Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 319 |23 de fevereiro de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Brasil suspende exportações de carne bovina à China devido a caso de “vaca louca”
Segundo o Ministério da Agricultura, o caso ocorreu em um animal macho de 9 anos em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA)
O Ministério da Agricultura acaba de anunciar a suspensão das exportações de carne bovina à China devido a um caso de doença da “vaca louca” no Pará. O auto embargo está estabelecido no acordo bilateral firmado entre os países em 2015. “Todas as providências estão sendo adotadas imediatamente em cada etapa da investigação e o assunto está sendo tratado com total transparência para garantir aos consumidores brasileiros e mundiais a qualidade reconhecida da nossa carne”, ressaltou o Ministro Carlos Fávaro, em nota. Segundo a Pasta, o caso de encefalopatia espongiforme bovina ocorreu em um animal macho de 9 anos em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA). O governo já comunicou a Organização Mundial de Saúde Animal e aguarda o resultado do exame realizado pelo laboratório de referência da instituição em Alberta, no Canadá, que poderá confirmar se o caso é atípico. Fávaro explicou em entrevista à CNN que nenhum outro animal dessa propriedade foi abatido e que, portanto, não há carne dos bovinos desse rebanho nos mercados. O Ministro destacou também que a confirmação do caso de vaca louca não representa nenhuma falha no sistema de vigilância e de fiscalização agropecuária. Fávaro disse que a doença é causada por um processo degenerativo cerebral, que pode ocorrer em animais mais velhos, como é o caso do Pará. Apesar do auto embargo, Fávaro afirmou na quarta-feira (22) que espera receber o sinal verde da China para retomar as exportações de carne bovina brasileira para lá ainda em março, antes da viagem que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá fazer ao país asiático. "Com bom trabalho, no mês de março a gente consegue resolver o caso e levantar essas suspensões", projetou o Ministro à CNN. "Quero quer que antes da visita do Presidente Lula no fim de março, tenhamos esse caso solucionado". Em 2019, em caso semelhante, o embargo durou 13 dias. Em 2021, dois casos atípicos foram registrados em Minas Gerais e Mato Grosso, mas a China demorou mais de três meses para retomar as compras de carne bovina do Brasil. No protocolo não há prazo determinado para que Pequim reestabeleça os negócios. Segundo Fávaro, a China foi comunicada ainda no fim de semana sobre o assunto, quando o caso ainda era uma suspeita. A comunicação é feita por meio dos adidos agrícolas brasileiros em Pequim, a embaixada na capital chinesa e a Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês). A assessoria do ministro confirmou que ele vai se reunir na quinta-feira (23) com o embaixador chinês em Brasília, Zhu Qingqiao, para tratar do assunto. Na entrevista à CNN, o titular do Ministério da Agricultura disse que Lula foi comunicado imediatamente da confirmação do caso e que lhe pediu empenho para solucionar o tema e transparência com os países importadores e com os consumidores brasileiros. O Ministro quis tranquilizar a população e ressaltou que o consumo de carne bovina é seguro. "Não se preocupem em relação ao consumo, não tem hipótese de ter risco", garantiu. Segundo Fávaro, o animal era velho e criado a pasto. O bovino não teria consumido ração contaminada, um dos itens que poderia indicar um caso típico de vaca louca e que requer mais cuidados. "Nenhum animal dessa propriedade foi abatido em frigorífico, a carne não está no mercado. O animal doente foi abatido, protocolarmente, e não há risco de contaminação. A propriedade está isolada e não há risco de sair do controle da vigilância sanitária brasileira."
VALOR ECONÔMICO
NOTA OFICIAL
Mapa adota providências sobre caso de EEB no Brasil
Carne para consumo no mercado não é afetada pela confirmação
Diante da confirmação de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da “vaca louca”) em um animal macho de 9 anos em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) vem adotando todas as providências governamentais para o mercado de carnes brasileiras. Foi feito o comunicado à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e as amostras foram enviadas para o laboratório referência da instituição em Alberta, no Canadá, que poderá confirmar se o caso é atípico. O animal, criado em pasto, sem ração, foi abatido e sua carcaça incinerada no local. O serviço veterinário oficial brasileiro está realizando a investigação epidemiológica que poderá ser continuada ou encerrada de acordo com o resultado. “Todas as providências estão sendo adotadas imediatamente em cada etapa da investigação e o assunto está sendo tratado com total transparência para garantir aos consumidores brasileiros e mundiais a qualidade reconhecida da nossa carne”, ressaltou o ministro Carlos Fávaro. Seguindo o protocolo sanitário oficial, as exportações para a China serão temporariamente suspensas a partir desta quinta-feira (23). No entanto, o diálogo com as autoridades está sendo intensificado para demonstrar todas as informações e o pronto restabelecimento do comércio da carne brasileira. https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias/mapa-adota-providencias-sobre-caso-de-eeb-no-brasil-1
MAPA
Boi gordo: apreensão sobre os desdobramentos à suspeita de caso atípico de ‘vaca louca’
O pouco apetite comprador fez com que os preços ficassem estáveis na maioria absoluta das praças brasileiras, destacou a S&P Global
Embora todo o setor pecuário ainda aguarde mais detalhes por parte do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) sobre o um suposto surgimento de um novo caso atípico de mal da “vaca louca” no Brasil, muitas unidades de abate optaram por se manter fora das compras de gado gordo na quarta-feira (22/2), não lançando ordens de preço para arroba do boi gordo, informou a S&P Global. Casos atípicos de “vaca louca” ocorrem de forma espontânea em animais mais velhos, que não entram na linha de abate dos frigoríficos, esclarecem os especialistas. Porém, a confirmação da suspeita pode resultar em bloqueios momentâneos aos embarques brasileiros de carne bovina, repetindo a história recente envolvendo sobretudo importadores da China, disparado o maior comprador mundial da proteína nacional, recebendo mais de 50% de todo a mercadoria produzida por aqui. Em setembro de 2021, dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) foram confirmados em frigoríficos de MT e MG. Tal fato resultou no embargo das vendas de carne bovina ao mercado chinês e, ao mesmo tempo, em forte queda nos preços da arroba do boi gordo. “Uma nova paralisação dos embarques brasileiros poderia desencadear um desarranjo no balanço de oferta e demanda de carne bovina no País, o que resultaria em retração nos abates e, consequentemente, na queda da demanda por animais terminados e pressão baixista sobre os preços da arroba”, reforçam os analistas da S&P Global. Muitos agentes da cadeia da carne bovina abriram a quarta-feira em ritmo de cautela, esperando informações oficiais do Mapa. O pouco apetite comprador fez com que os preços ficassem estáveis na maioria absoluta das praças brasileiras, acrescentou a S&P Global. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 276/@ (à vista) vaca a R$ 251/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 296/@ (prazo) vaca a R$ 261/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 268/@ (prazo) vaca a R$ 253/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 271/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca a R$ 233/@ (prazo); MT-Tangará: boi a R$ 256/@ (prazo); vaca a R$ 233/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 248/@ (prazo) vaca a R$ 234/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 246/@ (à vista) vaca a R$ 234/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 249/@ (à vista) vaca a R$ 231/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 271/@ (prazo) vaca R$ 243/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 240/@ (prazo); PA-Marabá: boi a R$ 233/@ (prazo) vaca a R$ 224/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 247/@ (prazo) vaca a R$ 240/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 236/@ (prazo); vaca a R$ 221/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 234/@ (à vista) vaca a R$ 219/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 231/@ (à vista) vaca a R$ 212/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 222/@ (à vista).
PORTAL DBO
SUÍNOS
Suínos com leve alta apenas para o vivo em Santa Catarina
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 150,00/R$ 155,00, enquanto a carcaça especial baixou até 0,85%, custando R$ 11,30/kg/R$ 11,70/kg, referência do último dia 17
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (17), os preços ficaram estáveis no Paraná e no Rio Grande do Sul, valendo, respectivamente, R$ 7,42/kg e R$ 7,16/kg. Houve queda de 0,12% em Minas Gerais, chegando a R$ 8,35/kg, e de 0,25% em São Paulo, baixando para R$ 8,08/kg. Leve alta, apenas em Santa Catarina, na ordem de 0,27%, fechando em R$ 7,43/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Preços do frango congelado e do resfriado têm leve aumento na quarta-feira (22)
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, assim como o frango no atacado, custando R$ 6,65/kg, referência do último dia 17
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Os valores ficaram estáveis na quarta-feira (22) no Paraná e em Santa Catarina, custando, respectivamente, R$ 4,99/kg e R$ 4,84/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (17), o frango congelado teve aumento de 0,74%, avançando para R$ 6,83/kg, e de 0,43% para a ave resfriada, fechando em R$ 6,97/kg.
Cepea/Esalq
Novos casos positivos de gripe aviária em aves de quintal em Córdoba, na Argentina. Já são 8
O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina confirmou três novos casos de gripe aviária (IA) H5 em aves domésticas (frangos e outras aves) encontradas mortas na província de Córdoba, nos municípios de Villa del Rosario, Deheza e Baldisera
As detecções foram confirmadas ontem em análises feitas pelo Laboratório Nacional do Senasa em amostras retiradas de frangos e outras aves mortas. Até o momento, existem 8 casos confirmados em aves silvestres e de quintal (5 em Córdoba, 1 em Salta, 1 em Santa Fe e 1 em Jujuy). O Senasa está trabalhando na região onde foram feitas as constatações, bem como em Jujuy, Salta e Santa Fé, e em Entre Ríos, na fronteira com o Uruguai, fortalecendo os controles e as medidas preventivas. No âmbito da emergência sanitária devido à gripe aviária, junto com membros da Gendarmaria e da Polícia de Córdoba, foram controlados os veículos que circulavam em diferentes rotas da Província. Além disso, agentes do Centro Regional Córdoba do Senasa junto com funcionários de Parques Nacionais e da Secretaria Provincial de Meio Ambiente sobrevoaram a lagoa Mar Chiquita em busca de aves mortas ou com comportamento atípico. Essas ações foram realizadas com a colaboração de Aves Argentinas; Rede Hemisférica de Reservas de Aves Costeiras e Natureza Argentina e o Grupo de Conservação de Flamingos Altos Andinos. Senasa, juntamente com os Parques Nacionais, realizaram pesquisas com drones na lagoa de Pozuelos, onde foi detectado o primeiro caso em gansos.
SENASA
GOVERNO
Ministério negocia mais crédito para safra
Objetivo é dar fôlego para equalização de juros até o lançamento do Plano Safra 2023/24
O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou na semana passada que negocia uma suplementação orçamentária com o Ministério da Fazenda para o caixa da equalização de juros do Plano Safra 2022/23. A intenção é retomar as linhas de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que foram reabertas em fevereiro com saldo remanescente de R$ 2,9 bilhões. As linhas de crédito estavam fechadas desde outubro do ano passado devido ao nível de comprometimento dos limites equalizáveis, e foram retomadas neste mês, sendo suspensas poucos dias depois por conta da forte demanda reprimida dos produtores e das instituições credenciadas. “Estamos em negociações (...) Havia um represamento de alguns meses sem liberação [de financiamentos], rapidamente o setor tomou esses recursos [de linhas reabertas no início de fevereiro] e estamos agora em busca de mais recursos para atender à demanda do setor”, disse Fávaro em coletiva na quarta-feira passada. O Ministro já havia comentado que trabalha com a perspectiva de destinar mais R$ 5 bilhões para as linhas de investimentos do BNDES, mas não revelou de quanto terá que ser o aporte extra no orçamento da equalização para apoiar esse volume. “Precisa da equalização do Tesouro Nacional. Estamos trabalhando em uma suplementação para equalizar [os juros]”. Um ingrediente extra na busca por recursos é o início do circuito de feiras agropecuárias pelo país, onde são feitas negociações por novos investimentos, como a compra de máquinas, a construção de armazéns e a instalação de pivôs de irrigação. O orçamento destinado à equalização de juros do Plano Safra 2022/23 está estimado em R$ 11,6 bilhões, distribuído em vários anos. Em 2022, o gasto nessa área foi de R$ 14,5 bilhões. A Lei Orçamentária de 2023 prevê R$ 13,5 bilhões para equalizar os juros do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), custeio, investimentos e alongamento de dívidas até dezembro. Consultado, o Tesouro Nacional disse que “não há previsão de novo aporte”. Nesta temporada, o BNDES recebeu R$ 19,8 bilhões de limites equalizáveis. Desses, mais de R$ 14 bilhões foram para linhas de investimentos. A demanda apresentada ao governo na formulação do Plano Safra 2022/23 foi por R$ 34,5 bilhões. O banco repassa os valores para mais de 30 instituições financeiras credenciadas que emprestam o dinheiro na ponta aos produtores e cooperativas. Em ofício, o BNDES informou que as seguintes linhas de investimentos permaneciam com protocolo aberto para recebimento de novas propostas e seus respectivos saldos: ABC+ Ambiental (R$ 200 mil), Moderagro (R$ 262,6 milhões), Investimento Empresarial (R$ 500 mil), Prodecoop (R$ 400 mil) e algumas linhas do Pronaf, como Investimento Faixa 2 (R$ 213 milhões), Pronaf Caminhonetes (R$ 600 mil) e Pronaf B (R$ 3,2 milhões). O BNDES informou ainda que já havia aplicado R$ 13,3 bilhões até 10 de fevereiro em 18 programas de financiamentos agropecuários para investimentos desde julho de 2022. Somadas as operações de custeio, o valor passa para R$ 18,3 bilhões e também há saldo remanescente de R$ 58,2 milhões no Pronamp Custeio e de R$ 5 milhões no Pronaf Custeio Faixa 1. “Vale lembrar que a escassez de recursos equalizados é um problema recorrente dos últimos Planos Safras, considerando que os limites equalizáveis autorizados pelo governo federal ao BNDES foram sistematicamente menores que a demanda do setor por créditos de investimento”, salientou o banco, no ofício assinado pelo Presidente Aloizio Mercadante.
VALOR ECONÔMICO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Indústria de aves projeta mais de US$ 1 bilhão em negócios na Gulfood
Avaliação foi feita pelo Presidente da ABPA, com base na movimentação vista nos dois primeiros dias do evento, em Dubai, nos Emirados Árabes
Depois de dois dias de atividade comercial na Gulfood, a indústria brasileira de aves projeta uma geração de negócios superior a US$ 1 bilhão não apenas durante os dias de evento, mas para os meses seguintes. A avaliação foi feita pelo presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, que está em Dubai, nos Emirados Árabes. Em vídeo publicado nas redes sociais da ABPA, Santin avalia que a presença na feira tende a consolidar a presença do setor no Oriente Médio, uma das mais importantes regiões de exportação. “É uma feira que está sendo potencializada. Tem números bastante representativos e, depois da pandemia, esta edição está com mais gente. A feira foi lotada no primeiro e no segundo dia e consolida o Brasil como maior exportador de aves e grande parceiro da comunidade árabe no mundo”, diz Santin, no vídeo. O Brasil, lembra o executivo, é o maior exportador mundial de carne de frango halal, produzida de acordo com os preceitos e tradições do islamismo. De acordo com levantamento da ABPA, 2022, os embarques foram de 1,983 milhão de toneladas (+3,6%) e a receita foi de US$ 3,869 bilhões (+29,1%). A indústria brasileira de aves está representada por 22 empresas na Gulfood deste ano. Países árabes e muçulmanos estão entre os 20 principais destinos das exportações do agro brasileiro. Em 2022, o Irã foi o quinto no ranking, com 2,7% de participação na receita total, segundo o Ministério da Agricultura. A Arábia Saudita foi o 14º, com 1,7%; o Egito foi o 17º e os Emirados Árabes ficaram em 18º, com 1,4% de participação cada. A Gulfood 2023 vai até a sexta-feira (24/2). Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), 105 empresas do Brasil estão no evento, de setores como carnes, frutas e café. A expectativa é de uma prospecção de negócios de US$ 4,5 bilhões, entre o realizado nesta semana e o que pode ser gerado nos meses subsequentes à feira.
ABPA
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fecha em leve alta frente ao real
Em um dia de sessão reduzida e baixa liquidez no Brasil, o dólar à vista fechou em alta ante o real na quarta-feira. O avanço ocorreu em função dos ajustes de preços no mercado brasileiro ao movimento de alta da moeda norte-americana no exterior nos últimos dias, quando os negócios domésticos estiveram paralisados pelo Carnaval
A ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), divulgada às 16h (horário de Brasília), também sustentou a moeda norte-americana no exterior, com reflexos no Brasil. O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1708 reais, em alta de 0,15%. Na B3, às 17:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,02%, a 5,1765 reais. Terminado o período de Carnaval, as negociações no mercado brasileiro começaram às 13h da quarta-feira. De acordo com Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora, os ativos de maior risco passaram por um processo de deterioração no exterior nos últimos dias, enquanto o mercado brasileiro permaneceu fechado. Assim, a alta inicial do dólar serviu para ajustar os preços. Durante a tarde, a expectativa recaiu sobre a ata do Fed. Pouco antes da publicação do documento, o dólar zerou os ganhos ante o real no Brasil. Após a divulgação, a divisa voltou para o território positivo, em níveis semelhantes aos vistos mais cedo. “Não ocorreu uma grande piora dos mercados após a ata, mas houve impactos. O dólar subiu ante uma cesta de moedas e o euro recuou, o que é uma má notícia também para o real”, afirmou José Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos. No mercado brasileiro, a liquidez também foi reduzida nesta quarta-feira, em dia de meio período de trabalho.
REUTERS
Ibovespa fecha em queda pressionado por piora na percepção externa e ata do Fed
Investidores ajustaram posições diante de ambiente de negócios global mais difícil, consolidado durante o feriado de carnaval e reforçado por documento do BC dos EUA. As ações dos frigoríficos lideraram as quedas do dia após o Ministério da Agricultura confirmar que está investigando um possível caso de “vaca louca” no Pará. Minerva ON caiu 7,92%, BRF ON recuou 6,71%, Marfrig ON cedeu 4,71% e JBS ON perdeu 4,33%.
O Ibovespa teve performance negativa durante todo o pregão de ontem, na medida em que investidores ajustaram suas posições em meio a uma piora no ambiente de negócios global que se consolidou durante o feriado de carnaval. O referencial local encerrou em queda de 1,85%, aos 107.152 pontos. O volume financeiro negociado na sessão foi de R$ 13,38 bilhões no Ibovespa e R$ 16,81 bilhões na B3. Em Nova York, o S&P 500 caiu 0,16%, aos 3.991 pontos, o Dow Jones fechou em queda de 0,26%, aos 33.045 pontos, e o Nasdaq subiu 0,13%, aos 11.507 pontos. Divulgada durante o pregão, a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), que mostrou o BC americano firme em sua missão de controlar a inflação nos EUA por meio da alta de juros, também pressionou os preços. Após novos indicadores de atividade mostrarem resiliência nas economias americana e europeia, permitindo que o Fed e BCE prossigam subindo juros, os ativos de risco tiveram queda generalizada ontem. E, como o mercado local estava fechado por conta do feriado, o Ibovespa passou por ajustes hoje. Além disso, a ata do Fed voltou a trazer um discurso de controle de inflação. Alguns dirigentes do Fed até defenderam elevar os juros básicos nos EUA em 0,5 ponto percentual na reunião de fevereiro da autoridade monetária, ao invés da alta de 0,25 ponto que foi adotada. Quanto à inflação, a avaliação geral do Fed foi de que houve “redução bem-vinda” dos preços nos três meses anteriores, mas será necessário mais progresso para que os dirigentes fiquem confiantes de que há um caminho sustentável em curso em direção à meta.
VALOR ECONÔMICO
Mercado volta a elevar expectativas de inflação para 2023 e 2024
O mercado voltou a elevar suas projeções para a inflação brasileira neste ano e no próximo, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central na quarta-feira, mas as estimativas para o patamar dos juros básicos permaneceram inalteradas para ambos os períodos
Segundo o mais recente levantamento Focus, economistas esperam agora que o IPCA suba 5,89% em 2023, contra taxa de 5,79% estimada na semana anterior. Essa foi a décima elevação consecutiva dos prognósticos de inflação do Brasil para este ano. Para 2024, também houve ligeiro aumento nas expectativas para o ritmo de alta dos preços, a 4,02%, ante 4,00% na pesquisa anterior. Esse foi o quinto aumento seguido da previsão do ano que vem. O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e, para 2024, é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Em relação à taxa básica de juros, os analistas consultados pelo BC mantiveram a perspectiva de que a Selic encerrará este ano em 12,75% e o seguinte em 10,00%. Atualmente a taxa básica de juros está em 13,75% ao ano. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano melhorou ligeiramente, a 0,80%, de 0,76% na semana anterior. Para 2024 segue em 1,50% pela oitava semana seguida. A projeção no Focus para o patamar da taxa de câmbio permaneceu em 5,25 para o final deste ano, mas caiu a 5,29 para 2024, contra 5,30 estimados anteriormente.
REUTERS
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