Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 264 |29 de novembro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Mercado físico do boi gordo com preços de estáveis na segunda-feira
De acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o dia foi de alta pontual nos preços da arroba do boi, com a semana iniciando em meio a poucos negócios
“O ritmo de negócios foi pouco fluído, com muitos frigoríficos ausentes da compra de gado, avaliando as melhores estratégias para aquisição de boiadas no curto prazo. O fato é que as escalas de abate permanecem encurtadas neste momento, sugerindo pela continuidade do movimento de alta no curto prazo. A demanda doméstica de carne bovina permanece aquecida, o que também favorece a continuidade da alta das cotações país a fora.”, disse Iglesias. O comentarista ainda complemente que os frigoríficos exportadores também têm atuado de maneira mais contundente no mercado, mantendo a perspectiva de recuperação dos preços. Em São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi ficou em R$ 288. Já em Dourados (MS), a cotação é de R$266. Em Cuiabá (MT), a arroba de boi gordo finalizou o dia cotada a R$ 249. Em Uberaba (MG), as cotações ficaram em R$ 280. Já em Goiânia (GO), a arroba teve cotação de R$ 280. Já os preços da carne bovina seguem firmes. De acordo com Iglesias, o ambiente de negócios volta a sugerir por nova alta das cotações no curto prazo, em linha com o ápice do consumo no mercado doméstico. A entrada do décimo terceiro salário, criação dos postos temporários de emprego, demais bonificações de final de ano e a Copa do Mundo de futebol são fatores importantes nesse sentido. O quarto dianteiro foi precificado a R$ 16,20 por quilo. A ponta de agulha teve preço de R$ 16,15 e o quarto traseiro do boi ficou cotado em R$ 21,90 por quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
SUÍNOS
Cotações estáveis para o mercado de suínos
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 130,00/R$ 135,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 10,10/kg/10,50/kg
(25), os preços ficaram estáveis nas principais praças, valendo R$ 7,26/kg em Minas Gerais, R$ 6,56/kg no Paraná, R$ 6,63/kg no Rio Grande do Sul, e R$ 7,15/kg em São Paulo e R$ 6,51/kg em Santa Catarina.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Frango congelado e resfriado cedem em São Paulo
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,50/kg, enquanto o frango no atacado baixou 0,69%, custando R$ 7,15/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço ficou estável em R$ 4,19/kg, da mesma maneira que no Paraná, fixado em R$ 5,19/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (25), a ave congelada sofreu queda de preço na ordem de 1,50%, atingindo R$ 7,86/kg, enquanto o frango resfriado cedeu 1,60%, fechando em R$ 7,97/kg.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Carne de frango recua e ganha competitividade
Os valores da carne de frango vêm registrando baixas entre outubro e a parcial de novembro, segundo informações do Cepea
Como os preços das principais concorrentes, carnes bovina e suína, estão em alta, a proteína avícola vem ganhando competitividade frente a esses produtos. Pesquisadores do Cepea acrescentam que os valores da carne de frango estavam em leve recuperação desde setembro deste ano, mas, com o crescimento da oferta, os preços recuaram neste mês.
Cepea
CARNES
'Avanço de doenças preocupa Brasil', diz presidente da ABPA
Segundo Ricardo Santin, Brasil está atento para reforçar políticas de prevenção, seja da influenza aviária, seja da peste suína africana
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin destacou no VI Avisulat 2022, em Porto Alegre, que há uma grande preocupação no Brasil setor com relação ao avanço dos casos de influenza aviária e de peste suína africana. “É importante dizer primeiramente que o Brasil está livre dessas doenças. Somos o único grande produtor mundial que nunca registrou casos de gripe aviária. Quando se fala em peste suína africana, faz muito tempo que o país não tem essa enfermidade e está livre também”, afirmou. Santin disse que há uma preocupação no sentido de reforçar as prevenções, por dois motivos: o primeiro para manter o país livre, evitando o contato dos animais de modo a evitar qualquer possibilidade de vir a se ter a doença e, o segundo, para que se possa ter condições de aumentar a produção para ajudar o mundo. Santin afirma que chama bastante a atenção o fato de que nem se chegou ao inverno no Hemisfério Norte e a gripe aviária já está matando e dizimando planteis nos Estados Unidos e na Europa, se espalhando para todos os países do continente, pois há um clima mais propicio para isso. “No caso da peste suína africana, há um recrudescimento da casos na Alemanha e na Polônia, países importantes de fornecimento e isso faz com que o Brasil deve ser chamado para complementar a segurança alimentar local desses países”, sinalizou. O dirigente disse que o setor de proteína animal Brasil está muito atento e cuidadoso para reforçar todas as campanhas e políticas de prevenção, seja da influenza aviária, seja da peste suína africana.
ABPA
EMPRESAS
Com Copa do Mundo, BRF prevê alta de 40% nas vendas de alimentos halal no Catar
Brasil fornece 70% da carne de frango consumida no país, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal; entre janeiro e outubro, nação islâmica importou 90,6 mil toneladas do produto
A demanda por produtos halal no Catar durante a Copa do Mundo deve impulsionar em 40% as vendas da BRF no país entre novembro e dezembro, em relação a igual período de outros anos. A expectativa do consumo aquecido no país-sede do evento já havia feito a empresa deslocar em julho seus estoques dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita para reforçar a oferta. Igor Marti, vice-presidente de Mercado Halal da BRF, diz que alimentos industrializados e o foodservice lideram a comercialização da produção, que segue os preceitos do islamismo. “No Catar, a marca Sadia tem market share de até 70% em alguns segmentos.” Em relação às vendas globais da BRF em 2021, o halal garantiu 18% da receita líquida, de R$ 48,3 bilhões. O Brasil fornece 70% da carne de frango consumida no Catar, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal. Entre janeiro e outubro, a nação islâmica importou 90,6 mil toneladas do produto brasileiro (+40%), com receitas superiores a US$ 177,9 milhões (+66,6%). Após a conclusão da joint venture com o fundo soberano da Arábia Saudita (PIF), Igor Marti, da BRF, diz que a empresa está “sempre de olho” em novas oportunidades. “É natural; o halal continua crescendo (na região)”, explica. Mas qualquer expansão, ressalta o executivo, exige capital. E não só o Catar aumentou a demanda pela proteína animal brasileira, como também os vizinhos do Golfo que hospedam torcedores. O Conselho de Cooperação do Golfo, que, além do país-sede, inclui Arábia Saudita, Bahrein, Kuwait, Emirados Árabes e Omã, ampliou o volume importado de carne de frango do País em 8,3% e de bovina em 19,6% de janeiro a outubro, indica levantamento da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.
O ESTADO DE SÃO PAULO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Especialistas debatem cenário atual da logística reversa no Paraná e no Brasil
Seminário promovido pela Fiep está na quinta edição e traz atualizações e projetos em andamento
Muito mais do que ser apenas um processo de retorno de produtos e embalagens aos seus fabricantes, a logística reversa é uma ferramenta que garante a redução da extração de matérias-primas da natureza, o aumento de vida útil dos aterros sanitários, além de permitir ganhos sociais. A logística reversa tem ganhado muito mais relevância na sociedade nos últimos anos. Não apenas pela necessidade de se fazer cumprir as legislações no âmbito estadual e federal, mas por sua fundamental importância na preservação e proteção do meio ambiente. No Brasil, empresas de todos os portes estão obrigadas a cumprir as regras previstas em lei. E para discutir os novos decretos na esfera federal, as atualizações estaduais e seu impacto para as empresas, o Sistema Federação das Indústrias do Paraná promove, no dia 7 de dezembro, das 8h às 18 horas, no Campus da Indústria, em Curitiba, o 5º Seminário Paranaense de Logística Reversa. O evento é uma parceria com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), Instituto Água e Terra (IAT), Instituto Paranaense de Reciclagem (InPAR), (Instituto Brasileiro de Logística Reversa de Embalagens (ILOG), e apoio do Sindicato das Indústrias de Papel e Celulose do Paraná (Sinpacel). Este ano, as novidades se concentram nos novos decretos federais. Já no Paraná, este foi o primeiro ano da implementação das novas diretrizes implementadas em junho do ano passado em que foram estabelecidas novas regras para a operacionalização e fiscalização do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS). Em resumo, as empresas devem comprovar ações de logística reversa para a obtenção de licença de operação e suas renovações. Na programação está prevista a participação de especialistas, representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Sedest, do InPAR, ILOG e de profissionais com expressiva experiência em logística reversa. A primeira palestra prevê justamente o panorama da logística reversa no âmbito nacional, com participação do advogado Fabricio Soler. No período da tarde, Rafael Andreguetto, Diretor de Políticas Ambientais da Sedest, apresenta as atualizações do tema no Paraná. O evento prossegue com apresentação das iniciativas paranaenses de logística reversa de embalagens.
FIEP
Governo do PR planeja privatização da Copel para o segundo semestre de 2023
Intenção é transformar a estatal de energia em uma corporação, ou seja, uma companhia de capital pulverizado e sem controlador
A Copel ditou o ritmo do mercado na última semana. A decisão do governo do Paraná de vender parte substancial do capital da companhia, anunciada na segunda-feira (21), foi seguida pela aprovação da Assembleia Legislativa do Estado dois dias depois. O presidente da empresa, Daniel Slaviero, revelou que o plano é concluir a operação no segundo semestre de 2023. Nesta semana, começam as negociações com o BNDES, também acionista, para avaliar a possibilidade de venda conjunta. A base da operação, como foi anunciado, é uma oferta secundária, ou seja, venda de participações já existentes. Nesse caso, os recursos obtidos vão diretamente para os acionistas vendedores. Mas não está descartada uma operação casada, com oferta primária e secundária de ações. Nesse, a parcela de recursos arrecadada com novos títulos colocados no mercado irá para o caixa da empresa. Seria algo parecido com o que foi feito na Eletrobras, mas de forma invertida. Na estatal federal, a base da capitalização foi uma oferta primária. A secundária, com parte das ações da BNDESPar, correspondeu a uma parcela menor da operação. Hoje, a composição do capital total da Copel está assim distribuída: governo do Paraná, 31,1%; BNDESPar, 24%; Eletrobras, 0,5%; custódia da Bolsa, 44,2%, e outros, 0,2%. “O arcabouço jurídico que a gente copiou foi inspirado na Eletrobras, de true Corporation, com umas travas para manter o controle disperso e o acréscimo da golden share para desinvestimentos em distribuição. Em relação a uma eventual oportunidade de fazer (oferta) primária para a companhia, para alguns investimentos ou mesmo para pagar o bônus de outorga de Foz do Areia, de R$ 1,830 bilhão, vamos analisar a partir de agora. Não temos ainda opinião formada sobre isso”, explica o executivo. A BNDESPar, empresa de participações do BNDES, não é obrigada a vender sua participação. Qualquer acionista pode ter direitos econômicos na Copel acima de 10%. Mas os direitos societários, de voto, ficarão limitados a 10%. A atual política do banco, que reduziu de R$ 103 bilhões para R$ 60 bilhões as participações em companhias abertas nos últimos quatro anos, sugere um acompanhamento natural da operação. Ainda mais porque há mais de um ano a Copel integra a lista de futuros desinvestimentos do BNDES. Mas não se sabe se essa política será mantida após a mudança de governo. “Não consigo fazer uma avaliação prospectiva da posição futura do BNDES. Mas essa linha de reciclagem de capital que o BNDES fez, desinvestindo de empresas maduras que não precisam mais do apoio do banco, para investir em novos segmentos, empresas médias e pequenas, me parece muito razoável. Há um nível de consolidação nas equipes técnicas, mas não saberia dizer se (a política de desinvestimentos) vai mudar ou não”, comenta Slaviero. Uma fonte do governo paranaense ouvida pela Coluna comentou que a decisão do Estado “com certeza” tem também o objetivo de blindar o Paraná de eventuais medidas antiprivatistas do próximo governo. Mas, disse a fonte, o essencial é criar recursos para investimentos em infraestrutura. No BNDES, a informação é que a instituição ainda não foi procurada para uma eventual orientação na modelagem da operação. Uma fonte do banco disse, porém, que o prazo estipulado pelo governo paranaense, apesar de curto, “é possível, sim”. De acordo com essa fonte, o BNDES seria o caminho natural para a execução do modelo da oferta pública, que necessita de uma série de cuidados por ser um ativo de governo. Cuidados como rastreabilidade de formação de livro de ações, critério de alocação de investidores, de classificação de ordens de compra, que criaram uma série de inovações, implementadas no caso da Eletrobras. Fazendo a comparação com a Eletrobras, Slaviero lembrou que a oferta primária tinha o objetivo de capitalizar a empresa “e com isso pagar o bônus de outorga, a contribuição do CDE, a transposição do Rio São Francisco etc. Os R$ 31 bilhões foram nesse sentido”. Já a Copel, ressaltou, é uma companhia avaliada como AAA, com alavancagem abaixo de duas vezes. “A Copel tem musculatura financeira para executar seu plano estratégico. Mas essa questão de oferta primária é uma oportunidade que se abre e que vamos analisar se faz sentido ou não.” Para ele, o principal objetivo da operação é manter a competitividade da companhia, preservando seus ativos de geração. Leia-se aí, principalmente, preservar 100% da usina de Foz do Areia. De acordo com a Lei 9074/95, o prazo do contrato entre União e Copel para o uso da hidrelétrica, com capacidade de geração de 1,67 gigawatts de energia, se encerra no ano que vem. A mudança da natureza jurídica da Copel, transformada em corporação, ou seja, companhia pública de capital pulverizado, invalidaria a regra, pela interpretação jurídica do governo do Paraná. “Do ponto de vista técnico, para a companhia é importante que os trâmites sejam rápidos porque temos um encontro marcado com a realidade no dia 10 de dezembro de 2023. Ou seja, até essa data ou a Copel vira corporação, paga R$ 1,830 bilhão e fica com 100% do ativo de Foz do Areia, ou teria que vender, na melhor das hipóteses, o controle para algum grupo privado e ficar apenas com 49% do ativo”, resumiu Slaviero.
O ESTADO DE SÃO PAULO
Sob impasse, Paraná completa um ano sem pedágio
Desde 28 de novembro de 2021, o motorista que viaja pelo Anel de Integração do Paraná não paga pedágio para percorrer as rodovias que cortam o estado. No entanto, durante todo esse período o motorista deixou de contar com serviços como pontos de descanso, postos de atendimento ao usuário e informações em tempo real sobre as condições das rodovias
Também depende do serviço público para a conservação e manutenção das rodovias, sinalização e socorro médico ou mecânico. O Paraná completa um ano do fim das concessões de suas rodovias, sem perspectiva de quando essas estradas voltarão a ser administradas pela iniciativa privada. Ao assumir o Governo do Estado, em 2019, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) anunciou que não renovaria e nem prorrogaria os contratos de concessão que venceriam em 2021, após 24 danos de administração das rodovias paranaenses por seis diferentes concessionárias. O governo informou que devolveria a delegação das rodovias federais à União para que o Ministério da Infraestrutura ficasse responsável pela nova concessão, incluindo rodovias estaduais a serem “cedidas” pelo estado. Desde então, passou-se a desenhar o novo modelo de pedágio para as rodovias paranaenses. Mas, por conta da pandemia de Covid-19, atrasos no projeto, impasse na audiência pública, mudança de modelo por pressão da sociedade civil organizada, diligências no Tribunal de Contas da União (TCU), entre outras razões, a nova licitação não pode ser realizada ao final dos contratos anteriores, como se previa - e nem um ano depois do encerramento desses contratos. O atraso na construção do novo modelo e a mudança de cenário político para 2023, com a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial, levou a situação do pedágio no Paraná a um impasse, que resultou em mais um adiamento da nova concessão. Apesar de haver homologação do TCU para que os dois primeiros lotes (de um total de seis) sejam licitados, o leilão não ocorrerá esse ano, por pedido da equipe de transição do governo federal, nem deverá ocorrer, nestes moldes, em 2023, pois o presidente eleito anunciou, em campanha eleitoral, que pretende fazer alterações no modelo de pedágio do Paraná, não levando adiante o projeto construído nestes últimos anos. Segundo pronunciamentos anteriores, o governo Lula pretende apresentar um pedágio de manutenção, com tarifa bem mais baixa que a proposta atualmente, por não prever grandes obras. O modelo desenhado pelo atual governo federal, com consentimento do Governo do Paraná, já apresentado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) ao mercado, prevê a concessão de 2,2 mil quilômetros de rodovias, em seis lotes (licitação dos dois primeiros já autorizada), com R$ 44 bilhões em investimentos em obras. Para isso, as concessionárias cobrariam pedágio em 42 praças de pedágio (15 a mais que no contrato anterior) a uma tarifa base média de R$ 16. Agora, a equipe de transição fala em um pedágio apenas de manutenção, com tarifa máxima de R$ 5 nos trechos do Anel de Integração já pedagiados no contrato anterior. Além disso, a proposta inclui uma revisão dos novos trechos a serem concedidos, para que os setores voltem a discutir a instalação das 15 novas praças e a criação de um modelo específico para as rodovias onde serão necessárias obras de duplicação.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar tem queda acentuada, apesar de indefinição sobre gastos e Fazenda
O dólar caiu acentuadamente frente ao real nesta segunda-feira, com investidores citando movimento de correção após salto recente, apesar da permanência de indefinições sobre os gastos extra-teto pretendidos pelo governo eleito e sobre quem será o próximo ministro da Fazenda do Brasil
A moeda norte-americana à vista perdeu 0,80%, a 5,3645 reais na venda. Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho, disse à Reuters que essa queda “é um pouco de correção, e investidores em compasso de espera antes da agenda dos Estados Unidos desta semana", disse Rostagno, citando expectativa por dados do Produto Interno Bruto (PIB) e de emprego norte-americanos. "Curiosamente, as entradas alavancadas de dinheiro estão voltando ao Brasil, após saídas iniciais impulsionadas pelo debate em torno da flexibilização fiscal e da escolha da equipe econômica", disse o Citi em relatório na segunda-feira, citando dados próprios. "Os clientes alavancados parecem estar dispostos a se engajar novamente antes mesmo de haver uma clareza em torno de ambas as questões. Isso pode sugerir que os clientes acham que o pior caso já está, na maior parte, precificado." O "pior caso" para a maior parte dos investidores parece ser a aprovação da PEC da Transição sem alterações em relação ao desenho inicial --que prevê quase 200 bilhões de reais em gastos extra-teto por tempo indeterminado-- e a indicação de Haddad à Fazenda.
REUTERS
Ibovespa fecha estável com Petrobras e Vale em alta segurando exterior em baixa
O Ibovespa fechou com uma variação marginal na segunda-feira, com varejistas entre as maiores quedas na esteira de dados fracos da Black Friday, enquanto a alta de Petrobras e Vale ofereceu um suporte relevante, em dia com exterior desfavorável
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,05%, a 109.031,16 pontos, de acordo com dados preliminares. O volume financeiro somava 16,5 bilhões de reais, novamente bem abaixo da média do mês, com o Brasil voltando a campo na Copa do Mundo no começo da tarde e afetando a liquidez na bolsa paulista, mesmo com o mercado norte-americano aberto. Investidores também continuam na expectativa de um desfecho sobre a PEC da Transição, que abre espaço para um aumento dos gastos públicos a partir de 2023, bem como da equipe ministerial do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
REUTERS
Mercado eleva projeções para inflação e dólar no Focus
Analistas consultados pelo Banco Central elevaram ligeiramente suas previsões para a inflação e o câmbio neste ano e no próximo, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na segunda-feira
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA este ano agora é de 5,91%, 0,03 ponto percentual a mais do que na semana anterior. Para 2023, a projeção subiu em 0,01 ponto, a 5,02%. Para 2024 o cálculo continua sendo de um aumento de preços de 3,50%. O centro da meta oficial para a inflação em 2022 é de 3,5%, para 2023 é de 3,25% e para 2024 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento em 2022 melhorou em 0,01 ponto percentual, a 2,81%, enquanto que para o ano que vem permaneceu em 0,70%. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que houve aumento nas estimativas para o dólar, calculado em 5,27 reais em 2022 e 5,25 reais em 2023, de 5,25 e 5,24 reais anteriormente. Já para a taxa básica de juros segue o cenário de que a Selic terminará este ano a 13,75% e o próximo a 11,50%.
REUTERS
Inadimplência no Brasil sobe em outubro ao nível mais alto em quase 4 anos
A inadimplência em recursos livres no Brasil avançou em outubro para o nível mais alto em quase quatro anos, mostraram dados do Banco Central na segunda-feira, em meio ao alto custo dos empréstimos após o agressivo ciclo de aperto monetário
A taxa de inadimplência em recursos livres aumentou para 4,2% em outubro de 4,1% no mês anterior, taxa mais elevada desde agosto de 2018, quando foi de 4,22%. Ao mesmo tempo, o spread bancário no mesmo segmento ficou em 30,3%, de 28,6% em setembro. O BC fez um alerta recentemente sobre riscos à estabilidade financeira do país em um eventual cenário de elevação de gastos públicos e incerteza sobre a trajetória de endividamento do governo, com impacto sobre prêmios de risco e expectativas de inflação. De acordo com o BC, a capacidade das pessoas físicas de pagar se deteriorou mesmo diante de indicadores melhores para a economia e o mercado de trabalho. O estoque total de crédito no Brasil subiu 1,0% em outubro na comparação com setembro, a 5,215 trilhões de reais, correspondente a 54,9% do Produto Interno Bruto (PIB), mostraram ainda os dados do PIB. Em 12 meses, a taxa desacelerou a 15,8%, de 16,4% em setembro. O BC prevê aumento de 14,2% do crédito este ano.
REUTERS
FGV: confiança da Indústria cai 3,6 pontos em novembro
O Índice de Confiança da Indústria (ICI), divulgado ontem (28) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) registrou queda de 3,6 pontos em novembro, chegando a 92,1 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 2,7 pontos. Segundo o economista do instituto Stéfano Pacini, este é o pior resultado desde julho de 2020
“A confiança da indústria caiu pelo terceiro mês consecutivo e segundo de forma disseminada entre os segmentos pesquisados. Há deterioração das percepções sobre a situação atual decorrente de uma piora da demanda e consequente aumento do nível de estoques, o maior desde o período de lockdown”, disse. De acordo com ele, a perspectiva futura também está em baixa. “Além disso, observa-se uma piora das expectativas para os próximos meses, possivelmente relacionada a uma desaceleração global prevista e um cenário econômico brasileiro de incertezas para o início do próximo ano”, explicou. O indicador apresentou queda da confiança em 14 dos 19 segmentos industriais monitorados pela Sondagem, em novembro. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda foi 9,7 pontos. O Índice Situação Atual (ISA) caiu 4,6 pontos, para 91,8 pontos, e o Índice de Expectativas (IE) registrou queda de 2,4 pontos, indo para 92,6 pontos. Os dois estão no menor nível desde julho de 2020, “período crítico de lockdown da pandemia brasileira”, segundo o FGV Ibre, quando vigoravam as medidas restritivas de circulação devido à covid-19. Entre os componentes do ISA, a maior influência negativa veio do indicador que mede a percepção sobre a demanda no momento, com queda de 6,6 pontos no mês, para 91,5 pontos. Também apresentou piora a percepção dos empresários em relação à situação atual dos negócios, com recuo de 4,9 pontos, para 89,7 pontos. O nível de estoques apresentou leve piora ao subir 1,6 ponto em novembro, para 104,8. Acima de 100 pontos, esse indicador aponta que a indústria está operando com estoques acima do desejável. Nas expectativas, a principal influência do mês foi a tendência dos negócios para os próximos seis meses. A queda de 4,5 pontos, para 87,8 pontos, mantém o indicador abaixo dos 100 pontos desde setembro de 2021. No horizonte de três meses, as perspectivas sobre emprego caíram pela segunda vez seguida, com 2,5 pontos a menos, para 99,3 pontos. É a primeira vez em sete meses que o indicador fica abaixo dos 100 pontos, considerado o nível neutro. Segundo o FGV Ibre, isso sinaliza uma “desaceleração das contratações nos próximos meses”. O indicador que mede as perspectivas sobre a produção para os próximos três meses ficou estável em 91,1 pontos pelo terceiro mês consecutivo. Já o Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (Nuci) caiu 0,9 ponto e alcançou 79,8%, mesmo patamar observado em abril deste ano.
Agência Brasil
Juro médio cobrado pelos bancos em outubro é o maior em quase cinco anos
Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 54% para 56,6%
Mesmo após o fim do ciclo “intenso e tempestivo” de alta da Selic, a taxa básica de juros, os juros cobrados pelos bancos no chamado crédito livre (não inclui habitacional, rural e BNDES) voltaram a subir em outubro, de 40,7% ao ano em setembro para 42,4% ao ano em outubro, informou nesta segunda-feira, 26, o Banco Central. Esse é o maior nível desde novembro de 2017 (42,6% ao ano), ou seja, em quase cinco anos. Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 54% para 56,6% ao ano de setembro para outubro, enquanto para as pessoas jurídicas foi de 23% para 23,5%. No crédito pessoal, a taxa passou de 40,2% para 42,4% ao ano. A taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, por sua vez, avançou de 390,7% ao ano em setembro para 399,5% ao ano em outubro. É a maior taxa desde agosto deste ano (399,6% ao ano). O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial cara, mas muito acessada em momentos de dificuldades. No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro cedeu no mês, de 185,6% para 184,5% ao ano. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 89,8% para 95%. Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado. Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa caiu de 134,3% ao ano para 132,5% ao ano de setembro para outubro. Os dados divulgados na segunda pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 27,1% ao ano em setembro para 27,2% em outubro. A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 28,8% ao ano em setembro para 29,9% ao ano em outubro. No décimo mês de 2021, estava em 23%. Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) subiu 0,3 ponto porcentual em outubro ante setembro, aos 21,6% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque. Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.
O ESTADO DE SÃO PAULO
POWERED BY
EDITORA ECOCIDADE LTDA
041 3289 7122
Comments