Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 313 |13 de fevereiro de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Nos oito primeiros dias de fevereiro, no mercado paulista, a cotação do boi “comum” (direcionado ao mercado doméstico) subiu R$ 10/@ e do “boi-China” registrou acréscimo de R$ 5/@, informou a engenheira agrônoma Jéssica Olivier, analista da Scot Consultoria
Quanto à exportação de carne bovina, após um volume recorde registrado em janeiro/23, a expectativa é mais avanços para os próximos meses. “Já há relatos de bons volumes sendo embarcados pelo nosso principal comprador, a China”, informou a analista. No entanto, diz ela, ao que tudo indica, o preço pago por tonelada não tem melhorado nas últimas negociações. Na avaliação de Jéssica, o feriado de Carnaval deverá trazer certa sustentação aos preços do boi gordo, com boas expectativas de vendas pelo atacado da carne bovina. Já o “boi-China”, diz ela, poderá recuar se o preço da tonelada de carne exportada continuar nos patamares atuais. Na sexta-feira, 10 de fevereiro, a cotação da novilha gorda subiu nas praças de São Paulo, apesar de parte dos frigoríficos estarem fora das compras, com escalas de abate confortáveis, informou a Scot. A cotação da novilha teve acréscimo diário de R$ 3/@, chegando R$ 270/@ (preço bruto, no prazo) nas praças do interior paulista. Por sua vez, o boi gordo segue cotado em R$ 280/@ em São Paulo, enquanto a vaca gorda é negociada por R$ 261/@, de acordo com a Scot. O “boi-China” fechou a sexta-feira valendo R$ 290/@ (preço bruto e a prazo, base SP). Segundo informa a S&P Global, a semana encerra marcada por melhora na liquidez de negócios em meio a uma maior volatilidade de preços no mercado físico do boi gordo “Há um grande hiato de preços da arroba praticados entre as praças pecuárias localizadas na região Centro-Sul em relação às regiões Norte/Nordeste do País”, observa a consultoria. Na sexta-feira, uma nova rodada de alta preços foi observada nas principais praças do Centro-Sul, notadamente SP, GO, MG e MS, segundo apuração da S&P Global. Nesses Estados, o volume disponível de boiada está mais enxuto, sobretudo em relação aos lotes de animais com padrão exportação. Em São Paulo, os preços do boi gordo avançaram de R$ 282/@ a R$ 286/@, e há relatos de animais negociados com cotações brutas voltando a casa dos R$ 300/@, relata a S&P Global. Porém, tais negociações (a R$ 300/@) são esporádicas e ocorrem somente envolvendo classes de terminação diferenciada e boiada de elite, afirma a consultoria. Por outro lado, nas regiões Norte e Nordeste, há um certo descompasso entre oferta de animais para abate e a necessidade de compra das indústrias. Nessas duas regiões, os preços da vaca sofreram novos ajustes negativos, já que oferta de animais nesta categoria avançou significativamente. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 266/@ (à vista) vaca a R$ 236/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 286/@ (prazo) vaca a R$ 261/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 266/@ (prazo) vaca a R$ 253/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 271/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 246/@ (prazo) vaca a R$ 231/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 245/@ (prazo) vaca a R$ 234/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 246/@ (à vista) vaca a R$ 234/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 241/@ (à vista) vaca a R$ 231/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 269/@ (prazo) vaca R$ 23/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 240/@ (prazo); PA-Marabá: boi a R$ 233/@ (prazo) vaca a R$ 224/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 247/@ (prazo) vaca a R$ 240/@ (prazo); TO- Araguaína: boi a R$ 227/@ (prazo) vaca a R$ 212/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 231/@ (à vista) vaca a R$ 221/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 231/@ (à vista) vaca a R$ 212/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 222/@ (à vista).
PORTAL DBO
Abate de bovinos sobe 6,9% no ano e reduz em 5,2% frente ao trimestre anterior
No 4º trimestre de 2022, foram abatidas 7,44 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Houve alta de 6,9% frente ao 4º trimestre de 2021 e redução de 5,2% em relação ao 3º trimestre de 2022
A produção de 2,02 milhões de toneladas de carcaças bovinas no 4º trimestre de 2022 consistiu em incremento de 4,7% em frente ao mesmo trimestre do ano anterior, e diminuição de 5,6% frente ao apurado no 3º trimestre de 2022.
IBGE
SUÍNOS
Mercado de suínos estável
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 142,00/R$ 146,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 10,80/kg/R$ 11,30/kg
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (9), os preços ficaram estáveis no Rio Grande do Sul e em São Paulo, valendo, respectivamente, R$ 6,71/kg e R$ 7,59/kg. Houve incremento de 0,52% em Minas Gerais, chegando em R$ 7,80/kg, leve alta de 0,29% no Paraná, atingindo R$ 6,81, e de 0,73% em Santa Catarina, fechando em R$ 6,92/kg.
Cepea/Esalq
Abate de suínos cresce 2,7% na comparação anual e retrai em 4,5% no trimestre
O abate de suínos somou 13,80 milhões de cabeças no 4° trimestre de 2022. Isso representa um aumento de 2,7% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e decréscimo de 4,5% em comparação ao 3° trimestre de 2022
O peso acumulado das carcaças registrou 1,27 milhão de toneladas no 4º trimestre de 2022, aumento de 3,0% em relação ao 4º trimestre de 2021 e redução de 5,1% em comparação com o trimestre imediatamente anterior.
IBGE
Bacon: o que muda com novo regulamento técnico aprovado em 9/2
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou na quinta-feira (09) a Portaria nº 748, que aprova a revisão do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ) do bacon para estabelecimentos e indústrias que sejam registrados junto ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) e ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA)
A norma passa a valer a partir de 1º de março e revoga o Anexo II da Instrução Normativa nº 21/2000, informou o ministério na semana passada. Entre as regras atualizadas está a que a elaboração de bacon deverá ser somente da porção abdominal do suíno. Antes, o produto poderia ser obtido com os músculos adjacentes, sem osso, acompanhados da expressão ‘especial’ ou ‘extra’ na sua designação de venda, segundo o Mapa. Os produtos obtidos de cortes íntegros de lombo, pernil ou paleta de suínos, fabricados em processo análogo ao bacon, terão denominação de venda com a indicação do corte anatômico de origem do produto. Por exemplo: bacon de "denominação do corte". É proibida a inclusão de outros dizeres e alusões ao bacon na rotulagem do produto. Outra atualização se deu nos ingredientes opcionais. Agora, a elaboração pode contar com "carboidratos mono e dissacarídeos; maltodextrina; condimentos e especiarias; água; aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia, previstos em legislação específica do órgão regulador da saúde e autorizados pelo Ministério da Agricultura; e sais hipossódicos". Na normativa antiga, continua o ministério, era composto como adicionais proteínas de origem animal ou vegetal, açúcares, maltodextrina e condimentos, aromas e especiarias. “A revisão do RTIQ do bacon implica na atualização dos processos produtivos para facilitar os procedimentos relativos ao registro, de forma automática, e harmonizar a fiscalização da qualidade do bacon. Desta forma, a nova normativa traz mais segurança aos usuários do setor público, privado e atende à demanda por transparência e controles da sociedade civil”, disse a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Ana Lúcia Viana, em nota. Os estabelecimentos registrados no Mapa terão prazo de um ano para adequarem-se às condições previstas no novo regulamento. Já os produtos fabricados até o final do prazo de adequação poderão ser comercializados até o fim de seu prazo de validade.
CARNETEC
FRANGOS
Frango/Cepea: Preço da carne reage
Os preços da carne de frango estavam em movimento de queda desde o final do ano passado, pressionados pela demanda enfraquecida e pela oferta elevada
Contudo, pesquisadores do Cepea indicam que, com o recebimento dos salários por grande parte da população brasileira neste começo de mês, a demanda pela carne de frango, ainda que de forma tímida, tem reagido. Já o setor exportador nacional segue registrando bom desempenho neste início de 2023. A quantidade escoada pelo Brasil em janeiro foi a mais alta para o mês, considerando-se a série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), iniciada em 1997. Segundo dados da Secex compilados pelo Cepea, 420,9 mil toneladas de carne de frango (in natura e processados) foram exportadas em janeiro, volume 8,9% acima do embarcado em dezembro/22 e ainda 20,6% superior ao de janeiro de 2022.
Cepea
Abate de frangos sobe 2,1% na comparação anual e 2,0% na trimestral
No 4º trimestre de 2022, foram abatidas 1,56 bilhão de cabeças de frango. Esse resultado significou um aumento de 2,1% em relação ao trimestre equivalente do ano anterior e alta de 2,0% na comparação com o 3º trimestre de 2022
O peso acumulado das carcaças foi de 3,32 milhões de toneladas no 4º trimestre de 2022. Esse total significou aumento de 4,7%, em relação ao 4º trimestre de 2021 e incremento de 3,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
IBGE
GOVERNO
Crédito rural: Secom diz que não fechou linhas do BNDES e que terá mais recursos
A manifestação do governo ocorre em meio à escassez de recursos de algumas linhas repassadas pelo banco atreladas ao Plano Safra
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) informou, em nota, que o governo federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não encerraram linhas de crédito agropecuário. “Nenhuma linha de crédito foi fechada. Pelo contrário, as linhas suspensas foram restabelecidas. Desde outubro/22, linhas disponíveis ao setor agropecuário estavam suspensas por falta de recursos. Em 30 dias, R$ 2,9 bilhões foram liberados para o setor”, afirma a secretaria, em nota. A manifestação do governo ocorre em meio à escassez de recursos de algumas linhas repassadas pelo banco atreladas ao Plano Safra. A secretaria disse também que o governo e o BNDES trabalham para disponibilizar os recursos com a maior “brevidade possível”. “Esse propósito foi o motor da reabertura, em janeiro de 2023, das linhas de crédito para o setor que foram suspensas ainda em outubro de 2022 pelo governo passado. Foram dois meses sem qualquer recurso, justamente na época em que ele era mais necessário. A nova diretoria do BNDES, de fato, priorizou a alta demanda dos produtores rurais e suas cooperativas e viabilizou R$ 2,9 bilhões de recursos adicionais”, explicou a secretaria. De acordo com o governo, a procura por crédito pelos produtores rurais foi “muito acima” do volume disponível. “Fator que ocasionou o rápido consumo dos recursos pelo setor, dada a total escassez herdada pelo governo atual. Um novo ciclo de abertura de crédito começará, logo que novos recursos estejam disponíveis”, afirmou a secretaria. A Secom destacou que o BNDES pleiteou R$ 34,5 bilhões em recursos durante o Plano Safra 2022/23, sendo que foram disponibilizados R$ 19,8 bilhões de limite equalizável para o banco pelo governo passado. “Em 2023, o governo federal irá reposicionar o setor agropecuário em seu lugar de prioridade – e de direito”, concluiu a Secom.
ESTADÃO CONTEÚDO
INTERNACIONAL
China acelera entrada de carne bovina australiana, diz indústria
Os portos da China estão liberando carregamentos de carne bovina australiana no prazo de uma ou duas semanas desde o início deste ano, muito mais rápido do que os meses registrados nos últimos dois anos, disseram participantes do setor na sexta-feira
O mais recente sinal de “degelo” das relações entre os dois países ocorre após uma visita à China do ministro das Relações Exteriores, Penny Wong, a primeira viagem desse tipo de um ministro australiano em três anos. No mês passado, a China permitiu que quatro empresas retomassem as importações de carvão da Austrália após uma proibição não oficial do comércio desde 2020, com as primeiras cargas chegando esta semana. “Os distribuidores australianos de carne bovina estão relatando tempos de processamento muito mais rápidos recentemente nos portos chineses”, disse Andrew Cox, gerente geral para mercados internacionais em Cingapura da corporação comercial Meat & Livestock Australia (MLA), à Reuters. Os tempos de liberação caíram para cerca de uma a duas semanas desde janeiro, em relação aos dois meses anteriores. Cox se recusou a comentar os motivos da mudança. Nem a Administração Geral de Alfândegas da China nem o ministro do Comércio da Austrália responderam aos pedidos de comentários. A alfândega no centro comercial de Xangai, o maior porto de entrada de carne bovina, não pôde ser alcançada após o horário de trabalho. A Austrália é um dos principais fornecedores de carne bovina para a China, mas os volumes de lá caíram desde 2020, mesmo com o país comprando maiores quantidades de carne bovina em geral, especialmente do Brasil. A China suspendeu seis fábricas australianas de carne bovina de seu mercado em 2020, alegando irregularidades na rotulagem e outras questões técnicas. As importações de outros fornecedores australianos continuaram, mas inspeções detalhadas pela alfândega estenderam o tempo de desembaraço por semanas, dizem os importadores chineses, levando alguns compradores a mudar para outros fornecedores. “No geral, o tempo diminuiu, as coisas estão mais rápidas”, disse Ambrose Cheung, de Xangai, ex-gerente comercial da Ásia da empacotadora australiana Bindaree Beef, e agora da exportadora neozelandesa ANZCO.
Normalmente, os contêineres de carne são processados em poucos dias, dizem os importadores de carne chineses. A China abandonou os testes Covid para importações de alimentos refrigerados e congelados a partir de 8 de janeiro, o que também pode ter ajudado a acelerar o processamento, disseram os importadores. A Austrália embarcou 145.000 toneladas de carne bovina para a China nos primeiros 11 meses de 2022, um aumento de 19% em relação ao ano anterior, segundo dados da MLA, mas bem abaixo das 300.000 toneladas em 2019, antes das suspensões das fábricas. A China importou 2,73 milhões de toneladas de carne bovina em 2022, um aumento de 65% desde 2019, segundo dados da alfândega chinesa, e no valor de 120 bilhões de iuanes (17,64 bilhões de dólares).
REUTERS
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Portos do Paraná movimentam 4,2 milhões de toneladas em janeiro, recorde para o mês
A movimentação de janeiro nos portos do Paraná marcou um novo recorde para o mês. Foram 4.208.706 toneladas de cargas carregadas e descarregadas nos Portos de Paranaguá e Antonina
O volume é 1% maior que as 4.157.538 toneladas no mesmo período em 2022. Na exportação, os destaques foram milho, com alta de 189% em janeiro este ano em relação a janeiro do ano passado, farelos (soja e milho, alta de 17%), açúcar (15%), óleo de soja e derivados de petróleo (em janeiro de 2022 não houve embarque desses produtos). Na importação, trigo (93%), cevada/malte (26%), sal (100%), metanol (67%), óleos vegetais e os derivados de petróleo lideraram as altas – estes últimos não desembarcaram no Paraná no último ano. Os granéis sólidos representam quase 60% de tudo o que foi movimentado no mês. O segmento movimentou 2.475.456 toneladas, 2% a mais que no ano passado. Entre os granéis líquidos, o aumento foi de 12% na comparação entre janeiro de 2022 e 2023. Neste ano, foram 722.073 toneladas. No ano passado, 644.939. No segmento carga geral, que representa as cargas que são embarcadas por unidade, foram 1.011.177 toneladas movimentadas. O volume é 7% menor que as 1.088.747 toneladas registradas em janeiro de 2022. A queda foi impactada, principalmente, pela redução nos volumes de açúcar em saca e celulose, no sentido exportação. As movimentações de veículos registram alta de 395%. Neste ano, foram 8.095 unidades carregadas e descarregadas pelo Porto de Paranaguá, contra 1.634 unidades no primeiro mês do ano passado. Do total de 2023, foram exportados 6.975 veículos e importadas 1.120 unidades. Já contêineres não tiveram movimentação diferente do ano passado. Foram 88.038 TEUs movimentados – 47.561 TEUs para exportação e outras 40.477 TEUs, importação.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
Indústria do Paraná cresce 3,9% em dezembro. No ano, queda de -4,2%
A indústria do Paraná cresceu 3,9% em dezembro, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na sexta-feira (10)
De maneira geral, a indústria recuou no Brasil em 2022. Na soma dos estados, houve perda de -0,7% na variação com 2021. Paraná (-4,2%), Santa Catarina (-4,3%), Ceará (-4,9%), Espírito Santo (-8,4%), Pará (-9,1%) e muitos outros tiveram um ano complicado. O crescimento na média móvel trimestral no trimestre encerrado em dezembro de 2022 foi de 1,2%, à frente de São Paulo (0,8%) e Rio de Janeiro (0,5%), e distante da média nacional, de 0,1%. Nesse recorte, apenas cinco dos 15 locais apontaram taxas positivas. "Os resultados paranaenses no final de 2022 abrem perspectivas otimistas para 2023. Indústrias de alimentos e de refino de petróleo, por exemplo, registrarão resultados muito mais favoráveis em 2023", afirma Júlio Suzuki, economista do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Os principais resultados positivos da indústria paranaense em 2022 foram na fabricação de bebidas (20,3%), celulose, papel e produtos de papel (3,9%), produtos de borracha e material plástico (2,1%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (1,6%). No segmento de bebidas, o Paraná teve o melhor resultado nacional, fruto de investimentos privados no setor e recuperação da atividade pós-pandemia. Além das questões internas, o setor foi altamente impactado pelo conflito geopolítico na Ucrânia, que aumentou de forma generalizada o preço de vários insumos e matérias-primas, impactando nos custos de produção, e oscilação do dólar. Mesmo com o volume de atividade em compasso mais lento ao longo do ano passado, a indústria encerrou o ano com 15.271 novas vagas de trabalho abertas no Paraná. Foi a terceira atividade econômica que mais abriu oportunidades, superada pelo setor de serviços e comércio. Atualmente, são quase 717 mil pessoas em atividade na área, contra 701 mil no ano anterior.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
Paraná encerrou 2022 com alta de 4,4% no setor de serviços, aponta IBGE
O setor engloba turismo, transporte, hotelaria, academias, escolas de ensino, beleza, arquitetura, informática, técnicos especializados e telecomunicações. Na variação mensal, de novembro para dezembro, o crescimento foi e 0,4%.
O Paraná encerrou o ano passado com alta de 4,4% no setor de serviços. O comparativo é dos 12 meses de 2021 com o mesmo período de 2022. Na variação mensal, de novembro para dezembro, o crescimento foi de 0,4%, e no comparativo com o mesmo mês do ano passado, de 4,2%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (10). O turismo (hotéis, passagens aéreas, parques de diversões) encerrou o ano passado com crescimento de 27,8%, fruto de um ano inteiro dentro de um cenário de normalidade, distante da realidade de 2021, ainda no início da vacinação contra a Covid-19. Na passagem de novembro para dezembro, o crescimento do setor alcançou 2,2%, e em relação ao último mês de 2021 o aumento foi de 12,3%, um dos melhores resultados comparativos do País. Os indicadores positivos do ano no Paraná também foram puxados por serviços prestados às famílias, como academias, hotéis e teatros (17,6%), serviços profissionais, como locação de automóveis, agências de publicidade e promoção de congressos (10,4%), transporte e serviços auxiliares (3,6%) e outros serviços, entre eles reparação e manutenção, aluguel de imóveis e atividades de apoio à agropecuária (0,7%). Na passagem do mês, os destaques foram serviços profissionais, administrativos e complementares (15,5%), outros serviços (7,4%), serviços prestados às famílias (3%) e serviços de informação e comunicação (3,4%). As variações são de dezembro de 2022 com o mesmo mês de 2021. Segundo o IBGE, a receita do segmento também aumentou no último ano, em 14,9%, enquanto a variação do mês registrou crescimento de 0,9%. No turismo, a receita advinda do aumento da movimentação cresceu 43,2% no ano e 3,3% no mês. Em dezembro de 2022, o volume de serviços no Brasil cresceu 3,1% frente a novembro. No acumulado de janeiro a dezembro de 2022, frente a igual período do ano anterior, o setor de serviços cresceu 8,3%, com quatro das cinco atividades de divulgação apontando taxas positivas e crescimento em 62,7% dos 166 tipos de serviços investigados.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar cai frente ao real no pregão com ajuste
O dólar teve forte queda frente ao real na sexta-feira, na esteira de movimento de realização de lucros
A moeda norte-americana à vista caiu 0,98% neste pregão, a 5,2220 reais na venda, maior queda percentual diária desde 25 de janeiro (-1,21%). Essa queda refletiu "operações de realização de lucros por parte dos agentes, visto que as operações do dia foram bastante tranquilas se comparadas ao visto ao longo da semana", disse Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX. Alguns participantes do mercado disseram que exportadores aproveitaram o patamar elevado do dólar, que nesta manhã chegou a superar pontualmente os 5,30 reais, para ir às vendas, enquanto outros citaram fluxo pontual de entrada de recursos corporativos no mercado brasileiro. Para além do movimento de ajuste, Mattos, da StoneX, disse que a queda do dólar nesta sexta-feira pode ter sido influenciada pela notícia de que o volume de serviços do Brasil cresceu bem mais do que o esperado em dezembro e alcançou o maior patamar da série histórica, terminando 2022 com ganhos pelo segundo ano seguido. "Isso contribuiu para uma perspectiva positiva de crescimento econômico do país, e ajudou no movimento de valorização cambial", avaliou o especialista. Enquanto isso, no mercado internacional, o dólar apresentava forte alta contra uma cesta de moedas fortes nesta tarde, com investidores voltando a mostrar preocupação com a trajetória de altas de juros do banco central norte-americano, o Federal Reserve.
REUTERS
Ibovespa fecha perto da estabilidade
O Ibovespa terminou perto da estabilidade na sexta-feira. Os bancos ficaram no foco, após o resultado considerado negativo do Bradesco, enquanto companhias ligadas ao petróleo deram sustentação ao índice
Após ajustes, o índice fechou em queda 0,41% na semana e em alta de 0,07% na sexta-feira, aos 108.078 pontos. O volume de negócios para o índice no dia totalizou R$ 20,83 bilhões. Em Nova York, o S&P 500 subiu 0,22%, aos 4.090 pontos, o Dow Jones avançou 0,50%, para 33.869 pontos, e o Nasdaq perdeu 0,61%, aos 11.718 pontos. O setor de bancos foi um dos principais focos do dia. Bradesco PN (-8,19%) e Bradesco ON (-6,08%) estiveram entre as maiores perdas do Ibovespa, após o banco anunciar lucro recorrente de R$ 1,595 bilhão no quarto trimestre de 2022, queda 69,5% no trimestre e de 75,9% em 12 meses. O resultado veio bem abaixo da média das estimativas coletadas pelo Valor, que indicava lucro de R$ 4,105 bilhões. A companhia afirmou que provisionou 100% da operação de um grande cliente corporativo, sem citar nominalmente a Americanas, totalizando R$ 4,9 bilhões. Além disso, houve aumento na inadimplência e piora em outros indicadores. “O resultado e os comentários foram negativos”, afirma Rodrigo Jolig, diretor de investimento e co-CEO da Alphatree Capital. “O tamanho da provisão contra perdas ligadas à Americanas foi muito maior do que no caso do Itaú, por exemplo”, destaca. O impulso positivo veio principalmente do setor de commodities, com as altas de Petrobras PN (+3,05%) e Petrobras ON (+2,73%). Os papéis acompanharam o petróleo Brent, cujo contrato futuro para abril subiu 2,24%, aos US$ 86,39/barril, em Londres, após notícia de que a Rússia deve cortar sua produção em 500 mil barris por dia a partir do mês que vem.
VALOR ECONÔMICO
Agronegócio brasileiro começa 2023 com superávit de US$ 8,69 bilhões
O milho foi o destaque nas exportações em janeiro deste ano, com alta de 166,5% no valor e 125,9% na quantidade
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou na sexta-feira (10/2), nota sobre o comércio exterior do agronegócio, com dados de janeiro de 2023. A balança comercial do agronegócio iniciou o ano com superávit de US$ 8,69 bilhões, bem acima do superávit de US$ 2,61 bilhões da balança comercial total (que considera produtos de todos os setores). O valor das exportações brasileiras bateu novo recorde: US$ 10,22 bilhões, com alta de 16,4% na comparação com janeiro do ano passado. No mesmo período, o valor das importações cresceu 37,1%, alcançando US$ 1,53 bilhão. Em janeiro de 2022, mês considerado típico de “entressafra” para o agronegócio na balança comercial, a soja impulsionou as exportações. Já em janeiro deste ano, os embarques foram liderados pelo milho, que registrou alta de 166,5% em valor e 125,9% em quantidade. Em termos de participação, o milho foi responsável por 17,3% do total exportado pelo setor – dos US$ 10,22 bilhões exportados pelo agronegócio no primeiro mês do ano, US$ 1,77 bilhão são referentes ao grão. O Brasil é o terceiro maior exportador mundial de milho, atrás dos Estados Unidos e da Argentina. Graças à abertura do mercado chinês (que habilitou mais de 130 novas instalações exportadoras de milho no Brasil) e à queda da safra norte-americana, o Brasil pode aumentar sua participação em 2023. Apesar de ser a segunda maior produtora mundial de milho, a China depende do mercado internacional para consumo doméstico, e está em busca de novos fornecedores que possam substituir os Estados Unidos – maior fornecedor chinês do grão. Além do milho, outros destaques no que diz respeito às exportações foram o açúcar, a carne de frango e a carne suína, com aumentos de 67,7%, 38,9% e 32,0% no valor, respectivamente. O trio, que apresentou significativa elevação na quantidade e no preço, em comparação com o mesmo período de 2022, representou 36,1% da pauta de exportação total do mês passado, junto com o milho. O trigo continuou sendo o principal produto da pauta de importação brasileira, com alta de 13,2% em valor frente a janeiro de 2022, enquanto a quantidade importada caiu 12,3% no mesmo período. A importação de malte foi destaque em janeiro, com incremento de 37,6% e 9,4% no valor e na quantidade, respectivamente. No acumulado dos últimos 12 meses, houve alta de 29,6% nas exportações e de 15,1% nas importações do agronegócio. Com isso, o saldo da balança comercial do setor aumentou para US$ 142,66 bilhões nesse período, desempenho mais que suficiente para compensar o déficit acumulado pelos demais setores (US$ 78,46 bilhões). Como resultado, o saldo total da balança comercial ficou positivo em US$ 64,19 bilhões.
IPEA
Serviços atingem patamar recorde em dezembro no Brasil e fecham 2022 com alta pelo 2º ano
O volume de serviços no Brasil cresceu bem mais do que o esperado em dezembro e alcançou o maior patamar da série histórica, terminando 2022 com ganhos pelo segundo ano seguido ainda na esteira da reabertura econômica
Em dezembro o setor de serviços brasileiro registrou alta de 3,1% na comparação com o mês anterior, informou na sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado interrompeu dois meses seguidos de quedas e ainda ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 1,0%. Com isso, o setor de serviços fechou 2022 com alta acumulada de 8,3% e passou a ficar 14,4% acima do nível de fevereiro de 2020, pré-pandemia, e alcançou patamar recorde na série histórica, iniciada em 2011. Em 2021 o setor apresentou expansão de 10,9%. Na comparação com dezembro do ano anterior, houve expansão de 6,0%, enquanto economistas esperavam alta de 3,9%. Os serviços apresentaram fôlego no ano passado com a reabertura da economia após a pandemia de Covid-19, mas esse impulso tende a se esgotar conforme pesam com mais força os efeitos do aperto da política monetária. O IBGE destacou em dezembro o desempenho do setor de transportes, com alta de 2,5% sobre o mês anterior. Também contribuiu para o resultado a alta de 10,3% do segmento de outros serviços (10,3%). O ramo de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio também foi destaque em todo o ano de 2022, com avanço acumulado no volume de serviços de 13,3%, exercendo a principal influência. “O setor de transportes cresce desde 2020, mas com dinâmica diferente: inicialmente, por causa da área de logística, com alta nos serviços de entrega, em substituição às compras presenciais", explicou o analista da pesquisa, Luiz Almeida. "Já em 2022, há a manutenção da influência do transporte de carga, puxado pela produção agrícola, mas também pela reabertura e a retomada das atividades turísticas, impactando o índice no transporte de passageiro”, completou. Serviços profissionais, administrativos e complementares foi o segundo setor com maior impacto no resultado de 2022, ao registrar expansão de 7,7%. O desempenho dos serviços no ano passado destoou do da indústria, que fechou 2022 com perdas de 0,7%, e do varejo, que teve alta de apenas 1,0% nas vendas. “A recuperação (de serviços) foi mais rápida do que em outros segmentos da economia porque setores como transporte se tornaram mais dinâmicos com o boom do comércio eletrônico e da cadeia logística", explicou Almeida. “Por esses motivos (serviços) vivem um momento melhor que demais atividades", completou. O índice de atividades turísticas, por sua vez, cresceu 4,1% em dezembro e apresentou alta de 29,9% no acumulado do ano de 2022. O setor está 1,5% acima do patamar pré-pandemia e 5,5% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.
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