Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 324 |02 de março de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: mercado sem reação, embora mais compradores estejam ativos, informa Scot
Na avaliação dos analistas, a preferência dos compradores pelas fêmeas indica que essa categoria está sendo comprada para atender ao consumo interno
Segundo a Scot Consultoria, nas praças pecuárias paulistas, o preço do boi gordo “comum” ficou estável na quarta-feira (1/3), em R$ 277/@ (valor bruto, no prazo). Por sua vez, a cotação da vaca gorda teve baixa diária de R$ 1/@, enquanto a novilha caiu R$ 5/@ na comparação com terça-feira. As ofertas de compra em São Paulo estão em R$ 260/@ de vaca e R$ 270/@ de novilha (preços brutos e a prazo). Ainda de acordo com a Scot, na praça pecuária de Goiânia, a cotação da vaca e da novilha gordas registraram desvalorização de R$ 5/@, para R$ 235/@ e R$ 245/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). Nessa mesma praça, o boi gordo ficou estável na quarta-feira. Na região Sudeste de Rondônia, as cotações dos animais terminados também seguem bastante pressionadas. Na quarta-feira, os preços do boi, da vaca e da novilha tiveram queda de R$ 5/@ nessa região, atingindo R$ 250/@, R$ 220/@ e R$ 230/@, respectivamente (preços brutos e a prazo), informa a Scot. O mercado atacadista de São Paulo continua sentindo os efeitos da segunda quinzena do mês (período de menor poder aquisitivo da população, devido ao maior distanciamento do pagamento dos salários), e as distribuições dos cortes são consideradas fracas, contando com algumas devoluções parciais e totais, afligindo os agentes da cadeia produtiva, relata a Agrifatto. Na terça-feira, 28 de fevereiro, as negociações se aproximam de zero, os preços dos cortes bovinos permanecem estáveis. “Agora, as expectativas se voltam para o início deste mês”, afirmam os analistas da Agrifatto, referindo-se à entrada de dinheiro na conta dos trabalhadores, o que podem motivar uma procura maior pela proteína vermelha, de longe a preferida dos brasileiros. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 266/@ (à vista) vaca a R$ 246/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 291/@ (prazo) vaca a R$ 261/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 266/@ (prazo) vaca a R$ 248/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca a R$ 246/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 241/@ (prazo) vaca a R$ 226/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 226/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 241/@ (à vista) vaca a R$ 221/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 241/@ (à vista) vaca a R$ 216/@ (à vista); GO- Goiânia: boi a R$ 246/@ (prazo) vaca R$ 231/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 276/@ (à vista) vaca a R$ 246/@ (prazo); PA-Marabá: boi a R$ 233/@ (prazo) vaca a R$ 220/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 247/@ (prazo) vaca a R$ 240/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 227/@ (prazo) vaca a R$ 217/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 217/@ (à vista) vaca a R$ 207/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 231/@ (à vista) vaca a R$ 212/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 222/@ (à vista).
PORTAL DBO
Embarques de carne bovina in natura tem queda forte em fevereiro/23, mesmo ainda sem efeito da vaca louca
Volume exportado de carne bovina registrou queda de 20,25% em fevereiro/23, enquanto o faturamento teve recuo de 27%
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques de carne bovina in natura finalizaram com 126,4 mil toneladas os 18 dias úteis de fevereiro/23. No ano anterior, os embarques somaram 158,5 mil toneladas em 19 dias úteis, o que representa uma queda de 20,25%. No comparativo mensal, o volume exportado registrou um recuo de 21,05%. Em janeiro foram embarcadas 160,1 mil toneladas em 22 dias úteis. Na média diária, 7,02 mil toneladas, queda de 15,8%, frente a fevereiro do ano anterior, com 8,3 mil toneladas. Os números ainda não tiveram qualquer interferência causada pela atual crise da Vaca Louca, que deverão começar a interferir nos resultados de março. O preço médio, US$ 4.855 mil por tonelada, teve uma queda de 13,3 % frente a fevereiro de 2022, com US$ 5,603 mil por tonelada. O valor total da exportação foi de US $ 613,9 milhões, contra US$ 888,1 milhões em fevereiro do ano anterior. A média diária, US $ 34,1 milhões, teve queda de 27% frente a fevereiro do ano passado, com US$ 46,7 milhões. Para o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o desempenho do faturamento ficou muito abaixo frente ao ano anterior e com a questão do caso da vaca louca em andamento, a perspectiva é que venha recuar ainda mais. “Os dados são muito preocupantes, isso porque os resultados atuais são referentes a negócios fechados em 30 dias”, informou.
AGÊNCIA SAFRAS
SUÍNOS
Suínos: Cotações estáveis nas principais praças
Os preços no mercado de suínos apresentaram estabilidade na quarta-feira (01), em que o valor do suíno CIF ficou em R$ 141,00/@ a R$146,00/@, conforme o levantamento da Scot Consultoria
A Scot Consultoria também informou que a cotação da carcaça especial seguiu estável e ficou cotada em R$ 10,60/R$ 11,00 por kg. A cotação do animal vivo em Minas Gerais seguiu estável em R$ 8,35/kg, conforme o Cepea/Esalq referente às informações da terça-feira (28). No estado de São Paulo, os preços tiveram movimento de desvalorização de 1,64% ficando em R$ 7,79/kg. O preço do animal vivo no Paraná está próximo de R$ 7,32/kg, recuo de 1,08% frente ao comparativo diário. Em Santa Catarina, o animal vivo apresentou baixa de 0,54% e está em R$ 7,31/kg. Já no Rio Grande do Sul, o preço do suíno não teve alteração e está cotado em R$ 7,07/kg.
Cepea/Esalq
Exportação de carne suína avança 9,06% no volume em fevereiro
Receita registrou crescimento de 31,9% no comparativo anual
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Governo Federal informou que o volume exportado de carne suína in natura atingiu 69,8 mil toneladas nos dezoito dias úteis de fevereiro de 2023, num avanço de 9,06%, frente ao total embarcado no mesmo período do ano passado, com 64 mil toneladas. No comparativo mensal, o volume exportado de carne suína teve um recuo de 12,75%. Em janeiro/23 o volume foi de 80 mil toneladas. Na média diária, o volume foi de 3,8 mil toneladas, avanço de 15,1% no comparativo com o mesmo mês de 2022, com 3,36 mil toneladas. A receita da movimentação foi de US$ 172,135 milhões, enquanto que no mesmo mês do ano anterior foi de US$ 137,8 milhões. A média diária ficou em US$ 9,560 milhões num avanço de 31,9% frente ao montante obtido em fevereiro de 2022, com US$ 7,252 milhões. No preço pago por tonelada, US$ 2,465, o resultado é 14,5% superior ao praticado em fevereiro do ano passado, com US$ 2,152 mil por tonelada.
AGÊNCIA SAFRAS
FRANGOS
Frango segue em estabilidade
O preço do frango no atacado paulista se manteve estável e ficou cotado em R$ 6,60/kg, conforme apontou o levantamento da Scot Consultoria
Na referência para a carne de frango de granja em São Paulo, a Scot Consultoria informou que os valores permaneceram estáveis em R$ 4,90/kg. Em Santa Catarina, o valor da ave seguiu estável, cotado em R$ 4,30/kg, conforme divulgado pelo Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina). A referência do frango vivo no Paraná não teve alteração e está em R$ 4,94/kg, enquanto em São Paulo a cotação do frango vivo ficou sem referência. No último levantamento realizado pelo Cepea na terça-feira (28), o preço do frango congelado registrou queda 0,14% e está em R$ 7,06/kg. A cotação do frango resfriado apresentou ganho de 0,56% e está em R$ 7,14/kg.
Cepea/Esalq
Exportação de carne de frango avança em volume em Fevereiro
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Governo Federal informou que o volume exportado de carne de aves in natura ficou em 353.421 toneladas em 18 dias úteis de fevereiro/23
O total representa um aumento de 4,13% frente ao resultado do mesmo período do ano passado, em que o volume ficou em 339.409 toneladas. Na média diária, o volume encerrou o mês com 19,6 mil toneladas, um avanço de 9,9%, frente ao observado em fevereiro de 2022, com 17,8 mil toneladas. O valor da movimentação de fevereiro foi de US$667 milhões, contra US$ 589 milhões em fevereiro do ano passado. A média diária ficou em US $ 37 milhões, alta de 20,2%, na comparação com fevereiro do ano passado, com US$ 30,8 milhões. No preço pago pela tonelada, o resultado em fevereiro foi de US$ 1,887 mil por tonelada, aumento de 9,3% no comparativo com o mesmo período do ano anterior, com US$ 1,726 mil por tonelada.
AGÊNCIA SAFRAS
EMPRESAS
Com forte prejuízo em 2022, BRF estuda vender cerca de R$ 4 bi em ativos
Empresa reportou um prejuízo líquido de R$ 956 milhões no quarto trimestre do ano passado, contra um lucro de R$ 964 milhões no mesmo intervalo de 2021
A BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, reportou ontem um prejuízo líquido de R$ 956 milhões no quarto trimestre do ano passado, contra um lucro de R$ 964 milhões no mesmo intervalo de 2021. Sem R$ 356 milhões relacionados ao acordo de leniência firmado no âmbito da operação Carne Fraca, que não tem efeito caixa, segundo a empresa, o resultado seria negativo em pouco mais de R$ 600 milhões. O desempenho desconsidera o impacto do acordo firmado em dezembro por não ser de natureza recorrente, explicou a jornalistas o Diretor Financeiro da companhia, Fabio Mariano. Não entrou na conta também os ganhos obtidos em decorrência da hiperinflação na Turquia, onde a BRF opera com a marca Banvit. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu quase 40%, para R$ 1,03 bilhão. A receita líquida, por sua vez, cresceu 7,6%, para R$ 14,8 bilhões. A alavancagem ficou em 3,75 vezes, contra 3,12 vezes no mesmo momento de 2021. De acordo com a empresa, o resultado reflete principalmente a queda dos preços médios das proteínas no mercado externo durante esse período e a persistente dificuldade para repassar os custos ao consumidor no Brasil. “O que observamos foi uma deterioração no segmento internacional devido ao desequilíbrio de oferta que tem afetado todos os mercados globalmente. Vocês verão que não é algo da companhia, mas do setor. Porém, é algo circunstancial e já vemos sinais de reação dos preços”, disse Mariano. A receita do segmento Brasil da empresa cresceu 7,7% no quarto trimestre, comparando anualmente, para R$ 7,76 bilhões. O Ebitda ajustado caiu 20,8%, para R$ 685 milhões. Externamente, a BRF vendeu R$ 6,2 bilhões, um aumento de 7,3%, mas o Ebitda foi 68,4% menor, de R$ 208 milhões. No mercado asiático, a receita foi 13,5% menor entre outubro e dezembro de 2022 do que no trimestre imediatamente anterior, somando R$ 1,48 bilhões. Segundo a companhia, a média de preços da carne de frango exportada caiu 8,5% e ainda houve uma desaceleração nas vendas ao Japão e à Coreia do Sul, resultado dos altos níveis de estoques locais e da estabilização da oferta na região. O CEO da BRF, Miguel Gularte, afirmou que a reabertura da economia chinesa reduziu os estoques e há sinais de maior demanda para os próximos meses. “Se isso acontece, devemos ter uma melhora por ‘osmose’ em toda a região. E como dominamos nessa geografia, nossa recuperação deve ser mais intensa do que a média do mercado”, disse. No acumulado de 2022, a dona da Sadia reportou um prejuízo de R$ 3,1 bilhões, contra lucro de R$ 517 milhões em 2021. O Ebitda ajustado chegou a R$ 5,56 bilhões (-30%) e a receita, a R$ 53,8 bilhões (+11,3%). Para tentar reverter o resultado negativo, a BRF estuda uma série de desinvestimentos, a começar pelo negócio de ração para animais. Incluindo esse ativo, a empresa também estuda a venda de granjas não-essenciais, negócios florestais e créditos fiscais. No total, o movimento poderia trazer R$ 4 bilhões. “Tomamos a decisão de vender [o negócio de pet food] porque recebemos várias manifestações de interesse. Entendemos que os indicativos de valuation são bastante atrativos e o movimento nos ajudaria a priorizar o nosso core business", disse Mariano.
VALOR ECONÔMICO
Afetada por desempenho da BRF, Marfrig tem prejuízo de R$ 628 milhões
Marfrig controla a dona das marcas Sadia e Perdigão desde abril do ano passado
A Marfrig informou ontem que teve prejuízo líquido de R$ 628 milhões no quarto trimestre de 2022, um resultado que reflete principalmente a perda de R$ 956 milhões que a BRF teve nesse mesmo período. No quarto trimestre do ano anterior, a Marfrig havia registrado lucro de R$ 650 milhões. A Marfrig controla a BRF desde abril do ano passado, quando sua participação no capital da dona da Sadia chegou a cerca de 33%. Excluindo o desempenho da BRF da conta, a Marfrig teria tido lucro de quase R$ 330 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) consolidado da Marfrig alcançou R$ 2,2 bilhões no período, uma queda de 46,8% no comparativo anual, com margem Ebitda de 6%. Desconsiderando o resultado da BRF, o recuo é de quase 70%, para R$ 1,28 bilhão. A receita líquida da Marfrig cresceu 56,2% incluindo a BRF, para R$ 37,4 bilhões, mas caiu 5% sem considerar os números de sua controlada, para R$ 22,7 bilhões. A redução das margens operacionais nos Estados Unidos, em decorrência da redução da oferta de gado, continua pressionando o balanço da companhia na América do Norte. A Marfrig opera na região com a National Beef. “A demanda também caiu um pouco devido ao impacto inflacionário, e as margens ficaram um pouco abaixo do planejado”, disse Tim Klein, CEO para a América do Norte. As vendas na região caíram 10,3%, somando R$ 16,1 bilhões, enquanto o Ebitda caiu 81%, para R$ 751 milhões, com margem Ebitda de 4,7%. Na América do Sul, a virada do ciclo pecuário para uma tendência de aumento de oferta no Brasil e a forte demanda da China explicam o crescimento no quarto trimestre, segundo o CEO da operação, Rui Mendonça Junior. A companhia reportou avanços de 9,5% na receita, para R$ 6,6 bilhões, e 148% no Ebitda, que chegou a R$ 529 milhões. A receita consolidada da Marfrig chegou a R$ 130,6 bilhões no acumulado de 2022, um aumento de 53% em relação ao ano anterior. Excluindo as vendas da BRF, o desempenho foi 4% maior que o de 2021, somando R$ 89 bilhões. O Ebitda consolidado caiu 12,3%, para R$ 12,7 bilhões, com margem de 9,8%. Sem a BRF, o recuo foi de 38%, para R$ 9,1 bilhões. O lucro líquido anual da companhia foi praticamente o mesmo do ano anterior, totalizando R$ 4,2 bilhões. A Marfrig não informou qual teria sido seu lucro anual sem o impacto da BRF, que reportou prejuízos de R$ 451 milhões no segundo trimestre, de R$ 137 milhões no terceiro e de R$ 956 milhões no quarto trimestre do ano passado. Tim Klein projeta margens na América do Norte em 2023 melhores do que se previa no começo do ano, ainda que abaixo das observadas entre 2020 e 2021. Dois atrás, a empresa operava em patamares “excepcionais” devido à ampla oferta de animais. “Não há nada no horizonte que nos preocupe”, acrescentou. Já Mendonça Junior afirma que a ampliação dos mercados internacionais deve favorecer os resultados da empresa. Ele confirmou que a indústria brasileira negociou uma cota de 100 mil toneladas com a Indonésia, ainda pendente de aprovação. Nem o embargo temporário da China à carne brasileira esfriou as perspectivas da Marfrig, porque 6 de suas 13 plantas habilitadas a exportar para o mercado chinês estão fora do Brasil. “Continuamos atendendo esses clientes e estamos negociando a preços superiores aos de antes da suspensão, na ordem de 10%”, disse. No ano passado, as exportações representaram 64% da receita total da América do Sul, sendo que 75% das vendas internacionais tiveram como destino China e Hong Kong.
VALOR ECONÔMICO
Cooperados da Frísia já negociam ‘créditos sustentáveis’ de grãos
Programa da cooperativa abre caminho para que associados obtenham renda extra a partir da adoção de boas práticas de cultivo
Um produtor paranaense iniciou o ano de 2023 com uma renda extra graças às boas práticas que adotou na produção de soja e aos princípios ambientais e trabalhistas seguidos à risca na propriedade de 784 hectares no município de Teixeira Soares, nos Campos Gerais do Paraná. Fabiano Gomes, cooperado da Frísia, negociou com empresas da Dinamarca e da Alemanha 2.281 créditos sustentáveis oriundos da colheita da oleaginosa. A negociação, que rendeu cerca de US$ 6 mil - ou mais de R$ 31 mil -, foi a primeira que a cooperativa realizou por meio do programa Fazenda Sustentável, que ela vai lançar oficialmente no mês que vem. Na iniciativa, a Frísia estimula a adoção das boas práticas ambientais, trabalhistas e de gestão, orienta a adaptação das propriedades e reduz o custo dos cooperados com a certificação, o que garante sobras maiores na comercialização desses créditos. Cada crédito equivale a uma tonelada de soja certificada. Na primeira remessa, o produtor negociou a unidade por US$ 2,50 com uma companhia dinamarquesa. Depois, comercializou o restante com a cotação mais alta, a US$ 2,80, com uma empresa alemã. “A gente já vinha com um modelo de organização muito forte na nossa propriedade, e queríamos dar um passo a mais”, diz Gomes. Na fazenda Pau Furado, ele e dois irmãos ainda produzem milho, feijão, trigo, cevada e aveia. O sistema de gestão profissional da propriedade, somado às melhorias estruturais, assegurou o resultado final. Segundo o agricultor, as boas práticas ajudaram a aumentar a produtividade da soja, que passou de 73 sacas por hectare nos últimos seis anos. No milho, a colheita média ficou em 181 sacas nas últimas cinco safras. “O mercado está exigindo cada vez mais qualidade. Hoje, a certificação é um selo de qualidade muito importante que a propriedade tem, principalmente para o mercado externo”, concluiu Gomes. A soja que rendeu o bônus foi colhida na última temporada passada e comercializada pela Frísia. Como zerou a lista dos critérios sustentáveis, a produção de Fabiano Gomes foi certificada pela Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS) e gerou os créditos, ofertados em dezembro e negociados em janeiro deste ano. A cooperativa atuou na intermediação, tornando o processo viável e mais barato ao produtor. Parte da receita é repassada à certificadora. “A Frísia tira os atravessadores, o que reduz muito o custo de certificação. Com a assessoria da cooperativa, o produtor não precisa buscar no mercado essa auditoria”, explica Jean Cesar Andrusko, especialista em Meio Ambiente da Frísia. Em uma negociação similar, realizada anteriormente por outro agricultor, mas sem o auxílio da cooperativa, conta Andrusko, o valor final que o produtor recebeu pelo crédito sustentável da soja certificada ficou em US$ 0,67 por unidade. “O objetivo é agregar valor à produção, tendo em vista que haverá a rastreabilidade e a comprovação da sustentabilidade”, completou o especialista. O projeto acelerou-se com a construção de uma maltaria em Ponta Grossa (PR) por um grupo de cooperativas. Uma das exigências das indústrias compradoras do malte é que parte da cevada seja sustentável, o que significa que os produtores têm de cumprir uma série de requisitos. A cooperativa pretende atender 100% das suas entregas dentro desses parâmetros certificados, afirma Andrusko. Ao todo, 12,5 mil hectares dos cooperados serão destinados à produção do malte sustentável. A Frísia tem quase mil cooperados no Paraná e em Tocantins. Eles produzem culturas como soja, milho, trigo e cevada, além de suínos, gado de corte e leite, com a captação de 850 mil litros diários. A adesão ao programa é opcional.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
Argentina suspende exportações de aves após caso de gripe aviária em plantel comercial
Com a confirmação, o país perde temporariamente o status de livre da gripe aviária
A Argentina confirmou o primeiro caso de gripe aviária de alta patogenicidade em estabelecimento industrial de aves de corte e suspendeu temporariamente as suas exportações de produtos avícolas. O caso foi confirmado em uma granja no município de Mainque, na província de Río Negro. Segundo o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar argentino (Senasa), o local fica ao sul da barreira zoofitossanitária patagônica, em uma área de baixa densidade de aves. Com a confirmação, o país perde temporariamente o status de livre da doença e precisa suspender voluntariamente a exportação de produtos avícolas em conformidade com as normas internacionais, informou o Senasa. O governo argentino disse ainda que aplicou medidas de contenção para evitar a propagação da doença em outros estabelecimentos que produzem aves em escala comercial. A produção de aves para consumo interno não foi afetada, comunicou o Senasa, já que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo da carne de frango e ovos. "Os frigoríficos que exportam poderão comercializar seus produtos no mercado interno", disse o órgão. "Autoridades, profissionais e técnicos do Senasa já estão trabalhando para conseguir a pronta restituição da condição de país livre da doença e a retomada das exportações de aves", completou o comunicado. Até o momento, são 25 casos de gripe aviária confirmados na Argentina, sendo 21 em animais criados em quintal, três em aves silvestres e um no setor comercial. Ao todo, 177 notificações já foram analisadas no laboratório do Senasa.
VALOR ECONÔMICO
Rebanho de bovinos de corte dos EUA é o menor desde 1962
O rebanho de gado de corte nos Estados Unidos está em seu ponto mais baixo em mais de seis décadas, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA)
Em seu relatório semestral, o USDA relatou um total de 89,3 milhões de cabeças em 1º de janeiro de 2023 – 3% a menos do que o total relatado um ano atrás e o menor desde 2015. O número de bovinos de corte – aqueles criados especificamente para abate e venda de carne — caiu 3,6%, para 28,9 milhões de cabeças, o menor total registrado pelo órgão desde 1962. No “Cattle Market Notes Weekly”, um boletim informativo focado na indústria pecuária, Kenny Burdine, da Universidade de Kentucky, e James Mitchell, economista de extensão pecuária da Divisão de Agricultura do Sistema da Universidade de Arkansas, escreveram esta semana que o declínio não foi uma surpresa. “Não havia dúvida de que o rebanho de bovinos de corte havia diminuído”, disseram Burdine e Mitchell. Era “apenas uma questão de saber o quanto menor está”. Para muitos produtores em todo o país, 2022 ofereceu uma tempestade perfeita de desafios econômicos e climáticos: custos de insumos como diesel e fertilizantes dobrando ou até triplicando, e um verão quente e seco que só aumentou a dependência de águas subterrâneas na ausência de chuvas. Para os produtores de gado em particular, as condições de seca impediram a reposição de forragem, levando à necessidade de abater mais animais do que gostariam. Os preços contribuíram para um aumento de 11% no abate de vacas de corte, de acordo com o USDA. Como Mitchell apontou recentemente, no entanto, a oferta reduzida combinada com a demanda estável do consumidor americano pelo menos significou maior lucratividade para os produtores com estoque para vender. “Há um atraso biológico bastante substancial na cadeia de fornecimento de carne bovina”, disse ele. “Na medida em que temos estoques de gado historicamente baixos hoje, isso levará a uma produção de gado mais restrita, o que significa preços potencialmente mais altos da carne bovina”, disse Mitchell. “Do ponto de vista dos produtores de gado, isso também significa preços mais altos. O relatório recente do USDA apenas reforça uma perspectiva otimista sobre os preços do gado para os próximos anos”. Não parece provável que a tendência de queda na produção de gado se reverta em 2023. De acordo com os dados de gado em engorda do USDA, o número de vacas em engorda em 1º de janeiro caiu 4% em relação aos números de 2022, para cerca de 14,2 milhões, marcando o primeiro declínio ano a ano na produção de carne bovina em oito anos, escreveram Burdine e Mitchell.
BEEF MAGAZINE
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Taxa de desemprego cai pelo 9º trimestre seguido no Paraná
A taxa de desemprego no Paraná caiu para 5,1% no quarto trimestre de 2022. É o melhor resultado desde o último trimestre de 2014, quando a população desocupada era de 3,8%
O dado é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada na terça-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desemprego no Paraná ficou quase três pontos percentuais abaixo da média nacional, que foi de 7,9% no quarto trimestre do ano passado. A taxa mais alta de desocupação no Paraná na série histórica, iniciada em 2012, foi atingida no terceiro trimestre de 2020, durante crise sanitária da Covid-19, quando aproximadamente 10,5% dos paranaenses em idade ativa de trabalho estavam sem emprego. Desde então, os números caíram, passando de 617 mil para 318 mil pessoas. É o menor número absoluto desde o primeiro trimestre de 2015, quando 309 mil paranaenses estavam sem ocupação. De acordo com a pesquisa, a diferença na taxa de desocupação é de 2,1 pontos percentuais entre os homens do Paraná (4,4%) e a média brasileira (6,5%). Entre as mulheres, enquanto a média nacional de desocupadas é de 9,8%, no Paraná é de 6,1%. Em relação ao nível de instrução, a maior diferença é para aqueles que têm ensino fundamental completo, com 5,1% de desocupação no Paraná, contra 9,3% da média nacional. Por faixa etária, houve queda na taxa de desocupação em quatro das cinco analisadas. Os jovens de 18 a 24 anos residentes no estado apresentaram taxa de desocupação de 9,8% no final de 2022, o menor índice dos últimos oito anos e bem abaixo dos 16,4% da média do país. Entre aqueles que têm de 40 a 59 anos, o Paraná está com 3% de desempregados, menor taxa desde o primeiro trimestre de 2015. No Brasil, a média de desempregados nessa faixa etária é de 5,3%. O Paraná também se destaca como um dos três estados com maior percentual de empregados com carteira assinada no setor privado, com uma taxa de 80,9%, enquanto a média nacional é de 73,6%. O estado também está entre os quatro com menor taxa de informalidade de trabalhadores embora ela continue alta, com 31% ante 38,8% do Brasil. Segundo o economista e pesquisador do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) Júlio Suzuki, houve também aumento da renda média entre os trabalhadores paranaenses. “O aquecimento do mercado de trabalho do Paraná está resultando, inclusive, em ganhos salariais. No último trimestre do ano passado, o rendimento médio do trabalho atingiu, no estado, um nível que superou em quase 8% a remuneração média do final de 2021, já descontando a inflação”, informou.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fecha em baixa de 0,66%, a R$5,1914 na venda
O dólar à vista fechou a quarta-feira no Brasil em baixa ante o real, em sintonia com o exterior, onde as divisas de países exportadores de commodities foram favorecidas pelos dados positivos de atividade divulgados pela China
A baixa do dólar interrompeu uma sequência de três sessões consecutivas de ganhos ante o real. Seguem no radar dos investidores os desdobramentos do retorno parcial da tributação federal sobre os combustíveis, que será acompanhada pela cobrança de impostos sobre a exportação de petróleo por quatro meses. O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1914 reais, em baixa de 0,66%. Na B3, às 17:07 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,87%, a 5,2265 reais. A baixa do dólar no Brasil acompanhava a tendência verificada no exterior. Às 17:07 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- caía 0,49%, a 104,470.
REUTERS
Ibovespa fecha em queda pressionado por exterior e bancos
Percepção de que Fed manterá juros mais altos por mais tempo nos EUA pesou sobre o índice, que não conseguiu avançar nem com impulso da Vale
O Ibovespa recuou na quarta-feira pressionado pelos setores de saúde (Hapvida caiu 32,74% após divulgar balanço), financeiro e energético e pela percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) precisará manter os juros mais elevados por mais tempo nos Estados Unidos. Nem a alta de mais de 4% das ações da Vale após dados positivos de atividade na China foi suficiente para impulsionar o índice. No fim do dia, o referencial local recuou 0,52%, aos 104.385 pontos. Em Nova York, o S&P 500 caiu 0,47%, aos 3.951 pontos, o Dow Jones fechou em alta de 0,02%, aos 32.661 pontos e o Nasdaq recuou 0,66%, aos 11.379 pontos.
VALOR ECONÔMICO
Inflação pelo IPC-S é de 0,34% em fevereiro
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou inflação de 0,34% em fevereiro deste ano. A taxa é menor que a de janeiro (0,80%). Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o IPC-S acumula 4,66% em 12 meses.
A queda de janeiro para fevereiro foi puxada por quatro dos oito grupos de despesas pesquisados, entre eles alimentação, que caiu 0,51 ponto percentual (pp), ao passar de 0,48% em janeiro para -0,03% em fevereiro. Também tiveram recuo neste período os grupos educação, leitura e recreação (-4,08 pp), ao recuar de 3,28% para -0,80%, transportes (-0,49 pp), caindo de 0,92% para 0,43% e comunicação (-0,06 pp), indo de 0,73% para 0,67%. Ao mesmo tempo, quatro grupos tiveram alta na taxa de janeiro para fevereiro: habitação (0,34 pp), ao passar de 0,26% para 0,60%, vestuário (0,44 pp), indo de -0,08% para 0,36%, saúde e cuidados pessoais (0,42 pp, ao passar de 0,42% para 0,84%) e despesas diversas (0,04 pp), indo de 0,97% para 1,01%. O IPC-S calcula, semanalmente, a variação de preços no período de um mês, em sete capitais: Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.
Agência Brasil
Brasil tem superávit comercial de US$2,8 bi em fevereiro, mostra MDIC
O Brasil registrou um superávit comercial de 2,837 bilhões de dólares em fevereiro, informou o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços na quarta-feira
O número veio abaixo dos 3,1 bilhões de dólares esperado por analistas segundo pesquisa da Reuters. No mês, o país exportou 20,56 bilhões de dólares em bens, enquanto as importações somaram 17,723 bilhões de dólares. As exportações caíram 7,7% na comparação pela média diária com fevereiro de 2022, pressionadas por uma redução expressiva nos embarques da indústria extrativa (-38,2%) e uma queda nas vendas do setor agropecuário (-5%), parcialmente compensadas pelo aumento das exportações industriais (+5,7%). Já as importações tiveram um recuo de 0,9% no mesmo período, também puxados pelo setor extrativo (-29,1%), com destaque para o gás natural (-85%). As importações da indústria de transformação cresceram 2,1%.
REUTERS
Confiança do empresário sobe 0,6 ponto em fevereiro, diz FGV
O Índice de Confiança Empresarial (ICE), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), teve alta de 0,6 ponto em fevereiro deste ano
Com o resultado, o indicador atingiu 89,2 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos, e interrompeu uma sequência de quatro quedas seguidas.O ICE consolida os quatro índices de confiança setoriais medidos pela FGV: indústria, comércio, serviços e construção. O Índice de Expectativas, que mede a confiança dos empresários no futuro, subiu 1,9 ponto e chegou a 87,9 pontos. Já o Índice da Situação Atual, que avalia a percepção dos empresários sobre o presente, caiu 1 ponto e atingiu 89,9 pontos, menor nível desde fevereiro do ano passado (88,1 pontos). A alta do ICE em fevereiro foi puxada pela confiança do comércio, que cresceu 3 pontos. Apesar do avanço, o setor continua tendo o menor índice de confiança entre os quatro segmentos pesquisados (85,8 pontos). Também teve alta o setor da construção (0,8 ponto), o qual se mantém como o segmento com maior confiança (94,4 pontos). Por outro lado, a indústria recuou 1,1 ponto e atingiu 92 pontos, enquanto os serviços caíram 0,4 ponto e chegaram a 89,2 pontos.
Agência Brasil
Indústria do Brasil reduz ritmo de contração em fevereiro, mostra PMI
O ritmo de contração da indústria do Brasil desacelerou em fevereiro, com quedas apenas marginais em vários segmentos do setor, o que pode indicar alguma estabilização após meses de deterioração, mostrou pesquisa de Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada na quarta-feira
Levantamento da S&P Global mostrou que o PMI para a indústria brasileira subiu para leitura de 49,2 em fevereiro, contra 47,5 em janeiro, permanecendo abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração pelo quarto mês consecutivo. O ritmo de perdas, no entanto, foi o mais lento desse período. "Embora os fabricantes brasileiros tenham relatado alguns desafios em fevereiro, parece que o setor está caminhando para a estabilização após uma angústia pós-eleitoral relacionada às condições operacionais", disse Pollyanna de Lima, Diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence. "Os pedidos às fábricas caíram apenas superficialmente e algumas empresas chegaram a sinalizar uma melhor demanda por determinados itens. De fato, se observarmos os dados granulares da pesquisa PMI, podemos ver uma recuperação nas vendas de bens de consumo e de investimento", acrescentou ela. O índice de novos pedidos da pesquisa PMI caiu no ritmo mais lento em cinco meses em fevereiro, a uma taxa que a S&P Global descreveu como "superficial". De forma semelhante, os índices de produção e emprego diminuíram a ritmo apenas "marginal", com ambos registrando a menor taxa de contração em quatro meses. Nesse contexto, o índice de produção futura da pesquisa caiu para o menor patamar em três meses em fevereiro, mas permaneceu acima do limite de 50,0 que separa expansão de contração e também de sua média de longo prazo, o que sinaliza forte grau de otimismo em relação aos próximos 12 meses. Segundo a S&P Global, expectativas de melhores condições de demanda, taxas de juros mais baixas, investimento planejado, publicidade e lançamento de novos produtos sustentaram a confiança no mês passado. Por outro lado, entre os destaques negativos, houve outra forte deterioração na demanda externa por produtos brasileiros em fevereiro, mostraram os dados do PMI. "Uma dificuldade particular que as empresas encontraram foi em sua capacidade de estabelecer preços competitivos nos mercados internacionais, o que resultou em outra contração substancial no índice de novos pedidos para exportação", que registrou o 12° declínio consecutivo, disse Lima. Em relação à inflação, houve aumento nos preços de insumos em fevereiro, com a taxa de alta de custos permanecendo sólida, apesar de pouco alterada frente a janeiro e abaixo da média de longo prazo. Também houve aumento superficial nos preços de venda que, de modo geral, foi similar ao observado nos dois meses anteriores, disse a S&P Global.
REUTERS
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