Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 250 |08 de novembro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: semana abre com queda de R$ 2/@ no preço da arroba em São Paulo
Depois da paradeira nos negócios na última semana, na segunda-feira, o preço do boi gordo amanheceu em queda de R$ 2/@ nas praças do interior de São Paulo, enquanto as cotações das fêmeas (vacas e novilhas terminadas) ficaram estáveis, informou a Scot Consultoria
O valor do boi gordo “comum” agora é R$ 273/@ no mercado paulista (a prazo, preço bruto), ante o valor de R$ 275/@ da última sexta-feira. A vaca gorda é negociada por R$ 260/@ e a novilha gorda segue cotada em R$ 269/@ (preços brutos e a prazo). O “boi-China” continua valendo R$ 280/@ (preço bruto e a prazo), acrescentou a Scot. No atacado de carne bovina com osso, diz a consultoria, as paralisações nas estradas brasileiras dificultaram o escoamento de carne na semana passada, proporcionando desabastecimentos pontuais em diversas regiões do País. “Com isso, a demanda na primeira semana de novembro veio ainda mais firme, refletindo em altas de preços no atacado”, relata a Scot. Em São Paulo, o preço da carcaça de bovinos castrados teve alta de 5% no comparativo semanal, negociada a R$ 19/kg, enquanto a cotação de bovinos inteiros teve incremento de 5,6%, precificada em R$ 18,54/kg, informa a Scot. Segundo apuração da IHS Markit, o mercado físico do boi gordo abriu a segunda semana de novembro com fraca movimentação de negócios e cotações pressionadas. De acordo com a IHS, as escalas de abate das indústrias brasileiras avançam sem maiores dificuldades, já que os poucos lotes que surgem no mercado spot são suficientes para atender minimamente as programações de abate entre as plantas frigoríficas. Entre as principais praças pecuárias pesquisadas pela IHS, a consultoria destaca o movimento desta segunda-feira nos balcões de negócios de São Paulo, marcado pela ausência de compradores e, consequentemente, pela queda nos preços da arroba. “No interior paulista, as indústrias frigoríficas operam com escalas de abate que atendem pouco mais de uma semana”, informa a IHS. Mato Grosso do Sul e Pará são outros Estados onde as programações de abate também estão mais confortáveis, e chegam a mais de sete dias, acrescenta a consultoria. Na B3, destaque para recuperação nas altas dos preços dos contratos futuros para os vencimentos ainda em 2022. Também pelo levantamento da IHS, no mercado atacadista, os preços de alguns dos principais cortes bovinos (ponta de agulha, quarto de dianteiro e carcaça casada de vaca e boi) registraram alta nesta segunda-feira. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 276/@ (à vista) vaca a R$ 256/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 276/@ (prazo) vaca a R$ 263/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 261/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 261/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 240/@ (prazo) vaca a R$ 230/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 238/@ (prazo) vaca a R$ 228/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 240/@ (à vista) vaca a R$ 230/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 240/@ (à vista) vaca a R$ 230/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca R$ 246/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 267/@ (à vista) vaca a R$ 248/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca a R$ 246/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca a R$ 256/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 258/@ (prazo)vaca a R$ 250/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 256/@ (à vista) vaca a R$ 248/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 240/@ (à vista) vaca a R$ 225/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 259/@ (à vista) vaca a R$ 241/@ (à vista)
PORTAL DBO
Receita das exportações de carne bovina cresceu 126% em outubro
Foram US$ 1,2 bilhão no mês, segundo a Abrafrigo; volume aumentou 116%
As exportações de carne bovina do país somaram 234 mil toneladas e renderam US$ 1,225 bilhão em outubro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Em relação ao mesmo mês de 2021, o volume cresceu 116% e a receita foi 126% maior. Em parte, informou a entidade, o forte aumento observado deriva da baixa base de comparação, já que, em outubro do ano passado, os embarques para a China, principal destino da carne bovina do Brasil, estavam suspensos em razão da descoberta de casos atípicos de “vaca louca” em Minas Gerais e Mato Grosso. De janeiro a outubro, as exportações alcançaram 1,985 milhão de toneladas, com alta de 23% ante igual intervalo de 2021. A receita registrou incremento de 42% na comparação, para US$ 11,37 bilhões, com destaque para o avanço dos preços dos cortes vendidos — que começaram a recuar desde junho. Nos dez primeiros meses do ano, os embarques à China chegaram a 1,054 milhão de toneladas, 46% mais que um ano antes, e o valor dos embarques subiu 80,2%, para US$ 6,981 bilhões. Para Hong Kong, foram 82,4 mil toneladas, ou US$ 290,3 milhões. Segundo principal destino das exportações, os EUA compraram 158,5 mil toneladas, ou US$ 819,4 milhões — incrementos de 65,4% e 19,9%, respectivamente. Em seguida aparece o Egito, com importações de 90,3 mil toneladas, ou US$ 344,2 milhões (aumentos de 76,7% e 70,7%).
VALOR ECONÔMICO
SUÍNOS
Suínos: alta para a carcaça especial em SP
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 130,00/R$ 135,00, enquanto a carcaça especial subiu 2,02%/0,96%, valendo R$ 10,10/R$ 10,50 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (4), houve aumento apenas em Santa Catarina, na ordem de 0,46%, chegando em R$ 6,49/kg. Foi registrado queda de 0,15% no Rio Grande do Sul, atingindo R$ 6,68/kg, e de 0,13% em São Paulo, alcançando R$ 7,42/kg. As cotações ficaram estáveis em Minas Gerais e no Paraná, com o animal valendo, respectivamente, R$ 7,26/kg e R$ 6,56/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Altas para o mercado do frango na segunda-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,50/kg, enquanto o frango no atacado valorizou 0,96%, valendo em R$ 7,37/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço ficou inalterado, custando R$ 4,20/kg, assim como no Paraná, cotado em R$ 5,17/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (4), tanto a ave congelada quanto a resfriada tiveram avanço de 0,25%, fechando, ambas, em R$ 7,97/kg.
Cepea/Esalq
Hungria relata gripe aviária H5N1 em duas fazendas de gansos
A Hungria relatou um surto do vírus da gripe aviária H5N1 altamente patogênico em duas fazendas de gansos, disse o Escritório Nacional de Segurança da Cadeia Alimentar (Nebih) nesta sexta-feira. O surto no condado de Bacs-Kiskun levou ao abate de mais de 1.200 gansos nas fazendas onde o vírus foi detectado.
REUTERS
EMPRESA
Lucro líquido da Frigol cresceu 47,5% no 3º trimestre
Resultado da empresa alcançou R$ 32,2 milhões no período
A Frigol, quarto maior frigorífico de carne bovina do país, atrás de JBS, Marfrig e Minerva, informou que encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 32,2 milhões, 47,5% mais que no mesmo período do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização cresceu 21,2% na comparação, para R$ 66,5 milhões (margem Ebitda de 7%), e a receita bruta aumentou 13,5%, para R$ 987,4 milhões. “Com disciplina financeira, mantivemos a alavancagem [relação entre dívida líquida e Ebitda] em 1,0 x, mais que duplicando o caixa da empresa, que encerrou o terceiro trimestre em R$ 242,9 milhões”, afirma Eduardo Masson, CFO da Frigol, em nota. O fluxo de caixa operacional no terceiro trimestre foi de R$ 58,2 milhões. Na mesma nota, Eduardo Miron, CEO da companhia, destacou que as exportações continuaram em alta e representaram 57% das vendas totais de julho a setembro. Nos primeiros nove meses do ano, o lucro líquido acumulado alcançou R$ 155,4 milhões, 3,5 vezes maior que em igual intervalo de 2021. O Ebitda registrou incremento de 123,8%, para R$ 245,3 milhões, e o faturamento atingiu o recorde de R$ 3 bilhões, com avanço de 27,6% ante o mesmo período do ano passado. Na nota sobre os resultados, a Frigol realçou, também, que captou R$ 110,6 milhões com a emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) neste início de novembro. Foi a segunda operação de longo prazo da empresa no mercado de capitais. Coordenada pelo Banco Safra e ancorada pelo Kinea, a emissão tem vencimento em seis anos e juros de CDI + 5,75% ao ano. Os recursos serão usados no alongamento do perfil da dívida. “Este ano tem sido marcado pela revisão da estrutura de capital da Frigol. Com os recursos captados tanto nesta emissão quanto na realizada no primeiro semestre, entregamos um novo perfil de endividamento, com prazo médio das dívidas se aproximando de dois anos e alavancagem em 1 x”, disse Masson.
Valor econômico
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
VBP do Setor agropecuário do Paraná alcançou os maiores patamares da história nos últimos anos
Em 2021, o Valor Bruto da Produção totalizou R$ 180,6 bilhões, maior da história. Os dados são do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, e leva em conta a produção agrícola, pecuária e florestal do Estado.
O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do Paraná atingiu, em 2021, o maior patamar de sua história, totalizando R$ 180,6 bilhões. Com um avanço médio de 5% ao ano desde 2012, o crescimento da produção agropecuária paranaense cresceu ainda mais 2018 e 2021, com 9% no período. Em valores nominais, que desconsideram os índices de inflação, a taxa média de avanço foi de 26% por ano. Mesmo com a estiagem que derrubou a safra paranaense nos últimos dois anos, o VBP paranaense avança continuamente ao longo dos anos. Para a coordenadora da Divisão de Estatísticas Básicas do Deral, Larissa Nahirny Alves, a quebra na safra foi compensada pela valorização dos preços, que se iniciou em 2020 e foi intensificada ao longo de 2021. “A expansão do faturamento permitiu mais um resultado recorde no faturamento da produção paranaense, com o mercado de commodities sendo bastante influenciado pelas variações cambiais”, explica. Em valores reais, que inclui o cálculo da inflação, o maior crescimento aconteceu em 2020 – até então, o maior VBP registrado no Paraná. O aumento foi de 21% em relação ao ano anterior. Ele saltou de R$ 142,27 bilhões, em 2019, para R$ 172,5 bilhões em 2020. Entre 2018 e 2019 o avanço foi de 3%, passando de R$ 138 bilhões para R$ 142,2 bilhões. Em 2021, a produção agropecuária paranaense teve aumento de 4,6% ante 2020, alcançando o recorde de R$ 180,6 bilhões de VBP. Já em valores nominais, o VBP de 2021 (R$ 180,5 bilhões) foi 41% superior ao montante de 2020 (R$ 128,2 bilhões), que já tinha avançado 31% em relação ao ano anterior. Entre 2018 e 2019, o crescimento tinha sido de 9%, passando de R$ 89,8 bilhões para R$ 98 bilhões. Entre os setores do agronegócio, a pecuária paranaense foi a que mais cresceu no período, com avanço médio, em valores nominais, de 27% ao ano. Na comparação entre 2018 e 2021, o crescimento chega a 106%. A produção animal do Paraná atingiu VBP de R$ 41,9 bilhões em 2018, R$ 48,7 bilhões em 2019, R$ 63,6 bilhões em 2020 e R$ 86,7 bilhões em 2021. A agricultura, que no ano passado ficou à frente da agropecuária em valores nominais da produção, registrou crescimento médio anual de 26% no período. O VBP agrícola era de R$ 43,4 bilhões em 2018, passou para R$ 45 bilhões em 2019, R$ 60,3 bilhões em 2020 e R$ 87,6 bilhões em 2021. Já o setor florestal cresceu, em média, 12% por ano entre 2018 e 2021, com pequenas quedas na produção em 2019 e 2020, mas que foram compensadas no resultado de 2021. O VBP florestal foi de R$ 4,42 bilhões em 2018, R$ 4,39 bilhões em 2019, R$ 4,27 bilhões em 2020 e R$ 6,2 bilhões em 2021. Principal cultura agrícola do Paraná, a soja responde por 28% de todo o VBP paranaense e apresentou uma taxa média de crescimento de 14% no período. O valor real da produção do grão passou de R$ 34,3 bilhões em 2018 para R$ 51,1 bilhões em 2021. Na comparação entre esses dois anos, o avanço foi de quase 50%. A produção que mais cresceu no período, porém, foi a cevada, com aumento médio de 27% ao ano e crescimento real de 103% em 2021 em relação a 2018. O Paraná é o principal produtor nacional do grão e vê as áreas destinadas para a cultura crescendo, graças a novos investimentos de cervejarias e maltarias já confirmados no Estado. Na pecuária, o destaque foi para o frango, cuja produção nacional também é liderada pelo Paraná. Com avanço médio de 14% ao ano desde 2018, a produção avícola somou um VBP real de R$ 33,1 bilhões em 2021, contra R$ 22,2 bilhões em 2018. Na comparação entre os dois anos, o aumento foi de 49%.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
Plantio de soja volta à normalidade; safra deve alcançar 21 milhões de toneladas, diz Deral
As chuvas reduziram de intensidade e o plantio de soja está praticamente normalizado e dentro do planejamento dos produtores, o que renova a expectativa de que a safra de soja alcance 21,5 milhões de toneladas
Essa informação, assim como do desenvolvimento de outras culturas do Estado, está no Boletim de Conjuntura Agropecuária, publicado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, referente à semana de 28 de outubro a 4 de novembro. O plantio de soja no Paraná está liberado desde 10 de setembro, quando terminou o vazio sanitário, período iniciado em 10 de junho, em que é proibida a manutenção de qualquer planta viva de soja na lavoura. O objetivo é evitar que doenças e pragas fiquem incubadas para a safra seguinte. Com os últimos sete dias oferecendo clima favorável, os produtores conseguiram plantar mais de 1,3 milhão de hectares, atingindo 67% da área estimada de 5,7 milhões de hectares. No campo, 37% da área está em germinação e 63% na fase de desenvolvimento vegetativo. As condições são boas para 95% das lavouras, com 4%, medianas, e 1%, ruins. O plantio da primeira safra de milho também caminha para a reta final. Dos 400 mil hectares previstos, já estão semeados 364 mil hectares, ou 91% da área. As condições gerais da lavoura são boas para 86% da área, enquanto 13% estão em situação mediana e 1%, ruim. A expectativa é de produzir 3,9 milhões de toneladas. O boletim do Deral aponta também o desempenho do preço do trigo que, em outubro, foi 1% maior que no mês anterior, passando de R$ 93,31 para R$ 94,07 a saca. A valorização aconteceu sobretudo no final do mês. Segundo a análise, esse aumento é reflexo dos registros de perda de qualidade e produtividade do que já foi colhido no Paraná, o que gerou descontos ao produtor em relação ao valor do trigo “tipo 1- pão”. Os oito primeiros meses do ano foram bons para a avicultura. A exportação brasileira de carne de frango cresceu 6,9% em volume, alcançando 3,1 milhões de toneladas, e 31,2% em faturamento, com US$ 6,3 bilhões. No Paraná, maior exportador nacional, o crescimento no volume foi de 7,9%, com 1,3 milhão de toneladas, e de 41,9% no faturamento, chegando a US$ 2,5 bilhões. Para a arroba bovina, o ano tem sido de queda nas cotações. No Paraná, o boi gordo está a R$ 278,83. A oferta de animais para terminação se mantém sólida, enquanto a demanda pelo produto diminui, o que resulta em queda no preço para o produtor. No varejo, as maiores variações em outubro foram da alcatra sem osso, com queda de 3,90%, e a paleta com osso, que baixou 4,14%.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar sobe mais de 2% e supera R$5,17
A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 2,39%, a 5,1733 reais na venda, maior valorização percentual diária desde 24 de outubro (+2,94%) e patamar de encerramento mais alto desde 28 de outubro (5,3023), pregão que antecedeu o segundo turno das eleições
À medida que o próximo chefe da pasta econômica brasileira segue indefinido, crescem os temores de que o Ministério da Fazenda acabe sendo liderado por alguém mais à esquerda e que poderia ser inclinado a uma maior flexibilidade das regras fiscais do país. Os ganhos desta segunda-feira vieram depois de, na sessão anterior, na sexta, a moeda norte-americana spot ter perdido 1,36%, a 5,0524 reais, menor patamar para encerramento desde 29 de agosto (5,0330). No acumulado da semana passada, período que sucedeu a vitória eleitoral de Lula, o dólar despencou 4,71%, maior queda semanal desde o período findo em 29 de julho (-5,91%). "Logo após as eleições, (o dólar) apontou uma tendência de queda após uma sinalização de uma transição um pouco mais tranquila. A alta do dólar no mercado doméstico destoou do clima no exterior, onde a moeda norte-americana caía 0,9% contra uma cesta de seis pares fortes nesta tarde. Nesta semana, investidores ficarão atentos à divulgação de dados de inflação norte-americanos e falas de dirigentes do Federal Reserve, que podem oferecer pistas sobre as próximas decisões de política monetária do banco central dos Estados Unidos. O BTG Pactual disse em relatório de segunda-feira que ainda vê "suporte para um dólar global forte" depois de indicações recentes do Fed de que pode elevar os juros a patamar mais alto do que se pensava anteriormente e mantê-los assim por mais tempo. O foco também fica sobre as eleições de meio de mandato nos EUA, que acontecerão na terça-feira. Um resultado muito dividido entre republicanos e democratas seria visto, num geral, como positivo para ativos arriscados.
REUTERS
Ibovespa cai mais de 2%
O Ibovespa fechou em queda na segunda-feira, abrindo espaço para realização de lucros, após uma semana positiva, endossada principalmente por compras de estrangeiros
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 2,38%, a 115.342,40 pontos. O volume financeiro da sessão somou 32 bilhões de reais. Informações de que Persio Arida e André Lara Resende, economistas que ajudaram a desenhar o Plano Real, foram convidados a fazer parte da equipe de transição agradaram, mas não foram suficientes para motivar novas compras de ações. Lula reuniu-se com a equipe de transição em São Paulo nesta segunda-feira, mas nenhuma definição foi divulgada, mantendo o cenário fértil para especulações. Na semana passada, a equipe do presidente eleito propôs criar uma exceção ao teto de gastos e adequar o Orçamento do ano que vem para o próximo governo a fim de contemplar promessas de Lula. A equipe ainda estuda como equacionar o pagamento de 600 reais do Auxílio Brasil em 2023 - se por medida provisória ou Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Na visão de Marco Ribeiro Noernberg, sócio e chefe de renda variável na Manchester Investimentos, traz desconforto o governo ainda não ter uma equipe econômica formada - e anunciada - e já estar trabalhando com medidas com efeito fiscal negativo. Na semana passada, a bolsa paulista se beneficiou do otimismo do investidor estrangeiro, com o saldo de capital externo nos três pregões após o resultado da eleição positivo em 2,9 bilhões de reais. De acordo com o superintendente da Necton/BTG Pactual, Marco Tulli, o mercado tem focado muito nos capítulos da sucessão presidencial, com atenção especial também para a Petrobras e potenciais impactos nos dividendos da empresa. Apesar do fluxo externo, ele observou que o investidor local não quer se expor.
REUTERS
Poupança tem saque líquido de R$11 bi em outubro, recorde para o mês
A caderneta de poupança registrou saque líquido de 11,007 bilhões de reais em outubro, valor recorde para o mês, em um cenário de juros elevados que reduz a competitividade da aplicação frente a outros investimentos, mostraram dados do Banco Central na segunda-feira
O volume de retiradas foi maior do que o resultado negativo de 7,430 bilhões de reais no mesmo mês de 2021. O rombo foi registrado mesmo diante dos pagamentos pelo governo federal de benefícios sociais turbinados neste ano eleitoral. Repasses como o adicional do Auxílio Brasil, o complemento do Auxílio Gás e benefícios a caminhoneiros e taxistas foram iniciados em agosto. Do total do mês, os saques superaram os depósitos no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) no valor de 9,426 bilhões de reais. Já na poupança rural, as saídas líquidas foram de 1,580 bilhão de reais. Com o resultado, a caderneta de poupança acumula um saque líquido de 102,077 bilhões de reais entre janeiro e outubro deste ano, recorde da série. Em todo ao ano de 2021, o dado ficou negativo em 35,497 bilhões de reais.
REUTERS
Em primeiras projeções após eleição, mercado vê mais inflação este ano e mais crescimento em 2023
Analistas consultados pelo Banco Central elevaram levemente as estimativas para a inflação neste ano e para o crescimento do PIB em 2023, nas primeiras projeções econômicas depois da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência
O BC divulgou na segunda-feira seu relatório Focus, fechado na sexta-feira, dia 4 de novembro, depois da decisão em segundo turno. Após derrotar o candidato à reeleição Jair Bolsonaro, Lula voltará à Presidência pela terceira vez. O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para o avanço do IPCA em 2022 subiu 0,02 ponto percentual, a 5,63%, na segunda semana de alta seguida. Para 2023 e 2024 seguem as perspectivas de aumentos de 4,94% e 3,50% dos preços, respectivamente. O centro da meta oficial para a inflação em 2022 é de 3,50%, para 2023 é de 3,25% e para 2024 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento deste ano segue em 2,76%, mas para o próximo melhorou a 0,70%, de 0,64% antes. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a taxa básica de juros deve encerrar este ano nos atuais 13,75, e 2023 em 11,25%, sem alterações.
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Indicador antecedente de emprego da FGV cai em outubro e indica cautela com economia
O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil caiu em outubro e foi ao menor nível em seis meses, indicando que a desaceleração da economia já estaria influenciando as expectativas, de acordo com os dados divulgados na segunda-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, teve queda de 4,0 pontos e foi a 79,8 pontos, menor nível desde abril deste ano (79,5 pontos). "Além da queda significativa, o resultado também foi bastante disseminado entre os subíndices, sugerindo uma reversão da tendência", disse em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre. "A desaceleração da economia parece já entrar no radar e influenciar as expectativas sobre o mercado de trabalho nos próximos meses. Não é possível descartar novas quedas nos próximos resultados dado que o cenário macroeconômico ainda é desafiador e a recuperação econômica tende a perder força na virada para 2023”, completou. De acordo com a FGV, em outubro 6 dos 7 componentes do IAEmp contribuíram para o resultado do indicador. Os destaques foram os indicadores de Tendência dos Negócios, Emprego Previsto e Situação Atual dos Negócios da Indústria. Somente o indicador de Emprego Previsto de Serviços foi positivo. O Brasil encerrou o terceiro trimestre com a menor taxa de desemprego em mais de sete anos, de 8,7%. Ainda que o mercado de trabalho esteja dando seguimento à recuperação com aumento da ocupação com carteira assinada, a informalidade ainda é marcante.
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