CLIPPING DO SINDICARNE Nº 315 DE 15 DE FEVEREIRO DE 2023
- prcarne
- 15 de fev. de 2023
- 14 min de leitura

Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 315 |15 de fevereiro de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Preços do ‘boi-China’, novilha gorda e macho ‘comum’ sobem R$ 5/@ em São Paulo
O macho anelorado está cotado em R$ 285/@ nas praças paulistas, enquanto a vaca e a novilha são negociadas por R$ 261/@ e R$ 275/@, respectivamente; 'boi-China' subiu para R$ 295/@, informou a Scot Consultoria
Na terça-feira, 14 de fevereiro, os frigoríficos das praças de São Paulo ofertaram R$ 5/@ a mais para o boi gordo “comum”, para a novilha gorda e para o “boi-China”, informou a Scot Consultoria. Segundo apuração da S&P Global, considerando todas as praças pecuárias brasileiras, o mercado do boi gordo registrou pouca movimentação de negócios na terça-feira. Essa baixa liquidez, justifica a consultoria, é gerada pela cautela de grande parte das indústrias frigoríficas, que seguem de olho na capacidade do escoamento da produção da carne bovina no mercado doméstico. Nos estados da região Centro-Sul, segundo a S&P Global, as escalas de abate das indústrias se encontram reduzidas. “Há operações escaladas em torno de 4 e 6 dias devido à dificuldade em comprar a boiada gorda, sobretudo em relação a animais destinados para exportação”, afirmam os analistas. Por outro lado, observa a S&P Global, muitas unidades de abate ainda estão se valendo de ofertas de fêmeas para complementar lacunas em suas escalas. “Os baixos preços da bezerrada afastam os pecuaristas das atividades, que acabam elevando a oferta de fêmeas, sobretudo de vacas, gerando um desequilíbrio no mercado”, afirma a S&P Global. Neste sentido, apesar da maior firmeza nos preços do boi gordo, a consultoria não acredita em avanços mais incisivos da arroba. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 271/@ (à vista) vaca a R$ 251/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 291/@ (prazo) vaca a R$ 261/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 266/@ (prazo) vaca a R$ 253/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 271/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 246/@ (prazo) vaca a R$ 231/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 245/@ (prazo) vaca a R$ 234/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 246/@ (à vista) vaca a R$ 234/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 241/@ (à vista) vaca a R$ 231/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 269/@ (prazo) vaca R$ 23/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 240/@ (prazo); PA-Marabá: boi a R$ 233/@ (prazo) vaca a R$ 224/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 247/@ (prazo) vaca a R$ 240/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 227/@ (prazo) vaca a R$ 212/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 231/@ (à vista) vaca a R$ 221/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 231/@ (à vista) vaca a R$ 212/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 222/@ (à vista).
PORTAL DBO
SUÍNOS
Suínos: altas fortes nas cotações do animal vivo
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF subiu 5,63%/6,16%, chegando a R$ 150,00/R$ 155,00, enquanto a carcaça especial subiu 0,89%/1,72%, custando R$ 11,30/kg/R$ 11,80/kg
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (13), houve aumento de 3,03% em Minas Gerais, atingindo R$ 8,15/kg, incremento de 3,23% no Paraná, alcançando R$ 7,03/kg, avanço de 2,47% no Rio Grande do Sul, subindo para R$ 7,05/kg, crescimento de 3,61% em Santa Catarina, precificado em R$ 7,17/kg, e de 2,04% em São Paulo, fechando em R$ 8,00/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Cotações estáveis para o mercado do frango
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, enquanto o frango no atacado subiu 2,33%, custando R$ 6,60/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, não houve mudança no preço, fixado em R$ 4,29/kg, assim como no Paraná, valendo R$ 5,00/kg.
Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (13), houve baixa de 1,06% para a ave congelada, atingindo R$ 6,55/kg, e de 0,45% para o frango resfriado, fechando em R$ 6,67/kg.
Cepea/Esalq
Líder mundial no mercado de frango halal, Brasil amplia ação na maior feira de alimentos do Oriente Médio
Parceria entre ABPA e ApexBrasil levará 22 agroindústrias para a Gulfood Dubai 2023. Paraná participa com empresas e cooperativas
O apetite brasileiro nas exportações de carne de frango está maior neste ano. Prova disto é o aumento de quase 20% nas dimensões da ação organizada pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) na Gulfood 2023, maior feira de alimentos mundial para o mercado halal, que acontecerá entre os dias 20 e 24 de fevereiro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Em uma área superior a 450 metros quadrados, a ABPA levará para o evento 22 agroindústrias brasileiras multiproteínas, englobando carne de frango, carne de pato, ovos, material genético e carne suína (para compradores não-islâmicos). Entre as marcas confirmadas estão a Aurora Alimentos, Avenorte, Avivar, Bello Alimentos, BRF, C.Vale, Coasul, Copacol, Dália Alimentos, Granja Faria, GtFoods, Jaguafrangos, Lar Agroindustrial, Naturovos, Netto Alimentos, Pamplona Alimentos, Pif Paf, Somave, SSA, Villa Germania, Vossko e Zanchetta Alimentos. A Seara Alimentos e a Vibra Agroindustrial também estarão no evento, com estandes próprios. A estratégia brasileira focará na realização de encontros de negócios entre empresas e importadores e em reuniões com stakeholders locais. A promoção da imagem dos atributos da proteína animal do Brasil também estará em destaque. Além de materiais eletrônicos e físicos distribuídos ao público do evento (incluindo uma nova sacola com a marca internacional da carne de pato brasileira, a Brazilian Duck), a equipe da ABPA vai realizar uma degustação voltada para o público presente na feira, com omeletes e o shawarma (um prato tradicional da cultura árabe) de carne de frango e de carne de pato. Entre os principais destinos da região, os Emirados Árabes Unidos são os maiores importadores, com 444,9 mil toneladas importadas em 2022, número 14,2% superior ao registrado em 2021, com 389,5 mil toneladas. No total de 2022 (incluindo produtos halal e não-halal), o Brasil exportou 4,8 milhões de toneladas, gerando receitas de US$ 9,7 bilhões para o país.
ABPA
EMPRESAS
Mapa premia 27 empresas e cooperativas por boas práticas de integridade: Castrolanda e Copacol estão entre elas.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) entregou na terça-feira (14) o certificado para as empresas e cooperativas agropecuárias ganhadoras do Selo Mais Integridade. O prêmio é um reconhecimento para empresas que desenvolvem boas práticas de integridade com enfoque na responsabilidade social, sustentabilidade ambiental e ética
Neste ano, 27 organizações foram premiadas, sendo que 11 receberam a premiação pela primeira vez, representada pelo Selo Verde, e 16 alcançaram a renovação do certificado, representada pelo Selo Amarelo. As contempladas podem usar a marca do Selo em seus produtos, sites comerciais, propagandas e publicações. Além disso, as empresas premiadas podem ter: o reconhecimento de possíveis parceiros internacionais; o aumento motivacional da equipe e prestadores de serviços; melhor classificação de risco em operações de crédito junto às instituições financeiras oficiais; maior engajamento com outras corporações nacionais que se relacionam com o mercado internacional e precisam comprovar a prática de ESG (Environmental, Social and Governance - Ambiental, Social e Governança, em português). O Secretário-Executivo do Mapa, Irajá Lacerda, destacou que a administração pública avançou muito nos últimos anos e o Mapa teve destaque especial com uma atividade e agenda intensa sobre o tema Integridade. O Presidente da Apex-Brasil, Jorge Viana, disse que atualmente há um desejo grande de vários setores de trabalhar programas como o Selo Mais Integridade. “Isso é uma exigência do mercado, é uma exigência dos consumidores na hora da compra estabelecer critérios para levar o produto para casa. Isso vem crescendo no mundo”, destacou.
Esta é a quinta edição do Selo Mais Integridade e o Mapa é o pioneiro entre os ministérios do governo federal na implementação de um selo setorial alinhado ao Programa de Fomento à Integridade Pública (Profip), da Controladoria-Geral da União (CGU). Pela primeira vez, o Selo Mais Integridade foi entregue às cooperativas do setor do agronegócio. Também foram entregues menção honrosa à Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo) que representam as organizações mais premiadas.
OCEPAR
INTERNACIONAL
Argentina anuncia controle de preços para reduzir custos de cortes populares de carne bovina
O Ministério da Economia da Argentina anunciou nesta segunda-feira um programa de controle de preços para reduzir o custo de cortes populares de carne bovina em meio à alta inflação. Durante coletiva de imprensa, uma autoridade do Ministério da Economia disse que alguns cortes populares de carne teriam preços reduzidos em torno de 30%, sem dar mais detalhes.
REUTERS
Caso atípico de vaca louca na Espanha não representou risco para a saúde pública, dizem autoridades
Ocorrência foi notificada à Organização Mundial de Saúde Animal no final da semana passada.
Caso atípico ocorre esporádica e espontaneamente em animais mais velhos
Um caso de encefalopatia espongiforme bovina atípica (BSE) em uma vaca morta na região noroeste da Galiza, na Espanha, "foi isolado, não entrou na cadeia alimentar e não representou riscos para a saúde pública", informou o serviço regional de saúde. A ocorrência foi notificada à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) no final da semana passada. A enfermidade, comumente chamada de doença da vaca louca, foi descoberta depois que uma vaca de 22 anos foi sacrificada devido a sinais de doença não relacionados à BSE, disse a OIE, citando informações das autoridades espanholas. Um caso de doença da vaca louca, também ocasionado por velhice, foi encontrado na Holanda na semana retrasada. O caso atípico da doença da vaca louca ocorre esporádica e espontaneamente em vacas mais velhas, enquanto a outra variante, o tipo clássico e temido de infecção, geralmente é causada por ração animal contaminada. Casos generalizados de doença da vaca louca atingiram rebanhos bovinos na Grã-Bretanha e em outros países europeus na década de 1990. Casos atípicos foram detectados ocasionalmente e podem levar a restrições comerciais temporárias.
GLOBO RURAL
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
BNDES aprova R$ 100 milhões para inovação genética de elite em suinocultura no Paraná
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 100 milhões para a Agroceres Pic Suínos Ltda. investir na implantação da primeira granja para produção de suínos elite no Brasil, no município de Paranavaí (PR). O crédito viabilizará também produção de energia – a partir dos resíduos da produção – suficiente para atender à granja
O projeto prevê a construção da “Granja Gênesis”, com capacidade para alojar em torno de 3,6 mil fêmeas de elite e produção estimada de até 110 mil animais por ano. Trata-se de plantel de mérito genético global – ou seja, que atende aos mais altos padrões de qualidade do mercado internacional – e atuação interconectada a outras unidades responsáveis pelo fornecimento mundial de material genético. O apoio do BNDES equivale a 30% do investimento total da empresa, que terá valor estimado em R$ 332,4 milhões. De acordo com José Luis Gordon, diretor do BNDES, “o Brasil tem o desafio de ampliar seu protagonismo na produção de proteína animal, com cada vez mais sustentabilidade, qualidade e preço acessível. Para isso, é fundamental o investimento em novas tecnologias que viabilizem ganhos crescentes de produtividade, como é o caso do projeto da Agroceres de melhoramento genético de suínos". Esta será a primeira granja do tipo no país, o que proporcionará que a empresa amplie o ambiente de intercâmbio entre o programa de pesquisa brasileiro e da PIC no exterior. Com o projeto, a Agroceres atinge elevado patamar de pesquisa e desenvolvimento, maior independência tecnológica e segurança sanitária. Quando em operação, essa unidade estará no topo da pirâmide genética no mundo e será uma das fontes principais de atualização genética do rebanho nacional e internacional. Na América do Sul, mercados como Chile, Colômbia, Equador e Peru são atendidos por materiais importados que poderão ser, a partir da Granja Gênesis de Paranavaí, fornecidos primariamente pelo Brasil. Assim também poderá acontecer com México, China e EUA. O projeto está incorporando conceitos produtivos que envolvem reduzir extração de recursos naturais, como água e energia, por exemplo. As instalações estão sendo construídas com isolamento térmico, iluminação em LED, sistema de climatização e outros recursos ainda escassamente vistos na suinocultura. O projeto permitirá redução de aproximadamente 20% no consumo de água e 30% no de energia, mais eficiência na produção de biogás e, consequentemente, bioenergia. Isso equivalerá a ser uma granja autossustentável em energia. Além disso, está previsto tratamento ambientalmente adequado a todos os resíduos gerados.
BNDES
Indústria de bebidas do Paraná foi a que mais cresceu em 2022
A indústria paranaense de bebidas foi a que mais cresceu no segmento em 2022, de acordo com dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), que mostram que no acumulado de janeiro a novembro do ano passado a produção no estado aumentou 21% em relação ao mesmo período de 2021
Na sequência, os estados com maiores crescimentos, segundo o IBGE, foram Amazonas (18,2%) e Mato Grosso (13,1%). Já o aumento médio nacional da indústria de bebidas no período foi de 3,5%. Um dos investimentos que impactou no bom resultado no Paraná em 2022 foi da cervejaria Heineken, que nos dois últimos anos destinou R$ 865 milhões para a planta de Ponta Grossa, nos Campos Gerais. O aporte foi para aumentar em 75% a capacidade produtiva da unidade, que é a maior produtora da marca Heineken no país e um dos maiores parques industriais nacionais de cerveja, onde também são produzidos os rótulos Amstel e Devassa. Toda a operação da planta em Ponta Grossa é 100% com energia renovável. A fábrica emprega diretamente 576 pessoas da região, além de outras 19.574 de forma indireta ou induzida, segundo dados da própria cervejaria. Outros dois exemplos de como o bom momento da indústria de bebidas movimenta toda a cadeia produtiva do estado são os da Ambev e da Maltaria Campos Gerais. A multinacional Ambev confirmou no ano passado que vai construir em Carambeí a maior fábrica de garrafas de vidros recicláveis do Brasil. Com investimento de R$ 870 milhões, a planta vai produzir garrafas a partir de cacos de vidros reciclados para os rótulos Brahma, Skol, Budweiser, Stella Artois, Becks e Spaten. A previsão é de que a fábrica comece a operar em 2025, gerando entre 300 e 400 empregos diretos. Já a Maltaria Campos Gerais recebeu aporte de R$ 3 bilhões das seis cooperativas responsáveis pela planta que está se instalando em Ponta Grossa: a Agrária Agroindustrial (Guarapuava), Bom Jesus (Lapa), Capal (Arapoti), Castrolanda (Castro), Coopagrícola (Ponta Grossa) e a Frísia (Carambeí). A unidade vai fornecer matéria-prima para produção de cerveja na indústria do Paraná e de outros estados, fortalecendo a cadeia estadual de fornecimento do segmento.
GAZETA DO POVO
Colheita de soja do Paraná atinge 7% da área, plantio de milho 2ª safra 12%, diz Deral
A colheita de soja do Paraná avançou para 7% da área cultivada no Estado, alta de cinco pontos percentuais na comparação com a semana anterior, à medida que produtores do importante Estado para a oleaginosa brasileira tentam tirar o atraso inicial dos trabalhos, informou o Departamento de Economia Rural (Deral)
O início da colheita vinha demorando para ganhar ritmo no Paraná, após um alongamento de ciclo da lavoura por questões climáticas. Produtores já tinha colhido 15% da safra no início de fevereiro do ano passado. Mas o índice de colheita da safra atual nesta semana já supera o registrado na mesma época em 2021 (3%) e se aproxima de 2020 (10%), segundo dados do Deral. “O clima foi benéfico para a colheita da soja que avançou cinco pontos percentuais, sendo colhidos mais de 287 mil hectares na semana passada”, disse o especialista do Deral Edmar Gervásio. O Deral projeta uma área plantada recorde de soja na safra 2022/23 do Paraná, prevista em 5,74 milhões de hectares, aumento de 1% na comparação com a temporada passada. O plantio do milho segunda safra também evolui bem, sendo semeados mais de 210 mil hectares na última semana, disse Gervásio. O Deral estima que o Estado plantou 12% das áreas, alta semanal de oito pontos. Segundo o especialista, a colheita do milho primeira safra segue lenta, com o produtor priorizando a soja no momento. Cerca de 7% das áreas tiveram colheita, avanço semanal de três pontos.
REUTERS
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar avança frente ao real, com exterior
A moeda norte-americana à vista avançou 0,43%, a 5,1996 reais na venda, depois de mais cedo ter caído até 0,93%, a 5,1288. Na B3, às 17:07 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,68%, a 5,2085 reais
Os ativos brasileiros têm sido abalados pela tensão institucional entre governo e BC nos últimos dias, após críticas intensas de Lula e aliados à atuação da autoridade monetária e ao nível dos juros no país. Depois dos ataques, Campos Neto fez um aceno ao petista na terça-feira ao afirmar que é justo o Executivo questionar o patamar elevado dos juros e que é trabalho do Banco Central esclarecer e melhorar a comunicação em meio a esse debate. Agora, o mercado fica à espera da primeira reunião no novo governo do Conselho Monetário Nacional (CMN), na quinta-feira. No exterior, dados da terça-feira mostraram que os preços ao consumidor nos Estados Unidos aceleraram em janeiro na comparação com o mês anterior, embora o aumento anual tenha sido o menor desde o final de 2021. O índice do dólar contra uma cesta de moedas fortes avançava na esteira dos dados, depois de trocar de sinal várias vezes ao longo da tarde. Sinal de aversão a risco no mercado internacional, os principais índices de Wall Street operavam em baixa neste pregão. Pedro Paulo Silveira, diretor de gestão de recursos da Nova Futura Gestora, comentou que a inflação ainda pressionada nos EUA "coloca para os investidores a possibilidade bastante razoável de nós termos mais duas altas (de juros) nas próximas reuniões do Fed", o que "de fato muda um pouco a perspectiva que nós tínhamos até a semana passada" e ajuda a explicar a piora nos mercados tanto internacionais quando domésticos. Quando mais altos os juros na maior economia do mundo, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente, conforme investidores redirecionam dinheiro para o extremamente seguro mercado de renda fixa norte-americano.
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Ibovespa fecha em queda
O Ibovespa fechou em queda na terça-feira, com os investidores ainda repercutindo dados de inflação nos Estados Unidos, que se não endossaram apostas de aumentos mais agressivos nos juros norte-americanos, tampouco colaboraram com apostas de um ciclo menos restritivo, uma vez que mostraram os preços ao consumidor ainda em patamar elevado
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,91%, a 107.848,81 pontos. O volume financeiro somou 24 bilhões de reais. Em meio a especulações recentes sobre mudanças na meta de inflação, ocuparam as atenções no começo do pregão declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na véspera, de que o BC não propôs ao governo um aumento da meta de inflação, mas tem sugestões de aprimoramento do mecanismo. Na terça-feira, Campos Neto afirmou que o sistema de metas para a inflação funciona bem e não é hora de fazer experimentos. E fez um aceno ao governo, afirmando que é justo o Executivo questionar o patamar dos juros e que é preciso haver um pouco mais de "boa vontade" com a nova gestão. No final da tarde, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a meta de inflação não está na pauta do CMN. No exterior, o índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos aumentou 0,5% no mês passado, após alta de 0,1% em dezembro, em linha com as expectativas. Para William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, os números não afetaram fortemente as expectativas de juros no curtíssimo prazo. Particularmente, ele disse que achou o dado de ruim, pois mostra mais inflação, mas ponderou que alguns dados recentes já vinham balizando as expectativas. Em Wall Street, o S&P 500 fechou quase estável.
REUTERS
Mercado melhora projeções para resultado primário e dívida bruta em 2023 e 2024, mostra Prisma
O mercado financeiro melhorou suas projeções para o resultado primário e a dívida bruta do governo em 2023 e 2024, mostrou relatório Prisma Fiscal para fevereiro divulgado na terça-feira (14) pelo Ministério da Fazenda.
De acordo com o documento, que capta projeções de agentes de mercado para as contas públicas, a mediana das expectativas para o resultado primário do governo central em 2023 ficou em déficit de R$ 109,64 bilhões, ante saldo negativo de R$ 125,99 bilhões projetado no mês anterior. Essa mudança foi resultado de revisão para cima nas estimativas de receita para o período –a R$ 1,91 trilhão, contra R$ 1,89 trilhão em janeiro– e da redução na projeção de despesas –a R$ 2,01 trilhões, de R$ 2,02 trilhões antes. A melhora das projeções para os números fiscais se deu após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter apresentado em janeiro um plano de ajuste de até R$ 242,7 bilhões nas contas de 2023, o que faria o resultado primário potencialmente reverter o déficit previsto atualmente e fechar o ano no azul. No entanto, o próprio ministro apontou a possibilidade de haver frustração em parte das iniciativas, o que mantém a perspectiva nublada. Economistas do mercado financeiro seguem sinalizando preocupações com a responsabilidade do novo governo na conduta das contas públicas, uma vez que a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é vista pelos investidores como mais desenvolvimentista e a equipe econômica não apresentou ainda sua proposta para um novo arcabouço fiscal. Ainda assim, para 2024 também houve melhora nos prognósticos dos economistas para o resultado primário, a rombo de R$ 96,15 bilhões, contra déficit de 118,58 bilhões estimado em janeiro. As receitas líquidas para o período foram projetadas em R$ 2,03 trilhões no mais recente Prisma, contra R$ 2,00 trilhões antes. A previsão para os gastos do ano que vem, por sua vez, subiu moderadamente, a R$ 2,13 trilhões, ante 2,12 trilhões. Os analistas consultados pela pasta reduziram a previsão para a dívida bruta do governo geral em 2023 para 78,30% do PIB (Produto Interno Bruto), ante 79,10% na pesquisa de janeiro. Para 2024, a estimativa está em 80,71%, contra 82,40% na pesquisa anterior. Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), o Banco Central avaliou que a revisão do arcabouço fiscal do país diminui a visibilidade sobre as contas públicas e impacta as expectativas de inflação, embora tenha ponderado que a execução do pacote de medidas apresentado pela Fazenda deveria atenuar o risco.
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