Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 259 |22 de novembro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Escalas de abate mais curtas abrem espaço para os preços da arroba
Na segunda-feira, 21 de novembro, a IHS observou valorização do boi padrão-exportação (enviado sobretudo ao mercado chinês, que importa animais abatido com até 30 meses de idade), passando de R$ 278 para R$ 281
Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, as indústrias paulistas estão, em sua maioria, com escalas de abate entre 5 e 10 dias, e as cotações do boi gordo “comum” (sem prêmio-exportação) seguem estáveis desde o dia 10 de novembro. Dessa forma, segundo a Scot, o boi gordo direcionado ao mercado paulista segue valendo R$ 275/@, enquanto a vaca e a novilhas gordas são negociadas, respectivamente, por R$ 260/@ e R$ 270/@ (preços brutos e prazo). O boi-China é negociado por R$ 280/@ no Estado de São Paulo (preço bruto e a prazo), de acordo com a Scot. Ainda no mercado paulista, a IHS apurou ajuste positivo no preço da vaca gorda na segunda-feira, o que indica sinais de que as indústrias apostam no consumo interno nesta última etapa do ano (os cortes oriundos de fêmeas são enviados, em sua maioria, ao mercado doméstico). Nas praças do interior de São Paulo, a vaca gorda avançou de R$ 266/@ para R$ 271/@. No mercado atacadista, os preços da carne bovina permanecem estabilizados e sem sinais de alteração no fluxo das vendas, como sugere a sazonalidade do período. “Aguarda-se para o meio ao final da semana um leve incremento da procura pelos cortes bovinos, porém sem força suficiente para gerar novos ajustes”, avalia a IHS Markit. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 276/@ (à vista) vaca a R$ 261/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 278/@ (prazo) vaca a R$ 266/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca a R$ 246/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 261/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 243/@ (prazo) vaca a R$ 231/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 241/@ (prazo) vaca a R$ 229/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 244/@ (à vista) vaca a R$ 230/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 240/@ (à vista) vaca a R$ 230/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 271/@ (prazo) vaca R$ 256/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 281/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 248/@ (prazo) vaca a R$ 241/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 259/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 266/@ (prazo) vaca a R$ 256/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 263/@ (à vista) vaca a R$ 253/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 234/@ (à vista) vaca a R$ 220/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 258/@ (à vista) vaca a R$ 241/@ (à vista).
PORTAL DBO
SUÍNOS
Suínos: mercado começa semana estável
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 130,00/R$ 135,00, assim como a carcaça especial, cotada em R$ 10,20 o quilo/R$ 10,60 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (18), os preços não mudaram, valendo R$ 7,26/kg em Minas Gerais, R$ 6,54/kg no Paraná, R$ 6,62/kg no Rio Grande do Sul, 6,51/kg em Santa Catarina e R$ 7,10/kg em São Paulo.
Cepea/Esalq
Exportação de carne suína até a 3ª semana de novembro é 94% do total de novembro/21
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, a exportação de carne suína in natura até a terceira semana do mês de novembro (12 dias úteis) atingiu mais de 94% da receita total registrada em novembro de 2021
A receita, US$ 149,4 milhões já representa 94,32% do montante obtido em novembro de 2021, com US$ 158,4 milhões. No volume, as 57.926 toneladas são 82,49% do total registrado em novembro do ano passado, com 70.218 toneladas. A receita por média diária foi de US$ 12,4 milhões valor 49,4% maior do que a de novembro de 2021. No comparativo com a semana anterior, houve baixa de 10%. Em toneladas por média diária, 4.827 toneladas, houve crescimento de 30,6% no comparativo com o mesmo mês de 2021. Quando comparado a semana anterior, recuo de 9,9%. No preço pago por tonelada, US$ 2.579, ele é 14,3% superior ao praticado em novembro passado. O resultado, frente ao valor atingido na semana anterior, representa teve queda de 0,20%.
AGÊNCIA SAFRAS
Consumo de carne suína bate recorde no Brasil
O consumo de carne suína no primeiro semestre de 2022 bateu um recorde histórico no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram consumidos, em média, 18 kg per capita entre janeiro e junho deste ano. A quantidade representa quase um quilo a mais do que o registrado no mesmo período de 2021 (16,9 kg)
De acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o crescimento tem sido gradual nos últimos anos. A Alegra, indústria de derivados de carne suína integrante da Unium, que atua na região dos Campos Gerais, no Paraná, registrou em 2021 faturamento de R$ 1 bilhão, 20% a mais que no ano anterior. “Existe um aumento no consumo de carne de porco por conta da situação econômica do país. Hoje, ela tem a melhor relação custo-benefício, comparando com aves e bovinos. A introdução da proteína suína nos lares brasileiros está na casa dos 90% e há bastante espaço para crescer”, analisa Luiz Otavio Morelli, gerente comercial da Alegra. Nos meses de abril, maio e junho deste ano foram registrados 14 milhões de abates, número histórico. Desde 1997 o IBGE não computava um volume tão alto em um só trimestre. Para um comparativo, a ABPA aponta que em 2010 foram abatidas 3,237 milhões de toneladas de suínos no país, número que saltou para 4,701 milhões de toneladas em 2021. “Nos últimos anos, a indústria vem mudando sua relação com o mercado interno. O suíno deixou de ser apenas matéria-prima ou pauta de exportação e começou a agregar valor e buscar atender às necessidades do mercado. Temos, atualmente, um produto mais adequado àquilo que o consumidor espera”, completa Morelli. Historicamente, os últimos meses do ano são positivos para o mercado da carne suína no Brasil, impulsionados pelas festas de fim de ano. Em 2022, esses eventos vão ganhar a companhia de outra data que deve movimentar ainda mais o setor: a Copa do Mundo do Catar, realizada pela primeira vez entre novembro e dezembro, um pouco antes do início do verão no hemisfério sul. Um estudo da consultoria Meta apontou que 56% dos entrevistados devem realizar ou participar de churrascos durante os jogos, fator que tem tudo para impactar o mercado de proteína animal no Brasil no período. “Nesse cenário, a carne suína figura como uma opção competitiva e saborosa para as reuniões familiares e com amigos, com opções como linguiça, costelinha, pernil e picanha, entre outros itens que são alternativas excelentes para o consumidor”, finaliza Morelli.
GAZETA DO POVO
FRANGOS
Frango no atacado cede em São Paulo a R$ 7,25/kg
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,50/kg, enquanto o frango no atacado cedeu 0,96%, custando R$ 7,25/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço ficou estável em R$ 4,19/kg, da mesma maneira que no Paraná, fixado em R$ 5,19/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (18), tanto a ave congelada quanto a resfriada cederam 0,37%, cotadas, respectivamente, em R$ 8,00/kg e R$ 8,07/kg.
Cepea/Esalq
Exportação de frango em 12 dias úteis vai a 72% do volume de novembro/21
Segundo Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, as exportações de carne de aves in natura até a terceira semana do mês de novembro (12 dias úteis) diminui o ritmo, mas segue com resultados positivos em novembro
A receita de US$ 458, 6 milhões, representa 83,8% do montante obtido em novembro de 2021, com US$ 547,2 milhões. No volume, as 220.208 toneladas são 72% do total registrado em novembro do ano passado, com 305.887 toneladas. A receita por média diária foi de US$ 38.2 milhões, valor 32,7% maior que o registrado novembro de 2021. No comparativo com a semana anterior, houve recuo de 7,8%. Em toneladas por média diária, foram 18.350 toneladas, elevação de 14% no comparativo com o mesmo mês de 2021. Em relação à semana anterior, retração de 9,2%. No preço pago por tonelada, US$ 2.082, ele é 16,4% superior ao praticado em novembro do ano passado. Frente ao valor da semana anterior, baixa de 1,5%.
AGÊNCIA SAFRAS
EMPRESAS
Minerva negocia aquisição de frigorífico no Uruguai
Companhia brasileira detém a exclusividade para comprar a BPU, controlada pelos japoneses da NH Foods
A Minerva Foods está perto de fechar mais uma aquisição no exterior. A empresa brasileira firmou um acordo de exclusividade com os japoneses da NH Foods para negociar a compra do Breeders & Packers Uruguay (BPU), um frigorífico uruguaio com capacidade para abater cerca de 1 mil cabeças de gado por dia. De acordo com as fontes, a Minerva está fazendo a diligência no BPU. A expectativa é que o negócio seja concretizado até 15 de dezembro, quando se encerra o período de exclusividade da companhia dos Vilela de Queiroz. Os valores ainda não estão totalmente definidos, mas a transação deve ficar entre US$ 35 milhões e US$ 45 milhões, disseram as fontes. O Rabobank está assessorando a Minerva na aquisição. A NH Foods decidiu vender a operação uruguaia num momento de baixa do ciclo pecuário do país sul-americano. Para se ter uma ideia da discrepância dos valores, os japoneses pagaram cerca de US$ 135 milhões há cinco anos para adquirir o BPU. Se fechar a compra do frigorífico, a Minerva vai ampliar sua capacidade de abate no país em 40%. Atualmente, a companhia conta com três unidades no país, com capacidade somada par abater 2,5 mil bovinos por dia. No Uruguai, a também brasileira Marfrig é a líder na produção de carne. Ao assumir o BPU, a Minerva está apostando na virada do ciclo pecuário no Uruguai, com maior oferta de gado nos próximos anos. Na última teleconferência com analistas, a companhia já havia sinalizado as perspectivas de melhora na situação do Uruguai. A aproximação com a NH Foods começa com o M&A no Uruguai, mas poderá se desdobrar em uma parceria global, possivelmente envolvendo a operação dos japoneses na Austrália. A Nippon Ham é dona do terceiro maior frigorífico de bovinos do país da Oceania. A Minerva está avaliada em R$ 8,1 bilhões em bolsa.
VALOR ECONÔMICO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Privatização da Copel, aumento de cargos e de impostos: governo envia pacotão à Assembleia
O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) enviou, na segunda-feira (21), 15 mensagens à Assembleia Legislativa, com pedido para que os projetos tramitem em regime de urgência
Além da proposta de privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel), o pacote de Ratinho Junior trata, ainda, da criação de mais nove secretarias estaduais e de 493 cargos na estrutura do governo; do aumento da alíquota de ICMS; das terceirizações no sistema penitenciário e da vinculação de repasses do Índice de Participação dos Municípios ao desempenho na área de educação e da criação de um fundo de infraestrutura com taxação do agronegócio, entre outros. A intenção do presidente da Casa, Ademar Traiano (PSD) é votar todo o pacote ainda nesta semana, apesar da complexidade de algumas das propostas e da polêmica em torno de algumas das proposições. Outra proposição que alimentou os debates na sessão desta segunda-feira na Alep foi a da reforma administrativa do governo, que cria nove novas secretarias e 493 cargos na estrutura do Poder Executivo. A estimativa do governo é que o custo, com a reformulação, gire em torno de R$ 92 milhões ao ano. Pela proposição, serão criadas as secretarias do Esporte; da Cultura; do Turismo; da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; da Justiça e Cidadania; da Ação Social e Família; da Mulher e Igualdade Racial; do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e da Inovação, Modernização e Transformação Digital. O pacotão prevê, ainda, o aumento de 18% para 19% na alíquota modal de ICMS, além de elevar de 18% para 25% a alíquota sobre refrigerantes, águas gaseificadas, isotônicos, cervejas sem álcool e refrescos. Outro projeto apresentado na segunda-feira pretende facilitar a formatação de parcerias público-privadas para “tornar mais eficiente a terceirização no âmbito do Sistema Penitenciário”. Dentro das proposições enviadas nesta segunda-feira está, também, a criação do Fundo Estadual de Infraestrutura e Logística, com previsão de arrecadação de R$ 1,9 bilhão por ano, a partir de taxação na produção agrícola do estado.
GAZETA DO POVO
Estado do Paraná fará oferta de ações para privatizar Copel
Com operação, a empresa de energia terá seu capital disperso e o governo paranaense deixará de ser acionista controlador
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) informou na segunda-feira que seu acionista controlador, o governo do Estado do Paraná, tem a intenção de transformar a empresa em companhia de capital disperso e sem acionista controlador. Para isso, será realizada uma oferta pública de distribuição secundária (papéis já existentes) de ações ordinárias (com direito a voto) e/ou certificados de depósitos de ações (units). As ações PNB (CPLE6) da companhia abriram o pregão na B3 em forte alta e disparam mais de 20%. Conforme o fato relevante, “a operação objetiva a captação de recursos financeiros para suprir necessidades de investimento do Estado do Paraná, bem como a valorização de suas ações remanescentes detidas na Copel, valorização essa que deverá derivar de potencial geração de valor aos acionistas, inclusive em virtude de eventual capitalização da companhia e aceleração de seu plano de negócios”. Além disso, segundo o comunicado, o modelo de governança em estudo prevê que, uma vez implementada a operação, o Estado do Paraná permaneça com participação relevante não inferior a 15% do capital social total da Copel e 10% do capital votante. Atualmente, o Estado do Paraná detém 69,7% das ações ordinárias e 31,1% do capital total. Para isso, o estatuto social da Copel deverá ser alterado para prever que nenhum acionista ou grupo de acionistas poderá exercer votos em número superior a 10% da quantidade total de ações ordinárias em cada deliberação da assembleia geral. Outro objetivo da mudança do estatuto é vedar a realização de acordos de acionistas para o exercício de direito de voto, exceto para a formação de blocos com número de votos inferior ao limite de 10%. A alteração do estatuto deverá estabelecer ainda que a sede da Copel deve, obrigatoriamente, ser mantida no Estado do Paraná; dispor que a denominação da Copel não poderá ser alterada. Também prevê a criação de ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do Estado do Paraná, que conferirá o poder de veto em deliberações da assembleia geral em assuntos específicos. Conforme o fato relevante, a operação está sujeita à prévia autorização legislativa, com a apresentação de um projeto de lei, e à análise do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE).
VALOR ECONÔMICO
Privatização desobriga Copel a alienar a sua maior usina
O presidente da Copel, Daniel Slaviero, disse que o processo de venda do controle acionário da hidrelétrica Foz do Areia está agora sendo revisto, já que a prioridade da empresa é a manutenção do ativo
Caso a tentativa do governo do Estado do Paraná de privatizar a Copel se concretize, a companhia estará desobrigada a vender o controle acionário de sua maior usina, a hidrelétrica Foz do Areia. Pelas regras do setor elétrico, o contrato entre União e a estatal para o uso da usina se encerra em setembro de 2023 e as concessionárias poderão ter as outorgas renovadas por 30 anos, desde que privatizem a maior parte das operações. Nestes termos, a condição para que a concessão seja renovada e não vá a leilão é que a Copel deve repassar à iniciativa privada ao menos 51% da operação de Foz do Areia, ficando com uma fatia minoritária da usina. Entretanto, se a própria Copel for privatizada, essa regra perde validade; e o mega-ativo de 1,67 gigawatts (GW) de energia continua sob controle da empresa. O Ministério de Minas e Energia (MME) havia estabelecido o valor mínimo de R$ 1,83 bilhão a ser pago à União no leilão de desestatização da usina hidrelétrica Foz do Areia e que em tese deveria ser colocada ao mercado nos próximos dias. Entretanto, em entrevista exclusiva ao Valor, o presidente da Copel, Daniel Slaviero, disse que este processo está agora sendo revisto, já que a prioridade da empresa é a manutenção do ativo. “O movimento vai permitir manter Foz do Areia no portfólio da companhia (...). A usina representa 1,6 GW, o equivalente a 30% da capacidade de geração da companhia e gera R$ 450 milhões de Ebitda por ano, ou seja, a manutenção desse ativo por si já é um grande motivo para este movimento de tornar a empresa em corporação, além de todos os outros benefícios que pode trazer para a Copel, para seus acionistas, clientes e funcionários”, disse, Slaviero. Os planos de desinvestimento de outros ativos permanecerão os mesmos. A Copel pretende vender a sua fatia majoritária na distribuidora de gás Compagas, que pode acontecer ainda neste ano, e a termelétrica Araucária (UEGA), geradora movida a gás natural, que conta com três sócios: a Petrobras, com 18,8% do capital, a Copel (20,3%) e a Copel Geração e Transmissão (60,90%). Para a Compagas, os planos não devem mudar. Ao Valor, o governador Ratinho Junior já havia dito que tem intenção de passar a companhia de gás do estado para o setor privado, por conta de demandar capital intensivo e investimentos de bilhões a longo prazo. No caso da termelétrica Araucária (UEGA), os estudos para a venda continuam com vistas a descarbonização da matriz da companhia.
VALOR ECONÔMICO
Copel pode se tornar ‘concorrente’ da Eletrobras, sem perder capacidade instalada renovável
Decisão do governo do Paraná inclui a empresa num clube que vem deixando de ser seleto: o de companhias sem controlador definido, como uma “corporation”
A decisão do governo paranaense de privatizar a Copel, lançando ações em poder do Estado no mercado financeiro, inclui a empresa num clube que vem deixando de ser seleto: o de companhias sem controlador definido, como uma “corporation”, o que pode dar capacidade de investimento a ainda estatal, além de garantir dividendos ao Paraná, que se mantém como acionista relevante. A história parece familiar: e é. O modelo adotado é igual ao utilizado recentemente pelo governo federal para privatizar a Eletrobras. Considerada pelo mercado como uma empresa sólida e de boa governança, a Copel pode se tornar uma “concorrente” de peso para a Eletrobras no setor elétrico, ao adotar um modelo que também foi utilizado pela Vibra Energia (ex-BR Distribuidora), Vale e Embraer, entre outras companhias. Além disso, a privatização pode garantir a capacidade instalada para a empresa. Uma regra estabelecida há alguns anos exigia que a Copel se desfizesse do controle acionário da hidrelétrica Foz do Areia, a maior usina da companhia, com capacidade instalada de 1,6 gigawatt (GW). O contrato de concessão da usina se encerra em setembro do ano que vem. Após essa data, usinas e concessionárias estatais podem renovar as outorgas por 30 anos, desde que privatizem a maior parte das operações. Neste caso, a Copel teria que ofertar à iniciativa privada ao menos 51% das operações de Foz do Areia, tornando-se sócia minoritária. Sem as amarras da regra feita para estatais de energia, Foz do Areia continuaria na mão da empresa, que tem objetivo de ser 100% renovável. Recentemente, o governador Carlos Massa Ratinho Jr afirmou que a Copel vai estudar se desfazer de uma operação a carvão (Figueira, de 30 MW). A empresa também estuda abrir mão da térmica a gás natural Araucária, de 469 megawatts (MW) de capacidade instalada, a fim de investir em usinas eólicas e solares – um dos planos da Eletrobras para avançar na geração de energia. Em nota, o governo reforçou que o Estado seguirá como maior acionista (mínimo de 15%) e também terá uma ação de classe especial, “golden share”, com poder de veto, que visa garantir os investimentos da Copel Distribuição, hoje o principal braço da companhia. Fontes ouvidas pela reportagem do Valor apontam que o governo não terá dificuldades em aprovar a proposta, já que o atual governador Ratinho Júnior (PSD) foi reeleito em primeiro turno com quase 70% dos votos e tem maioria na Assembleia. Ratinho Jr sinalizou em outubro que poderia abrir mão do controle da Copel. Sem a forte reação contrária dos paranaenses, com menos caixa e com planos de investimentos, o governo colocou a empresa à venda, à espera dos recursos da oferta de ações e dos dividendos futuros. Só ontem, com o anúncio da privatização, as ações da companhia valorizaram-se cerca de 20%.
VALOR ECONÔMICO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha em queda firme contra o real
Moeda americana encerrou o dia com recuo de 1,18%, a R$ 5,3101, descolada do ambiente externo
Após reduzir a intensidade da queda próximo do fim da manhã, o dólar voltou a cair mais de 1% nesta tarde e manteve a força da retração até o fechamento, encerrando o dia com recuo de 1,18%, a R$ 5,3101. Descolado do ambiente negativo externo, o desempenho do real foi impulsionado pelas expectativas de desidratação do texto da PEC da Transição apresentado na semana passada. No fim de semana, o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) protocolou uma PEC da Transição alternativa, que reduziria de R$ 198 bilhões para R$ 70 bilhões a ampliação necessária ao teto de gastos para garantir a manutenção do Bolsa Família em R$ 600 mensais e assegurar o adicional de R$ 150 por criança às famílias. Além disso, a percepção de que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está adotando um tom mais conciliador com o mercado, após ele agradecer a carta recebida pelos economistas Pérsio Arida, Edmar Bacha e Pedro Malan e reiterar a intenção de governar com responsabilidade fiscal, também trouxe alívio para os investidores. Segundo o economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti, a valorização do real veio “por conta da melhora com relação à percepção da situação fiscal”. “As falas de Lula, mais conciliadoras, além da expectativa de uma PEC mais desidratada, estão ajudando a devolver o fraco desempenho que a gente teve na semana passada, mesmo em um dia de dólar forte lá fora”, comenta. Tendo em vista as movimentações no cenário político, o Goldman Sachs fez previsões para o comportamento do dólar ante o real, projetando o dólar em R$ 5,20 nos horizontes de três meses e de seis meses à frente e esperando que, em 12 meses, a moeda americana seja negociada a R$ 5. Enquanto isso, no mercado externo, o dia foi de tensão por conta das notícias do aumento nas infecções por covid-19 na China e o relato da primeira morte relacionada ao vírus em quase seis meses. Além disso, o estresse no mercado se elevou, mais cedo, após ter sido decretado um lockdown no distrito de Guangzhou, no Sul do país. As notícias impactaram os preços das commodities, principalmente do petróleo, com os contratos WTI e Brent fechando o dia com queda de mais de 5%, o que se refletiu no desempenho de moedas de países exportadores e emergentes.
VALOR ECONÔMICO
Ibovespa fecha em alta puxada por salto de Copel após titubear com petróleo
O Ibovespa fechou em alta na segunda-feira, com as ações da Copel disparando mais de 20% em meio a planos de privatização para a elétrica paranaense, enquanto persistem preocupações com novos surtos de Covid na China que adicionam receios sobre a atividade econômica mundial
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,9%, a 109.849,35 pontos, de acordo com dados preliminares. Na máxima, chegou a 110.235,29 pontos e na mínima, quando sofreu o tombo do petróleo que afetou Petrobras, atingiu 107.957,01 pontos. O volume financeiro somava 29 bilhões de reais.
REUTERS
Mercado financeiro eleva suas projeções para a inflação e dólar em 2022 e 2023
Os dados constam do relatório Focus da segunda-feira (21). A mediana das previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu pela quarta semana seguida, passando de 5,82% no boletim anterior para 5,88% agora
Para 2023, a estimativa é de que o IPCA será de 5,01% – na semana passada, o ponto médio das apostas estava em 4,94%. O Focus traz o compilado das expectativas de bancos e consultorias e é divulgado pelo Banco Central. O relatório semanal também mostrou que o mercado vê pressões adicionais sobre o dólar. A mediana das previsões para o câmbio ao fim deste ano subiu de R$ 5,20 para R$ 5,25. Para 2023, ela subiu de R$ 5,20 para R$ 5,24. Além disso, o Focus mostra que o mercado vê reflexos do dólar e da inflação na taxa básica de juros (a Selic), cuja estimativa mediana para o fim de 2023 passou de 11,25% para 11,50%.
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