Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 1 | nº 31| 16 de dezembro de 2021
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Preço do boi cai mesmo com volta da China, por falta de renda da população
Interrupção das compras permitiu que Brasil e China buscassem novos mercados. Mesmo com a notícia do retorno da China ao mercado brasileiro, a arroba de boi gordo teve redução na quarta-feira (15), caindo para R$ 308. No dia anterior havia sido negociada em R$ 310,4
Segundo Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a queda da arroba ocorre porque o atacado não consegue repassar preços para supermercados, e estes para os consumidores. O repasse ocorre apenas em cortes nobres, mas não em quantidade. Os frigoríficos estão estocados e saem das compras de boi gordo porque não conseguem esse repasse para o varejo. Dados do Cepea indicam que a chamada carcaça casada, que inclui preços do traseiro, dianteiro e da ponta de agulha, está com recuo de 2,55% neste mês. Já o valor médio do traseiro, que contém as carnes mais nobres, tem alta de 2,6% no período. No caso do dianteiro, as carnes menos nobres, a queda é de 10,4% no período. Inflação elevada, patamar atual dos preços da carne bovina e a perda de renda da população não permitem novos reajustes nas proteínas. Avaliando a ausência da China no mercado do Brasil nos últimos três meses e meio, Maurício Palma Nogueira, diretor da Athenagro e coordenador do Rally da Pecuária, afirma que foi um período de ajuda para os dois países. Eles buscaram novos caminhos. Ambos viram que a dependência exclusiva de apenas um mercado é perigosa, tanto para o vendedor como para o comprador. A China buscou novos fornecedores, e o Brasil, novos compradores. O país tem campo para crescimento da oferta, uma vez que há uma tendência de avanço da produtividade nacional. O Rally da Pecuária, evento que acompanha a pecuária anualmente, detectou que produtores que utilizam tecnologia conseguem um bom avanço. Em sua décima etapa anual, a expedição do Rally apurou que os produtores acompanhados pelo evento, e que utilizam tecnologia, tiveram um avanço médio da produtividade de 5,7% ao ano na última década. Já a média da pecuária nacional ficou em apenas 2,3%. A Athenagro traçou alguns cenários entre a pecuária brasileira e as exigências da COP26. No mais otimista, a redução de emissões relativas atingiria 52% por quilo de carne, sendo que as metas globais são de queda nas emissões de 30%.
FOLHA DE SÃO PAULO
Boi gordo: frigoríficos começam a armar as estratégias de compra de boiadas após reabertura do mercado chinês
Cotações seguem estáveis em SP, segundo apuração da Scot Consultoria; arroba do macho vale R$ 312/@, enquanto a vaca e a novilha prontas para abate são vendidas por 293/@ e R$ 305/@, respectivamente
A notícia de reabertura do mercado chinês aos exportadores de carne bovina está sendo comemorada por todos os elos da cadeia pecuária brasileira, destacou na quarta-feira, 15 de dezembro, o boletim pecuário da Scot Consultoria, de Bebedouro. Com a notícia, relata a Scot Consultoria, boa parte dos frigoríficos ficou fora das compras de boiadas gordas, para traçar estratégias para os próximos dias. Com isso, nas praças de São Paulo, os preços dos animais terminados ficaram estáveis nesta quarta-feira, apurou a Scot. De janeiro a novembro de 2021, o Brasil faturou US$ 3,8 bilhões com a exportação de carne bovina in natura para China, acumulado embarques de 716,2 mil toneladas. Esse faturamento e volume representam, respectivamente, 52,5% e 50% na participação de toda a carne in natura exportada pelo Brasil. No mercado interno, consumo segue fraco – Na última semana, o mercado atacadista paulista de carne bovina não apresentou o desempenho esperado para a primeira semana do mês nas vendas, mesmo com o pagamento dos salários aos trabalhadores, reforçados pela primeira parcela do 13º, relata a Agrifatto. “Consequentemente, observou-se uma oferta de mercadorias superior à demanda dos varejistas, o que levou a sobras e devoluções”, informa a consultoria. Com a morosidade na demanda, o mercado de carne bovina segue estagnado, com a carcaça casada bovina encerrando a semana cotada na média de R$ 19,71/kg, recuando 0,30% no comparativo semanal. “Considerando que estamos falando da primeira semana do mês, este é um resultado que levanta preocupações sobre a liquidez da proteína bovina neste patamar”, ressalta a Agrifatto. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 305/@ (à vista) vaca a R$ 286/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 305/@ (prazo) vaca R$ 293/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 291/@ (à vista) vaca a R$ 281/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 298/@ (prazo) vaca a R$ 286/@ (prazo); SP-Noroeste: boi a R$ 310/@ (prazo) vaca a R$ 291/@ (prazo); RS-Fronteira:
boi a R$ 324/@ (à vista) vaca a R$ 306/@ (à vista); TO-Araguaína: boi a R$ 283/@ (prazo) vaca a R$ 274/@ (prazo).
PORTAL DBO
Com preço recorde, consumo de carne bovina é o menor em 16 anos
O consumo vem caindo há três anos consecutivos no país. Em 2020, recuou expressivos 10% em relação ao anterior. Para 2021, a estimativa é de queda de 2%, um consumo de 5,24 milhões de toneladas de carne bovina, o menor valor em 12 anos
Quando se considera o consumo por pessoa, o resultado é ainda mais modesto: 24,5 kg por ano, número próximo do registrado em 2005, 16 anos atrás. A estimativa foi calculada pelo especialista da Consultoria Agro do Itaú BBA Cesar de Castro Alves a pedido da BBC News Brasil e se baseia no chamado consumo aparente, ou seja, a produção de carne bovina inspecionada, descontadas as exportações e somadas as importações. Os dados usados por Castro Alves consideram uma expectativa de produção de carne bovina de 7,4 milhões de toneladas em equivalente carcaça (TECs), de exportações de 2,26 milhões de TECs e de importações de 73 mil TECs. Os dois lados da equação do consumo — o preço dos produtos e a renda das famílias — se deterioraram em 2021. Do lado dos preços, as carnes assistiram a um aumento forte, especialmente no primeiro semestre. Em junho, considerando o acumulado em 12 meses, o brasileiro pagava quase 40% mais (38,17%) pelo produto do que um ano antes. Os preços começaram a ceder em setembro, mas continuam em patamar elevado: nos 12 meses encerrados em novembro, a inflação das carnes estava em 10,81%, superior ao índice calculado para todo o grupo alimentos e bebidas, de 8,9%. Mesmo com a redução em alguns supermercados, o produto continua inacessível para muitas famílias, especialmente se considerado que a renda dos brasileiros vem encolhendo. Pelo menos quatro fatores explicam porque o preço das carnes subiu tanto em 2021: o dólar alto, a seca que afetou especialmente a região Centro-Sul do país, o aumento dos preços do milho e da soja e uma menor disponibilidade de bois (neste caso, uma questão estrutural ligada à bovinocultura). O aumento do dólar e a seca ajudam a explicar a alta expressiva na cotação de commodities como o milho e a soja. Como estas são matérias-primas para a produção de ração para bovinos, aves e suínos, alimentar os animais ficou mais caro. No caso dos bovinos, a seca afetou ainda os custos de produção em outra frente: à medida que reduziu as áreas de pasto, obrigou muitos produtores a confinar o gado, elevando ainda mais as despesas com ração.
BBC News Brasil
Associações defendem valorização de selos de certificação de carne
As associações de raça de bovinos de corte defendem o fomento de ações ao lado do Ministério da Agricultura e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pela valorização dos selos de certificação estampados nos rótulos das carnes premium brasileiras
Representando as raças bovinas com programas de certificação, a Associação Brasileira de Angus entregou ofício à Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na terça-feira (14/12), em Brasília (DF). No documento, seis entidades pedem apoio do governo na fiscalização da rotulagem dos produtos a fim de evitar o uso indevido das marcas e os nomes das raças. O documento foi entregue pelo Presidente da Associação Brasileira de Angus, Nivaldo Dzyekanski, e pelo gerente de Fomento da Angus, Mateus Pivato, em nome da Angus e das raças Devon, Hereford e Braford, Nelore, Wagyu e Charolês. No Brasil, o uso do nome das raças bovinas no rótulo de produtos é chancelado pelo Ministério da Agricultura por meio de delegação às associações de raça. O processo é gerenciado pela CNA por meio da chamada Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), um sistema lançado em 2015. O protocolo de cooperação prevê integração entre Mapa, CNA e associações de raça para garantir a qualidade e procedência dos cortes ofertados ao consumidor. “A preocupação que nós temos enquanto entidade certificadora da Carne Angus, assim como as outras associações de raça que também detêm carne certificada, é que produtos sejam vendidos como Angus ou como outra raça sem ter a certificação da entidade”, exemplifica. Por isso, segundo o dirigente, é necessário que o Ministério da Agricultura, a CNA, o Procon e os órgãos de fiscalização, juntamente com as associações de raça trabalhem de forma consorciada para identificar os produtos comercializados fora do protocolo previsto na gestão da PGA. Na tentativa de identificar e conter o uso indevido da marca, a Associação Brasileira de Angus abriu com um canal de denúncias on-line e fomenta constantemente a valorização do selo de certificação.
Programa Carne Angus Certificada
IMAC: Em 100 dias, Mato Grosso deixou de exportar pelo menos US$ 117 milhões para a China
Sem a China, as exportações nacionais de carne bovina registram perda de US $ 762,3 milhões entre os meses de outubro e novembro deste ano. Em Mato Grosso, uma suspensão provocou uma frustração de receita de 117,3 milhões para a indústria da carne. Os valores são calculados com base na receita referente aos mesmos meses de 2020
Mesmo com o embargo, de janeiro a novembro de 2021, o faturamento do Brasil com exportações de carne bovina e derivados para a China totalizaram US $ 3,9 bilhões. Este valor é 6,8% superior ao observado entre janeiro e novembro de 2020. “Importante lembrar que desde outubro não vendemos carne bovina para a China, portanto, esse resultado preliminar positivo se deve ao período de janeiro a setembro de 2021 basicamente, responsável por 98,7% da receita no período”, analisa do diretor de operações do Imac, Bruno de Jesus Andrade. Ainda segundo Bruno Andrade, a estimativa é que, sob o ponto de vista dos pecuaristas, o impacto na comercialização seja de pouco mais de 750 mil animais. “Estes animais combinam como destino a China em outubro e novembro, o equivalente a uma receita de R $ 4,5 bilhões em faturamento que pecuaristas precisaram renegociar”. Em Mato Grosso, o faturamento das exportações de carne bovina e derivados para a China totalizaram US $ 814,2 milhões, 21% do total do Brasil. Este valor é 15,9% superior ao observado entre janeiro e novembro de 2020
IMAC
SUÍNOS
Suínos: quarta-feira com perdas acentuadas
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 110,00/R$ 118,00, enquanto a carcaça especial cedeu 2,11%/2,02%, custando R$ 9,30/R$ 9,70 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (14), houve queda de 2,73% em Minas Gerais, valendo R$ 6,77/kg, baixa de 2,80% no Paraná, atingindo R$ 5,56/kg, recuo de 3,80% em Santa Catarina, baixando para R$ 5,82/kg, retração de 5,17% em São Paulo, custando R$ 6,60/kg, e de 1,65% no Rio Grande do Sul, fechando em R$ 5,97/kg.
Cepea/Esalq
China vai cobrar tarifas mais altas sobre as importações de carne suína em 2022 em meio a excesso de oferta
A China reduziu suas tarifas sobre a carne de porco congelada em 2020 de 12% para 8%, enquanto o país enfrentava o aumento dos preços domésticos da carne na sequência de um surto de doença devastador. Agora elas voltam a 12%
“Ajustar as taxas em tempo hábil pode ajudar a garantir o abastecimento e a estabilizar os preços no mercado doméstico, usando razoavelmente o mercado internacional”, disse Zhu Zengyong, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas. As taxas mais altas reduzirão ainda mais as importações dos principais exportadores, como Estados Unidos e Espanha, que já caíram acentuadamente nos últimos meses. A China também é o maior importador da carne suína do Brasil, que enviou para o país asiático cerca de metade das suas exportações totais de janeiro a novembro. “Qualquer aumento de impostos torna-o mais desafiador para os exportadores”, disse Joel Haggard, Vice-Presidente Sênior para Ásia-Pacífico da Federação de Exportação de Carne dos EUA. As chegadas de carne suína em outubro caíram 40% com relação ao ano anterior, para 200.000 toneladas, embora as importações no ano até agora tenham caído apenas 8% em relação ao ano anterior, para 3,34 milhões de toneladas, de acordo com dados alfandegários.
REUTERS
FRANGOS
Frango: preços de quarta com pequenas variações
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,00/kg, assim como o frango no atacado, valendo R$ 6,35/kg.
Na cotação do animal vivo, o preço subiu 0,27% em Santa Catarina, valendo R$ 3,76/kg, e ficou estável no Paraná, custando R$ 5,75/kg. São Paulo ficou sem referência de preço na quarta-feira. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (14), a ave congelada cedeu 0,30%, chegando a R$ 6,68/kg, enquanto o frango resfriado baixou 0,15%, fechando em R$ 6,70/kg.
Cepea/Esalq
Carne de frango permanece como oitavo principal produto exportado pelo Brasil em 2021
As exportações brasileiras de carne de frango geraram receita cambial de US$6,292 bilhões
Os dados da SECEX/ME relativos aos 11 primeiros meses de 2021 indicam que as exportações brasileiras de carne de frango – considerado apenas o produto in natura – geraram receita cambial de US$6,292 bilhões, valor que mantém a carne de frango como o oitavo principal produto exportado pelo Brasil. Quase 25% superior ao de idêntico período de 2020, o valor obtido representa quase 2,5% de toda a receita cambial gerada pelas exportações brasileiras nesse período. A participação representa redução de mais de 7% em relação ao que foi registrado nos mesmos 11 meses de 2020. Mas isso se deve, exclusivamente, ao aumento excepcional das exportações de commodities como minério de ferro, petróleo e seus derivados e manufaturados de ferro e aço.
AGROLINK
CARNES
Aumento de tarifa chinesa sobre a carne suína não preocupa, diz presidente da ABPA
Ricardo Santin traça cenário positivo para a demanda interna e externa, mas alerta para a alta de custos
A China movimentou o mercado de proteínas animais no Brasil na manhã da quarta-feira. Em dois movimentos, levantou o embargo à carne bovina brasileira, depois de pouco mais de três meses de suspensão, e elevou de 8% para 12% (como era até 2020), a tarifa sobre a importação de carne suína. Na avaliação de Ricardo Santin, Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa a indústria de aves e suínos, o balanço das medidas foi positivo ao Brasil. “O movimento [no geral] foi positivo. Quando temos essa retomada [da exportação de carne bovina] de maneira pacífica, traz estabilidade ao mercado. Já a retomada da tarifa sobre a carne suína pode diminuir o perfil de troca entre Brasil e China, mas não é uma tarifa proibitiva - e nossos concorrentes, como União Europeia e EUA, também têm a mesma taxa. No caso dos americanos, é até maior”, lembrou Santin. O dirigente reforçou também que o segmento tem buscado outros mercados para se tornar menos dependente dos chineses – no caso da carne suína, 52% dos embarques vão para o país asiático, e no caso da carne de frango a fatia é de 17% das vendas. “Temos alternativas. A Rússia está voltando [às compras], com a cota de 100 mil toneladas de carne suína. Temos ainda a peste suína [africana], influenza aviária. Então, ainda enxergo um perfil positivo para as exportações em 2022”, prosseguiu. A previsão da ABPA é que os embarques das duas carnes cresçam 10% neste ano, dado que será confirmado na quinta-feira pela associação. De janeiro a novembro, as exportações brasileiras de carne suína já bateram recorde em faturamento e volume. No período, foram embarcadas 1,05 milhão de toneladas, alta de 11,3% sobre o mesmo intervalo de 2020 – que era a maior marca até então. As vendas geraram US$ 2,45 bilhões em receita, com crescimento de 17,8% ante os 11 primeiros meses do ano passado. Como mencionado, a China foi o principal destino das exportações neste ano até o momento, com 503,8 mil toneladas e alta de 7,5% sobre 2020, e muito à frente de Chile (57,6 mil toneladas), Vietnã (40,2 mil toneladas), Uruguai (38,7 mil toneladas) e Argentina (32,4 mil toneladas). Santin lembrou que, apesar da importância das exportações, o mercado interno ainda é prioridade - e o principal - para o setor. “O maior mercado do Brasil é o próprio Brasil”, reforçou. A previsão é que a produção das carnes suína e de frango cresça até 5% em 2021. Nesse contexto, e diante das incertezas que rondam a economia brasileira, o presidente da ABPA enxerga um cenário de consumo mais positivo para as carnes suínas e de frango, especialmente diante de sua competitividade frente à bovina. Mas ressaltou que os custos de produção ainda serão uma pedra no sapato da atividade e já projeta que não haverá uma diminuição de preços ao consumidor final nos próximos meses. “Não dá para falar de maneira geral como será o repasse de preços porque cada indústria tem um tamanho e uma estratégia, mas os custos subiram demais. Algumas conseguiram se adequar, mas muitas indústrias vão começar 2022 precisando repassar, não tem retrocesso”, afirmou. Como alento, Ricardo Santin também disse que a pior da fase de alta dos custos de produção já passou, e que estabilidade e previsibilidade dos gastos deverão ser uma tendência a partir do ano que vem.
VALOR ECONÔMICO
MEIO AMBIENTE
Quatro redes de varejo da Europa decidem barrar beef jerky da JBS
Decisão foi tomada por causa de desmatamento em fornecedores indiretos da empresa brasileira
Quatro varejistas europeias decidiram parar de comprar beef jerky - um snack de carne bovina defumada - que a JBS produz com a americana Jack Link’s no Brasil após receberem uma denúncia de que o negócio teria utilizado carne de gado criado em áreas desmatadas ilegalmente. Além disso, outras três varejistas decidiram mudar suas estratégias sobre o fornecimento de carne do Brasil e vizinhos da América do Sul para evitar “problemas”. As decisões foram tomadas após as ONGs Repórter Brasil e Mighty Earth divulgarem às empresas de varejo denúncia de que o gado comprado pela JBS passou por fornecedores indiretos que teriam desmatado ilegalmente. As organizações também relataram casos similares nas cadeias da Minerva e da Mafrig, mas nenhuma varejista tomou medidas específicas quanto a elas. As redes de varejo da Europa que decidiram tirar o beek jerky da JBS e da Jack Link’s das prateleiras foram o Carrefour da Bélgica, a rede Delhaize da Bélgica, a Albert Heijn, da Holanda, e a Aucham da França. A Albert Heijn também decidiu deixar de vender outras duas marcas, incluindo uma de carne dos pampas brasileiro e uruguaio. O beef jerky da JBS e da Jack Link’s é produzido nas plantas paulistas de Santo Antônio de Posse e Lins. Além disso, a Lidl da Holanda decidiu que, a partir de janeiro, vai parar de vender carnes de fornecedores da América do Sul. A britânica Sainsbury’s, por sua vez, comprometeu-se a retirar sua marca própria de carne enlatada do mercado brasileiro para garantir que a origem da carne que recebe seja avaliada como livre de desmatamento. Já o também britânico Princes, que deixou de comprar carne enlatada da JBS há um ano, disse que está revisando sua política para produtos brasileiros para levar em conta o desmatamento zero na cadeia de fornecimento. O relatório das ONGs aponta, no caso da JBS, três casos de fornecedores indiretos que têm áreas embargadas pelo Ibama e dois fornecedores indiretos com déficit de reserva legal e de área de proteção permanente. O gado de alguns deles pode ter ido para a planta da JBS em Lins, e pode ter sido utilizada na produção de beef jerky. A reportagem questionou as varejistas sobre qual fornecedor substituirá o produto que deixarão de comprar. O Carrefour disse que ainda não tem substituto, e o Princes disse não comentar relações comerciais. As demais não responderam. Procurada, a JBS afirmou que o rastreamento dos fornecedores indiretos é um desafio não só seu, “como da cadeia produtiva da pecuária”, e que por isso está investindo em uma nova plataforma, com tecnologia blockchain, prevista para ser concluída até 2025. A companhia disse que os fornecedores diretos citados no relatório estavam de acordo com sua política de compra e com o acordo com o Ministério Público Federal “no momento da compra”. A companhia afirmou que possui 77 mil fornecedores diretos e que já bloqueou mais de 14 mil por desacordo com suas políticas. A JBS não comentou a decisão das varejistas europeias citadas nem comentou sobre a comunicação com seus clientes sobre a origem do gado que abate.
VALOR ECONÔMICO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Pesquisa da Fiep mostra que industriais paranaenses estão otimistas com 2022
A maioria dos industriais do Paraná está otimista em relação a 2022. Segundo pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), 68,7% dos empresários do setor estão dispostos a investir e contratar ao longo do próximo ano
O índice é maior do que a média dos últimos 10 anos, que foi de 66,7%, mas repete o resultado de 2020. O levantamento mostrou que 67,8% dos industriais enxergam perspectiva de crescimento das vendas, 39% acreditam na abertura de novos mercados e 33,6% têm previsão de realizar investimentos. Para o Presidente da Fiep, a concretização dos planos dos empresários se torna mais viável se forem tomadas as medidas necessárias para melhorar o ambiente de negócios no país, como a reforma tributária. Martins Pedro destaca ainda como medidas necessárias o controle da pandemia, soluções eficientes para sanar as crises hídrica e energética, e redução dos custos de produção. “Se esses pontos não forem atacados, podem frear o crescimento tão almejado pelos empresários e por toda a sociedade”, completa. “A piora no ambiente político nacional foi sinalizada como um fator que pode comprometer a performance das empresas”, destacou o economista da Fiep, Marcelo Alves. O aumento dos custos, a escassez de matéria-prima e a redução das vendas também foram apontados como eventuais entraves. Os entrevistados revelaram ainda como preocupações a falta de mão de obra qualificada, a dificuldade de acesso ao crédito, a baixa demanda no mercado interno e as oscilações cambiais. No total, os pessimistas em relação a 2022 somam 5,1% dos entrevistados, enquanto 26,4% se mostraram cautelosos e expressaram expectativa neutra para 2022. A pesquisa Sondagem Industrial foi realizada com cerca de 50 mil estabelecimentos industriais de 37 segmentos, que geram mais de 814 mil empregos no estado. Em relação a 2021, 60,4% avaliaram o ano como bom ou muito bom por causa do crescimento das vendas e dos investimentos realizados. Apenas 11,5% das empresas pesquisadas tiveram desempenho “ruim” ou “muito ruim” e os motivos variam entre redução de vendas, aumento dos custos de matéria-prima e de produção. Para 28,1% a performance em 2021 tem sido regular. “Um bom sinal de retomada é quando o empresário revela claramente a intenção de investir”, destaca o economista Marcelo Alves. Ele conta que 73% dos respondentes afirmaram que têm planos de investir em 2022. As prioridades são em melhoria de processos, produtos ou serviços (64,5%), para reduzir custos de produção (48,7%) e ampliar a capacidade produtiva (45,4%). Quase 100% das grandes companhias confirmaram que os investimentos serão feitos para ampliar a capacidade produtiva, logística e para melhorar produtos e serviços. Já entre as de tamanho médio, 77% vão utilizar os recursos para reduzir custos de produção e ampliar a capacidade interna. As pequenas priorizarão melhoria em processos e produtos e a redução de custos de produção. E os microempreendedores querem melhorar a qualidade. Os recursos próprios serão a principal fonte de investimentos para 67,5% dos entrevistados. Os investimentos têm ligação com as estratégias das indústrias para 2022. Mais de 30% devem apostar em desenvolvimento de novos negócios, aumento da capacidade produtiva/nova unidade industrial e incorporação de novos produtos à linha. Já para 20% a prioridade será aumentar o valor agregado dos produtos, segmentar os canais de vendas e investir em desenvolvimento e inovação. As exportações despontam como um bom caminho para o crescimento da indústria. Entre as grandes, 91,7% devem adotar essa estratégia. Entre as médias, o índice cai para 62,8%. E entre as pequenas, só 24,7% devem vender para fora do país.
GAZETA DO POVO
Chuva irregular afeta lavouras de verão do Paraná
A umidade no estado ainda é mais favorável do que em outras áreas da região Sul, mas a distribuição da chuva não está linear
No Paraná, as culturas de verão podem ser afetadas pelas condições climáticas. A umidade no estado ainda é mais favorável do que em outras regiões do Sul, mas a distribuição da chuva não está linear. Chove um pouco com longos períodos de seca. A soja, a principal commodity do Brasil já começa a perder a qualidade no estado. Além da soja, outras culturas de verão como batata, feijão e milho podem sofrem impactos com a seca. O relatório da secretaria de Agricultura aponta baixa de lavouras de soja em situação boa. Na semana passada eram 83%, no relatório enviado ontem, já são 71%. Em relação ao ano passo a situação é ainda mais crítica. Nessa mesma época do ano, 93% das lavouras estavam na fase de floração e frutificação. Este ano são 85%, das lavouras com rumo para a fase de frutificação e quase uma colheita adiantada, tudo por conta das altas temperaturas.
CANAL RURAL
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha em nova máxima desde abril
O dólar subiu pela quinta sessão consecutiva contra o real na quarta-feira, a nova máxima em oito meses, depois que o Banco Central dos Estados Unidos anunciou a antecipação do fim de suas compras de títulos e projetou aumentos de juros já em 2022
O dólar à vista subiu 0,21%, a 5,7072 reais na venda, novo pico desde 13 de abril deste ano (5,7175). A divisa marcou seu quinto ganho diário consecutivo, o que investidores também atribuíram à demanda sazonal pela moeda norte-americana. Na B3, às 17:43 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,34%, a 5,7220 reais. O Fed disse na quarta-feira que encerrará em março suas compras de títulos adotadas durante a pandemia, pavimentando o caminho para três aumentos de 0,25 ponto percentual cada nas taxas de juros até o fim de 2022. Além do Fed, investidores notaram movimento sazonal de saída de recursos do Brasil, o que ajudaria a explicar parte da valorização recente do dólar."O final do ano tem uma sazonalidade ruim (para o câmbio); temos visto saídas de recursos principalmente do setor corporativo, pagamento de dividendos, isso acontece no último trimestre do ano, é um negócio normal", disse a jornalistas na quarta-feira David Beker, Chefe de Economia no Brasil e estratégia para América Latina do Bank of America. Segundo participantes do mercado, esses fatores sazonais ajudariam a explicar a presença mais firme do Banco Central no mercado de câmbio nos últimos dias. Na quarta-feira, a autarquia vendeu 950 milhões de dólares em leilão de moeda estrangeira à vista, a terceira operação desse tipo em quatro sessões. Riscos na frente da atividade econômica também servem como obstáculos ao desempenho do real, depois de vários indicadores macroeconômicos surpreenderem para baixo nos últimos dias. Na quarta-feira, por exemplo, dados mostraram que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central-Brasil (IBC-Br) --uma medida da evolução do ritmo de atividade no país-- caiu 0,40% em outubro sobre setembro, leitura pior que a baixa de 0,20% prevista por analistas em pesquisa da Reuters. "Inflação de dois dígitos, juros em alta, o impacto de interrupções na cadeia de abastecimento no setor manufatureiro, ruído político elevado e a erosão da confiança do consumidor e de empresas estão gerando ventos contrários visíveis à atividade", disse em relatório o Chefe de Pesquisa Econômica do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos.
REUTERS
Ibovespa fecha em alta no embalo de NY
Em dia de vencimento de opções sobre o índice, o que tende a ampliar a volatilidade dos negócios, o Ibovespa encerrou em alta de 0,66%, aos 107.463 pontos
Em linha com os índices de ações em Nova York, o Ibovespa encerrou o pregão da quarta-feira em alta, pondo fim à sequência de duas sessões de baixa nos mercados locais. O dia foi marcado pela postura mais defensiva dos agentes financeiros acerca da decisão de política monetária do Federal Reserve. O principal índice da bolsa local oscilou conforme os seus pares em Nova York e só ganhou tração no encerramento da sessão, em meio à conferência de imprensa de Powell. O principal Banco Central do planeta anunciou que irá reduzir o ritmo de redução de seu programa de compras de ativos para US$ 30 bilhões por mês, de US$ 15 bilhões do cronograma original. Caso não ocorram surpresas nos próximos meses, o programa de estímulos seria encerrado no mês de março. Em outro ponto relevante do evento, o gráfico de pontos da instituição passou a indicar que a mediana do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) agora espera três altas de juros em 2022 - ante duas altas esperadas pelo mercado -, outras três elevações de juros em 2023 e mais duas em 2024. Segundo Fernando Fenolio, economista-chefe da Wealth High Governance (WHG), tanto a decisão do Fed como a comunicação do presidente Jerome Powell, na conferência de imprensa, foram mais duras do que o mercado esperava, mas a avaliação é de que elas foram positivas. Assim, o cenário base da WHG é o de que a primeira alta de juros nos Estados Unidos ocorra no mês de maio, "com uma chance não-desprezível de acontecer imediatamente após o fim do tapering, em março", comenta Fenolio. Na ponta positiva do Ibovespa os frigoríficos foram destaques, com as notícias de que o governo da China retirou o embargo à importação de carne bovina brasileira. Minerva ON liderou os ganhos do Ibovespa, em alta de 11,19% e JBS ON subiu 2,44%. De acordo com Lucas Tambellini, sócio da Sumauma Capital, o Ibovespa deve seguir sendo negociado em uma faixa estreita, entre os 100 mil e os 109 mil pontos, nos próximos meses.
VALOR ECONÔMICO
IBC-Br tem 4ª queda seguida em outubro e endossa risco de nova contração do PIB no 4º tri
A economia brasileira começou o quarto trimestre em tom desanimado, amargando em outubro a quarta queda mensal seguida e no pior desempenho para o mês em sete anos, num mau presságio sobre os rumos da atividade neste fim de ano
Os dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central-Brasil (IBC-Br) divulgados pelo Banco Central na quarta-feira reforçaram cenários de nova retração do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos três meses do ano, depois de no terceiro trimestre a economia já ter entrado em recessão técnica ao declinar 0,1%. "Por enquanto, o PIB vai cair mais no quarto trimestre do que no terceiro", disse o Economista-Chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves. A Nova Futura Investimentos projeta contração de 0,2% do PIB no quarto trimestre e vê a perda de ímpeto do IBC-Br como "bastante disseminada". O IBC-Br --uma medida da evolução do ritmo de atividade no país-- caiu 0,40% em outubro sobre setembro, com dados ajustados sazonalmente, informou o Banco Central na quarta-feira. A queda foi mais forte do que a de 0,20% prevista por analistas em pesquisa da Reuters. Pelos números do BC, o IBC-Br está 1,90% abaixo do patamar pré-pandemia e 7,91% aquém do pico do ciclo, alcançado em dezembro de 2013. Dados recentes de varejo, serviços e de confiança vieram mais fracos, acendendo o alerta sobre a estagnação da atividade. A perda de força do IBC-Br é percebida em quase todas as análises de período. No trimestre até outubro sobre o trimestre até julho, o IBC-Br recuou 0,94%, aprofundando a queda depois de recuar 0,65% nessa base de comparação em setembro e 0,26% em agosto. Na comparação entre o trimestre móvel (até outubro contra três meses até setembro) --uma medida de tendência--, o índice recuou 0,44%, contra baixas de 0,34% em setembro, 0,16% em agosto e 0,14% em julho. O dado de outubro de 2021 sobre um ano antes mostrou retração de 1,48%, uma reviravolta ante altas de 0,69% em setembro e de 4,06% em agosto. Nos três meses até outubro de 2021 sobre um ano antes, o índice registrou alta de 1,06%, ante ganhos de 3,27% em setembro, 5,95% em agosto, 9,28% em julho e 13,35% em junho. O IBC-Br ainda sobe 4,99% no acumulado de 2021 e ganha 4,19% em 12 meses. A baixa de 0,40% em outubro sobre setembro foi a mais forte para o mês desde 2014 (-0,60%). O dado de setembro foi revisado para pior e agora mostra retração de 0,46%, ante contração de 0,27% reportada inicialmente. Com a revisão para pior, o IBC-Br marcou contração de 0,65% no terceiro trimestre ante os três meses anteriores, frente à taxa negativa de 0,14% divulgada inicialmente. O número também indica recessão técnica, conforme já apontado pelo IBGE nos números do PIB do terceiro trimestre, que caiu 0,1%. O IBC-Br já havia recuado 0,45% em agosto e 0,12% em julho. A série negativa de quatro meses é a mais longa desde as seis baixas consecutivas registradas entre julho e dezembro de 2016.
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IGP-10 cai menos que o esperado em dezembro e fecha ano com salto de 17,30%
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) caiu 0,14% em dezembro sobre novembro, quando havia subido 1,19%, e acumulou salto de 17,30% em 2021, impulsionado por aumentos de preços em produtos cujas safras foram afetadas pela seca
A queda do índice no mês ficou abaixo do recuo de 0,50% esperado por analistas consultados pela Reuters. Em dezembro de 2020, o índice havia subido 1,97%, com elevação de 24,16% em 12 meses. Em dezembro de 2021, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) --componente de maior peso no IGP-10-- caiu 0,51%, depois de alta de 1,31% em novembro. Dentre os estágios de processamento, destaque para Matérias-Primas Brutas, que acelerou a queda a 3,78%, de baixa de 0,98% em novembro, com minério de ferro (de 1,23% para -19,28%), soja em grão (de -1,39% para -3,41%) e aves (de -0,03% para -4,95%) com os movimentos mais expressivos. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 1,08% em dezembro, acelerando ante elevação de 0,79% em novembro. Três das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo: Educação, Leitura e Recreação (de 0,05% para 2,61%), Habitação (de 0,36% para 0,77%) e Transportes (de 2,17% para 2,49%). As principais contribuições partiram de passagem aérea (de -0,42% para 17,18%), tarifa de eletricidade residencial (de 0,06% para 1,86%) e gasolina (de 5,09% para 5,50%). Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve alta de 0,54% em dezembro, abaixo do aumento de 0,95% de novembro. Materiais e Equipamentos desacelerou a alta de 2,00% no mês passado para 0,81% em dezembro, enquanto Serviços (de 0,49% para 0,61%) e Mão de Obra (de 0,10% para 0,28%) ampliaram os ganhos de preços.
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