluxo de negócios, caracterizando o dia típico para uma segunda-feira
“A estratégia da ponta vendedora é barganhar ao máximo, com intuito de trazer os valores da arroba de volta aos patamares antes do caso atípico de “vaca louca” no Pará”, relatou a S&P Global. “Todos os agentes do mercado continuam à espera de uma sinalização positiva da China em relação ao embargo à carne brasileira”, afirmou. Segundo apurou a Scot Consultoria, no mercado paulista, a semana começou com escalas de abate alongadas nas unidades frigoríficos, e os preços da arroba permaneceram estáveis. O boi gordo de São Paulo continua valendo R$ 277, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 257/@ e R$ 267/@ (preços brutos e a prazo). Para o “boi-China”, não houve oferta de compra. Na avaliação dos analistas S&P Global, os custos de produção têm recuado, mas ainda não permitem margens favoráveis devido aos preços mais baixos da arroba do boi gordo. No entanto, diz a consultoria, as boas condições de pasto permitem a retenção de animais terminados no campo, com o objetivo de galgar melhores preços. No atacado, os preços dos principais cortes bovinos recuaram nesta segunda-feira, um reflexo da lentidão das vendas, fato que deverá manter os frigoríficos na defensiva durante os próximos dias. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 281/@ (à vista) vaca a R$ 246/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 281/@ (prazo) vaca a R$ 258/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 268/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 246/@ (prazo) vaca a R$ 236/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 243/@ (à vista) vaca a R$ 221/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 242/@ (à vista) vaca a R$ 215/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca R$ 236/@ (prazo); GO-Sul: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca a R$ 236/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 276/@ (à vista) vaca a R$ 243/@ (prazo); PA-Marabá: boi a R$ 233/@ (prazo) vaca a R$ 223/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 247/@ (prazo) vaca a R$ 236/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 209/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 226/@ (à vista) vaca a R$ 202/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 231/@ (à vista) vaca a R$ 205/@ (à vista).
Portal DBO/Scot Consultoria/ S&P Global
Sem a China, média diária da exportação de carne bovina in natura recua 17,86%
Volume exportado de carne bovina atingiu 89,8 mil toneladas até a terceira semana de março/23
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (MDIC), o volume exportado de carne bovina in natura atingiu 89,8 mil toneladas até a terceira semana de março/23. No ano anterior, o volume total exportado no mês de março ficou em 169,1 mil toneladas em 22 dias úteis. A média diária ficou em 6,9 mil toneladas, queda de 10,1%, frente ao mês de março do ano anterior, com 7,6 mil toneladas. No comparativo semanal, a média diária teve um recuo de 17,86%, frente à semana anterior que estava em 8,4 mil toneladas. Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, as informações apontadas pela Secretaria já começam a refletir os efeitos da suspensão das exportações para a China em função da vaca louca no Brasil. Estamos começando a ver os efeitos, principalmente na média diária e isso deve se intensificar no mês de abril”, explicou. O preço médio do produto, US$ 4.863 por tonelada, teve queda de 17,6% frente à março de 2022, com US$ 5,904 por tonelada. O valor negociado ficou em US $ 436,7 milhões. A média diária, US$ 33,5 milhões teve queda de 26,00%, frente a março do ano passado, US$ 45,3 milhões.
AGÊNCIA SAFRAS
SUÍNOS
Quedas para as cotações na suinocultura
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF teve queda de 4,35%/4,20%, chegando a R$ 132,00/R$ 137,00, enquanto a carcaça especial cedeu 1,96%/0,95%, custando R$ 10,00/R$ 10,40 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (17), o preço ficou estável somente em Santa Catarina (R$ 6,89/kg). Houve recuo de 0,93% em Minas Gerais, baixando para R$ 7,47/kg, leve queda de 0,14% no Paraná, valendo R$ 6,97/kg, retração de 1,00% no Rio Grande do Sul, caindo para R$ 6,96/kg, e de 1,60% em São Paulo, fechando em R$ 7,38/kg.
Cepea/Esalq
Exportações de carne suína em 13 dias úteis já chegam a 83% da receita de março/22
De acordo com informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (MDIC), as exportações de carne suína in natura nos 13 dias úteis de março atingiram 83% do faturamento de todo o mês de março de 2022.
A receita, US$ 143 milhões, representa 82,6% do montante de março de 2022, com US$ 174,2 milhões. No volume embarcado, as 59.285 toneladas são 72,9% do total registrado em março do ano passado, com 81.288 toneladas. A receita por média diária foi de US$ 11.000, valor 38,9% maior do que o de março de 2022. No comparativo com a semana anterior, houve incremento de 4,33%. Em toneladas por média diária, 4.560 toneladas, houve aumento de 23,4% no comparativo com o mesmo mês de 2022. Em relação à semana anterior, alta de 4,6%. No preço pago por tonelada, US$ 2.412, ele é 12,5% superior ao praticado em março passado. O resultado, frente a semana anterior, representa a queda de 0,2%.
AGÊNCIA SAFRAS
Coreia do Sul relata caso de peste suína africana
A Coreia do Sul relatou outro caso de peste suína africana (PSA), emitindo uma ordem de paralisação de granjas de suínos e instalações relevantes nas regiões do norte do país, informou o Ministério da Agricultura na segunda-feira
O quinto caso de PSA no país em 2023 foi confirmado depois que 50 porcos morreram em uma fazenda de porcos com 12.842 porcos criados em Pocheon, cerca de 40 km a nordeste da capital Seul, de acordo com o Ministério da Agricultura, Alimentação e Assuntos Rurais. Para bloquear a transmissão entre fazendas, uma ordem de paralisação foi emitida por 48 horas até as 5h, horário local de quarta-feira, sobre trabalhadores e veículos relacionados a instalações pecuárias, como fazendas de porcos, matadouros e fábricas de ração na cidade ocidental de Incheon, província de Gyeonggi, e a parte norte da província de Gangwon. As autoridades planejaram abater os porcos na fazenda em Pocheon e realizar um exame minucioso nas fazendas dentro de um raio de 10 km da fazenda afetada, bem como em outras fazendas e instalações relevantes.
Xinhua
Peste Suína Africana em Cebu e mais outras quatro cidades nas Filipinas
O vírus da peste suína africana (PSA) foi detectado em Cebu e outras quatro cidades da região, informou o Departamento de Agricultura da Indústria Animal (BAI) na segunda-feira
O BAI disse que as cidades de Liloan, Tuburan, Sibonga e Bogo City também relataram casos de PSA. “A coleta de amostras foi realizada em fazendas de fundo de quintal pelas respectivas unidades do governo local (UGLs) como parte da investigação e vigilância da doença”, disse o comunicado. As amostras foram encaminhadas ao Laboratório Regional de Referência e Diagnóstico de Doenças Animais (RADDL) da região e testadas por meio da reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR), padrão ouro para testar e confirmar o vírus da PSA. A agência disse que continua coletando dados para determinar a extensão do surto na província de Cebu. Ele disse que o mapa de zoneamento e as detecções de relatórios continuarão com base na Circular Administrativa nº 2, Série de 2022 do DA, o Plano Nacional de Zoneamento e Movimento para a Prevenção e Controle da Peste Suína Africana, para orientar o movimento de suínos e produtos relacionados em todAS diferentes zonas do país. O mapa de zoneamento também serve de referência para as áreas do país que permanecem livres de PSA e se recuperando dos efeitos da doença.
Bai Filipinas
ABCS vê abrandamento de desafios para setor de suínos, foco em sanidade
A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) avalia que o cenário para o setor neste início de ano está menos desafiador em relação a anos recentes e tem perspectivas positivas para 2023, apesar das questões relacionadas à sanidade animal na cadeia de proteína animal como um todo, segundo boletim divulgado na segunda-feira (20)
“O início de ano sempre é desafiador para os suinocultores, mas este ano o desafio está mais brando que nos anos recentes e o horizonte ainda é animador, apesar dos riscos que se apresentam e do alto nível de endividamento do setor que passou por um longo período de crise”, disse o Presidente da entidade, Marcelo Lopes. A ABCS avalia que o foco de atenção do setor de proteína animal em 2023 será a sanidade animal, enquanto a peste suína africana se agrava na China e a influenza aviária se espalha pelo mundo. “Ainda é cedo para se avaliar o impacto destas enfermidades na dinâmica do mercado de carnes, mas é preciso monitorar estas variáveis”, disse a entidade. A ABCS também defende que o Brasil precisa revisar o protocolo sanitário assinado com a China em relação à suspensão imediata das exportações de carne bovina para o país asiático em caso de ocorrência de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) atípica. A entidade disse que “é evidente que o sistema de produção brasileiro de bovinos é altamente seguro, mas casos atípicos continuarão aparecendo e estes embargos, ainda que transitórios, causam prejuízos irreparáveis às cadeias brasileiras de proteína animal”. Após a notificação do caso de EEB atípica pelo governo brasileiro, no fim de fevereiro, o mercado de suínos passou a registrar queda contínua de preços, que estavam em trajetória de alta desde o fim de janeiro, segundo a ABCS. A entidade disse que não há fatores que sustentem esse recuo por muito tempo já que a disponibilidade interna de carne suína está atualmente mais ajustada à demanda. O suíno vivo acumula queda nos preços nas principais praças acompanhadas pelo índice Cepea/Esalq no acumulado de março, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A carcaça suína especial caiu 6,2% em março, até a sexta-feira (17), a R$ 10,59/kg.
CARNETEC
FRANGOS
Frango continua sua estabilidade
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,00/kg, enquanto o frango no atacado teve queda de 1,07%, custando R$ 6,50/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço não mudou, valendo R$ 4,29/kg, assim como no Paraná, fixado em R$ 4,89/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (17), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado não mudaram de preço, custando, ambos, R$ 7,30/kg.
Cepea/Esalq
Exportações de frango é 32% maior na receita do que a de março do ano passado
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (MDIC), as exportações de carne de aves in natura nos 13 dias úteis de março tiveram melhor desempenho em relação ao mesmo mês do ano passado, mas recuaram no comparativo com a semana anterior
A receita, US$ 548,3 milhões, representa 78,26% do montante obtido em março de 2022, com US$ 700,6 milhões. No volume embarcado, as 291.347,22 toneladas são 75,77% do total registrado em março do ano passado, com 384.502, toneladas. A receita por média diária, US$ 42,1 milhões, é 32,4% superior à registrada em março de 2022. No comparativo com a semana anterior, queda de 5,7%. Em toneladas por média diária, 22.411 toneladas, houve alta de 28,2% no comparativo com o mesmo mês de 2022. Quando comparado ao resultado da semana anterior, recuo de 5,2%. No preço pago por tonelada, US$ 1.882, ele é 3,3% superior ao praticado em março do ano passado. Frente ao valor da semana anterior, baixa de 0,5%.
AGÊNCIA SAFRAS
Gripe aviária avança na Argentina e atinge 60 casos
De acordo com informações divulgadas na noite de domingo pelo Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina, foi confirmado confirmou 1 novo caso positivo de gripe aviária (IA) H5 em aves da província de Santa Fé (Colônia Cavour), elevando o total de detecções da doença para 60 até agora em todo o país.
Desta forma, das mais de 300 notificações analisadas pelo Laboratório Senasa, até o momento os casos confirmados são: 49 em aves de quintal, sete no setor comercial e quatro em aves silvestres. Os casos foram detectados nos seguintes locais: 18 em Córdoba, 15 em Buenos Aires, 7 em Neuquén, 7 em Santa Fe, 4 em Río Negro, 2 em San LuÍs, 2 em Chaco, 2 em La Pampa, 1 em Jujuy, 1 em Santiago del Estero e 1 em Salta.
Senasa
EMPRESAS
Paranaense Alegra Foods quer alcançar 1,5 mil clientes em São Paulo até o fim do ano
Empresa prevê que receita no Estado deve crescer 30% em 2023, para R$ 180 milhões
A Alegra Foods, empresa criada no Paraná em 2015 pelas cooperativas Frísia, Capal e Castrolanda, começou a operar um centro de distribuição em Barueri (SP), seu terceiro no Brasil, a fim de crescer no maior mercado consumidor do País. Com ele, poderá atender mais rapidamente aos atacadistas e avançar no varejo (supermercados) e food service (padarias, pizzarias e restaurantes). De cerca de 600 clientes no Estado, quer chegar a 1.500 até o fim do ano, conta Luiz Otávio Morelli, Superintendente da Alegra. A estratégia deve elevar as margens de lucro, pela venda de produtos de maior valor agregado, como salames e presuntos. “São itens com grande demanda em São Paulo”, diz. A receita no Estado deve crescer 30% em 2023, para R$ 180 milhões.
Broadcast Agro
Cooperativa Lar celebra 59 anos em seu melhor momento
Fundada em 19 de março, por um grupo de 55 pequenos produtores rurais que vieram do Sul do Brasil, a Lar Cooperativa iniciou sua história em Missal (PR) e em 2023 completa 59 anos com seus produtos presentes em todos os estados brasileiros e exportando para 87 países
A Lar Cooperativa Agroindustrial é a cooperativa que mais emprega no Brasil, mais de 25 mil funcionários, e já próximo de 14 mil famílias associadas. Com apenas 23 anos na avicultura, a Lar é a terceira maior marca de abate de frangos no país, com um abate diário total de mais de 1 milhão de aves. “A Lar vive sem nenhuma dúvida, a sua melhor fase, o seu melhor momento”, comenta o Diretor-Presidente durante entrevista para o rádio. Irineo da Costa Rodrigues destacou que a Lar foi a cooperativa que mais investiu nos últimos quatro anos no território nacional, R$ 3,053 bilhões, e ela está pronta, atingiu o tamanho esperado e daqui pra frente não precisará investir muito. “Nos tornamos também a segunda maior cooperativa agrícola do país, e uma cooperativa voltada às pessoas, procurando criar novos negócios, como é o caso agora da Lar Máquinas, da Lar Credi e da nossa corretora de seguros para podermos fazer o melhor atendimento à família associada”, relatou o dirigente. Atualmente são 34 unidades de atendimento aos associados no Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, e também 59 pontos de recepção de grãos nos mesmos estados. Na agregação de valor à produção são duas indústrias de soja, seis indústrias de rações e quatro indústrias próprias de aves. O diretor-presidente recorda como o ingresso no Paraguai há 26 anos, no Mato Grosso do Sul há mais de 20 anos, como também produzir sementes de qualidade há mais de 26 anos em Santa Catarina, foram ações necessárias para que a Cooperativa tivesse sustentação. “Precisamos trazer grãos de outros locais, porque na nossa região Oeste do Paraná recebemos menos de 50% do volume de milho que nós precisamos para manter as atividades de pecuária. Hoje a Lar transforma 96 mil sacas de milho em ração todos os dias”, destacou Irineo.
Imprensa Lar
INTERNACIONAL
Reino Unido confirma caso atípico de vaca louca em animal de 17 anos
Na segunda-feira (20), a Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) confirmou um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina no Reino Unido. As autoridades informaram que o caso aconteceu em uma vaca nativa de 17 anos em uma fazenda de aleitamento e que o animal foi abatido em 27 de fevereiro, seguindo o protocolo sanitário
Segundo as informações da OMSA informaram que o animal não foi apresentado para abate e não entrou na cadeia alimentar. “A carcaça inteira foi descartada como material de categoria 1 e não tem nenhuma ameaça à segurança alimentar ou à saúde humana. Investigações epidemiológicas seguem em andamento”, informou a OMSA em seu relatório. O resultado do exame deu positivo para a doença e o caso foi classificado como atípico, na qual aconteceu de forma espontânea nos bovinos. O último caso reportado pelo País foi em 2015, mas o Reino Unido segue com status de risco insignificante para a doença.
OMSA
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Indústria do álcool protesta contra licitação de área portuária no Paraná
O Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Paraná (Sialpar) e a empresa Álcool do Paraná Terminal Portuário S.A. estão questionando judicialmente o leilão da área portuária do Porto de Paranaguá, conhecida por PAR50
A área, destinada à movimentação de granéis líquidos, foi leiloada pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), no dia 24 de fevereiro, na Bolsa de Valores do Brasil (B3). Foi arrematada por R$ 1 milhão em um único lance pela empresa paranaense FTS Participações Societárias. A empresa terá que investir R$ 338 milhões nos próximos três anos para a ampliação da capacidade operacional. A Álcool do Paraná argumenta que uma parcela da área leiloada é atualmente ocupada pelo Terminal Público de Álcool, que desde 2008 funciona sob responsabilidade da Álcool do Paraná, por meio de uma parceria público-privada (PPP) firmada entre a empresa e o governo estadual. A parceria foi firmada no âmbito do Programa de Expansão do Setor Sucroalcooleiro Paranaense, criado pelo Poder Executivo do estado em 2008. O programa foi extinto no ano passado pelo decreto estadual nº 11.399/22.
A empresa alega também que investimentos significativos foram feitos na área pelo setor privado e que o edital do leilão não estabeleceu nenhuma forma de indenização. Além disso, informa que nenhum termo de transição foi previsto. “Na época, foram investidos R$ 37 milhões, o que em valores atualizados correspondem a R$ 70 milhões”, informa o Sialpar. O sindicato se queixa de não ter sido envolvido nas conversações sobre a licitação da área e pede a abertura de um canal de diálogo com o governo do Estado. Mas, até o momento, as tentativas do setor alcooleiro de questionar juridicamente o leilão foram infrutíferas. A Appa informou que o leilão seguiu todos os trâmites previstos e reiterou que todas as ações ajuizadas foram indeferidas. “O setor sucroenergético se viu totalmente desconsiderado pelo poder público do Paraná”, afirma o sindicato. Para a entidade, “o fato de não existir um período de transição é muito complexo porque há contratos de longo prazo a serem ainda cumpridos em 2023". A Álcool do Paraná Terminal Portuário impetrou mandado de segurança contra o presidente da comissão de licitação da Appa, Marcos Alfredo Bonoski, e contra o presidente da (Appa), Luiz Fernando Garcia, pedindo a suspensão do leilão. Embora a liminar ao mandado de segurança tenha sido negada pela juíza substituta da 5ª Vara Federal de Curitiba, Giovanna Mayer, ela observa que “eventuais discussões remuneratórias e indenizatórias com a Appa podem e devem ser discutidas em ação autônoma, não havendo necessidade de o novo edital prever tal medida”. Além da empresa Álcool do Paraná, o Sialpar também recorreu à Justiça. Neste caso, contra o estado do Paraná e a Appa. Em ação civil pública, o sindicato pede tutela de urgência com o objetivo de suspender os efeitos do decreto estadual que extinguiu o Programa de Expansão do Setor Sucroalcooleiro Paranaense. O programa viabilizou, na época, a parceria público-privada para que as indústrias fabricantes de álcool administrassem o terminal. O pedido foi negado pelo juiz Friedmann Anderson Wendpap, da 1ª Vara Federal de Curitiba. Na decisão, o magistrado justifica que “ainda que haja legítima preocupação do setor com o seu próprio desenvolvimento regional e nacional, trazendo no bojo da defesa dos interesses teses ambientalistas, geração de riquezas e empregos, entendo que cabe exclusivamente aos Poderes Executivo e Legislativo o desenho das políticas públicas estaduais”. Além disso, o juiz afirma: “ainda que seja verdadeira a afirmação da parte autora de que a política pública atingiu o objetivo inicial, isso não significa que ela deve ser mantida perpetuamente, sendo plausível a conclusão de que, após 17 anos de investimentos de recursos públicos diretos e indiretos, o setor conseguiu se desenvolver a ponto da autonomia econômica e capacidade competitiva”. Apesar de negar a tutela de urgência, o juiz ressalva que "a extinção da política pública e das benesses decorrentes, não impede eventual análise de pedido de indenização por investimentos realizados para gozo das vantagens”.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar cai ante real após compra do Credit Suisse. Mercado à espera de arcabouço, BC e Fed
O dólar à vista fechou a segunda-feira em baixa ante o real, com investidores reagindo ao ambiente mais positivo no exterior, após o banco UBS ter anunciado a compra do Credit Suisse, e à espera do novo arcabouço fiscal e das decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos
O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,2429 reais na venda, em baixa de 0,54%. "O mercado está relativamente tranquilo com a questão do setor financeiro, primeiro pela atuação do Federal Reserve e, agora, pelo UBS juntamente com o banco central suíço, que estancaram a situação no Credit Suisse", comentou mais cedo Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos da Financeiros da Commcor DTVM. De acordo com o diretor da Correparti Corretora, da Jefferson Rugik, o dia foi de “pausa” da crise bancária. “Pesou para a mudança do sentimento a confirmação da venda do Credit Suisse para o UBS. Mas o mercado de câmbio ficou em compasso de espera para a divulgação do arcabouço fiscal pelo governo”, comentou Rugik, ao justificar as oscilações limitadas do dólar ante o real na segunda-feira. Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que membros do governo façam mais reuniões com os presidentes da Câmara e do Senado, com líderes partidários e economistas antes da apresentação oficial do arcabouço fiscal. O próprio Haddad se reuniu na segunda-feira com os líderes do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), e no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA). Além disso, o Ministro foi até a residência oficial do Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O governo busca apoio para a proposta, vista como fundamental para aliviar as pressões nos mercados. Ao final dos encontros, Haddad disse que o arcabouço está na fase final, e o anúncio depende apenas de ajustes pontuais. Pela manhã, o BC venceu 9.000 dos 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de maio.
REUTERS
Ibovespa fecha em queda com Petrobras
O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira, com o declínio das ações da Petrobras, descolando a bolsa paulista de pregões no exterior, onde prevaleceu o alívio após a aquisição do Credit Suisse pelo UBS e de uma ação coordenada de bancos centrais
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,04%, a 100.922,89 pontos. Declarações do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltando a destacar que investimentos e avanços sociais não podem ser colocados como gastos e a defender o uso de bancos públicos para a oferta de crédito e o financiamento do desenvolvimento do país causaram incômodo em meio às discussões sobre a regra fiscal. Na definição da nova âncora fiscal, segundo o Vice-Presidente, Geraldo Alckmin, terá como base a curva da dívida, o superávit e o controle de gasto. No exterior, Wall Street teve uma sessão positiva, com a aquisição do Credit Suisse pelo UBS apoiada por autoridades e a ação coordenada de bancos centrais trazendo algum alívio, enquanto agentes especulam sobre a decisão de juros do Federal Reserve (Fed) nesta semana, principalmente a chance de pausar a alta na taxa. "O ambiente de elevação dos riscos bancários e financeiros tornam a decisão (nos EUA) mais incerta, assim como a comunicação do Fed, que incluirá a revisão das projeções dos membros do Fomc para inflação, atividade econômica e juros", disse o Departamento de Economia do Bradesco em nota a clientes. Além do Fed, o Banco da Inglaterra e o Banco Central do Brasil também anunciam decisões de política monetária nesta semana. No caso do BC brasileiro, pesquisa da Reuters publicada na sexta-feira apontou que o Copom insistirá em sua postura agressiva na próxima semana, deixando a taxa Selic no nível mais alto em seis anos, ao mesmo tempo em que provavelmente afastará as esperanças de qualquer afrouxamento iminente. Seria a quinta reunião consecutiva em que o BC manteria a Selic em 13,75%, após interromper um ciclo agressivo de alta dos juros.
REUTERS
Boletim Focus: projeção para inflação de 2023 cai
Para o PIB, a projeção de 2023 recuou para 0,88% enquanto a de 2024 caiu para 1,47%, a de 2025 recuou para 1,70% e a 2026 contraiu para 1,80%
A projeção de inflação para 2023 feita pelos analistas de mercado teve ligeira queda nesta semana, de 5,96% para 5,95%, mas as estimativas subiram para 2024, 2025 e 2026, de acordo com dados divulgados na segunda-feira (20) no Relatório Focus, do Banco Central. A projeção do IPCA de 2024 avançou de 4,02% para 4,11, a de 2025 permaneceu saiu de 3,80% para 3,90% e a de 2026 subiu de 3,79% para 4,00%. Especificamente para os preços administrados, a projeção do IPCA para 2023 manteve a tendência de alta verificada há 16 semanas e passou de 9,13% para 9,36. Há um mês, a projeção estava em 9,01%. A estimativa para 2024 também subiu, de 4,40% para 4,50%. A de 2025 avançou de 3,94% para 4,0% e a de 2026 estacionou em 4,0%. Para o Produto Interno Bruto (PIB) a projeção de 2023 recuou de 0,89% para 0,88% enquanto a de 2024 caiu de 1,50% para 1,47% e a de 2025 recuou de 1,80% para 1,70%. A de 2026 contraiu de 1,98% para 1,80%. A previsão da taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) foi mantida em 12,75% para 2023, enquanto a de 2024 continuou em 10,0%. Ambas estacionaram no mesmo patamar há cinco semanas seguidas. A de 2025 permanece há seis semanas em 9,0%. Já a de 2026 subiu de 8,75% para 9,0%. A estimativa para o dólar foi mantida em R$ 5,25 para este ano (7ª semana seguida de estabilidade) e continuou pela terceira semana seguida em R$ 5,30 para 2024. A projeção para 2025 está em R$ 5,30 há 13 semanas. Já de 2026, a avançou de R$ 5,35 para R$ 5,40.
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