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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 333 DE 15 DE MARÇO DE 2023


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 3 | nº 333 |15 de março de 2023


NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL


BOVINOS


Mercado lento, preços estacionados

Segundo a Scot Consultoria, a expectativa dos frigoríficos é de que, até o final do mês, as exportações de carne bovina à China sejam retomadas


Na terça-feira, 14 de março, o mercado físico do boi gordo registrou estabilidade na maioria absoluta das praças brasileiras, apesar do panorama sugerir um certo viés altista aos preços da arroba, relatou a S&P Global Commodity Insights. Segundo a consultoria, frigoríficos e pecuaristas seguem em ritmo de cautela, um reflexo das incertezas sobre o consumo interno de carne bovina, além da continuidade do embargo chinês ao produto brasileiro. No cenário externo, ressalta a S&P Global, ainda não há nenhuma posição mais concreta em relação à retomada das vendas de carne bovina à China. “O segmento de exportação segue parcialmente paralisado, apesar dos volumes anteriormente contratados apresentarem fluxo de escoamento regular”, disse a S&P Global. No mercado doméstico, as vendas de carne bovina permanecem irregulares. “As perspectivas para o consumo interno da proteína não são tão otimistas”, afirma a S&P Global. “A dinâmica da demanda doméstica neste início de ano pode ser apenas um começo de um cenário mais desafiador ao longo de 2023”, acrescenta. Para a Scot Consultoria, a expectativa dos frigoríficos é de que, até o final do mês, a exportação de carne bovina à China seja retomada. Porém, enquanto isso, as referências de preço dos animais terminados seguem estáveis no Estado de São Paulo, uma das principais referências para as outras praças pecuárias do País. Com isso, o boi gordo é negociado por R$ 277/@, enquanto a vaca e a novilha gordas estão valendo R$ 260/@ e R$ 270/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). No momento, diz a Scot, não há ofertas de compra para o “boi-China” (abatido mais jovem, com até 30 meses de idade). Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 271/@ (à vista) vaca a R$ 246/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 281/@ (prazo) vaca a R$ 258/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 266/@ (prazo) vaca a R$ 236/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 217/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 217/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 234/@ (à vista) vaca a R$ 212/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 246/@ (prazo) vaca R$ 231/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 231/@ (prazo); PA-Marabá: boi a R$ 231/@ (prazo) vaca a R$ 209/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 246/@ (prazo) vaca a R$ 227/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 227/@ (prazo) vaca a R$ 207/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 222/@ (à vista) vaca a R$ 202/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 231/@ (à vista) vaca a R$ 212/@ (à vista).

Portal DBO/Scot Consultoria/ S&P Global


Preço da carne exportada caiu 17,5%

Em relatório divulgado ontem, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou que o preço médio da carne bovina fresca, refrigerada e congelada exportada na segunda semana de março foi de US$ 4.869 mil por tonelada, o que representa uma queda de 17,5% em relação aos preços médios de março de 2022, quando o valor registrado foi de US$ 5,904 mil por tonelada


Nos primeiros 8 dias úteis de março de 2023, os embarques de carne bovina fresca, refrigerada e congelada atingiram 67,4 mil toneladas, em comparação com 169,1 mil toneladas em 22 dias úteis no ano anterior. A média diária exportada na segunda semana de março foi de 8,4 mil toneladas, um aumento de 9,6% em relação a março do ano anterior, quando a média diária foi de 7,6 mil toneladas. O valor negociado para o produto na segunda semana de março foi de US$ 328,357 milhões, em comparação com US$ 998,592 milhões em março do ano anterior. Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, a queda nos preços médios da carne pode ser atribuída ao processo de renegociação de contratos e à queda dos preços da carne bovina no mercado internacional.

AGÊNCIA SAFRAS


SUÍNOS


Cotações de suínos cedem na terça-feira

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 138,00/R$ 143,00, enquanto a carcaça especial teve recuo de 0,95%/2,73%, custando R$ 10,40/kg/R$ 10,70/kg.


Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (13), o preço ficou estável somente em São Paulo, valendo R$ 7,54/kg. Houve baixa de 1,02% em Minas Gerais, chegando a R$ 7,74/kg, retração de 0,28% no Paraná, atingindo R$ 7,05/kg, desvalorização de 0,14% no Rio Grande do Sul, caindo para R$ 7,03/kg, e de 0,29% em Santa Catarina, fechando em R$ 6,85/kg.

Cepea/Esalq


FRANGOS


Cotações estáveis para o mercado do frango

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,00/kg, enquanto a ave no atacado teve discreto aumento de 0,45%, custando R$ 6,65/kg


Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. No Paraná, o preço ficou inalterado em R$ 4,92/kg, assim como Santa Catarina, valendo R$ 4,29/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (13), tanto a ave congelada quanto a resfriada não mudaram de preço, cotadas, respectivamente, em R$ 7,30/kg e R$ 7,29/kg.

Cepea/Esalq


Chile confirma primeiro caso de gripe aviária em granja comercial e suspende automaticamente exportação de carne de aves

O Serviço Agropecuário (SAG) do Chile confirmou a detecção do primeiro caso de gripe aviária no setor privado, correspondente a uma unidade industrial avícola localizada na Região de O'Higgins


Após a constatação, o SAG ativou o protocolo existente que envolve o abate das aves afetadas e o isolamento da área, medidas sanitárias que visam evitar a propagação da doença para outras granjas avícolas. O ministro da Agricultura, Esteban Valenzuela, especificou que é "um caso comprovado em um campus da Agrosuper no setor oeste da comuna de Rancagua. O SAG procedeu ao controlo da referida área e de imediato, além disso, cumprindo as mais rigorosas normas, foi informada a Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) e, por isso, foi encerrada a exportação de carne de aves”, deteve a autoridade. A medida, tomada pela SAG, traduz-se na autosuspensão da certificação das exportações de produtos avícolas nacionais, decisão comunicada à OMSA e a todos os seus parceiros comerciais. A esse respeito, Carlos Orellana, chefe da Divisão de Proteção Pecuária do SAG, explicou que a medida tomada pelo serviço se explica em que “estamos vendo agora é a afetação de uma fazenda comercial, estamos falando de 40 mil aves reprodutoras. Essa planta está localizada na sexta região e por precaução suspendemos nossa certificação de exportação”, afirmou. O diretor nacional do SAG, Andrea Collao, referiu que "há quase 4 meses que o Serviço Agropecuário desenvolve uma estratégia sanitária de prevenção (...) Em menos de 24 horas foi efetuada uma detecção precoce, o que reflete que o sistema funciona e, portanto, precisamos enfatizar as medidas de biossegurança que os estabelecimentos devem ter", disse Collao. Até o momento, existem 12 regiões com casos positivos de influenza aviária altamente patogênica em aves silvestres e domésticas, com um total de 27 espécies de aves afetadas. Durante este período de 4 meses, o SAG recolheu amostras a mais de 16.000 aves domésticas, quase 4.000 aves industriais e quase 3.000 aves selvagens, de forma a detectar atempadamente a presença do vírus e tomar as medidas necessárias para minimizar a sua ocorrência. seu impacto no país.

Serviço Agropecuário (SAG)


INTERNACIONAL


Tyson deve fechar duas fábricas de produção de frangos nos EUA

Companhia prevê demitir 1,7 mil funcionários


A Tyson Foods, uma das maiores empresas de carne do mundo, planeja fechar duas de suas fábricas de aves nos Estados americanos de Arkansas e Virgínia. Com a medida, a companhia deverá demitir 1,7 mil funcionários. A empresa informou os quase mil funcionários de sua unidade de produção de frangos na cidade de Van Buren, no Arkansas, que encerraria as atividades em 12 de maio, segundo comunicado da companhia. Outros 700 trabalhadores, da planta localizada em Glen Allen, na Virgínia, também foram informados sobre o fim das atividades em maio, de acordo com o Sindicato Internacional dos Trabalhadores Comerciais, que representa os funcionários da fábrica. A companhia disse que vai transferir a produção para outras de suas fábricas. Ela informou ainda que os fechamentos fazem parte de um plano mais amplo para sua divisão de frangos que tem como objetivo melhorar as operações e usar toda a capacidade disponível em cada planta. No mês passado, a Tyson divulgou sua maior queda percentual nos lucros trimestrais em mais de uma década. Sua divisão de frangos está sob pressão crescente desde o início da pandemia, quando as margens passaram a cair após atingirem máximas históricas. A Tyson tem 124 mil funcionários nos EUA e mais de 140 mil em todo o mundo, de acordo com seu mais recente balanço anual. A empresa disse que está trabalhando com os funcionários das unidades a serem fechadas para que eles possam se candidatar a vagas abertas em outras instalações. No mês passado, a Tyson informou que seu lucro para o período de três meses encerrado em 31 de dezembro caiu para US$ 316 milhões; um ano antes, ele havia sido de US$ 1,1 bilhão. Esse foi o maior declínio em comparação entre trimestres de um ano a outro desde 2009, de acordo com dados da FactSet. A empresa lutou durante anos para produzir pintos suficientes e atender à demanda dos clientes, ao mesmo tempo em que pagava mais pela mão de obra e nos grãos para alimentar suas galinhas. "Estamos limpando alguns problemas. Ainda não nos sentimos muito bem com nosso negócio de frango”, disse o presidente-executivo Donnie King em teleconferência com analistas no mês passado. Os preços do frango caíram acentuadamente nos últimos meses, um reflexo do aumento gradativo da oferta dos processadores. Os preços da carne de peito desossada e sem pele caíram de US$ 3,50 em maio do ano passado para cerca de US$ 1 em janeiro, segundo a empresa de pesquisa Urner Barry. A queda de preço comprimiu os lucros da Tyson e da rival Pilgrim's Pride.

VALOR ECONÔMICO


NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ


Varejo paranaense registra alta de 3,97% em 2022

O varejo paranaense fechou 2022 com alta de 3,97%, de acordo com dados da Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR)


Os setores com maiores crescimentos de vendas no acumulado do ano foram combustíveis (26,33%), livrarias e papelarias (23,03%), calçados (21,12%), óticas, cine-foto-som (17,4%) e vestuário e tecidos (10,17%). Por outro lado, alguns setores apresentaram redução no faturamento, entre eles, materiais de construção (-8,98%), móveis, decorações e utilidades domésticas (-6,44%), lojas de departamentos (-3,77%) e farmácias (-1,5%). O Natal de 2022 foi melhor do que o ano anterior, com volume de vendas 3,2% superior. Já na comparação com novembro, as vendas de fim de ano foram 9,4% maiores. Os setores mais beneficiados com as compras natalinas foram calçados (56,95%), vestuário e tecidos (45,62%) e livrarias e papelarias (30,15%). O comércio de Curitiba e Região Metropolitana teve o melhor desempenho do ano, com elevação de 7,49% nas vendas, sobretudo das livrarias e papelarias (35,26%), combustíveis (27,83%) e calçados (20,07%). A região de Maringá teve aumento de 6,49% nas vendas, com destaque para os setores de combustíveis (22,58%) e óticas, cine-foto-som (21,86%). Também registraram crescimento o varejo das regiões Oeste (1,03%), Sudoeste (0,61%) e Ponta Grossa (0,44%). A única região com redução nas vendas em 2022 foi Londrina, com baixa de 2,22%.

GAZETA DO POVO


Problemas na BR-277 complicam exportações via Paranaguá, diz agro paranaense

Desde o final do ano passado, principal rota até o porto registra interdições frequentes


No Paraná, o agronegócio tem apontado prejuízos com as chuvas e interdições frequentes na Br-277, principal via de acesso ao Porto de Paranaguá. O setor cita problemas como falta de espaço para armazenar a produção de grãos, já que nem sempre é possível liberar os caminhões para a estrada. Por isso, há cooperativas que têm optado por enviar suas cargas para outros portos, como o de São Francisco e o de Santos. Desde o final do ano passado, a BR-277 enfrenta problemas após fortes chuvas, com deslizamentos de terra e pedras, e até afundamento de pista. No momento, há uma interdição parcial nos quilômetros 33 e 41,5. Ali, já houve queda de barreira e o Dnit fez um desvio, com uma faixa de descida e uma de subida. "Os serviços estão cerca de 60% executados. A expectativa é que os trabalhos de recuperação continuem até o fim de março", diz o órgão do governo federal responsável pela estrada. Já no quilômetro 33,5 da mesma rodovia, no sentido litoral, houve um afundamento de pavimento no último dia 8, e grandes trincas apareceram na pista. Desde então, há uma interdição da faixa de descida em uma extensão de 1,1 quilômetro. O trânsito segue lento no trecho. "As trincas maiores foram vedadas com massa asfáltica. Já as trincas menores foram fechadas com Grout (massa especial mais resistente). A vedação das trincas é uma medida preventiva necessária para evitar que não infiltre água das chuvas pelo pavimento e isso provoque mais danos", diz o órgão federal. Neste ponto da rodovia, o Dnit não definiu um prazo para solucionar o problema e afirma que considera o local "geologicamente comprometido". "Em relação ao afundamento, o Dnit salienta que os técnicos já iniciaram os levantamentos de topografia e devem realizar ensaios e sondagens do solo em diversos pontos do local. Após essa etapa, será elaborado estudo de alternativas para o projeto de contenção para definir a melhor solução de engenharia para resolver o problema", diz o órgão federal. Também há serviços emergenciais de contenção de encosta sendo feitos nos quilômetros 40 e 41,4 da BR-277 pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem) do governo do Paraná. Até o último sábado (11), 70% dos serviços tinham sido executados. O órgão estadual prevê concluir a contenção do quilômetro 41 ainda no mês de março, liberando a pista que está ocupada por equipamentos, mas alerta que o prazo pode ser alterado dependendo das condições do tempo. Números da Portos do Paraná, empresa pública ligada ao governo estadual que administra Paranaguá e Antonina, revelam que as exportações de soja em grão e farelo caíram neste primeiro bimestre de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em fevereiro de 2022, 1,1 milhão de toneladas de soja em grãos já havia sido exportado pelo Porto de Paranaguá. Neste ano, foram apenas 453,6 mil toneladas embarcadas no mês. No acumulado do 1º bimestre, foram 1,8 milhão de toneladas no ano passado, contra 898,8 mil toneladas em 2023.

FOLHA DE SP


Colheita de soja no Paraná atinge 48%

Produtividade média foi estimada em 3.610 quilos por hectare (60,1 sacas), acima dos 2.182 quilos (36,3 sacas) registrados no ciclo 2021/22


O Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB), informou que a colheita da safra 2022/23 de soja no estado atinge 48% da área plantada de 5,743 milhões de hectares. A área deve crescer 1% frente aos 5,666 milhões de hectares cultivados na safra 2021/22. Segundo o Deral, 89% das lavouras apresentam boas condições, 10% estão em situação média e 1% ruins, de floração (1%), frutificação (26%) e maturação (73%). No dia 7 de março, a colheita atingia 30% da área, com 87% das lavouras em boas condições, 11% em situação média e 2% ruins, nas fases de floração (2%), frutificação (31%) e maturação (67%). A produção da safra de soja em 2022/23 deve chegar a 20,737 milhões de toneladas, contra 12,296 milhões de toneladas da safra anterior (2021/22), com uma alta de 69%. A produtividade média foi estimada em 3.610 quilos por hectare (60,1 sacas), acima dos 2.182 quilos (36,3 sacas) registrados na safra 2021/22.

AGÊNCIA SAFRAS


Plantio de milho no Paraná registra o maior atraso em sete anos, segundo o Deral

Semeadura está mais lenta após um alongamento do ciclo da soja, cuja colheita atingiu até esta semana 48% das áreas paranaenses, também a mais atrasada em sete anos. Estado registra 61% das lavouras implantadas, contra 87% no mesmo período do ano passado


O plantio de milho do Paraná avançou para 61% da área projetada nesta semana, alta de 24 pontos na comparação com a semana anterior, mas segue com atraso, o maior ao menos desde 2016, conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral), divulgados nesta terça-feira (14/03). Considerando os últimos sete anos, segundo números publicados pelo órgão do governo do Estado, a situação é ainda pior do que em 2021 (72%), ano até então marcado pelo maior atraso e que também sofreu com ocorrência de geadas e seca -- esses riscos climáticos aumentam quando se atrasa a safra. O plantio de milho está mais lento após um alongamento do ciclo da soja, cuja colheita atingiu até esta semana 48% das áreas paranaenses, também a mais lenta em sete anos, pelo menos. Na mesma época do ano passado, o Paraná já havia plantado 87% do milho segunda safra, enquanto havia colhido 68% da soja. Os maiores atrasos na safra continuam no Paraná e Mato Grosso do Sul, segundo e terceiro produtores de milho na segunda safra.

REUTERS


ECONOMIA/INDICADORES


Dólar à vista cai ante o real em dia de ajuste técnico e incertezas sobre crise nos EUA

O dólar à vista fechou a terça-feira em baixa ante o real, em meio à cautela dos investidores com a crise bancária nos Estados Unidos

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,2577 reais, em baixa de 0,21%. “Estamos vivendo em um ambiente de incerteza. Na segunda-feira, o dólar subiu bastante, pressionado pela questão da quebra dos bancos nos EUA. Na terça-feira, ele se ajustou”, comentou a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest. Este ajuste técnico, lembrou o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel, não permitiu que o dólar à vista se afastasse dos 5,25 reais. “A instabilidade internacional faz com que as taxas fiquem em níveis altos. O mercado está em compasso de espera”, comentou. Esta cautela foi percebida também no mercado futuro – o mais líquido no país e, no limite, o que conduz os negócios com a moeda à vista. O dólar para abril oscilou perto da estabilidade durante boa parte da sessão. Na B3, às 17:50 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,08%, a 5,2715 reais. Além dos fatores externos, as mesas de operação no Brasil aguardam a apresentação do novo arcabouço fiscal, previsto para este mês. Na tarde da terça-feira, o Ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que a Junta Orçamentária deve se reunir ainda esta semana para iniciar a análise de proposta do governo para o novo arcabouço fiscal. A junta é formada pelos ministros da Casa Civil, Fazenda, Planejamento e Gestão e outros integrantes da equipe econômica. Profissionais ouvidos pela Reuters comentaram que, sem o detalhamento do novo arcabouço, os investidores evitam mudar de forma radical suas posições no mercado futuro. Pela manhã, o Banco Central vendeu 14.785 contratos de swap cambial ofertados para a rolagem dos vencimentos de abril.

REUTERS


Ibovespa tem leve queda com tombo de Natura&Co

O Ibovespa fechou queda na terça-feira pelo quarto pregão seguido, prejudicado nesta sessão pelo tombo de mais de 17% de Natura&Co após resultado trimestral fraco, que refreou o efeito positivo de Wall Street, em meio a expectativas relacionadas à próxima decisão de juros do Federal Reserve (Fed)


Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,18%, a 102.932,38 pontos, influenciado também por operações visando o vencimento de opções do índice na quarta-feira. O volume financeiro somou 22,7 bilhões de reais. Em Nova York, o S&P 500 avançou 1,68%, com agentes financeiros ponderando como o colapso do Silicon Valley Bank, que desencadeou preocupações com o setor bancário norte-americano, pode influenciar a decisão de juros do banco central dos Estados Unidos em reunião nos dias 21 e 22 de março. Na semana passada, a aposta de uma alta mais forte na taxa de juros - de 0,50 ponto percentual, contra 0,25 ponto na decisão anterior - ganhou força após declarações do chair do Fed, Jerome Powell, mas receios sobre uma eventual crise financeira após o episódio SVB esfriaram ainda mais tal visão. Após a falência do SVB, analistas do Goldman Sachs afirmaram que não esperam qualquer aumento na próxima semana. De acordo com Matheus Willrich, especialista em renda variável da Blue3 Investimentos, observou-se uma reprecificação da curva de juros dos EUA, que passou a precificar a chance de uma queda no juro norte-americano ainda neste ano, enquanto antes embutia uma chance só para o primeiro trimestre de 2024. Ao mesmo tempo, ele ressaltou que dados de preços ao consumidor nos EUA nesta terça-feira, embora dentro das expectativas, continuaram pressionados, endossando questionamentos sobre se o nível atual dos juros conseguirá trazer a inflação para a meta do Fed, de 2%. O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou pela manhã que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) acumulou uma alta de 6% em 12 meses até fevereiro, enquanto o núcleo, que exclui alimentos e energia, aumentou 5,5%. "Parece que a mera lembrança da crise de 2008, causa mais pânico do que a alta da inflação", destacou Vitoria Saddi, sócia da SM Futures. Mesmo com o núcleo ainda bastante elevado, acrescentou, o "mercado acredita que o Fed possa subir juros em 0,25 ponto ou mesmo manter a taxa na próxima reunião."

REUTERS


Mercado melhora expectativa para resultado primário deste ano e reduz projeções para dívida de 2023 e 2024, mostra Prisma

O mercado financeiro melhorou sua projeção para o resultado primário deste ano e piorou a expectativa de rombo para o ano seguinte, ao mesmo tempo em que reduziu seus prognósticos para a dívida bruta do governo em 2023 e 2024

As estimativas foram incluídas no relatório Prisma Fiscal referente a março, que capta projeções de agentes do mercado para as contas públicas, divulgado na terça-feira pelo Ministério da Fazenda. A mediana das expectativas para o resultado primário do governo central em 2023 ficou em déficit de 99,01 bilhões de reais, ante saldo negativo de 109,64 bilhões de reais projetado no mês anterior. Para 2024, no entanto, os prognósticos de resultado primário foram revisados a rombo de 98,33 bilhões de reais, contra déficit de 96,15 bilhões estimado em fevereiro. Essas alterações vieram em meio a fortes expectativas do mercado pela apresentação do novo desenho de arcabouço fiscal do Brasil, que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve mostrar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana. Muitos participantes do mercado têm dado o benefício da dúvida ao plano fiscal do governo, mas alguns temem que o novo arcabouço não consiga compensar a forte pressão de Lula por gastos que estimulem o crescimento econômico. Houve revisão para cima nas estimativas de receita para 2023 no Prisma de março, a 1,92 trilhão de reais, contra 1,91 trilhão de reais previstos antes. As despesas também foram ajustadas para cima, a 2,02 trilhões de reais, de 2,01 trilhões em fevereiro. Para o ano que vem, as receitas líquidas foram projetadas em 2,05 trilhões de reais no mais recente Prisma, contra 2,03 trilhões antes. A previsão para os gastos do ano que vem, por sua vez, subiu a 2,14 trilhões de reais, ante 2,13 trilhões. Os analistas consultados pela pasta reduziram a previsão para a dívida bruta do governo geral em 2023 para 77,60% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 78,30% na pesquisa de fevereiro. Para 2024, a estimativa está em 80,52, contra 80,71% na pesquisa anterior.

REUTERS


Exportações de produtos do agronegócio registram US$ 9,9 bilhões em fevereiro

Houve queda de 5,6% na comparação com os US$ 10,48 bilhões exportados no mesmo mês do ano passado. A retração foi puxada pela diminuição de 17% no volume embarcado no período. As cargas de soja em grãos, açúcar e trigo registraram os maiores recuos. O resultado só não foi pior porque o índice de preços dos produtos agropecuários vendidos no exterior subiu 6,9%, segundo nota técnica do Ministério da Agricultura.


O valor exportado pelo agronegócio brasileiro alcançou US$ 9,9 bilhões em fevereiro deste ano. O índice de quantum teve redução de cerca de 12% e o índice de preço das exportações subiu quase 7%. Os produtos que tiveram destaques no mês foram milho, celulose, farelo e óleo de soja e carne de frango. No mês analisado, houve recuo nas exportações em função da redução dos volumes exportados de soja em grãos, influenciado pelo atraso na colheita, apesar da produção recorde estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em 151,4 milhões de toneladas para 2022/2023. Açúcar e trigo também apresentaram queda nas vendas externas. Houve menor disponibilidade interna para exportação, por causa das preocupações com a safra argentina no caso do trigo, e menor moagem de cana-de-açúcar por questões climáticas. A carne bovina também teve desempenho desfavorável devido à redução internacional do preço e diminuição do volume exportado. Uma das razões para essa queda no volume é o caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da “vaca louca”) comunicado, em 22 de fevereiro, à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Em função desse caso, as exportações para a China foram temporariamente suspensas a partir de 23 de fevereiro. No acumulado do ano, as exportações brasileiras do agronegócio alcançaram recorde para o primeiro bimestre: US$ 20,1 bilhões. Destaque para as exportações recordes de farelo e óleo de soja, carnes de frango e suína, milho e celulose. Os embarques brasileiros de milho totalizaram mais de 2 milhões de toneladas, com divisas de US$ 689 milhões. De acordo com a análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa), o desempenho favorável do cereal deve-se à baixa oferta internacional e à alta produção nacional do grão para a atual safra. No último levantamento da Conab, a estimativa de colheita é de cerca de 125 milhões de toneladas de milho. Desta forma, o Brasil deverá ser o maior exportador mundial de milho na temporada. Os principais importadores do grão em fevereiro foram Japão, Coreia do Sul, Colômbia, Argélia e Vietnã. Já a carne de frango teve recorde para os meses de fevereiro, com registro de 372 mil toneladas e US$ 726 milhões. Segundo os analistas da SCRI/Mapa, o Brasil por não ter registro de casos de gripe aviária, consegue obter recordes nos embarques desta proteína, diante do cenário mundial. Os principais compradores foram China, Arábia Saudita, Japão e Emirados Árabes Unidos.

MAPA


BNDES tem salto de 46,2% no lucro líquido recorrente em 2022 a R$12,5 bilhões

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)registrou no ano passado um lucro líquido recorrente de 12,5 bilhões de reais, um salto de 46,2% na comparação com 2021, informou na terça-feira o banco de fomento

O resultado contábil líquido foi de 41,7 bilhões de reais, apoiado em fatores como receita de dividendos da Petrobras (17,2 bilhões de reais), recebimento de valores devidos pela operadora Oi e alienação de ações de Eletrobras e JBS. “Foi um recebimento recorde da Petrobras no ano passado e dificilmente isso vai se repetir. Tivemos vendas de ativos significativas em 2022, além de 4 bilhões extraordinários da Oi”, disse a jornalistas o diretor financeiro do banco, Alexandre Abreu, sobre o resultado do último ano do BNDES no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O diretor criticou a redução da carteira de crédito do BNDES. “A carteira de crédito hoje de 480 bilhões é igual a 2008. Era cerca de 7% do PIB e hoje é cerca 5%, uma perda de 30%. O banco reduz sua carteira de crédito de forma expressiva ao longo dos anos e isso é preocupante”, afirmou. Segundo ele, antes da crise de 2008 o BNDES desembolsava o equivalente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) e chegou a subir a 3% em 2013 e 2014, mas hoje esse valor está em 1%. "O banco desembolsa metade do que fazia antes”, afirmou Abreu. As participações societárias do banco somaram 62,7 bilhões de reais no ano passado, segundo o BNDES, sendo que 77% dos ativos estavam concentrados em Petrobras, JBS, Copel e Eletrobras. O banco disse ainda que desde 2015 devolveu ao Tesouro 873 bilhões de reais, bem mais que os 646 bilhões de reais em desembolsos no mesmo período. "O banco desembolsou 227 bilhões de reais a mais para o Tesouro do que para o financiamento de setores como infraestrutura, indústria, micro, pequenas e médias empresas, entre outros", disse o BNDES em nota.

REUTERS


Agricultura e BNDES discutem criação de linha de crédito rural em dólar

Juros ficariam entre 7% e 8% ao ano; plano pode incluir subsídio do governo federal a parte dos juros


O Ministério da Agricultura discute com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a criação de uma linha de crédito rural em dólar para financiar investimentos no campo. Um programa piloto pode ser lançado nos próximos dias, mas há conversas para tentar tornar o instrumento permanente, inclusive com a tentativa de incluir no pacote a equalização de parte dos juros. O assessor especial da Pasta, Carlos Augustin, apresentou a ideia ao presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Pela sugestão, o banco de fomento vai repassar às instituições credenciadas, como bancos oficiais, cooperativas de crédito e bancos de montadoras de máquinas agrícolas, os recursos captados em dólar para financiar a compra de equipamentos, a construção de armazéns e até investimentos para a conversão de pastagens degradadas em lavouras. Augustin defende juros mais baixos, mas a previsão é que as taxas fiquem em torno de 8% ao ano. A linha deve atender produtores de grande porte, com faturamento na casa dos milhões de reais por ano, que estão familiarizados com as operações em moeda estrangeira e que têm gastos e faturamento já atrelados ao dólar, o que diminui o risco da variação cambial. “Entendo que pode parecer um risco para o pequeno produtor, mas para quem planta soja, milho e algodão, as commodities exportáveis, é melhor com uma taxa real de 8% ao ano”, disse o assessor. “Se o dólar cai, a receita cai também. Mas se o dólar cai e eu fico devendo em real mais 12,5% ao ano, eu quebro”, explicou Augustin. Ele disse que a nova linha é um modelo de financiamento a ser testado no mercado para complementar as linhas existentes e dar mais opções de crédito privado para os produtores. “Não vamos substituir crédito rural oficial por dólar”, garantiu. Essa pode ser uma alternativa para um ambiente de juros altos para investimentos de longo prazo e linhas equalizadas do Plano Safra com sinais de esgotamento precoce. O Ministério da Agricultura analisa o cenário futuro do dólar para avalizar o novo instrumento. A previsão é que a moeda norte-americana vá subir 5% até março de 2024. Essa valorização, somada aos juros de 8% da linha a ser criada pelo BNDES, representaria um custo de 13% ao final para o tomador, patamar visto como “acessível” ao público-alvo e “compatível” com as taxas iniciais de 12,5% do Moderfrota, principal programa para aquisição de máquinas agrícolas do Plano Safra, por exemplo. A previsão é que a linha rode sem equalização, mas Augustin defende que a subvenção de um ou dois pontos percentuais da taxa final pode ser “barata e mais previsível ao governo nessa modalidade”.

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