Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 327 |07 de março de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: mercado em espera; preços da arroba seguem estáveis
O início de semana foi marcado pela grande morosidade no mercado brasileiro do boi gordo, em função da ausência de boa parte dos agentes nas negociações, informaram na segunda-feira (6/3) as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário
De maneira geral, há uma espera por maiores informações em relação ao impasse comercial entre Brasil e China, devido ao surgimento de um caso atípico de “vaca louca” no Pará. Neste contexto, as condições de preços não apresentaram alterações ao longo da segunda-feira, enfatiza consultoria. Pelo lado das indústrias, os estoques de carne bovina ainda permanecem em patamares elevados, já que, além da produção regular voltada ao mercado doméstico, as câmaras frias estão ocupadas pela mercadoria que seria direcionada ao mercado chinês. A S&P Global também apurou que a oferta de boiada gorda está mais enxuta, fator que também fundamenta o aperto nas escalas de abate de algumas unidades frigoríficas brasileiras, sobretudo nos Estados de São Paulo e do Mato Grosso do Sul. Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, após a confirmação da atipicidade do caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina – EBB (ou “vaca louca), os frigoríficos paulistas estão aos poucos retornando às compras de animais gordos. Os preços seguiram estáveis na praça paulista, na comparação com o fechamento de sexta-feira (3/3). O boi gordo continua valendo R$ 277/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 260/@ e R$ 270/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). Para o “boi-China” (abatido mais jovem, com até 30 meses de idade), não há ofertas de compra, acrescenta a Scot. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 266/@ (à vista) vaca a R$ 246/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 276/@ (prazo) vaca a R$ 258/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 221/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 234/@ (à vista) vaca a R$ 216/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 234/@ (à vista) vaca a R$ 216/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca R$ 226/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 276/@ (à vista) vaca a R$ 246/@ (prazo); PA-Marabá: boi a R$ 219/@ (prazo) vaca a R$ 209/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 247/@ (prazo) vaca a R$ 240/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 221/@ (prazo) vaca a R$ 206/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 221/@ (à vista) vaca a R$ 201/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 221/@ (à vista) vaca a R$ 216/@ (à vista).
PORTAL DBO
Exportações de carne para a China devem ser retomadas no fim de março, diz associação
As exportações de carne para a China devem ser retomadas no fim de março após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao país, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec)
A venda da proteína ao mercado asiático está suspensa há duas semanas, quando o governo do Pará confirmou um caso do “mal da vaca louca”, que foi confirmado como isolado e atípico – de causas naturais – na semana passada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A previsão pela retomada dos envios foi dada pelo presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, no domingo (5). De acordo com ele, “a expectativa é que, na presença do Presidente Lula, a gente tenha a parte técnica sedimentada e isso faça parte do entendimento político para reverter o cenário até o final do mês”, disse em entrevista à CNN Brasil. A viagem de Lula à China será no dia 28 e deve durar quatro dias. Além de retomar o comércio de carne, a expectativa dos ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços e Inovação é de que sejam discutidos e fechados negócios bilaterais em áreas como mudança climática, eficiência energética, tecnologia e inovação, agricultura, defesa, entre outros. Segundo o Itamaraty, o comércio entre o Brasil e a China fechou 2022 com redores de US$ 89,7 bilhões em exportações.
GAZETA DO POVO
SUÍNOS
Suínos: segunda-feira com preços estáveis no PR e SC e SP
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF teve recuo de 0,71%/0,68%, chegando a R$ 140,00/R$ 145,00, enquanto a carcaça especial permaneceu estável em R$ 10,50/R$ 11,00 o quilo.
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (3), houve queda somente em Minas Gerais, na ordem de 0,36%, fechando em R$ 8,32/kg. Ficaram estáveis os preços no Paraná (R$ 7,30/kg), Rio Grande do Sul (R$ 7,05/kg), Santa Catarina (R$ 7,19/kg), e São Paulo (R$ 7,71/kg).
Cepea/Esalq
FRANGOS
Frango: segunda-feira com preços estáveis no PR e SC e SP
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, assim como o frango no atacado, custando R$ 6,60/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço ficou estável em R$ 4,30/kg, da mesma maneira como no Paraná, cotado em R$ 4,92/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (3), a ave congelada teve ligeira queda de 0,28%, chegando a R$ 7,13/kg, enquanto o frango resfriado cedeu 0,14%, fechando em R$ 7,27/kg.
Cepea/Esalq
Brasil segue sem registro de gripe aviária após investigação em 17 casos suspeitos
O Ministério da Agricultura já investigou 17 casos suspeitos de influenza aviária de alta patogenicidade desde o início do ano. Todos os resultados foram negativos e o país seguem sem registros da doença, que tem se alastrado pelos vizinhos Argentina e Uruguai
Segundo a Pasta, o Serviço Veterinário Oficial (SVO) brasileiro recebeu 310 notificações de suspeitas de doenças em aves desde o início do ano. Destas, apenas 118 atendiam ao critério de caso suspeito de síndrome respiratória e nervosa das aves, cujas doenças principais são Influenza Aviária (IA) e Doença de Newcastle (DNC), e foram investigadas. Entre as investigações, 101 casos (85,6%) foram concluídos como "suspeitas descartadas" com base em critérios clínico-epidemiológicos. "Nas outras 17 investigações (14,41%), sendo nove em aves silvestres, o Serviço Veterinário Oficial coletou amostras de casos prováveis para diagnóstico laboratorial de IA e DNC. Todas as amostras processadas tiveram resultado negativo para influenza aviária de alta patogenicidade e para doença de Newcastle", informou a Pasta em resposta ao Valor. Com os registros da doença em aves silvestres, em criações de subsistência e em granjas comerciais nos países vizinhos, o Ministério da Agricultura antecipou as coletas de amostras da vigilância ativa em criações domésticas próximas a sítios de aves migratórias em todos os Estados. A vigilância ativa faz coletas planejadas de amostras em animais sem sinais da doença. "As coletas de amostras em estabelecimentos avícolas industriais planejadas para o ciclo de 2022-2023 estão praticamente concluídas e contemplaram mais de 2.200 estabelecimentos, totalizando 34.941 amostras analisadas no país", disse a Pasta. Órgãos ambientais, instituições de pesquisa e profissionais ligados ao Projeto de Monitoramento de Praias têm realizado ações de monitoramento nas localidades de agregação de aves migratórias. O objetivo é identificar precocemente uma possível dispersão do vírus na fauna silvestre brasileira e potencial transmissão para os animais domésticos, explicou o ministério.
VALOR ECONÔMICO
CARNES
Índice global de preços de carnes cai 0,1% em fevereiro
O índice global de preços de carnes da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) caiu 0,1% em fevereiro, em relação a janeiro, para 112 pontos, disse a FAO em comunicado
O índice ficou 1,7% abaixo do valor registrado em fevereiro do ano passado. “Em fevereiro, os preços internacionais de carne de aves caíram pelo oitavo mês consecutivo, refletindo oferta global abundante comparada à demanda de importação mais fraca, apesar dos surtos de gripe aviária em vários dos principais países produtores”, disse a FAO em comunicado. Os preços de carne suína subiram impactados por preocupações relacionadas à baixa disponibilidade de suínos prontos para abate em um cenário de crescimento na demanda interna na Europa. Já os preços de carne bovina ficaram estáveis, sendo que as maiores importações, especialmente no norte da Ásia, levaram a demanda global a se equilibrar relativamente bem com os suprimentos atuais. Os preços internacionais da carne ovina ficaram praticamente inalterados, já que a demanda global foi adequada para absorver os elevados suprimentos da Austrália.
CARNETEC
INTERNACIONAL
Austrália: Exportações de carne bovina de fevereiro sobem, mas permanecem baixas em termos históricos
Houve um sólido aumento mês a mês e ano a ano nas exportações australianas de carne bovina em fevereiro, no entanto, o volume permanece bem abaixo da média de cinco anos para o mês de 75.300 t
Como mostram os dados semanais de abates australianos, a atividade de processamento cresceu em fevereiro, atingindo alguns dos maiores abates semanais vistos em dois anos e meio. Isso colocou mais carne bovina no sistema para exportação, com os dados de fevereiro mostrando um número de 70.379 toneladas – cerca de 8% abaixo da média de cinco anos para o mês. No entanto, o comércio de fevereiro foi de mais de 18.000 t ou 36% acima do de janeiro, que é tradicionalmente o mês de comércio mais calmo do ano devido ao fechamento das plantas de processamento no verão. As comparações com a exportação de carne bovina de fevereiro do ano passado têm pouco valor, porque grandes partes de Queensland e NSW ficaram submersas em meados de fevereiro de 2022, levando a longos fechamentos de fábricas de processamento e principais estradas arteriais fechadas por dias e até semanas. As interrupções do ano passado foram facilmente as piores desde as devastadoras enchentes de 2011. A maioria dos grandes mercados de exportação apresentou algum crescimento em fevereiro. Talvez o mais notável tenha sido o aumento do volume na China, respondendo por 12.578 t, alta de 19% em relação a janeiro e 19% acima de fevereiro do ano passado. Fontes do comércio dizem que as consultas de compradores fora da China aumentaram significativamente em fevereiro, depois de ficarem estáveis desde o final do ano passado. A recuperação dos bloqueios do COVID é um fator, assim como a recente suspensão auto-imposta do mercado da China pelo Brasil e o declínio no volume de produção de carne bovina que agora está sendo visto nos Estados Unidos devido à seca. O maior cliente de exportação, o Japão, também aumentou acentuadamente no volume comercial no mês passado, respondendo por 16.657 t de carne bovina australiana. Isso representa um aumento de apenas 11.900 t no mês anterior. A disponibilidade de menor volume da rede de exportação dos EUA faz parte disso. A Coreia do Sul também foi muito mais forte no mês passado, por razões semelhantes, respondendo por 13.342 t de carne bovina australiana resfriada e congelada. Isso representa um aumento de 31% em relação ao comércio de janeiro afetado pelo feriado e cerca de 30% em relação a fevereiro do ano passado.
BEEF CENTRAL
Casos de gripe aviária na Argentina sobem para 36
O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina confirmou 2 casos positivos de influenza aviária (IA) H5 em aves domésticas nas províncias de Córdoba e Neuquén, somando um total de 36 detecções da doença até o momento em o país desde a primeira detecção, em 15 de fevereiro
Das 11 amostras analisadas no domingo (5) pelo Laboratório Nacional do Senasa, 9 tiveram diagnóstico negativo e 2 positivo para AI H5, 2 em aves de domésticas em estabelecimentos das localidades cordobesas de La Cautiva e Las Lajas em Neuquén. Após a confirmação dos casos, agentes dos centros regionais Córdoba e Patagônia Norte realizarão as ações sanitárias correspondentes nas propriedades afetadas. Por sua vez, o Senasa está trabalhando em ações sanitárias e de varrimento em todas as regiões onde foram feitas as constatações. Desta forma, das mais de 200 notificações analisadas pelo Laboratório Senasa, até o momento, há 36 casos confirmados, sendo: 30 em aves domésticas, 4 em aves silvestres e 2 em aves de criação comercial. A distribuição dos casos se dá da seguinte maneira: 16 em Córdoba, 8 em Buenos Aires, 3 em Neuquén, 3 em Santa Fe, 2 em Río Negro, 1 em Jujuy, 1 em Santiago del Estero; 1 em San Luis e 1 em Salta. Na província de Río Negro, desde o início da manhã de domingo, uma equipe de profissionais do Centro Regional Patagônia Norte do Senasa continuou com os trabalhos de varrimento em Lamarque, na área onde foi detectado um caso de gripe aviária em aves na semana passada. Da mesma forma, em Mainqué, o Senasa completou o esvaziamento sanitário no estabelecimento onde foi detectado um caso da doença em aves. Na mesma linha, o pessoal da Barreira Zoofitossanitária Patagônica Senasa continuou com os controles nas vias de entrada e saída da área. O pessoal da Saúde Pública de Río Negro continua em estado de guarda passiva para atender caso seja necessário. Na província de Neuquén, após a confirmação de um caso de IA no município de San Patricio del Chañar, os profissionais de Sanidade Animal do Centro Regional Senasa Patagônia Norte realizaram tarefas sanitárias definidas nos protocolos e também mobilizaram as autoridades locais para especificar enterro sanitário de aves. Enquanto isso, na província de Santiago del Estero, agentes do Centro Regional NOA Sur do Senasa realizaram o despovoamento total dos animais em uma casa onde a gripe aviária foi detectada na sexta-feira em aves de quintal. localizada em Tourena, departamento de Robles, a 21 quilómetros da capital provincial.
Além disso, agentes do Senasa realizam buscas em um raio de três quilômetros ao redor do foco sem, até o momento, terem detectado qualquer notícia.
SENASA
Uruguai: Governo estuda vacinação em massa de aves contra gripe aviária
Na quarta-feira, em Buenos Aires, será realizada uma reunião de "urgência" dos chefes de saúde animal dos países do Cone Sul
Um comitê de especialistas que analisará as diferentes vacinas descobertas contra a gripe aviária se reuniu pela primeira vez na segunda-feira para medir a viabilidade de implementação da campanha de imunização, informou o El País. A medida pode ser comparada à campanha de vacinação contra a febre aftosa para impedir infecções entre animais, disseram fontes ao jornal matutino. A emergência sanitária da gripe aviária está em vigor no Uruguai desde 15 de fevereiro, depois que os primeiros casos foram encontrados em cisnes de pescoço preto em Rocha. Na sexta-feira passada, o Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) confirmou os primeiros casos de influenza em aves, após detectar a morte de 70 frangos e aves de transferência em San Gregorio de Polanco, Tacuarembó. “Estamos passando pela zona de vigilância de 5 km e uma zona de controle de 10 km. Não há notícias até o momento de qualquer circunstância que possa gerar alerta de contágio”, afirmou o Ministro da Pecuária, Fernando Mattos. O encontro, que acontecerá na sede do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa), faz parte da agenda do Comitê Veterinário Permanente do Cone Sul (CVP). O CVP é integrado pelos serviços de saúde animal da Argentina, Uruguai, Brasil, Bolívia, Chile e Paraguai. As autoridades paraguaias não detectaram a presença do vírus no país. Na Argentina, o primeiro caso positivo de gripe aviária em aves foi confirmado na terça-feira e as exportações de produtos similares foram suspensas para evitar a propagação da doença no circuito comercial, segundo fontes oficiais. O Chile, por sua vez, confirmou um segundo caso de gripe aviária altamente patogênica (HPAI) em um leão-marinho comum na região norte de Antofagasta, onde o primeiro caso foi registrado em 16 de fevereiro. Da mesma forma, no Peru, 3.492 leões marinhos e 63.000 aves mortas pelo H5N1 em áreas naturais protegidas da costa foram relatadas nas últimas semanas.
Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP)
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Alta do ICMS deve elevar em R$ 800 mi arrecadação no Paraná
Alíquota sobe de 18% para 19% a partir de abril e deve ajudar a compensar as perdas decorrentes da redução tributária aplicada em 2022
O Paraná deve elevar em cerca de R$ 800 milhões a arrecadação anual com o aumento da alíquota padrão do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que volta a ser cobrada no Estado a partir de 1 de abril. Nesta semana, os estados começaram a reajustar o índice tributário. O primeiro foi o Piauí e, gradualmente, a medida se estenderá a outros estados. O retorno da cobrança do imposto é uma forma de amenizar o rombo nos caixas estaduais causado pela redução do tributo aprovada pelo Congresso em 2022. Para os contribuintes paranaenses, a taxa salta de 18% para 19%. O governo do Paraná foi o primeiro a sancionar a lei que permitiu a alta de um ponto percentual na alíquota do imposto, em dezembro do ano passado. Após a sanção, foi respeitado o prazo de 90 dias para que a medida entre em vigor, prazo que se encerra no próximo dia 31 de março, segundo a Secretaria de Estado da Fazenda. A volta da cobrança da alíquota geral do ICMS é uma forma de compensar as perdas de arrecadação com a redução do ICMS sobre os combustíveis. O Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários da Fazenda), calculou essas perdas em torno de R$ 33 bilhões. Com a alta da taxação, alguns produtos devem ficar mais caros. Entre eles, bebidas alcóolicas, refrigerantes, água, joias, perfumes, cosméticos, medicamentos e itens de higiene. Os itens considerados essenciais pela Lei Complementar 194/22, como combustíveis, comunicações e energia elétrica, não terão a tributação alterada. Em audiência pública realizada na semana passada na Assembleia Legislativa do Paraná, a Secretaria Estadual da Fazenda apresentou o Relatório de Gestão Fiscal 3º Quadrimestre 2022, que apontou duas realidades distintas nas contas do Paraná ao longo de 2022. Enquanto na primeira metade do ano, a arrecadação cresceu 22% em relação ao mesmo período de 2021, com alta de 30% na arrecadação sobre combustíveis, no segundo semestre a entrada total de ICMS do Estado caiu 15% em valores reais, um reflexo das leis complementares aprovadas pelo Congresso Nacional que reduziram a taxação de vários produtos. Foram cerca de R$ 3,2 bilhões a menos que deixaram de entrar nos cofres do Paraná. Somando todos os estados, as perdas chegaram a R$ 37 bilhões. Na projeção apresentada pela Fazenda estadual, 2023 deve encerrar com a maior queda de arrecadação da série histórica da Receita, mesmo com a elevação da alíquota do ICMS para 19%. O aumento que passa a valer no mês que vem, apontou a secretaria, deverá compensar menos de 15% das perdas decorrentes da Lei Complementar. Considerando apenas os setores afetados, a previsão é que o impacto possa chegar em R$ 6,8 bilhões até o final deste ano. Se a alta na taxação de ICMS reforça os caixas dos estados e municípios, que têm garantida uma parcela sobre o recolhimento desse imposto, para a população o aumento de tributos significa um peso maior no orçamento doméstico. Na semana passada, com o retorno da cobrança dos impostos federais PIS e Cofins sobre os combustíveis, o preço do litro da gasolina nos postos subiu cerca de 10%. Reajustes que já devem ter impacto no preço de várias mercadorias, mesmo que a alta não recaia sobre óleo diesel e gás de cozinha, que seguem com alíquota zero.
FOLHA DE LONDRINA
Paraná pode bater recorde na colheita de soja
Os produtores paranaenses de soja poderão produzir, em uma área de 5,76 milhões de hectares, aproximadamente 20,89 milhões de toneladas de soja nesta primeira safra 2022/2023
Esse volume, se confirmado, será o maior da história no Paraná. As informações são da Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), relativa ao mês de fevereiro. As expectativas para a cultura da soja representam um aumento de 70% no volume de produção comparativamente à safra 2021/2022, quando foram produzidas 12,31 milhões de toneladas. A colheita do grão avançou para 17% da área nesta semana, e 85% das lavouras se encontram em boas condições, 12% em condições medianas e 3% em condições ruins. A área estimada para esta safra é 1,5% maior que a do ciclo 2021/2022. Nesse cenário de maior produção, observou-se uma pressão maior nos preços, segundo o Deral. Em fevereiro, o preço médio pago aos produtores pela saca de 60 kg foi de R$ 158,14, o menor dos últimos 12 meses, e 14% menor que o registrado em fevereiro de 2022.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fecha em baixa de 0,60%, a R$5,1697 na venda
O dólar à vista fechou em baixa ante o real na segunda-feira, sob influência do exterior e com participantes do mercado aproveitando as cotações mais elevadas, em especial perto do início da tarde, para vender a moeda norte-americana no Brasil
O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1697 reais, em baixa de 0,60%. Foi a segunda sessão consecutiva de queda para a moeda americana, que atingiu a menor cotação de fechamento desde 23 de fevereiro. Na B3, às 17:04 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,63%, a 5,1950 reais.
REUTERS
Ibovespa fecha em alta com disparada de aéreas e avanço de bancos
As aéreas foram impulsionadas pela Azul, que anunciou renegociação com arrendadores e balanço do quarto trimestre de 2022
O Ibovespa terminou o pregão de hoje com a segunda alta consecutiva. A expressiva alta das aéreas, os ganhos firmes dos papéis de bancos e os ganhos de papéis de varejo deram impulso ao índice, ainda que o recuo das ações de commodities metálicas tenha contido os ganhos do dia. Após ajustes, o Ibovespa subiu 0,80%, aos 104.700 pontos. O volume de negócios para o índice no dia foi de R$ 15,22 bilhões. Em Nova York, S&P 500 subiu 0,07%, aos 4.048 pontos, Dow Jones avançou 0,12%, para 33.431 pontos, e Nasdaq perdeu 0,11%, aos 11.676 pontos. O principal destaque foi a disparada do setor aéreo. Azul PN liderou com folga os ganhos do índice no dia, terminando com alta de 37,98%. A companhia informou que firmou acordos comerciais com arrendadores que representam mais de 90% do seu passivo de arrendamento. O Goldman Sachs considerou os termos positivos, mesmo com a falta de detalhes financeiros. O banco destaca que o risco de crédito é o principal tema do setor no momento. A aérea também publicou balanço que mostrou lucro líquido de R$ 1,1 bilhão no quarto trimestre de 2022 e prejuízo líquido ajustado de R$ 610,5 milhões no período. Em relatório, o Citi considerou o resultado melhor do que se esperava. No noticiário geral, a expectativa pelo novo arcabouço fiscal também melhorou o humor dos mercados. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje que o desenho apresentado pela Fazenda está pronto e que agora outras partes da equipe econômica debaterão o projeto.
VALOR ECONÔMICO
Poupança tem em fevereiro retirada líquida recorde para o mês de R$11,515 bi
A caderneta de poupança registrou saques líquidos de 11,515 bilhões de reais em fevereiro, mostraram dados divulgados pelo Banco Central na segunda-feira. Esta foi a maior retirada líquida de recursos já registrada para meses de fevereiro na série histórica da autoridade monetária, iniciada em 1995
Do total do mês, os saques superaram os depósitos no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) no valor de 8,577 bilhões de reais. Já na poupança rural, as saídas líquidas foram de 2,938 bilhões de reais. O movimento de retiradas ocorre em meio a um cenário de juros elevados, que reduz a competitividade da poupança frente a outros investimentos.
REUTERS
Boletim Focus: Mercado mantém expectativas de inflação para 2023 e 2024
Analistas consultados pelo Banco Central mantiveram suas expectativas para a inflação deste ano e do próximo, interrompendo uma recente sequência de elevação. A pesquisa semanal Focus, divulgada na segunda-feira, estima que o IPCA avançará 5,90% em 2023 e 4,02% em 2024, sem alterações em relação à sondagem anterior
A projeção deste ano interrompeu uma sequência de 11 altas consecutivas, enquanto a conta para o ano que vem permaneceu inalterada pela segunda semana seguida, estabilidade que veio após série de cinco aumentos. O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e, para 2024 e 2025, é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Por outro lado, economistas elevaram sua estimativa de inflação para 2023 pela terceira vez seguida, a 3,77%, de 3,75% na semana anterior. Isso deve alimentar temores de investidores de desancoragem das expectativas após recentes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à conduta da política monetária pelo Banco Central e às metas de inflação. O mercado manteve a perspectiva de que a Selic encerrará este ano em 12,75% e o seguinte em 10,00%, segundo o Focus, mas elevou a projeção para os juros ao final de 2026 em 0,05 ponto percentual, a 8,75%. A taxa está atualmente em 13,75%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano melhorou marginalmente pela terceira semana seguida, a 0,85%, de 0,84% na semana anterior. Para 2024 segue em 1,50% pela décima semana seguida. Na última quinta-feira, dados do IBGE mostraram que o PIB cresceu 2,9% em 2022, com queda de 0,2% no último trimestre sobre os três meses imediatamente anteriores.
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Ano 3 | nº 327 |07 de março de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
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Boi gordo: mercado em espera; preços da arroba seguem estáveis
O início de semana foi marcado pela grande morosidade no mercado brasileiro do boi gordo, em função da ausência de boa parte dos agentes nas negociações, informaram na segunda-feira (6/3) as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário
De maneira geral, há uma espera por maiores informações em relação ao impasse comercial entre Brasil e China, devido ao surgimento de um caso atípico de “vaca louca” no Pará. Neste contexto, as condições de preços não apresentaram alterações ao longo da segunda-feira, enfatiza consultoria. Pelo lado das indústrias, os estoques de carne bovina ainda permanecem em patamares elevados, já que, além da produção regular voltada ao mercado doméstico, as câmaras frias estão ocupadas pela mercadoria que seria direcionada ao mercado chinês. A S&P Global também apurou que a oferta de boiada gorda está mais enxuta, fator que também fundamenta o aperto nas escalas de abate de algumas unidades frigoríficas brasileiras, sobretudo nos Estados de São Paulo e do Mato Grosso do Sul. Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, após a confirmação da atipicidade do caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina – EBB (ou “vaca louca), os frigoríficos paulistas estão aos poucos retornando às compras de animais gordos. Os preços seguiram estáveis na praça paulista, na comparação com o fechamento de sexta-feira (3/3). O boi gordo continua valendo R$ 277/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 260/@ e R$ 270/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). Para o “boi-China” (abatido mais jovem, com até 30 meses de idade), não há ofertas de compra, acrescenta a Scot. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 266/@ (à vista) vaca a R$ 246/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 276/@ (prazo) vaca a R$ 258/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 221/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 234/@ (à vista) vaca a R$ 216/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 234/@ (à vista) vaca a R$ 216/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca R$ 226/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 276/@ (à vista) vaca a R$ 246/@ (prazo); PA-Marabá: boi a R$ 219/@ (prazo) vaca a R$ 209/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 247/@ (prazo) vaca a R$ 240/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 221/@ (prazo) vaca a R$ 206/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 221/@ (à vista) vaca a R$ 201/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 221/@ (à vista) vaca a R$ 216/@ (à vista).
PORTAL DBO
Exportações de carne para a China devem ser retomadas no fim de março, diz associação
As exportações de carne para a China devem ser retomadas no fim de março após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao país, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec)
A venda da proteína ao mercado asiático está suspensa há duas semanas, quando o governo do Pará confirmou um caso do “mal da vaca louca”, que foi confirmado como isolado e atípico – de causas naturais – na semana passada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A previsão pela retomada dos envios foi dada pelo presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, no domingo (5). De acordo com ele, “a expectativa é que, na presença do Presidente Lula, a gente tenha a parte técnica sedimentada e isso faça parte do entendimento político para reverter o cenário até o final do mês”, disse em entrevista à CNN Brasil. A viagem de Lula à China será no dia 28 e deve durar quatro dias. Além de retomar o comércio de carne, a expectativa dos ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços e Inovação é de que sejam discutidos e fechados negócios bilaterais em áreas como mudança climática, eficiência energética, tecnologia e inovação, agricultura, defesa, entre outros. Segundo o Itamaraty, o comércio entre o Brasil e a China fechou 2022 com redores de US$ 89,7 bilhões em exportações.
GAZETA DO POVO
SUÍNOS
Suínos: segunda-feira com preços estáveis no PR e SC e SP
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF teve recuo de 0,71%/0,68%, chegando a R$ 140,00/R$ 145,00, enquanto a carcaça especial permaneceu estável em R$ 10,50/R$ 11,00 o quilo.
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (3), houve queda somente em Minas Gerais, na ordem de 0,36%, fechando em R$ 8,32/kg. Ficaram estáveis os preços no Paraná (R$ 7,30/kg), Rio Grande do Sul (R$ 7,05/kg), Santa Catarina (R$ 7,19/kg), e São Paulo (R$ 7,71/kg).
Cepea/Esalq
FRANGOS
Frango: segunda-feiracom preços estáveis no PR e SC e SP
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, assim como o frango no atacado, custando R$ 6,60/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço ficou estável em R$ 4,30/kg, da mesma maneira como no Paraná, cotado em R$ 4,92/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (3), a ave congelada teve ligeira queda de 0,28%, chegando a R$ 7,13/kg, enquanto o frango resfriado cedeu 0,14%, fechando em R$ 7,27/kg.
Cepea/Esalq
Brasil segue sem registro de gripe aviária após investigaçã em 17 casos suspeitos
O Ministério da Agricultura já investigou 17 casos suspeitos de influenza aviária de alta patogenicidade desde o início do ano. Todos os resultados foram negativos e o país seguem sem registros da doença, que tem se alastrado pelos vizinhos Argentina e Uruguai
Segundo a Pasta, o Serviço Veterinário Oficial (SVO) brasileiro recebeu 310 notificações de suspeitas de doenças em aves desde o início do ano. Destas, apenas 118 atendiam ao critério de caso suspeito de síndrome respiratória e nervosa das aves, cujas doenças principais são Influenza Aviária (IA) e Doença de Newcastle (DNC), e foram investigadas. Entre as investigações, 101 casos (85,6%) foram concluídos como "suspeitas descartadas" com base em critérios clínico-epidemiológicos. "Nas outras 17 investigações (14,41%), sendo nove em aves silvestres, o Serviço Veterinário Oficial coletou amostras de casos prováveis para diagnóstico laboratorial de IA e DNC. Todas as amostras processadas tiveram resultado negativo para influenza aviária de alta patogenicidade e para doença de Newcastle", informou a Pasta em resposta ao Valor. Com os registros da doença em aves silvestres, em criações de subsistência e em granjas comerciais nos países vizinhos, o Ministério da Agricultura antecipou as coletas de amostras da vigilância ativa em criações domésticas próximas a sítios de aves migratórias em todos os Estados. A vigilância ativa faz coletas planejadas de amostras em animais sem sinais da doença. "As coletas de amostras em estabelecimentos avícolas industriais planejadas para o ciclo de 2022-2023 estão praticamente concluídas e contemplaram mais de 2.200 estabelecimentos, totalizando 34.941 amostras analisadas no país", disse a Pasta. Órgãos ambientais, instituições de pesquisa e profissionais ligados ao Projeto de Monitoramento de Praias têm realizado ações de monitoramento nas localidades de agregação de aves migratórias. O objetivo é identificar precocemente uma possível dispersão do vírus na fauna silvestre brasileira e potencial transmissão para os animais domésticos, explicou o ministério.
VALOR ECONÔMICO
CARNES
Índice global de preços de carnes cai 0,1% em fevereiro
O índice global de preços de carnes da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) caiu 0,1% em fevereiro, em relação a janeiro, para 112 pontos, disse a FAO em comunicado
O índice ficou 1,7% abaixo do valor registrado em fevereiro do ano passado. “Em fevereiro, os preços internacionais de carne de aves caíram pelo oitavo mês consecutivo, refletindo oferta global abundante comparada à demanda de importação mais fraca, apesar dos surtos de gripe aviária em vários dos principais países produtores”, disse a FAO em comunicado. Os preços de carne suína subiram impactados por preocupações relacionadas à baixa disponibilidade de suínos prontos para abate em um cenário de crescimento na demanda interna na Europa. Já os preços de carne bovina ficaram estáveis, sendo que as maiores importações, especialmente no norte da Ásia, levaram a demanda global a se equilibrar relativamente bem com os suprimentos atuais. Os preços internacionais da carne ovina ficaram praticamente inalterados, já que a demanda global foi adequada para absorver os elevados suprimentos da Austrália.
CARNETEC
INTERNACIONAL
Austrália: Exportações de carne bovina de fevereiro sobem, mas permanecem baixas em termos históricos
Houve um sólido aumento mês a mês e ano a ano nas exportações australianas de carne bovina em fevereiro, no entanto, o volume permanece bem abaixo da média de cinco anos para o mês de 75.300 t
Como mostram os dados semanais de abates australianos, a atividade de processamento cresceu em fevereiro, atingindo alguns dos maiores abates semanais vistos em dois anos e meio. Isso colocou mais carne bovina no sistema para exportação, com os dados de fevereiro mostrando um número de 70.379 toneladas – cerca de 8% abaixo da média de cinco anos para o mês. No entanto, o comércio de fevereiro foi de mais de 18.000 t ou 36% acima do de janeiro, que é tradicionalmente o mês de comércio mais calmo do ano devido ao fechamento das plantas de processamento no verão. As comparações com a exportação de carne bovina de fevereiro do ano passado têm pouco valor, porque grandes partes de Queensland e NSW ficaram submersas em meados de fevereiro de 2022, levando a longos fechamentos de fábricas de processamento e principais estradas arteriais fechadas por dias e até semanas. As interrupções do ano passado foram facilmente as piores desde as devastadoras enchentes de 2011. A maioria dos grandes mercados de exportação apresentou algum crescimento em fevereiro. Talvez o mais notável tenha sido o aumento do volume na China, respondendo por 12.578 t, alta de 19% em relação a janeiro e 19% acima de fevereiro do ano passado. Fontes do comércio dizem que as consultas de compradores fora da China aumentaram significativamente em fevereiro, depois de ficarem estáveis desde o final do ano passado. A recuperação dos bloqueios do COVID é um fator, assim como a recente suspensão auto-imposta do mercado da China pelo Brasil e o declínio no volume de produção de carne bovina que agora está sendo visto nos Estados Unidos devido à seca. O maior cliente de exportação, o Japão, também aumentou acentuadamente no volume comercial no mês passado, respondendo por 16.657 t de carne bovina australiana. Isso representa um aumento de apenas 11.900 t no mês anterior. A disponibilidade de menor volume da rede de exportação dos EUA faz parte disso. A Coreia do Sul também foi muito mais forte no mês passado, por razões semelhantes, respondendo por 13.342 t de carne bovina australiana resfriada e congelada. Isso representa um aumento de 31% em relação ao comércio de janeiro afetado pelo feriado e cerca de 30% em relação a fevereiro do ano passado.
BEEF CENTRAL
Casos de gripe aviária na Argentina sobem para 36
O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina confirmou 2 casos positivos de influenza aviária (IA) H5 em aves domésticas nas províncias de Córdoba e Neuquén, somando um total de 36 detecções da doença até o momento em o país desde a primeira detecção, em 15 de fevereiro
Das 11 amostras analisadas no domingo (5) pelo Laboratório Nacional do Senasa, 9 tiveram diagnóstico negativo e 2 positivo para AI H5, 2 em aves de domésticas em estabelecimentos das localidades cordobesas de La Cautiva e Las Lajas em Neuquén. Após a confirmação dos casos, agentes dos centros regionais Córdoba e Patagônia Norte realizarão as ações sanitárias correspondentes nas propriedades afetadas. Por sua vez, o Senasa está trabalhando em ações sanitárias e de varrimento em todas as regiões onde foram feitas as constatações. Desta forma, das mais de 200 notificações analisadas pelo Laboratório Senasa, até o momento, há 36 casos confirmados, sendo: 30 em aves domésticas, 4 em aves silvestres e 2 em aves de criação comercial. A distribuição dos casos se dá da seguinte maneira: 16 em Córdoba, 8 em Buenos Aires, 3 em Neuquén, 3 em Santa Fe, 2 em Río Negro, 1 em Jujuy, 1 em Santiago del Estero; 1 em San Luis e 1 em Salta. Na província de Río Negro, desde o início da manhã de domingo, uma equipe de profissionais do Centro Regional Patagônia Norte do Senasa continuou com os trabalhos de varrimento em Lamarque, na área onde foi detectado um caso de gripe aviária em aves na semana passada. Da mesma forma, em Mainqué, o Senasa completou o esvaziamento sanitário no estabelecimento onde foi detectado um caso da doença em aves. Na mesma linha, o pessoal da Barreira Zoofitossanitária Patagônica Senasa continuou com os controles nas vias de entrada e saída da área. O pessoal da Saúde Pública de Río Negro continua em estado de guarda passiva para atender caso seja necessário. Na província de Neuquén, após a confirmação de um caso de IA no município de San Patricio del Chañar, os profissionais de Sanidade Animal do Centro Regional Senasa Patagônia Norte realizaram tarefas sanitárias definidas nos protocolos e também mobilizaram as autoridades locais para especificar enterro sanitário de aves. Enquanto isso, na província de Santiago del Estero, agentes do Centro Regional NOA Sur do Senasa realizaram o despovoamento total dos animais em uma casa onde a gripe aviária foi detectada na sexta-feira em aves de quintal. localizada em Tourena, departamento de Robles, a 21 quilómetros da capital provincial.
Além disso, agentes do Senasa realizam buscas em um raio de três quilômetros ao redor do foco sem, até o momento, terem detectado qualquer notícia.
SENASA
Uruguai: Governo estuda vacinação em massa de aves contra gripe aviária
Na quarta-feira, em Buenos Aires, será realizada uma reunião de "urgência" dos chefes de saúde animal dos países do Cone Sul
Um comitê de especialistas que analisará as diferentes vacinas descobertas contra a gripe aviária se reuniu pela primeira vez na segunda-feira para medir a viabilidade de implementação da campanha de imunização, informou o El País. A medida pode ser comparada à campanha de vacinação contra a febre aftosa para impedir infecções entre animais, disseram fontes ao jornal matutino. A emergência sanitária da gripe aviária está em vigor no Uruguai desde 15 de fevereiro, depois que os primeiros casos foram encontrados em cisnes de pescoço preto em Rocha. Na sexta-feira passada, o Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) confirmou os primeiros casos de influenza em aves, após detectar a morte de 70 frangos e aves de transferência em San Gregorio de Polanco, Tacuarembó. “Estamos passando pela zona de vigilância de 5 km e uma zona de controle de 10 km. Não há notícias até o momento de qualquer circunstância que possa gerar alerta de contágio”, afirmou o Ministro da Pecuária, Fernando Mattos. O encontro, que acontecerá na sede do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa), faz parte da agenda do Comitê Veterinário Permanente do Cone Sul (CVP). O CVP é integrado pelos serviços de saúde animal da Argentina, Uruguai, Brasil, Bolívia, Chile e Paraguai. As autoridades paraguaias não detectaram a presença do vírus no país. Na Argentina, o primeiro caso positivo de gripe aviária em aves foi confirmado na terça-feira e as exportações de produtos similares foram suspensas para evitar a propagação da doença no circuito comercial, segundo fontes oficiais. O Chile, por sua vez, confirmou um segundo caso de gripe aviária altamente patogênica (HPAI) em um leão-marinho comum na região norte de Antofagasta, onde o primeiro caso foi registrado em 16 de fevereiro. Da mesma forma, no Peru, 3.492 leões marinhos e 63.000 aves mortas pelo H5N1 em áreas naturais protegidas da costa foram relatadas nas últimas semanas.
Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP)
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Alta do ICMS deve elevar em R$ 800 mi arrecadação no Paraná
Alíquota sobe de 18% para 19% a partir de abril e deve ajudar a compensar as perdas decorrentes da redução tributária aplicada em 2022
O Paraná deve elevar em cerca de R$ 800 milhões a arrecadação anual com o aumento da alíquota padrão do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que volta a ser cobrada no Estado a partir de 1 de abril. Nesta semana, os estados começaram a reajustar o índice tributário. O primeiro foi o Piauí e, gradualmente, a medida se estenderá a outros estados. O retorno da cobrança do imposto é uma forma de amenizar o rombo nos caixas estaduais causado pela redução do tributo aprovada pelo Congresso em 2022. Para os contribuintes paranaenses, a taxa salta de 18% para 19%. O governo do Paraná foi o primeiro a sancionar a lei que permitiu a alta de um ponto percentual na alíquota do imposto, em dezembro do ano passado. Após a sanção, foi respeitado o prazo de 90 dias para que a medida entre em vigor, prazo que se encerra no próximo dia 31 de março, segundo a Secretaria de Estado da Fazenda. A volta da cobrança da alíquota geral do ICMS é uma forma de compensar as perdas de arrecadação com a redução do ICMS sobre os combustíveis. O Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários da Fazenda), calculou essas perdas em torno de R$ 33 bilhões. Com a alta da taxação, alguns produtos devem ficar mais caros. Entre eles, bebidas alcóolicas, refrigerantes, água, joias, perfumes, cosméticos, medicamentos e itens de higiene. Os itens considerados essenciais pela Lei Complementar 194/22, como combustíveis, comunicações e energia elétrica, não terão a tributação alterada. Em audiência pública realizada na semana passada na Assembleia Legislativa do Paraná, a Secretaria Estadual da Fazenda apresentou o Relatório de Gestão Fiscal 3º Quadrimestre 2022, que apontou duas realidades distintas nas contas do Paraná ao longo de 2022. Enquanto na primeira metade do ano, a arrecadação cresceu 22% em relação ao mesmo período de 2021, com alta de 30% na arrecadação sobre combustíveis, no segundo semestre a entrada total de ICMS do Estado caiu 15% em valores reais, um reflexo das leis complementares aprovadas pelo Congresso Nacional que reduziram a taxação de vários produtos. Foram cerca de R$ 3,2 bilhões a menos que deixaram de entrar nos cofres do Paraná. Somando todos os estados, as perdas chegaram a R$ 37 bilhões. Na projeção apresentada pela Fazenda estadual, 2023 deve encerrar com a maior queda de arrecadação da série histórica da Receita, mesmo com a elevação da alíquota do ICMS para 19%. O aumento que passa a valer no mês que vem, apontou a secretaria, deverá compensar menos de 15% das perdas decorrentes da Lei Complementar. Considerando apenas os setores afetados, a previsão é que o impacto possa chegar em R$ 6,8 bilhões até o final deste ano. Se a alta na taxação de ICMS reforça os caixas dos estados e municípios, que têm garantida uma parcela sobre o recolhimento desse imposto, para a população o aumento de tributos significa um peso maior no orçamento doméstico. Na semana passada, com o retorno da cobrança dos impostos federais PIS e Cofins sobre os combustíveis, o preço do litro da gasolina nos postos subiu cerca de 10%. Reajustes que já devem ter impacto no preço de várias mercadorias, mesmo que a alta não recaia sobre óleo diesel e gás de cozinha, que seguem com alíquota zero.
FOLHA DE LONDRINA
Paraná pode bater recorde na colheita de soja
Os produtores paranaenses de soja poderão produzir, em uma área de 5,76 milhões de hectares, aproximadamente 20,89 milhões de toneladas de soja nesta primeira safra 2022/2023
Esse volume, se confirmado, será o maior da história no Paraná. As informações são da Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), relativa ao mês de fevereiro. As expectativas para a cultura da soja representam um aumento de 70% no volume de produção comparativamente à safra 2021/2022, quando foram produzidas 12,31 milhões de toneladas. A colheita do grão avançou para 17% da área nesta semana, e 85% das lavouras se encontram em boas condições, 12% em condições medianas e 3% em condições ruins. A área estimada para esta safra é 1,5% maior que a do ciclo 2021/2022. Nesse cenário de maior produção, observou-se uma pressão maior nos preços, segundo o Deral. Em fevereiro, o preço médio pago aos produtores pela saca de 60 kg foi de R$ 158,14, o menor dos últimos 12 meses, e 14% menor que o registrado em fevereiro de 2022.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fecha em baixa de 0,60%, a R$5,1697 na venda
O dólar à vista fechou em baixa ante o real na segunda-feira, sob influência do exterior e com participantes do mercado aproveitando as cotações mais elevadas, em especial perto do início da tarde, para vender a moeda norte-americana no Brasil
O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1697 reais, em baixa de 0,60%. Foi a segunda sessão consecutiva de queda para a moeda americana, que atingiu a menor cotação de fechamento desde 23 de fevereiro. Na B3, às 17:04 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,63%, a 5,1950 reais.
REUTERS
Ibovespa fecha em alta com disparada de aéreas e avanço de bancos
As aéreas foram impulsionadas pela Azul, que anunciou renegociação com arrendadores e balanço do quarto trimestre de 2022
O Ibovespa terminou o pregão de hoje com a segunda alta consecutiva. A expressiva alta das aéreas, os ganhos firmes dos papéis de bancos e os ganhos de papéis de varejo deram impulso ao índice, ainda que o recuo das ações de commodities metálicas tenha contido os ganhos do dia. Após ajustes, o Ibovespa subiu 0,80%, aos 104.700 pontos. O volume de negócios para o índice no dia foi de R$ 15,22 bilhões. Em Nova York, S&P 500 subiu 0,07%, aos 4.048 pontos, Dow Jones avançou 0,12%, para 33.431 pontos, e Nasdaq perdeu 0,11%, aos 11.676 pontos. O principal destaque foi a disparada do setor aéreo. Azul PN liderou com folga os ganhos do índice no dia, terminando com alta de 37,98%. A companhia informou que firmou acordos comerciais com arrendadores que representam mais de 90% do seu passivo de arrendamento. O Goldman Sachs considerou os termos positivos, mesmo com a falta de detalhes financeiros. O banco destaca que o risco de crédito é o principal tema do setor no momento. A aérea também publicou balanço que mostrou lucro líquido de R$ 1,1 bilhão no quarto trimestre de 2022 e prejuízo líquido ajustado de R$ 610,5 milhões no período. Em relatório, o Citi considerou o resultado melhor do que se esperava. No noticiário geral, a expectativa pelo novo arcabouço fiscal também melhorou o humor dos mercados. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje que o desenho apresentado pela Fazenda está pronto e que agora outras partes da equipe econômica debaterão o projeto.
VALOR ECONÔMICO
Poupança tem em fevereiro retirada líquida recorde para o mês de R$11,515 bi
A caderneta de poupança registrou saques líquidos de 11,515 bilhões de reais em fevereiro, mostraram dados divulgados pelo Banco Central na segunda-feira. Esta foi a maior retirada líquida de recursos já registrada para meses de fevereiro na série histórica da autoridade monetária, iniciada em 1995
Do total do mês, os saques superaram os depósitos no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) no valor de 8,577 bilhões de reais. Já na poupança rural, as saídas líquidas foram de 2,938 bilhões de reais. O movimento de retiradas ocorre em meio a um cenário de juros elevados, que reduz a competitividade da poupança frente a outros investimentos.
REUTERS
Boletim Focus: Mercado mantém expectativas de inflação para 2023 e 2024
Analistas consultados pelo Banco Central mantiveram suas expectativas para a inflação deste ano e do próximo, interrompendo uma recente sequência de elevação. A pesquisa semanal Focus, divulgada na segunda-feira, estima que o IPCA avançará 5,90% em 2023 e 4,02% em 2024, sem alterações em relação à sondagem anterior
A projeção deste ano interrompeu uma sequência de 11 altas consecutivas, enquanto a conta para o ano que vem permaneceu inalterada pela segunda semana seguida, estabilidade que veio após série de cinco aumentos. O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e, para 2024 e 2025, é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Por outro lado, economistas elevaram sua estimativa de inflação para 2023 pela terceira vez seguida, a 3,77%, de 3,75% na semana anterior. Isso deve alimentar temores de investidores de desancoragem das expectativas após recentes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à conduta da política monetária pelo Banco Central e às metas de inflação. O mercado manteve a perspectiva de que a Selic encerrará este ano em 12,75% e o seguinte em 10,00%, segundo o Focus, mas elevou a projeção para os juros ao final de 2026 em 0,05 ponto percentual, a 8,75%. A taxa está atualmente em 13,75%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano melhorou marginalmente pela terceira semana seguida, a 0,85%, de 0,84% na semana anterior. Para 2024 segue em 1,50% pela décima semana seguida. Na última quinta-feira, dados do IBGE mostraram que o PIB cresceu 2,9% em 2022, com queda de 0,2% no último trimestre sobre os três meses imediatamente anteriores.
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