
Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 292 |13 de janeiro de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Queda geral em SP: “Boi-China” recua R$ 5/@, enquanto macho “comum” tem retração de R$ 4/@
Segundo apuração da Scot Consultoria, o valor do boi gordo “comum” ficou em R$ 270/@ (preço bruto, no prazo) no mercado paulista, com baixa de R$ 4/@ sobre a cotação do dia anterior. A cotação da novilha gorda também registrou desvalorização diária de R$ 4/@, atingindo R$ 265/@, enquanto o valor da vaca gorda negociada em São Paulo ficou estável, em R$ 261/@ (preços brutos e a prazo), informou a Scot. Para o “boi China”, a referência caiu R$ 5/@ no mercado paulista, agora negociado por R$ 275/@ (preço bruto e a prazo). De acordo com a consultoria, as indústrias que atendem ao mercado de exportação pagam menos por bovinos mais erados, acima de 30 meses de idade, cujo destino geralmente é o mercado interno. O deságio deste padrão de animal terminado, informa a Scot, pode chegar a até R$ 30/@, com ofertas em torno de R$ 245/@, informa a Scot. Segundo apuração da IHS Markit, o mercado físico do boi gordo registrou novas rodadas de baixa nos preços da arroba em algumas importantes praças brasileiras, resultado do baixo escoamento da carne bovina brasileira e da maior oferta de animais terminados a pasto. “Os estoques nas câmaras frigoríficas seguem elevados, e o consumo de carne bovina não parece ter fôlego suficiente para dar maior ritmo ao escoamento dos cortes bovinos, tanto para o mercado interno quanto para o ambiente externo”, observou a IHS. No cenário de vendas externas, apesar da primeira semana de janeiro/22 registrar um bom ritmo nos volumes embarcados, verifica-se que, em grande parte, as negociações envolveram contratos remanescentes do ano passado. As exportações de carne bovina à China devem ganhar força somente na última semana de janeiro, após as festividades do Ano Novo chinês. A IHS Markit apurou movimento de baixa vertiginosa no Tocantins. Na praça de Gurupi, a arroba do boi gordo recuou de R$ 261 para R$ 251 na quinta-feira. Na região de Araguaína, a arroba do animal terminado caiu de R$ 266 para R$ 246. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 271/@ (à vista) vaca a R$ 256/@ (à vista); SP- Noroeste: boi a R$ 281/@ (prazo) vaca a R$ 269/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 261/@prazo) vaca a R$ 246/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 261/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 253/@ (prazo) vaca a R$ 238/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca a R$ 241/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 249/@ (à vista) vaca a R$ 229/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 249/@ (à vista) vaca a R$ 234/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 276/@ (prazo) vaca R$ 261/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 240/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 246/@ (prazo) vaca a R$ 236/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 261/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 246/@ (prazo) vaca a R$ 236/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 251/@ (à vista) vaca a R$ 246/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 217/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 251/@ (à vista) vaca a R$ 241/@ (à vista).
PORTAL DBO
SUÍNOS
Preços estáveis no PR e SC e queda no RS no Mercado de suínos
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 123,00/R$ 127,00, enquanto a carcaça especial cedeu 2,11%/2,00%, valendo R$ 9,30/R$ 9,80 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (11), houve alta somente em Minas Gerais, na ordem de 0,14%, chegando a R$ 6,96/kg. Ficaram estáveis os preços no Paraná (R$ 6,45/kg) e em Santa Catarina (R$ 6,51/kg). Foram registradas quedas de 0,56% em São Paulo, chegando a R$ 7,12/kg, e de 0,46% no Rio Grande do Sul, fechando em R$ 6,44/kg. O mercado da suinocultura independente na quinta-feira (12) registrou valores estáveis ou quedas, mas menos abruptas. Na semana anterior, preços sugeridos em alguns Estados não foram colocados em prática e o que vigorou foram valores abaixo da sugestão, fluindo as vendas e se aproximando da normalidade no volume de animais para a virada da quinzena.
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: preços recuam
Em São Paulo, o preço teve queda forte em relação à semana anterior, saindo de R$ 8,53/kg (valor estabelecido sem acordo entre frigoríficos e produtores), para R$ 6,93/kg vivo, com acordo, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS)
Apesar da aparente queda brusca, de acordo com Valdomiro Ferreira, presidente da APCS, ele explica que como não houve negociação na semana passada, o mercado não trabalhou com o preço de R$ 8,53/kg vivo. "O motivo desse preço de hoje é em função de uma melhora no volume de compra a partir da última segunda-feira. A expectativa dos setores da cadeia produtiva é que a bolha da primeira semana de janeiro foi esvaziada, e há uma tendência de uma normalidade no volume tradicional para a segunda quinzena de janeiro", disse Ferreira. No mercado mineiro, o valor recuou na quinta-feira, passando de R$ 7,20/kg vivo para R$ 7,00/kg vivo segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), com preço sugerido pela entidade.
AGROLINK
Suínos/Cepea: Com a proximidade das festas de fim de ano em dezembro, os preços do suíno vivo e da carcaça reagiram
Com a proximidade das festas de fim de ano em dezembro, os preços do suíno vivo e da carcaça reagiram em todas praças acompanhadas pelo Cepea, sobretudo a partir da segunda semana do mês, impulsionados pelo aumento da procura por carne suína
Na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), o suíno comercializado no mercado independente, posto no frigorífico, teve valorização de 5,5% de novembro para dezembro, passando para R$ 7,59/kg no último mês. Na Grande Belo Horizonte (MG), a alta no preço também foi de 5,5% no período, com o animal negociado na média de R$ 7,67/kg em dezembro. Na região Sul do País, o valor do animal subiu 3,6% no Oeste Catarinense (SC) entre novembro e dezembro, indo a R$ 7,04/kg no último mês. No Norte do Paraná (PR), o suíno teve valorização de 3,4% no mesmo período, negociado a média de R$ 7,28/kg em dezembro. Na Serra Gaúcha (RS), o preço do animal também avançou 3,4%, indo a R$ 7,16/kg no último mês. No mercado atacadista da carne, as cotações da carcaça acompanharam o movimento altista do suíno vivo, o que indicou demanda aquecida na ponta final da cadeia. Assim, no atacado da Grande São Paulo (SP), a carcaça especial foi negociada na média de R$ 11,32/kg em dezembro, alta de 5,3% frente a novembro. Dentre os cortes mais procurados para as festas de fim de ano, o pernil com osso foi o que teve a valorização mais expressiva, comercializado à média de R$ 12,21/kg em dezembro, avanço de 2,8% frente a novembro. Agentes consultados pelo Cepea indicaram boa procura por parte dos atacadistas nesse período do ano que antecede as festas, o que possibilitou ajustes positivos nos preços dos produtos suinícolas.
Cepea
FRANGOS
Quinta-feira de estabilidade no mercado do frango
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja recuou 2,00%, custando R$ 4,90/kg, enquanto a ave no atacado aumentou 0,33%, chegando em R$ 6,05/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, não houve mudança de preço, com valor inalterado de R$ 3,02/kg, assim como no Paraná, custando R$ 5,03/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (11), a ave congelada ficou estável em R$ 7,36/kg, enquanto o frango resfriado cedeu 0,27%, fechando em R$ 7,47/kg.
Cepea/Esalq
CARNES
Custo de produção de suínos encerra 2022 ultrapassando os R$ 8 por quilo vivo
O ano de 2022 terminou com o custo de produção por quilo de suíno vivo chegando aos R$ 8,07. Este é o maior valor já registrado pela Embrapa Suínos e Aves em sua Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS)
Os custos de produção refletem tanto os coeficientes técnicos de produtividade quanto os preços de mercado dos insumos e fatores de produção e, no caso dos suínos, são calculados com base em sistema tipo ciclo completo em Santa Catarina, estado usado como referência nacional. Isto também fez o Índice de Custo de Produção de suínos, o ICPSuíno, chegar a uma nova pontuação recorde, de 461,90 pontos. Em relação a novembro, o índice aumentou 1,09%, fechando o ano de 2022 com um acumulado de 15,33%. O custo da nutrição, com 0,96% de aumento, e um peso de 79,59% na composição do custo total, foi o que mais impactou o ICPSuíno de dezembro. Já o ICPFrango subiu pelo segundo mês consecutivo em dezembro de 2022, com uma variação de 0,74%, chegando aos 428,51 pontos. A nutrição também foi o que mais influenciou o índice, com alta de 1,17%. O custo de produção do quilo do frango de corte vivo no Paraná produzido em aviário tipo climatizado em pressão positiva passou de R$ 5,50 em novembro para R$ 5,54 em dezembro. Em 2022, o ICPFrango acumulou uma variação de 6,19%.
Embrapa Suínos e Aves
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
General Mills vai fechar fábrica da Yoki em Cambará (PR)
Segundo a multinacional, produção será transferida para planta localizada em Pouso Alegre (MG)
A General Mills anunciou que vai encerrar as atividades da fábrica da Yoki em Cambará (PR) a partir de dezembro deste ano. A unidade tem 700 funcionários e produz derivados de mandioca e batata, além de apresentações de amendoins. A empresa vai transferir a produção para a planta em Pouso Alegre (MG) como parte de uma estratégia de reestruturação e posicionamento no mercado. A multinacional americana, dona das marcas Yoki e Kitano no Brasil, informou os funcionários da planta paranaense e a prefeitura de Cambará sobre a decisão no início desta semana. A companhia afirmou que a medida foi adotada para tornar sua atuação “mais eficiente e produtiva” no país e acelerar o crescimento neste “mercado prioritário” nos próximos anos. “A General Mills está promovendo ajustes em suas atividades para reduzir complexidades em sua operação, visando oferecer melhor nível de serviço aos seus clientes e consumidores no Brasil. A partir da otimização de sua cadeia operacional, a empresa deve criar condições para uma maior integração entre suas estruturas logística e de manufatura”, informou a empresa ao Valor. A companhia disse que vai oferecer aos empregados a transferência para Minas Gerais, onde a unidade será ampliada até o fim do ano. “A empresa já iniciou as negociações com os sindicatos de classe buscando oferecer, além das verbas rescisórias legais, um justo pacote de desligamento, com bônus de salários, extensão de benefícios - como vale-alimentação e assistência médica, além de incentivo extra por performance ao longo dos próximos meses, até o encerramento das atividades nesta unidade”. A General Mills respondeu, ainda, que para receber as transferências das linhas de produção existentes hoje em Cambará, a unidade de Pouso Alegre passará por uma expansão, “com a abertura de centenas de posições de emprego na região”. A companhia tem um Centro de Distribuição perto da planta mineira, o que melhora o atendimento a mercados importantes, como Rio de Janeiro e Minas Gerais. A decisão da companhia preocupou a prefeitura de Cambará, que sugeriu conceder incentivos à empresa para sua permanência no município, o que foi negado. O encerramento das atividades da Yoki no município significará uma queda de, aproximadamente, R$ 6 milhões por ano no orçamento municipal, fruto da arrecadação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) da fábrica e o desemprego dos 700 funcionários. O Executivo municipal tem agenda marcada com o governo do Paraná na próxima semana para tratar de medidas para amenizar os impactos negativos na economia da cidade e da região. As instalações da Yoki em Cambará ainda não estão sendo negociadas com outra empresa, de acordo com informações repassadas pela General Mills ao prefeito José Salim Haggi Neto e à secretária municipal de Indústria, Comércio, Turismo, Agronegócio e Inovação, Angélica Cristina Cordeiro Moreira. Uma negociação deve ser aberta no segundo semestre deste ano. Até lá, a companhia continuará “comprando insumos de fornecedores locais e regionais que já se relacionam com eles”.
VALOR ECONÔMICO
Crescimento de 5,3% no turismo impulsiona alta no setor de serviços no Paraná em novembro
Setor de serviços como um todo ficou em 1,7%, a segunda mais alta do País. O Estado destoou da realidade nacional, que teve mês instável, com 0% de crescimento
No recorte, a variação de todos os estados no turismo ficou negativa (-0,1%) e a do setor como um todo ficou apenas estável (variação de 0%). Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na quinta-feira (12). O resultado do setor de viagens ajudou a aumentar os indicadores dos demais comparativos do setor de serviços no Estado: em relação a novembro de 2021, a alta geral foi de 3,6%; no acumulado do ano (janeiro a novembro de 2022 versus janeiro a novembro de 2021), de 4,4%; e no conjunto dos últimos doze meses, de 4,6%. O setor de serviços engloba, além do turismo, transporte, hotelaria, academias, escolas de ensino, beleza, arquitetura, informática, técnicos especializados e telecomunicações. Regionalmente, segundo o IBGE, apenas Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco e Amapá tiveram resultados positivos em novembro, que não foi um mês economicamente satisfatório para o setor. Em 19 das 27 unidades da federação houve retrações no volume de serviços frente ao mês imediatamente anterior. O impacto negativo mais importante veio de São Paulo (-0,5%), seguido por Mato Grosso (-7,9%), Distrito Federal (-4,0%), Amazonas (-6,7%) e Minas Gerais (-1,0%). Em nível nacional, o setor ficou 10,7% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, mas está 0,5% abaixo do recorde alcançado em setembro de 2022. Setorialmente, além do turismo os indicadores positivos do mês no Paraná foram puxados por serviços prestados às famílias, como academias, hotéis e teatros (10,3%), serviços de informação e comunicação (4,8%), serviços profissionais, administrativos e complementares, como locação de automóveis, agências de publicidade e promoção de congressos (9,4%), e outros serviços, entre eles reparação e manutenção, aluguel de imóveis e atividades de apoio à agropecuária (1,5%). As variações são de novembro de 2022 com o mesmo mês de 2021.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha abaixo de R$ 5,10, no menor patamar desde 4 de novembro
A sessão foi marcada por uma fraqueza generalizada da moeda americana no exterior
O dólar à vista terminou a sessão da quinta-feira em queda consistente depois que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de dezembro nos Estados Unidos veio fraco, indicando uma consolidação do esfriamento da inflação. No Brasil, a atenção dos agentes financeiros na sessão esteve voltada à divulgação das medidas fiscais do novo governo para conter a dívida pública. No fim das negociações, o dólar comercial fechou em queda de 1,56%, a R$ 5,0999, no menor nível de fechamento desde 4 de novembro. O contrato futuro para fevereiro operava perto das 17h05 em queda de 1,17%, a R$ 5,1200. No exterior, a moeda perdeu força ante divisas emergentes, caindo 1,06% contra o rand sul-africano e recuando 0,45% ante o peso mexicano por volta de 17h30. O índice DXY, que mede o peso do dólar ante uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, exibia perdas de 0,85%, a 102,309 pontos. Na manhã de hoje, foram divulgados os números de inflação nos EUA, que ficaram em linha com o esperado pelo mercado em dezembro. Como apontaram os economistas do Wells Fargo em nota, as evidências cada vez mais convincentes de desaceleração da inflação trazidas pelo relatório de hoje aumentam a chance de que o Federal Reserve (Fed) aumente os juros em apenas 0,25 ponto percentual em sua próxima reunião. “Mas com a tendência da inflação ainda acima da meta, esperamos que, mesmo que o Fed entregue uma redução no ritmo, ele continuará apertando depois de sua próxima reunião.” A deflação na margem em dezembro nos EUA é o principal motivo para o dólar ter atingido as mínimas ante o real na manhã desta quinta-feira, aponta Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora. “O dado mostra que a tendência é de a inflação perder força nos EUA, com os preços dos barris de petróleo distantes do ápice do ano passado e com a economia da China voltando a abrir e reduzindo a pressão na ponta da oferta dos produtos”, diz. Velloni ainda afirma que, com a indicação de esfriamento de preços, o Fed pode ser mais flexível em seu aperto monetário. “Essa é uma inflação diferente. Ainda que a economia americana estivesse aquecida, havia um problema de oferta gerado pela pandemia. Agora o cenário começa a mudar.” Outro motivo que explica a fraqueza do dólar frente ao real é a própria reabertura da China, diz Velloni. No Brasil, a atenção agora a tarde se voltava a divulgação de medidas econômicas do ministério do Planejamento por Fernando Haddad. Em um cenário otimista, o Ministro chegou a sugerir zerar o déficit primário. Para ele, a realização da meta depende de fatores, mas que a projeção pelo lado das receitas não deve cair, assim como as medidas para voltar a reverter a desoneração do PIS/Cofins no final do ano e a mudança na base de cálculo do imposto.
VALOR ECONÔMICO
Americanas derrete 77,33%; Ibovespa fecha em queda
Tombo dos papéis da varejista, após "inconsistências" de R$ 20 bi, é o maior da história das ações que compõem a carteira atual do índice desde 1994´; investidores também analisam medidas econômicas anunciadas e inflação nos EUA
Em sessão marcada pelo derretimento das ações da Americanas (-77,33%) — a maior queda da história das ações que compõem a carteira atual do Ibovespa desde 1994, segundo levantamento do Valor Data — o Ibovespa voltou ao campo negativo após seis pregões consecutivos de altas. Além do imbróglio da varejista, que encontrou R$ 20,8 bilhões em inconsistências contábeis no seu balanço, investidores analisaram o anúncio das primeiras medidas da equipe econômica do novo governo e os dados de inflação dos Estados Unidos. No fim da sessão, o referencial local registrou perda de 0,59%, aos 111.850 pontos. O volume financeiro negociado na sessão foi de R$ 21,27 bilhões no Ibovespa e R$ 26,62 bilhões na B3. Em Nova York, os principais índices acionários encerraram em alta. O S&P 500 avançou 0,34%, aos 3.983 pontos, o Dow Jones fechou em alta de 0,64%, aos 34.189 pontos, e o Nasdaq ganhou 0,64%, aos 11.001 pontos. O Ibovespa abriu a sessão em queda firme, com investidores colhendo mais informações sobre o rombo financeiro de R$ 20,8 bilhões da Americanas (o papel da empresa ficou em leilão até às 14h20) e possíveis impactos em concorrentes e no setor financeiro, credor da companhia. Depois de mais quatro horas de leilão, os papéis ordinários da empresa abriram quase 80% (e fecharam a sessão com perdas de 77,33%). Georgia Jorge, do BB Investimentos, disse que, apesar de sua recomendação de venda de AMER3 não estar ligada à essa questão, mas sim ao fato de a companhia estar passando por um processo de turnaround combinado a um cenário macroeconômico adverso ao varejo, entende que o fato em discussão reforça a percepção negativa, diante das incertezas que são trazidas por conta da necessidade de reapresentação dos demonstrativos financeiros, o que impactará a modelagem financeira e seu valor justo, além da falta de transparência que traz impactos adicionais aos minoritários. No início da tarde, o Ibovespa ensaiou recuperação e chegou a ultrapassar os 113 mil pontos, com investidores globais precificando um ciclo de aperto de juros menor nos EUA por conta da leitura do CPI de dezembro e na medida em que players locais aguardavam o anúncio das primeiras medidas da equipe econômica do novo governo.
VALOR ECONÔMICO
Haddad apresenta plano de ajuste de R$242,7 bi que levaria contas de 2023 ao azul
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou na quinta-feira o primeiro conjunto de medidas econômicas do novo governo, com um plano de ajuste de até 242,7 bilhões de reais nas contas de 2023, o que faria o resultado primário reverter o déficit previsto atualmente e fechar o ano no azul
O pacote inclui 36,4 bilhões de reais em reestimativa de receitas para o ano em relação ao previsto até agora, 83,3 bilhões de reais em ações com ganho permanente de receita, 73 bilhões de reais em aumento extraordinário de arrecadação e 50 bilhões de reais em redução de despesas. Como resultado do ajuste potencial, segundo o Ministério da Fazenda, o resultado fiscal do governo central em 2023 poderia passar do déficit de 231,55 bilhões de reais previsto no Orçamento para um superávit 11,13 bilhões de reais. Parte das medidas dizem respeito ao Carf (Conselho de Administração de Recursos Fiscais), órgão colegiado que julga em segunda instância administrativa os litígios em matéria tributária e que, segundo a pasta, tem "situação insustentável" com estoque de processos saltando de 600 bilhões de reais até 2019 para 1 trilhão de reais no fim de 2022. Uma das ações se assemelha a um Refis (programa de renegociação de dívidas com descontos). O Programa Litígio Zero oferecerá reduções de até 50% em débitos tributários de contribuinte pessoa física no Carf ou em delegacias da Receita Federal. O teto para o débito dessas pessoas será de 60 salários mínimos e o benefício será dado independentemente da classificação da dívida ou da capacidade de pagamento do contribuinte. Para empresas, a renegociação dará desconto de até 100% para créditos considerados irrecuperáveis ou de difícil recuperação. Será possível usar prejuízos fiscais e base de cálculo negativa para quitar até 70% do débito. O mesmo programa, que tem ganho estimado de 50 bilhões de reais aos cofres federais neste ano, fará com que as delegacias da Receita possam julgar casos com valores de até mil salários mínimos --hoje o teto é de 60 salários. Com isso, o governo estima uma redução de 70% nos processos que entram no Carf. Ainda no Litígio Zero, haverá outro incentivo à regularização de débitos, com desconto de 100% apenas sobre o valor das multas caso a situação do contribuinte seja regularizada. Há ainda um "incentivo à denúncia espontânea", ainda não detalhado pelo governo, com incremento de 20 bilhões de reais. O ministério anunciou ainda uma mudança na regra de funcionamento do Carf que favorece o governo. O plano é retomar o chamado voto de qualidade, extinto durante o governo Jair Bolsonaro, que autoriza o presidente do colegiado a dar um voto de desempate nos julgamentos. Atualmente, casos de empate dão benefício automático ao contribuinte. Também foi anunciada medida que retira o imposto estadual ICMS da base de cálculo para a geração de crédito de Pis/Cofins para empresas, o que gera ganhos aos cofres federais. O ministério ainda apresentou outras medidas para 2023, apesar de não as detalhar no material distribuído no anúncio. Entre as ações citadas na apresentação do ministério, está um ganho de 28,88 bilhões de reais para uma reoneração de combustíveis, mas a pasta não explicou de que forma isso será feito. Do lado das despesas, o ministério prevê uma economia de 25 bilhões de reais neste ano após uma revisão de contratos e programas, além de outros 25 bilhões de reais com uma autorização para executar um valor inferior ao autorizado pelo Orçamento deste ano. O pacote apresentado na quinta ainda inclui a reversão do corte de PIS/Cofins sobre receita financeira, implementada pela gestão do ex-ministro Paulo Guedes, mas que já havia sido colocada em prática neste mês por ato do novo governo. O cálculo inclui ainda um ganho de 23 bilhões de reais pelo governo, com a liberação para os cofres públicos de recursos do Pis/Pasep que não haviam sido sacados pelos trabalhadores. A medida foi autorizada pela PEC da Transição. Outros 36,4 bilhões de reais a mais neste ano dizem respeito a uma reestimativa de receitas em relação ao valor projetado atualmente no Orçamento.
REUTERS
Volume de serviços do Brasil fica estável em novembro e aponta perda de fôlego
O setor de serviços brasileiro registrou estabilidade em novembro, no segundo mês seguido sem crescimento do volume, indicando perda de fôlego em um ambiente de juros altos e desaceleração global
O resultado, após queda de 0,5% em outubro, foi mais fraco do que a expectativa em pesquisa da Reuters, que apontava um avanço de 0,2%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou na quinta-feira que, após o dado, o setor ficou 10,7% acima do patamar pré-pandemia, mas está 0,5% abaixo do recorde alcançado em setembro de 2022. O acumulado do ano até novembro mostra que o setor tem expansão de 8,5% do volume. Na comparação com novembro do ano anterior, houve expansão de 6,3%, enquanto economistas esperavam alta de 6,2%. "O resultado de novembro pode ser lido como uma perda de fôlego frente aos avanços registrados nos meses anteriores", avaliou o analista da pesquisa, Luiz Almeida, lembrando que, de março a setembro, o índice acumulou crescimento de 5,8%. "Ainda é cedo para falarmos se estamos diante de um ponto de inflexão da trajetória", completou Almeida, destacando que as atividades que vinham se mostrando como pilares do setor -- tecnologia da informação e transporte de cargas-- tiveram desaceleração do crescimento em novembro. No mês, três das cinco atividades investigadas tiveram recuo no volume, com destaque para a queda de 0,7% de serviços de informação e comunicação, depois de avançar 5,1% no acumulado do período de julho a outubro. Esse resultado foi influenciado principalmente pela contração de 4,1% do setor de tecnologia da informação, depois de quatro meses de alta. O segundo impacto negativo no índice de novembro foi da queda de 2,2% de outros serviços, seguido da retração de 0,8% nos serviços prestados às famílias. Os resultados positivos foram registrados por transportes, de 0,3%, e serviços profissionais, administrativos e complementares, de 0,2%. O índice de atividades turísticas, por sua vez, recuou 0,1% frente a outubro, segundo resultado negativo seguido, acumulando nesse período contração de 2,7%. O segmento de turismo, assim, ainda está 2,5% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, pré-pandemia, e 9,6% abaixo do ponto mais alto da série, de fevereiro de 2014. Analistas projetam que o final de 2022 foi fraco para os serviços, depois de se favorecerem da reabertura no pós-pandemia, uma vez que, assim como o restante da economia, passa a sentir com mais forças os efeitos defasados da elevação nos juros no país. A fraqueza de serviços acompanha os resultados da indústria e das vendas no varejo em novembro, com ambos apresentando quedas.
REUTERS
Colheita de grãos crescerá 12,6% e baterá recorde em 2023, projeta IBGE
Instituto projeta que o volume total alcançará 296,2 milhões de toneladas
Com a recuperação da produção de soja, a colheita brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deverá atingir o recorde de 296,2 milhões de toneladas em 2023, 12,6% mais que em 2022, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se confirmada a previsão, serão 33,1 milhões de toneladas a mais que em 2022, e em relação à estimativa anterior há crescimento de 0,8%. Principal cultura do agronegócio brasileiro, a soja é também o motor para o aumento da produção este ano. O IBGE estima um crescimento de 24,1% na produção do grão em 2023, o que significa uma diferença de 28,8 milhões de toneladas. Outra contribuição para a expansão da safra este ano é da primeira safra do milho (16,2% ou 4,1 milhões de toneladas). Ambas as culturas foram prejudicadas no ano passado pela seca na região Sul e em parte do Mato Grosso do Sul. O IBGE também estima que devem crescer as produções da segunda safra do milho (2,5%, ou 2,1 milhões de toneladas), do algodão herbáceo em caroço (1,3%, ou 53,9 mil toneladas), do sorgo (5,3%, ou 150,2 mil toneladas) e do feijão 1ª safra (3,7%, ou 40,3 mil toneladas). Em contrapartida, foram estimados declínios na produção para arroz (3,4%, ou 360,1 mil toneladas), feijão 2ª safra (9,9%, ou 132,6 mil toneladas), feijão 3ª safra (1%, ou 6,6 mil toneladas) e trigo (16,2%, ou 1,626 milhão de toneladas). A estimativa final para a safra brasileira de grãos em 2022 ficou em 263,2 milhões de toneladas, 3,9% a mais (10 milhões de toneladas) que a colheita de 253,2 milhões de toneladas de 2021, de acordo com o IBGE. Arroz, milho e soja responderam por 91,4% da produção em 2022, e por 87% da área colhida.
VALOR ECONÔMICO
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