Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 308 |06 de fevereiro de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: preço da arroba encerra a semana com alta de R$ 5/@ nas praças de SP, aponta Scot
Mesmo com escalas de abate confortáveis para grande parte das indústrias frigoríficas e algumas outras fora das compras da matéria-prima, a cotação do boi gordo subiu R$ 5/@ na sexta-feira, 3 de fevereiro, no mercado paulista, informou a Scot Consultoria
O boi gordo é negociado agora por R$ 275/@, enquanto os preços da vaca e novilha gordas seguiram estáveis, em R$ 259/@ e R$ 265/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). O zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot, destaca a valorização de R$ 10/@ no preço do boi-China durante a virada de janeiro para fevereiro. Com isso, neste momento, o animal entregue aos importadores chineses está valendo R$ 285/@ no mercado paulista (preço bruto e a prazo), mas há relatos de negócios em até R$ 290/@, disse Fabbri. “O ágio do boi-China deverá seguir elevado, principalmente no primeiro semestre”, prevê o analista da Scot, que justifica: “A retomada da habilitação da exportação à China da planta frigorífica em Mozarlândia (GO), somado a menor pressão pela entrega de boiadas pelo pecuarista, além do período de fim do Ano Novo Lunar chinês e a revisão do crescimento econômico chinês pelo Fundo Monetário Internacional (de 4,4% para 5,2%), põem boas expectativas para a exportação brasileira de carne bovina”. No ambiente interno, continuou Fabbri, “o quadro será ditado pelo comportamento do varejo e suas ações ante a um recuo de preços nos elos anteriores da cadeia de carne bovina, com a perspectiva de manutenção do quadro de descarte de fêmeas e, consequentemente, de um maior volume de carne chegando ao mercado”. Nas outras praças pecuárias brasileiras, a sexta-feira foi marcada por uma forte queda de braço entre compradores e vendedores, indicando que a formação de preços do boi gordo ao longo deste mês deve seguir particularidades regionais, prevê a S&P Global. Neste momento, diz a consultoria, na região do Centro-Norte do País, as cotações da arroba permanecem pressionadas em sua maior parte. O menor apetite comprador das indústrias da região do Brasil-Central ocasionou recuos nas cotações da arroba na sexta-feira. Por sua vez, no Centro-Sul do País, os preços estão mais voláteis, relata a S&P Global. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 261/@ (à vista) vaca a R$ 236/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 276/@ (prazo) vaca a R$ 256/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 258/@ (prazo) vaca a R$ 248/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca a R$ 248/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 246/@ (prazo) vaca a R$ 231/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 245/@ (prazo) vaca a R$ 234/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 246/@ (à vista) vaca a R$ 234/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 241/@ (à vista) vaca a R$ 231/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca R$ 23/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 240/@ (prazo); PA-Marabá: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 230/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 247/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 236/@ (prazo); vaca a R$ 223/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 236@ (à vista) vaca a R$ 226/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 215/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 241/@ (à vista) vaca a R$ 222/@ (à vista).
Cepea projeta aumento no consumo de carne bovina de 1,5% em 2023
“O fator que pode fortalecer a melhora no consumo doméstico é o preço da carne na ponta final. Isso porque o possível avanço na produção no campo tende a resultar em preço mais atrativo ao consumidor brasileiro”, informou
A produção brasileira vinha mostrando sinais de recuperação nos primeiros três trimestres de 2022 – tanto em volume de animais abatidos quanto em quantidade de carne por cabeça (maior produtividade) – cenário que pode ser mantido em 2023. A retenção de fêmeas em 2020 e em 2021 resultou em investimentos na produção de animais jovens que, por sua vez, começaram a entrar no mercado em 2022 e que devem continuar sendo disponibilizados em 2023. E uma possível recuperação na oferta deve enfraquecer os valores de negociação da arroba, especialmente no primeiro semestre de 2023. Por outro lado, os custos de produção no campo seguem bastante elevados, com altos preços de adubos, diesel, nutrição e milho. Esse cenário pode desestimular pecuaristas e limitar o número de animais em confinamento. Os embarques de carne bovina devem seguir influenciando na formação de preços da pecuária em 2023, conforme apontou o relatório mensal do Cepea. “A China deve continuar sendo o maior destino da carne bovina brasileira, mas os recentes posicionamentos do país asiático frente ao combate aos novos casos de covid-19 e os esforços para recuperar a produção de suínos podem enfraquecer o intenso ritmo das compras internacionais verificado nos últimos anos. Diante disso, é primordial que o setor exportador nacional siga fortalecendo as relações com outros importantes destinos da carne, como Estados Unidos, Chile e Emirados Árabes Unidos”, reportou o Cepea. Outro fator a acompanhar neste ano, é o comportamento do câmbio que deve operar na casa dos R$ 5,27 em 2023 – segundo o relatório do Banco Central (Boletim Focus) divulgado no último dia 26 de dezembro –, o que tende a manter atrativas as vendas externas da proteína.
Cepea
SUÍNOS
Suínos: semana encerrou com altas
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF teve aumento de 1,56%/2,27%, chegando em R$ 130,00/R$ 135,00, enquanto a carcaça especial subiu 2,04%/0,98%, cotada em R$ 10,00/kg/10,30/kg
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (2), os preços ficaram estáveis no Rio Grande do Sul (R$ 6,37/kg), e em São Paulo (R$ 6,75/kg). Houve alta de 2,23% em Minas Gerais, alcançando R$ 7,32/kg, avanço de 0,32% no Paraná, subindo para R$ 6,36/kg), e de 2,20% em Santa Catarina, fechando em R$ 6,50/kg.
Cepea/Esalq
Rabobank: Reabertura da China deve impactar equilíbrio entre oferta e demanda de carne suína, mas movimento ainda é incerto
Segundo o banco, a demanda enfraquecida por carne suína na China só deve dar sinais de melhora no final do primeiro trimestre
Conforme análise divulgada pelo banco europeu Rabobank a respeito da oferta, consumo e comércio global de carne suína no primeiro trimestre de 2023, a demanda por carne suína na China foi enfraquecida devido à última onda grave de casos de Covid-19, estabelecimento de políticas restritivas de movimentação da população, além da alta oferta de animais pesados para abate e isso derrubou os preços e a demanda pela proteína. A previsão é de que esta volatilidade deva continuar no decorrer deste primeiro trimestre do ano, e começar a ter sinais de melhora na demanda na virada para o segundo trimestre de 2023. Enquanto a expectativa da performance do setor é considerada baixista pelos analistas no curto prazo, há um cenário positivo de retomada da demanda uma vez que os casos de Covid-19 na China diminuam de maneira substancial e a vida "volte ao normal" no país. Deve haver uma demanda reprimida nos canais de foodservice, mas também há dúvidas de como essa demanda deve se mostrar (mais fortalecida ou não), dados os desafios macroeconômicos. A volatilidade deve ser uma constante em 2023, e o banco espera que, se não houver mais nenhum fator novo que cause disrupção no setor, os preços do animal na China devem ter alta a partir do segundo trimestre. Para o Brasil, que tem a China como principal parceiro nas exportações de carne suína, representando 42% na fatia dos embarques brasileiros, o Rabobank projeta que a competitividade do Brasil deve sustentar um crescimento de participação. Desta forma, a perspectiva é de aumento de 2% no volume a ser embarcado neste ano. Os pontos de atenção para o primeiro trimestre e os meses seguintes elencados pelo Rabobank são os preços dos grãos, devido à estiagem na Argentina, colheita mais enxuta da safra 2022/23 de milho e soja nos Estados Unidos, estoques finais mundiais menores e demanda incerta. Soma-se a isso questões sanitárias, relativas a casos de Peste Suína Africana e outras doenças, recuperação do consumo pós-Covid-19 na China, condições macroeconômicas (confiança nos investimentos, emprego e consumo), e a competição da carne suína com outras proteínas no varejo e canais de foodservice.
Rabobank
FRANGOS
Preços do frango estáveis na sexta
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, enquanto o frango no atacado subiu 1,13%, custando R$ 6,25/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, não houve mudança no preço, fixado em R$ 4,29/kg, enquanto no Paraná, houve alta de 0,40%, precificado em R$ 4,99/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (2), tanto o frango congelado quanto a ave resfriada não tiveram alteração nos valores, fechando, respectivamente, em R$ 6,56/kg e R$ 6,61/kg.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Preço recua com força em janeiro, apesar de alta nos embarques
As médias de preços de grande parte dos produtos avícolas acompanhados pelo Cepea registraram baixas expressivas entre dezembro/22 e o primeiro mês de 2023, devido à oferta elevada da carne no mercado doméstico
Segundo colaboradores consultados pelo Cepea, a maior disponibilidade da proteína se somou ao baixo poder de compra da maior parte da população brasileira em janeiro – mês marcado por despesas extras –, reforçando a queda nos preços. Nem mesmo o bom desempenho nas exportações da carne de frango in natura ao longo do mês foi suficiente para impedir as desvalorizações no mercado doméstico. De acordo com informações da Secex, a média diária de embarques de carne de frango in natura foi de 17,7 mil toneladas em janeiro, 9,9% acima da observada em dezembro/22 e 17% maior que a de janeiro/22, totalizando 388,6 mil toneladas no último mês.
Cepea
EMPRESAS
Faturamento bruto da cooperativa Lar cresceu 27% em 2022
Receita líquida, em contrapartida, caiu para R$ 722 milhões
O faturamento bruto da Lar Cooperativa Agroindustrial, de Medianeira (PR), cresceu 27% no ano passado, para R$ 21,59 bilhões. A receita líquida, em contrapartida, caiu para R$ 722 milhões. A cooperativa paranaense também informou que seu Diretor-Presidente, Irineo da Costa Rodrigues, foi reeleito para um novo mandato, que se estenderá até 2026. "A Lar tem conseguido se adequar com agilidade para superar os anos difíceis por estar ancorada no pilar Educação, com seus diversos programas que tem se traduzido em ganhos de maior produtividade, com reflexos diretos nos ganhos financeiros", afirmou Rodrigues, em nota. A central gerou mais de R$ 1,5 bilhão em impostos, o que representou um aumento de 17,3%, e movimentou US$ 909,7 milhões em exportações diretas, um montante 24,3% maior que o de 2021. Somadas as exportações indiretas, a movimentação foi de US$ 8,3 bilhões, puxada por carnes, soja e milho em grão. Rodrigues destacou as dificuldades dos produtores no ano passado, com a frustração de 80% das lavouras de soja dos cooperados na safra 2021/22 e o aumento dos custos de produção na temporada. "Somos desafiados a mostrar ao mundo que temos uma agricultura consciente, um agronegócio sustentável", acrescentou. Com mais de 13 mil associados e 25,3 mil colaboradores, a Lar Cooperativa aumentou em 43% a comercialização de insumos agrícolas aos produtores, para R$ 3,7 bilhões, e em 21,6% a venda de insumos pecuários, para R$ 290,1 milhões. A cooperativa recebeu mais de 60 milhões de sacas de milho, o equivalente a 3,6 milhões de toneladas. O volume de recebimentos de soja caiu 21,6%, para 1,9 milhão de toneladas, e o de trigo recuou 43,5%, para 16,9 mil toneladas. Ao todo, os cooperados entregaram 5,6 milhões de toneladas de grãos, um volume 14,5% maior do que o de 2022. Na avicultura, a produção de pintainhos próprios teve um crescimento de mais de 8 milhões de ovos férteis por mês, consolidando o abate de mais de 1 milhão de aves por dia, ou 302 milhões ao todo. Com isso, a produção de carne de frango in natura subiu 12,4%, para 760,6 mil toneladas em 2022. A cooperativa também produziu 971 mil leitões e abateu 945,2 mil suínos em 2022. Já a produção de sementes de soja caiu 12%, para 7,6 mil toneladas.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
China segura compras de carne do Uruguai em janeiro
As exportações de carne bovina do Uruguai somaram US$ 131 milhões, 39% abaixo do registrado em janeiro de 2022
No entanto, o produto foi o segundo mais vendido pelo país, representando 15% do que foi exportado em janeiro de 2023, segundo dados do Uruguai XXI. A queda é parcialmente explicada pelo recuo de 55% nas compras da China em relação ao ano anterior, de US$ 150 milhões em janeiro de 2022 para US$ 67 milhões em janeiro de 2023. No entanto, o mercado chinês continua sendo o destino mais importante da carne bovina uruguaia, com 51% do total exportado de carne bovina. As exportações para outros destinos somam US$ 64 milhões e caíram em menor proporção, 2% na comparação anual, apontou o relatório. As exportações de derivados de carne somaram US$ 29 milhões em janeiro de 2023, registrando variação anual negativa, de 32%. Estes representaram 3% do total exportado no mês.
Agência Safras
Preços mundiais de alimentos caem pelo 10º mês consecutivo em janeiro, diz FAO
Os preços mundiais dos alimentos caíram em janeiro pelo décimo mês consecutivo, e registram agora uma baixa de aproximadamente 18% em relação ao recorde atingido em março do ano passado, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, informou a agência de alimentos das Nações Unidas nesta sexta-feira
O índice de preços da Organização para Agricultura e Alimentação (FAO), que acompanha as commodities alimentares mais negociadas globalmente, teve uma média de 131,2 pontos no mês passado, contra 132,2 em dezembro. Essa foi a leitura mais baixa desde setembro de 2021. O número de dezembro foi revisado para baixo de uma estimativa original de 132,4. Quedas nos preços de óleos vegetais, laticínios e açúcar ajudaram a derrubar o índice, enquanto cereais e carnes permaneceram praticamente estáveis, disse a FAO. O índice de preços de cereais da FAO subiu apenas 0,1% em janeiro em relação ao mês anterior, alcançando um aumento de 4,8% no ano. Os preços internacionais do trigo caíram 2,5% com a produção na Austrália e na Rússia superando as expectativas. O arroz, por outro lado, saltou 6,2%, impulsionado em parte pela forte demanda local em alguns países asiáticos exportadores. Os preços dos óleos vegetais caíram 2,9% em janeiro, o índice de lácteos baixou 1,4% e o açúcar recuou 1,1%. A carne caiu apenas 0,1%. Em estimativas separadas de oferta e demanda de cereais divulgadas nesta sexta-feira, a FAO elevou sua previsão para a produção global de cereais em 2022 para 2,765 bilhões de toneladas, contra estimativa anterior de 2,756 bilhões de toneladas. A FAO disse que espera uma produção global recorde de trigo em 2022, graças às previsões revisadas de safra da Austrália e da Rússia. Olhando para 2023, a FAO disse que as primeiras indicações apontavam para uma provável expansão da safra de trigo de inverno no hemisfério norte. No entanto, alertou que os altos custos de fertilizantes podem afetar os rendimentos.
REUTERS
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Paraná deve produzir 19 milhões de toneladas de milho
A demanda cresce à medida que a população e a renda per capita também aumentam, levando a maior consumo de proteínas animais. Há, ainda, outros usos para o milho, além da ração, como a produção de etanol. Estima-se que, este ano, 15% do etanol brasileiro virá do cereal
O milho é essencial para a produção de proteínas animais em todo o mundo, além de ser importante para a alimentação humana em algumas regiões. Por isso, a cultura tem ganhado mais projeção no campo, o que exige melhorias na logística, particularmente em estradas. A análise faz parte do Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 27 de janeiro a 2 de fevereiro. O documento é preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Na safra 2022/23, a previsão é que, mundialmente, sejam produzidos 1,15 bilhão de toneladas de milho. No Brasil, a expectativa é por 125 milhões de toneladas, enquanto o Paraná deve alcançar 19 milhões de toneladas, dentro de condições normais. A análise apresentada aponta que, diante da possível produção recorde do Brasil, problemas logísticos são evidenciados, como estradas sem a manutenção adequada, pistas simples, malha ferroviária insuficiente e custos de insumos elevados. No caso dos portos, houve melhorias em estrutura dos que formam o Arco Norte de exportação, além dos de Paranaguá e Santos. A exportação brasileira do complexo soja, em 2022, alcançou 101,9 milhões de toneladas. O Paraná foi o responsável por 9,2 milhões de toneladas, uma queda de 35% em relação a 2021, devido à produção menor na safra, afetada por fatores climáticos. Para este ano, a produção deve estar normalizada, com 19 milhões de toneladas. O feijão de primeira safra deve render 196 mil toneladas no Paraná. Até agora, a colheita atingiu 66% dos 116 mil hectares e vem sendo favorecida pelo clima. O produto é de excelente qualidade, o que contribui para os bons preços recebidos pelos produtores. O Paraná é o principal produtor a abastecer o mercado brasileiro em janeiro. O preço recebido pelos triticultores paranaenses voltou a ceder no primeiro mês de 2023. A saca foi cotada, em média, a R$ 91,33, valor 2,6% menor que o de dezembro de 2022. O boletim do Deral aponta que os preços são fundamentais para direcionar a intenção de plantio para os produtores que estão planejando ou executando a sucessão da safra de verão. O rebanho ovino do Paraná é o oitavo maior do Brasil, com 567 mil cabeças. A maioria é destinada à produção de carne, mas o Estado também é o segundo colocado em ovinos tosquiados, com 4% do total, atrás do Rio Grande do Sul, responsável por 92%. O consumo de carne ovina no país não é tão difundido quanto o de outras proteínas, sendo limitado a restaurantes e datas comemorativas. Em aves, o boletim mostra que o Paraná apresentou crescimento de 5,3% no volume exportado e de 32% no faturamento em 2022, comparativamente a 2021. O Paraná é o principal produtor e exportador brasileiro, com participação de 40,8% no volume e de 39,8% na receita cambial.
SEAB-PR/DERAL
Comércio aposta em estabilidade no 1º semestre de 2023
Mesmo com redução no índice de confiança, 40% dos empresários acreditam que o faturamento permanecerá no mesmo patamar
A Pesquisa de Opinião do Empresário do Comércio, realizada semestralmente pela Fecomércio PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná) e pelo Sebrae PR, mostra que 36,1% dos empresários paranaenses possuem expectativas favoráveis em relação ao faturamento deste 1º semestre de 2023. A parcela de comerciantes confiantes é menor do que no semestre passado, quando 49,7% possuíam opiniões positivas, e também ficou abaixo do índice de 65,9% de otimismo registrado no primeiro semestre de 2022. Apesar disso, neste semestre se sobressai o percentual de empresários que acreditam na estabilidade: 40% acham que o faturamento de sua empresa permanecerá no mesmo patamar. Já as expectativas desfavoráveis para o primeiro semestre correspondem a 18,9%. O setor de turismo é o mais otimista, com 45,6% de projeções positivas e 36,7% se mostram seguros com a estabilidade de seus empreendimentos. Outros 14,4% possuem perspectivas negativas. No setor de serviços, 39,1% estão otimistas; 35,4% acreditam na constância dos negócios e 20,8% estão pessimistas. Entre os empresários do comércio de bens, 31,6% possuem expectativas favoráveis e 43,7% projetam estabilidade nos negócios. Já os varejistas que vislumbram redução nas vendas correspondem a 19,1%. Investimentos 41,4% dos empresários ouvidos pela Fecomércio PR e Sebrae PR devem fazer investimentos neste primeiro semestre. O percentual é levemente inferior ao semestre passado, quando 43,5% planejavam investir. As principais áreas de investimento serão reforma e modernização das instalações, com 34,4%, e propaganda e marketing, com 32,8%. Outros pontos bastante mencionados foram a compra de máquinas e equipamentos, capacitação da equipe, capital de giro e nova linha de produtos e serviços. As empresas do setor terciário que planejam aumentar o seu quadro funcional somam 27,4%, percentual inferior aos 34,2% do semestre passado. A maior parte, 43,4%, pretende manter o mesmo número de colaboradores e apenas 9,3% devem reduzir. Dificuldades A instabilidade nos campos político e econômico são as preocupações mais relevantes dos empresários paranaenses, com 36,5% e 33% das citações, respectivamente. Os clientes descapitalizados também impactam nos negócios e foram mencionados por 25,6%, bem como a carga tributária (20,7%), a falta de mão de obra qualificada (19,5%) e o custo das mercadorias (18,9%). Os comerciantes do Sudoeste são os mais otimistas do estado, com 40,6% de expectativas favoráveis e 40,6% estáveis, revertendo o cenário do semestre passado, quando esta região apresentava a menor proporção de empresários confiantes. A região de Ponta Grossa contabiliza 38,8% de respostas otimistas e 44,9% de estáveis. Maringá tem 37,5% de empresários confiantes e 40,3% com projeções de estabilidade. Na região Oeste, 36,3% dos empresários estão confiantes e 35% se sentem seguros. Em Curitiba e Região Metropolitana 35,1% dos empreendedores ouvidos se mostram favoráveis e 42,3% acreditam na estabilidade. A capital do estado é a região com maior projeção de contratações de pessoal, com 29,4% de empresas planejando aumentar o quadro funcional. Com 34,5% de respostas favoráveis, a região de Londrina, que era a mais otimista no semestre passado, com 53,7%, agora é a que possui a menor parcela de otimistas e também é a com maior projeção de redução de funcionários, com 13,3% dos gestores afirmando que devem dispensar trabalhadores.
FOLHA DE LONDRINA
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar sobe quase 2% após relatório de emprego dos EUA
O dólar subiu quase 2% frente ao real na sexta-feira, depois que um relatório de emprego surpreendentemente forte do governo dos Estados Unidos reduziu esperanças de abrandamento do aperto monetário do Federal Reserve
No mercado à vista, o dólar subiu 1,98%, a 5,1456 reais na venda, bem distante de patamares intradiários abaixo de 5 atingidos na véspera. A moeda teve a maior valorização percentual diária desde 10 de novembro passado (+4,10%) e a cotação de encerramento mais alta desde 23 de janeiro (5,1993). Na semana, a divisa norte-americana avançou 0,64%. O dólar disparou globalmente depois que o Departamento do Trabalho dos EUA informou na sexta-feira a abertura de 517 mil vagas de emprego fora do setor agrícola do país no mês passado. Os dados "mostram que o mercado de trabalho está muito apertado, sem sinais de que terá um arrefecimento significativo no curto prazo", disse Nicole Kretzmann, economista-chefe da UPON Global Capital. "Portanto, aumenta muito a probabilidade de que o Fed precise manter a política monetária em patamar mais restritivo e por mais tempo." Após os dados de emprego desta sexta, o mercado futuro norte-americano passou a refletir chances maiores de que o Fed não pare de elevar os juros até que chegue à faixa de 5% a 5,25%. Segundo Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset, também colaboraram para a alta do dólar frente ao real nesta sessão falas recentes de Lula, que afirmou na quinta-feira em entrevista à RedeTV que pode buscar rever a autonomia do Banco Central quando terminar o mandato do atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, em 2024. Custos de empréstimo altos no Brasil tornam o real mais atraente para uso em estratégias que buscam lucrar com diferenciais de juros entre economias. Por outro lado, tendem a esfriar a atividade econômica, o que no curto prazo pode jogar contra a agenda desenvolvimentista do governo Lula.
REUTERS
Ibovespa fecha em queda com exterior e amplia perda na semana
O Ibovespa fechou em queda na sexta-feira, abaixo dos 109 mil pontos, contaminado pela aversão a risco no exterior, em meio a dados mais fortes do mercado de trabalho nos Estados Unidos e balanços de tecnologia em Wall Street
Ações sensíveis à economia brasileira também sofreram com o aumento da inclinação da curva de juros doméstica, após declarações do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a independência do Banco Central e a taxa básica de juros. Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa caiu 1,36%, a 108.645,3 pontos, segundo dados preliminares. O volume financeiro somava 22,5 bilhões de reais. O Ibovespa acumulou queda de 3,27% na semana, a primeira de queda desde o declínio de 0,7% na primeira semana do ano.
REUTERS
Serviços perde força em janeiro e confiança do setor é a menor em um ano e meio, mostra PMI
O crescimento da atividade de serviços do Brasil perdeu fôlego em janeiro, quando a produção e os novos negócios do setor registraram os aumentos mais fracos em 20 meses, mostrou uma pesquisa na sexta-feira que apontou ainda menor confiança nos negócios
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado na sexta-feira pela S&P Global mostrou queda para 50,7 em janeiro, de 51,0 em dezembro. O resultado acima de 50 mostra expansão do setor pelo 20º mês seguido, mas no ritmo mais fraco neste período. Enquanto alguns entrevistados mencionaram aumento das vendas e conquista de novos clientes, outros citaram a demanda fraca por seus serviços. “O setor de serviços do Brasil conseguiu manter a cabeça acima da água no início de 2023, sustentando o crescimento de novos negócios e produção quando foram registradas contrações no setor industrial", disse Pollyanna De Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, destacando que uma retomada iminente no curto prazo parece "altamente improvável". O volume de novos pedidos continuou a crescer no primeiro mês do ano, mas o ritmo de expansão foi o mais baixo desde maio de 2021. Ainda assim, os fornecedores de serviços estão confiantes de que a retomada de novos negócios e de investimentos, a contenção da inflação e a redução dos custos de empréstimos podem impulsionar a produção ao longo dos próximos 12 meses. Em janeiro, no entanto, a fraqueza da demanda, esforços de reestruturação e a incerteza do mercado provocaram a segunda queda mensal consecutiva do emprego no setor, acima da taxa vista em dezembro. Em relação à inflação, o aumento dos preços de insumos acelerou em janeiro, sob pressão do câmbio, de contas salariais mais elevadas e da retomada do ICMS sobre as vendas. Os preços cobrados pela prestação de serviços também aumentaram, chegando a uma sequência de 27 meses de inflação no setor, com a taxa marcando o nível mais alto desde agosto passado e ultrapassando a sua média de longo prazo.
Com a atividade de serviços ainda crescendo em janeiro, mas com a atividade industrial do Brasil marcando o terceiro mês seguido de contração, o PMI Composto subiu de 49,1 em dezembro para 49,9 no mês passado, apenas uma fração abaixo da marca de 50,0 que separa contração de crescimento.
REUTERS
Indústria do Brasil fica estagnada em dezembro e fecha 2022 com perdas de 0,7%
A produção industrial brasileira registrou estagnação em dezembro e encerrou 2022 com queda acumulada no ano, indicando que deve seguir patinando em 2023 diante dos juros elevados, das incertezas econômicas e do crescimento global fraco
O resultado de dezembro ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters, e deixa o setor 2,2% abaixo do patamar pré-pandemia da Covid-19 (fevereiro de 2020) e 18,5% abaixo do nível recorde da série, de maio de 2011. Os dados divulgados na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram ainda que, em relação ao mesmo mês do ano anterior, o setor apresentou recuo de 1,3% na produção, contra expectativa de retração de 1,1%. Assim, o setor, que vem apresentando mais dificuldade de recuperação, fechou o ano com perdas acumuladas de 0,7%, depois de avançar 3,9% em 2021 e de contrair 1,1% em 2019 e 4,5% em 2020 (-4,5%). O Gerente da pesquisa, André Macedo, destaca que a indústria tem comportamento predominantemente negativo nos últimos anos, lembrando que o crescimento de 2021 tem relação direta com a queda significativa de 2020 por conta do início da pandemia. Depois de alguns resultados positivos no início do ano com ajuda de incentivos do governo ao setor e à renda, a indústria passou a mostrar fraqueza no segundo semestre, passando a sentir com mais intensidade o aperto monetário que tirou a taxa básica de juros Selic de 2% para os atuais 13,75%. “Também há influência do aumento nas taxas de inadimplência e de endividamento. E o mercado de trabalho, que embora tenha mostrado clara recuperação ao longo do ano, ainda se caracteriza pela precarização dos postos de trabalhos gerados”, afirmou Macedo. O cenário para 2023, além dos custos de empréstimos elevados, inclui ainda a perspectiva de crescimento global mais fraco. Em dezembro, as influências positivas de maior destaque vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,4%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (9,1%). Por outro lado, apresentaram queda produtos alimentícios (-2,6%) e metalurgia (-5,1%). Entre as categorias econômicas, somente a fabricação de Bens Intermediários recuou, a uma taxa de 2,1%, enquanto Bens de Capital avançaram 1,8% e Bens de Consumo tiveram ganho de 2,2%. Já no ano de 2022 o recuo teve como maior influência as perdas de 3,2% do setor de indústrias extrativas, puxado pelo minério de ferro. Todas as grandes categorias econômicas tiveram resultados negativos no acumulado do ano passado: Bens Intermediários de 0,7%, Bens de Capital de 0,3% e Bens de Consumo de 0,8%.
REUTERS
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