Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 258 |21 de novembro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Preço médio da arroba na parcial de novembro/22 é o menor deste ano
No mercado brasileiro, até o momento (18/12), a arroba do boi gordo negociado nas praças de São Paulo, se encontra na menor média mensal de 2022, informou a analista de mercado Julia Zenatti, da Scot Consultoria. A cotação alcançou a marca de R$ 330/@, no início do ano, e foi despencando desde então, relembra a analista
Na sexta-feira (18/11), o boi gordo “comum” enviado ao mercado doméstico (praças paulistas) esteve estável em relação ao preço a semana passada, precificado em R$ 275 (preço bruto e a prazo), de acordo os dados da Scot. “A queda na cotação da arroba durante o ano foi ocasionada pelo aumento na oferta de bovinos para abate”, justifica Julia. Esse cenário, diz ela, é reflexo de um movimento de transição do ciclo pecuário, caracterizado pelo maior descarte de fêmeas aos ganchos dos frigoríficos brasileiros. Na avaliação de Julia, os custos de produção em alta e o maior uso de ferramentas de proteção de preços contribuíram para um mercado do boi gordo mais ofertado em 2022. “Com uma boa oferta de matéria-prima (animais prontos para abater) e um consumo interno ainda fragilizado, a cotação do boi gordo perdeu sustentação”, ressalta a analista. Porém, há de reforçar a importância do mercado externo para o escoamento da carne bovina ao longo de 2022, que foi marcado por volumes expressivos de embarques mensais. “Foi importante ‘válvula de escape'”, observa Julia. Nesse cenário de mercado externo aquecido, a China foi o maior consumidor internacional em 2022, repetindo o desempenho dos anos anteriores. Até outubro/22, o país asiático foi destino de 68,1% de toda carne bovina in natura exportada. Porém, relata a analista da Scot, a preocupação com os seguidos lockdowns no país asiático, além da desvalorização da moeda local em relação ao dólar, enfraqueceu o poder de compra do maior importador da proteína brasileira nos últimos meses. “Este novo movimento da China tirou o ímpeto comprador das grandes indústrias, que têm trabalhado com ajustes de escalas e redução nos abates”, relata Julia. Segundo levantamento realizado pela Scot Consultoria, a ociosidade frigorífica média, em São Paulo, aumentou 15 pontos percentuais em outubro/22, em relação ao quadro observado em setembro/22. “A oferta mais contida, atrelada à expectativa positiva para o consumo interno no final do ano, deve limitar novas quedas na arroba, trazendo esperança para o mercado do boi gordo”, observa Julia. Sobre o movimento registrado na sexta-feira, a IHS observou um volume de negócios envolvendo boiadas gordas um pouco mais agitado em relação ao comportamento das últimas semanas, o que permitiu a ocorrência de movimentos de alta nos preços da arroba em algumas praças pecuárias do País. Os preços da arroba reagiram nos Estados de RS, PR, MS, GO, MG e MA, segundo apuração da IHS de sexta-feira. As praças de Rondônia registraram queda no valor da arroba ao longo de sexta-feira, informou a IHS. No Rio Grande do Sul, boa parte das propriedades rurais está no período de monta, ao mesmo tempo em que há poucos animais com peso ideal para entrar na linha de abate, observa a IHS. No Paraná, a oferta de animais terminados diminuiu bastante, ao mesmo tempo em que exportadores estão um pouco mais ativos nas compras de boiada gorda para atender compromissos com países do Oriente Médio. No Mato Grosso do Sul, os preços mais firmes da arroba do boi gordo são obtidos a partir de negociações com os frigoríficos de médio e pequeno portes, segundo a IHS. Em Goiás, a oferta de boiadas gordas está mais escassa e há uma firme procura por fêmeas, sobretudo novilhas. Nas demais regiões do País, diz a IHS, a morosidade dos negócios persistiu, mas o pouco volume de transações manteve um quadro de preços do boi gordo estabilizados. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 276/@ (à vista) vaca a R$ 261/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 278/@ (prazo) vaca a R$ 266/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 261/@ (à vista) vaca a R$ 244/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca a R$ 246/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 261/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 243/@ (prazo) vaca a R$ 231/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 241/@ (prazo) vaca a R$ 229/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 244/@ (à vista) vaca a R$ 230/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 240/@ (à vista) vaca a R$ 230/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 271/@ (prazo) vaca R$ 256/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 281/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 248/@ (prazo) vaca a R$ 241/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 259/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 266/@ (prazo) vaca a R$ 256/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 263/@ (à vista) vaca a R$ 253/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 234/@ (à vista) vaca a R$ 220/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 258/@ (à vista) vaca a R$ 241/@ (à vista).
PORTAL DBO
SUÍNOS
Mercado de suínos parado na sexta-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 130,00/R$ 135,00, assim como a carcaça especial, cotada em R$ 10,20 o quilo/R$ 10,60 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (17), houve queda de 0,15% no Paraná, valendo R$ 6,54/kg, e de 0,14% em São Paulo, chegando em R$ 7,10/kg. Ficaram estáveis os preços em Minas Gerais (R$ 7,26/kg), Rio Grande do Sul (R$ 6,62/kg) e R$ 6,51/kg em Santa Catarina.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Frango: cotações estáveis na sexta-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,50/kg, enquanto o frango no atacado cedeu 0,41%, custando R$ 7,32/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço ficou estável em R$ 4,19/kg; já no Paraná, foi registrada leve alta de 0,19%, alcançando R$ 5,19/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (17), tanto a ave congelada quanto a resfriada não tiveram alteração nos valores, cotadas, respectivamente, em R$ 8,03/kg e R$ 8,10/kg.
Cepea/Esalq
Com novas cotas de exportação estabelecidas, Brasil deve reforçar sua presença no mercado do Reino Unido, diz ABPA
Brasil e Reino Unido assinam acordo de cotas de exportação de carne de frango, em acordo que revisa cotas estabelecidas originalmente após o Brexit
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) comemorou o anúncio feito pelas autoridades brasileiras e do Reino Unido, sobre a conclusão do acordo que estabelece novos volumes de cotas de exportação de carne de frango do Brasil para o país europeu. O acordo revisa a divisão das cotas estabelecidas originalmente logo após o Brexit e que, de certa maneira, não refletia exatamente os fluxos de comércio. “A conclusão do acordo normaliza e estabelece padrões de cotas mais adequados à demanda britânica. Além do mais, o acordo estabelece a continuidade do mecanismo de certificado de origem, garantindo assim estabilidade e tranquilidade às negociações comerciais, detalha o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua. Com isso, o Brasil passa a ter participação maior neste mercado, especialmente em produtos cozidos e salgados - que possuem, historicamente, elevada demanda dos processadores ingleses. “Após uma detalhada negociação e o competente trabalho do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, com o apoio dos Ministérios da Agricultura e da Economia, vimos a conclusão de um processo que é fundamental para as exportações avícolas. As novas cotas deverão gerar impactos positivos nas vendas do setor, refletindo a elevada demanda que existe pelo produto brasileiro neste mercado”, destaca o presidente da ABPA, Ricardo Santin. Entre janeiro e outubro deste ano, o Reino Unido importou 79,794 mil toneladas de carne de frango do Brasil, número praticamente igual ao realizado no mesmo período de 2021, com 79,800.
ABPA
Frango/Cepea: Média da parcial de novembro está inferior à do mês anterior
Os preços da maioria dos produtos avícolas estão subindo na grande parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores do Centro de Pesquisas, os valores são influenciados pelo, ainda que ligeiro, aquecimento na demanda doméstica. Apesar disso, no balanço da parcial de novembro (até o dia 16), as médias mensais ainda estão abaixo das registradas em outubro.
Cepea
CARNES
Embrapa: Custos de produção de suínos sobem em outubro; ICP de frango de corte fica praticamente estável
Os custos de produção de suínos subiram em outubro segundo os estudos publicados pela CIAS, a Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa (embrapa.br/suinos-e-aves/cias)
O Índice de Custo de Produção, o ICPSuíno, subiu 0,71% no mês de outubro em relação a setembro, fechando em 449,20 pontos. Já o ICPFrango, que calcula os custos de produção de frango de corte, se manteve praticamente estável, com queda de 0,07%, fechando o mês de outubro em 424,90 pontos. Os custos da nutrição, com 0,95% de aumento, e um peso de 80% na composição do custo total, foi o que mais impactou o ICPSuíno de outubro de 2022. No ano, a alta já chega a 10,64% apenas neste item. Assim, o custo total de produção por quilo de suíno vivo produzido em sistema tipo ciclo completo em Santa Catarina passou de R$ 7,80 em setembro para R$ 7,85 em outubro. No ano, o ICPSuíno acumula 12,16% de alta e, nos últimos 12 meses, 15,40%. Já o ICPFrango apresentou queda em todos os itens de composição, com exceção de sanidade (que se manteve estável) e nutrição (alta de 0,19% em relação a setembro). O custo de produção do quilo do frango de corte vivo no Paraná produzido em aviário tipo climatizado em pressão positiva, manteve em outubro o valor de R$ 5,49 registrado em setembro. No ano, o ICPFrango acumula alta de 5,30% e, nos últimos 12 meses, uma variação de 5,40%. Até agosto de 2022 as variações percentuais dos itens de custo do ICPFrango e ICPSuíno relativas ao mês anterior, ao ano e aos últimos 12 meses eram apresentadas de forma ponderada, ou seja, a variação percentual de cada item de custo era multiplicada pelo seu peso na composição do custo total. Tendo em vista a necessidade de melhor comunicar a evolução dos itens de custo dos ICPFrango e ICPSuíno, a partir de setembro de 2022 as variações percentuais dos itens de custo passaram a ser apresentadas de forma absoluta, sem a ponderação da participação do item de custo no custo total. Destaca-se que esta mudança não afeta a variação percentual total dos índices.
EMBRAPA
Produção de carnes deverá atingir 35 milhões de toneladas no final da próxima década
Volume consta no estudo ‘Projeções do Agronegócio, Brasil 2021/22 a 2031/32’; o maior aumento de produção deve ocorrer em carne de frango (25,6%), carne suína (29,1%) e carne bovina (14,9%)
A produção de grãos no Brasil deverá aumentar 36,8% nos próximos dez anos, chegando a um total de 370,5 milhões de toneladas na safra 2031/2032. Esse acréscimo corresponde a uma taxa de crescimento de 2,7% ao ano. Algodão, milho de segunda safra e soja devem continuar puxando o crescimento da produção de grãos. Os números são do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2021/22 a 2031/32, feito pela Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e pelo Departamento de Estatística, da Universidade de Brasília (UnB). Segundo o estudo, o mercado interno, as exportações e os ganhos de produtividade deverão ser os principais fatores de crescimento na próxima década. O estudo aponta uma tendência de crescimento com ganhos de produtividade, já que a área de grãos deve aumentar 17% entre 2021/22 e 2031/32, passando de 74,3 milhões de hectares em 2021/22 para 86,9 milhões de hectares em 2031/32, o que corresponde a um acréscimo anual de 1,6%. Nesta atualização das projeções, o mês de setembro da safra 2021/2022 foi tomado como base para o início da série projetada. A produção de carnes (bovina, suína e aves) deverá passar de 28,4 milhões de toneladas em 2021/22 para 35 milhões de toneladas no final da próxima década, com um aumento de 23%. O maior aumento de produção deve ocorrer em carne de frango, 25,6%, carne suína, 29,1% e carne bovina, 14,9%. Segundo o estudo, esses percentuais podem ser ainda maiores, tendo em vista o aumento da procura por proteína animal. Deverá ser realizado um esforço de crescimento que consiste em infraestrutura, investimento em pesquisa e financiamento no setor, aponta o relatório. As exportações de carne suína devem crescer 38,9% na próxima década, chegando a 1,5 milhão de toneladas. Carne bovina e de frango também devem crescer, respectivamente 34,1% e 26,2%. Nos grãos, o destaque das exportações é a soja em grão, com previsão de crescimento de 48,9%, chegando a 114,9 milhões de toneladas. Algodão em pluma e celulose também devem ganhar espaço no mercado externo, com crescimento de 38,6¨e 32,8% nas exportações. Apesar de ser um grande exportador de vários produtos, o mercado interno continua sendo muito relevante. Na produção de carnes, cerca de 70% fica no mercado interno e, na produção de grãos, por volta de 60% fica internamente. O relatório sugere que o país deve aproveitar suas vantagens comparativas em carnes e frutas. O estado do Mato Grosso deve liderar a expansão da produção de milho na próxima década. A produção deve passar de 41,6 milhões de toneladas na safra 2021/2022, para 56,9 milhões em 2031/2032. Na soja, destacam-se como líderes de expansão da produção os estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia e Mato Grosso do Sul. Na região formada pelos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecida como Matopiba, a produção de grãos deverá passar de 31,8 milhões em 2021/2022 para 40,2 milhões de toneladas nos próximos 10 anos, em uma área plantada de, 10,3 milhões de hectares em 2031/32.
MAPA
INTERNACiONAL
EUA produzirão menos carne
A produção de carne bovina nos Estados Unidos deve diminuir de 400 mil a 500 mil toneladas por ano até 2026, projeta o Rabobank. O movimento decorre da menor oferta de gado no país, após quatro anos de forte ritmo de abate e retenções mínimas de fêmeas
Caso as projeções se confirmem, analistas do banco holandês acreditam que as importações americanas da proteína podem quebrar o recorde de 2004, quando os americanos compraram 2,4 milhões de toneladas do exterior. “As importações de carne bovina pelos EUA têm sido discretamente fortes nos últimos anos, mesmo com o abate de vacas e bois maiores”, comentam os especialistas, em relatório com perspectivas para o mercado global. Com ofertas limitadas, México, Canadá, Austrália e Nova Zelândia — os quatro maiores fornecedores de carne bovina para o mercado americano — não devem se beneficiar muito. O Rabobank também não acredita que a Europa vá ganhar muita relevância nesse contexto, porque sua produção também deve diminuir 0,5% por ano até 2025. “Resta assim a América do Sul, que tem volume disponível, mas carece do acesso comercial necessário para preencher a lacuna considerável na produção dos EUA”, pontuam analistas, que preveem um aumento da produção brasileira e um recuo na argentina. “Juntos, esses dois grandes exportadores sul-americanos não aumentarão a produção suficiente para compensar a queda nos EUA, mesmo que os acordos comerciais sejam alterados para aumentar os volumes exportáveis”. O banco diz que os consumidores americanos terão que pagar a mais para garantir carne nos próximos anos, o que pode criar um cenário de valorização global para os preços da proteína, com redistribuição do comércio global.
VALOR ECONÔMICO
EUA abateram 765 mil vacas de corte e novilhas de janeiro a outubro/22
Com base no quadro de abates deste ano, plantel de fêmeas do país da América do Norte pode atingir o menor patamar desde os anos de 1985-86
No acumulado de janeiro a outubro de 2022, o abate de vacas de corte e de novilhas avançou 13% nos Estados Unidos, na comparação em igual período do ano passado, atingindo 765.000 cabeças enviadas aos ganchos das unidades frigoríficas do país, informou o economista Josh Maples, professor da Universidade Estadual do Mississippi (EUA), em artigo publicado pelo portal norte-americano beefmagazine.com. Considerando o cenário registrado até outubro/22, a proporção de vacas de corte e novilhas abatidas seria de 47% em relação ao rebanho total de bovinos dos EUA, relata Maples. “Com base nesta análise, isso sugeriria um declínio no número de vacas de corte em torno de 4% a 5% durante 2022, que resultaria nos menores patamares desde 1985-86”, calcula o professor, que, diante da menor oferta de animais, prevê preços mais fortes para o gado norte-americano.
beefmagazine.com
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Em alta, vendas do Paraná para o exterior superam resultado de 2021
De janeiro a outubro, as exportações de produtos cresceram 18% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. O saldo da balança comercial paranaense ficou negativa em outubro, em US$ 104 milhões, diferente do resultado nacional, que foi superavitário em US$ 3,917 bilhões.
As exportações paranaenses mantiveram o ritmo de crescimento e, em outubro, somaram US$ 1,985 bilhão em mercadorias, valor 34% acima do registrado no mesmo mês de 2021. Já as importações atingiram os US$ 2,089 bilhões, superando em 45% o resultado divulgado em outubro do ano passado. Com esta diferença, o saldo da balança comercial paranaense ficou negativa em outubro, em US$ 104 milhões, diferente do resultado nacional, que foi superavitário em US$ 3,917 bilhões. No acumulado de janeiro a outubro, o saldo da balança comercial do estado registra déficit de US$ -267 milhões, em virtude da diferença de valores entre o que o estado vendeu este ano para fora (US$ 18,821 bilhões) e o que comprou para uso na fabricação de produtos (US$ 19,088 bilhões). Mesmo assim, as exportações paranaenses acumulam expressiva alta de 18%, em valores, no resultado acumulado desde janeiro. “Há alguns meses o resultado da atividade de comércio exterior paranaense se repete. Mas é mais um reflexo da inflação dos preços dos produtos no mercado internacional do que um real crescimento no volume de mercadorias”, justifica o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe. Os principais destinos das mercadorias vendidas pelo estado para fora do país, em outubro, foram China (US$ 225,5 MILHÕES), Argentina (US$ 163 milhões), Estados Unidos (US$ 160 milhões), Holanda (US$ 104 milhões) e México (US$ 98 milhões). Para estes locais foram 38% de tudo que o Paraná comercializou no mês. O restante seguiu para outros 166 países. No ano, as vendas para o mercado chinês, principal cliente paranaense, somam US$ 3,3 bilhões, embora estejam caindo quase 28% na comparação com o que foi registrado no mesmo intervalo do ano passado. Já para os norte-americanos, as vendas estão crescendo 21% de janeiro a outubro, totalizando US$ 1,5 bilhão. Melhor ainda é o resultado das exportações para a Argentina, que até o momento crescem 57%, em US$ 1,2 bilhão. México também em alta, de 46%, soma US$ 667 milhões. E, por fim, a Holanda, com US$ 607 milhões, supera em 26% o resultado de 2021. Os principais fornecedores de insumos para a indústria estadual em outubro foram a China (27%), Estados Unidos (10%), Emirados Árabes Unidos (9,7%), Holanda (5,9%) e Índia (5,1%). Destes cinco países, o Paraná comprou 58% de tudo que importou no mês. Outros 42% vieram de outros 100 destinos. De janeiro a outubro, a China já vendeu ao estado cerca de US$ 5 bilhões em produtos (alta de 58%). Na sequência vêm Estados Unidos (US$ 2,4 bilhões e alta de 63%), Argentina (US$ 807 milhões, com queda de 12%), Paraguai (US$ 799 milhões e 12%) e Alemanha (781 milhões e alta de 3,2%). Em outubro, a soja continuou sendo o carro-chefe da pauta de exportações paranaenses, representando 20% do total. Em seguida vêm carnes (18%), material de transportes (12%), madeira (6%) e açúcares e produtos de confeitaria (5%). Juntos, estes cinco itens representam 62% das exportações estaduais. Já nas importações mensais, produtos químicos lideraram os pedidos (29%). Na sequência, aparecem petróleo (22%), material de transporte (11%), produtos mecânicos (8%) e materiais elétricos e eletrônicos (6%). Estes cinco itens respondem por 76% das compras totais do mês. Este ano, três dos cinco principais produtos vendidos pelo Paraná para fora do país são ligados à atividade agroindustrial. A soja representa 28% do total exportado pelo estado. Depois seguem carnes (18%), madeira (8,3%), material de transporte (8,2%), açúcares (4,3%) e papel e celulose (4%). Já entre as compras do ano, 38% correspondem a produtos químicos. Seguem a lista petróleo (14%), material de transporte (10%), produtos mecânicos (8,4%) e materiais elétricos e eletrônicos (7,5%).
FIEP
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha em queda na sexta, mas termina semana com alta de 0,73
Embora a incerteza sobre a sustentabilidade das contas públicas no longo prazo ainda pese no sentimento dos agentes financeiros, o mercado de câmbio doméstico teve um pregão de alívio, mas ainda carregado de volatilidade
A moeda se manteve em baixa, no momento em que os investidores ajustam posições e se atentam a notícias relacionadas à PEC da Transição. No fim do pregão da sexta-feira, o dólar era negociado a R$ 5,3737 no mercado à vista, em queda de 0,50%. Na semana, porém, a moeda americana registrou alta de 0,73%, após ter encostado em R$ 5,53 no pregão de ontem. Já o euro fechou a sexta-feira com um recuo de 0,78%, a R$ 5,5517. Ao longo da semana, a movimentação no posicionamento dos agentes financeiros foi relevante. Dados da B3 sobre a posição em dólar futuro, cupom cambial (DDI) e minidólar apontam que, entre segunda e quinta-feira, o investidor institucional local reduziu posição vendida em dólar em US% 1,511 bilhão, enquanto o investidor estrangeiro aumentou posição comprada na moeda americana em US$ 4,375 bilhões. “Os players de alta frequência (principalmente os fundos locais e os hedges funds globais) têm sido os principais responsáveis pela volatilidade do real”, observa o profissional da tesouraria de um grande banco. Ele aponta que, dado o posicionamento atual, o nível técnico do mercado de câmbio “melhorou enormemente”, já que ninguém tem uma exposição real ao Brasil. Assim, de acordo com ele, “qualquer notícia positiva seria um catalisador para uma valorização do real, dado o quanto de pessimismo já está precificado nos ativos”. Assim, o mercado de câmbio tentou embarcar em um momento um pouco mais positivo, proporcionado, também, por declarações dadas pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). O ex-governador indicou, ainda, que é preciso discutir e ter uma regra fiscal “que deva levar em consideração os gastos do governo, a curva da dívida, o resultado primário, uma combinação de tudo isso”, o que repercutiu positivamente entre os agentes.
VALOR ECONÔMICO
Ibovespa cai 3,05% na semana com commodities e fiscal no radar
Vale e Petrobras puxaram as quedas do dia, com aumento de casos de Covid na China
O Ibovespa fechou a sessão da sexta-feira e a semana em queda (-3,05%), ainda refletindo as incertezas fiscais. A fraqueza das ações ligadas às commodities, as mais representativas do índice, também impactou a performance diária, impedindo que o viés de correção visto nos primeiros negócios persistisse. Após ajustes, o referencial local registrou perdas de 0,76%, aos 108.870 pontos. O volume financeiro negociado na sessão foi de R$ 27,09 bilhões no Ibovespa e R$ 33,28 bilhões na B3, em sessão de vencimento de opções sobre ações. Em Nova York, o S&P 500 avançou 0,48%, aos 3.965 pontos, Dow Jones registrou alta de 0,59%, aos 33.745 pontos e Nasdaq oscilou positivamente em 0,01%, aos 11.146 pontos. Após uma abertura melhor do que dias anteriores com as sinalizações de comprometimento com a responsabilidade fiscal do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, a bolsa passou a cair com sinalizações consideradas duras do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre o tema. "Tudo o que eu posso dizer é que o fiscal é um fator para o BC. Se a convergência que planejamos não estiver acontecendo, precisaremos agir." Rumores sobre quem será o próximo ministro da Fazenda também pesaram. O colunista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, apontou que entre os integrantes da comitiva do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na COP 27, a sensação é de que Fernando Haddad será o novo ministro da Fazenda. Na sessão, ações sensíveis à curva de juros voltaram a recuar: Na ponta negativa, Vale ON recuou 2,73%, Usiminas PNA -4,17%, CSN ON -3,56% e Petrobras ON e PN recuaram 1,84% e 1,69%, respectivamente, após notícia de aumento dos casos de covid-19 na China. De acordo com a Comissão Nacional de Saúde, o país registrou mais de 24 mil novos casos de covid-19 nesta sexta-feira, um número próximo ao registrado durante o período de mais de dois meses de lockdown na cidade de Xangai. O novo surto ocorre uma semana depois de Pequim anunciar o relaxamento das medidas da política de covid zero. Economistas têm questionado a capacidade da China de entregar o crescimento contratado em 2022 e 2023, justamente por conta das políticas de restrição".
VALOR ECONÔMICO
Indústria tem desempenho negativo em outubro, diz CNI
O desempenho da indústria foi negativo na passagem de setembro para outubro, com queda da atividade, do emprego e da utilização da capacidade instalada. Os dados são da pesquisa Sondagem Industrial, divulgada em Brasília, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
É o segundo recuo consecutivo na produção industrial. O índice de evolução da produção manteve-se abaixo dos 50 pontos, ao cair de 49 pontos para 48,5 pontos. Valores acima da linha divisória de 50 pontos indicam aumento da produção industrial e abaixo da linha de corte, queda. “É a primeira queda na produção industrial para um mês de outubro desde 2016”, informou a CNI. O emprego do setor industrial também caiu após cinco meses consecutivos de crescimento. O índice de evolução do emprego passou de 51,4 pontos para 49,6 pontos indicando corte. É a primeira queda do emprego industrial para um mês de outubro desde 2019. Da mesma forma, o índice de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) registrou o segundo recuo consecutivo e encerrou outubro em 71%. Nos últimos dois meses, a UCI acumula queda de dois pontos percentuais. Segundo a CNI, todas as expectativas do setor industrial em novembro “recuaram fortemente”. “É a primeira vez em mais de dois anos que há expectativa de recuo no emprego industrial e nas exportações para os próximos seis meses”, explicou a entidade. “Há ainda menos otimismo em relação à compra de matérias-primas e ao nível de demanda”, disse. O índice de evolução do nível de estoques aumentou para 51,5 pontos em outubro. Acima da linha divisória de 50 pontos, o índice aponta aumento dos estoques em relação a setembro. O índice de estoque efetivo em relação ao planejado se afastou da linha divisória dos 50 pontos, subindo de 50,9 pontos para 52,4 pontos entre setembro e outubro. A CNI explicou, também, que o resultado coloca os estoques do setor industrial no maior nível acima do planejado desde julho de 2019, “com indicativo de frustração dos empresários com o nível de consumo”. Para a entidade, as expectativas dos empresários já estão contaminadas com a demanda inferior à produção, que já estão em um cenário de queda da atividade. O índice de intenção de investimento caiu 3,9 pontos, para 53,5 pontos. É o menor nível desde agosto de 2020. A CNI consultou 1.757 empresas entre 1º e 10 de novembro, sendo 703 empresas de pequeno porte, 615 médias e 439 grandes empresas.
CNI
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