Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 248 |04 de novembro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: mercado em compasso de espera, pouca movimentação
A quinta-feira foi de morosidade no mercado brasileiro do boi gordo, com negócios esparsos e manutenção nas condições de preços físicos da arroba, informou a IHS Markit, consultoria que acompanha diariamente o setor pecuário
Segundo apurou a Scot Consultoria, as paralisações em algumas estradas brasileiras – promovidas por manifestantes – contribuíram para o cenário de poucos negócios no mercado do boi gordo. Nas praças do interior de São Paulo, o preço do boi gordo seguiu estável, ainda valendo R$ 275/@, enquanto a vaca e a novilha gordas seguem cotadas em R$ 260/@ e R$ 269/@, respectivamente (preço brutos e a prazo), relatou a Scot Consultoria. Bovinos destinados à exportação foram cotados em R$ 280/@ no mercado paulista (preço bruto e a prazo), acrescentou a Scot. Na avaliação da IHS Markit, apesar da estabilidade observada na quinta-feira, os fundamentos do mercado ainda sugerem um ambiente de pressão baixista nos preços. “Indústrias permanecem com as programações de abate garantidas até pelo menos o final da primeira quinzena de novembro”, garante a IHS. Há relatos de unidades frigoríficas que já possuem escalas de abate para os primeiros dias de dezembro e, por isso, permanecem ausentes das compras de boiadas gordas, acrescenta a consultoria. “Entre algumas plantas industriais, há também rumores de unidades que estão reduzindo o abate diário, operando com cerca de 1/3 de sua capacidade estática, ou intercalando as atividades para três dias na semana”, relata a IHS. Paralelamente, a entrada de lotes de animais gordos oriundos do segundo giro de confinamento eleva o descompasso entre oferta e demanda de animais disponíveis para abate. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 276/@ (à vista) vaca a R$ 256/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 278/@ (prazo) vaca a R$ 263/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 261/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 243/@ (prazo) vaca a R$ 233/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 242/@ (prazo) vaca a R$ 232/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 246/@ (à vista) vaca a R$ 236/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 246/@ (à vista) vaca a R$ 236/@ (à vista) GO-Goiânia: boi a R$ 258/@ (prazo) vaca R$ 246/@ (prazo);
RS-Fronteira: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 249/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca a R$ 246/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca a R$ 256/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 258/@ (prazo) vaca a R$ 250/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 256/@ (à vista) vaca a R$ 248/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 240/@ (à vista) vaca a R$ 230/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 259/@ (à vista) vaca a R$ 241/@ (à vista).
PORTAL DBO
SUÍNOS
Suíno vivo registra queda na maior parte das praças
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 130,00/R$ 135,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 9,90/R$ 10,40 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (1), houve leve alta somente em Minas Gerais, na ordem de 0,14%, chegando a R$ 7,26/kg. Foram registradas quedas de 1,64% no Paraná, atingindo R$ 6,60/kg, baixa de 1,06% em Santa Catarina, alcançando R$ 6,51/kg, recuo de 0,53% em São Paulo, descendo para R$ 7,46/kg, e de 0,15% no Rio Grande do Sul, fechando em R$ 6,69/kg.
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: preços em queda. insegurança em relação à logística de comercialização
Os bloqueios em rodovias realizados após o resultado das eleições presidenciais são apontados como uma das razões para a queda dos preços, já que há incerteza sobre as dificuldades em escoar a produção
No estado do Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 27/10/2022 a 02/11/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 3,44%, fechando a semana em R$ 6,79/kg vivo. "Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente alta, podendo ser cotado a R$ 7,05/kg vivo", informa o Lapesui. Em São Paulo, o preço se manteve estável em R$ R$ 7,73/kg vivo, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). Segundo o presidente da entidade, Valdomiro Ferreira, se percebe uma melhora na logística do mercado entrando nos eixos. "Com a manutenção deste valor, o poder de troca em relação ao milho, uma arroba suína compra 1,7 saca do cereal, quando o ideal seria comprar 2,5 sacas". No mercado mineiro, o preço ficou estável em R$ 7,30/kg vivo, com acordo entre os frigoríficos e suinocultores, conforme dados da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo o Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi, o mercado está complicado devido aos bloqueios nas rodovias, que começaram a ser desfeitos. O valor do animal passou de R$ 6,91/kg vivo para R$ 6,76/kg vivo nesta semana.
AGROLINK
Suínos/Cepea: Média de out/22 fecha acima da de set/22
As altas nos preços do suíno vivo verificadas no começo de outubro garantiram que a média mensal fechasse acima da registrada em setembro
Isso porque, nas últimas semanas do mês, foram observados recuos nos valores do animal em grande parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. No começo de outubro, a demanda aquecida pela carne no mercado atacadista e a maior procura por lotes por parte de frigoríficos para fazer estoques para o final do ano levaram unidades de abate a aumentaram a busca por novos lotes. No entanto, a oferta de suínos com peso ideal para abate esteve reduzida, contexto que elevou os preços nas primeiras semanas do mês. Já as baixas no final do mês foram influenciadas pela menor procura de frigoríficos, devido às fracas vendas de carne do mercado atacadista e também ao feriado da quarta-feira, 2 (Dia de Finados), que acarreta um dia a menos de abate na semana.
Cepea
China liberará 10.000 toneladas de carne suína das reservas em 4 de novembro
A China liberará 10.000 toneladas de carne suína congelada de suas reservas estaduais em 4 de novembro, de acordo com um aviso do centro de gerenciamento de reservas na quarta-feira. A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) disse anteriormente que visa melhorar ainda mais a oferta do mercado e estabilizar o preço.
REUTERS
FRANGOS
Alta para o frango no atacado paulista, a R$ 7,10/kg. No PR estabilidade
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,50/kg, enquanto o frango no atacado valorizou 0,71%, valendo em R$ 7,10/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço ficou inalterado, valendo R$ 4,20/kg, assim como no Paraná, com valor de R$ 5,26/kg.
Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (1), a ave congelada teve recuo de 0,50%, atingindo R$ 7,95/kg, e a resfriada cedeu 0,38%, fechando em R$ 7,95/kg.
Cepea/Esalq
Receita de exportações de carne de frango cresce 15% em outubro
No ano, resultado acumulado em volume é 5,1% maior
A receita das exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram US$ 822,6 milhões em outubro, informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número é 15% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, com US$ 715,2 milhões. O volume embarcado no décimo mês do ano alcançou 394 mil toneladas, desempenho 0,8% menor que o registrado em outubro de 2021, com 397,1 mil toneladas. No acumulado do ano, a receita das exportações de carne de frango alcançou US$ 8,195 bilhões, desempenho 29,3% maior que o registrado entre janeiro e outubro de 2021, com US$ 6,339 bilhões. Em volume, os embarques registrados nos dez primeiros meses de 2022 chegaram a 4,060 milhões de toneladas, volume 5,1% maior que o registrado no mesmo período do ano anterior, com 3,864 milhões de toneladas. Entre os principais destinos de exportações do ano (janeiro a outubro), destaque para os Emirados Árabes Unidos, com 377,3 mil toneladas (+22.9%), Filipinas, com 215 mil toneladas (+45,6%), União Europeia, com 202,1 mil toneladas (+23,8%) e Coreia do Sul, com 153,3 mil toneladas (+63,2%). “A média mensal das exportações de carne de frango se mantém acima das 400 mil toneladas, em linha com as projeções da ABPA para o ano. O desempenho positivo das receitas obtidas com as vendas internacionais aponta para um quadro de manutenção da demanda do mercado internacional pelo produto brasileiro”, avalia o Presidente da ABPA, Ricardo Santin.
ABPA
Protestos afetam 45% da capacidade de abates de aves e suínos no Brasil, diz fonte
A indústria de aves e suínos teve cerca de 45% da capacidade de abates afetada pelos protestos nas estradas do Brasil realizados desde domingo, estimou na quinta-feira uma fonte do setor.
Segundo o interlocutor, que falou à Reuters na condição de anonimato, os frigoríficos atingidos estão com os abates totalmente paralisados ou reduzidos, e o cenário mais crítico é visto no Estado de Santa Catarina. "Não pode abater se não tiver como dar condição de segurança sanitária para o produto, se não tiver como estocar, e as câmaras frias estavam todas em uso porque caminhões estavam indo para o porto e não voltavam", disse a fonte.
Apesar dos gargalos, as rodovias vêm sendo liberadas após um pedido de Bolsonaro. Atualmente, somente duas estradas estão totalmente bloqueadas, embora ainda haja interdições em cerca de 30 estradas, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal
REUTERS
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Acesso de caminhões ao porto de Paranaguá é liberado após 3 dias de protestos
O acesso de caminhões ao porto de Paranaguá foi desbloqueado no início da manhã de quinta-feira, após protestos que dificultaram a recepção desde o início da semana, disse autoridade portuária
Segundo a empresa pública Portos do Paraná, a principal via de acesso ao porto, a BR-277, foi desbloqueada por volta das 6h30 da quinta-feira, o que deve permitir o retorno do fluxo de cargas de soja, milho e farelo de soja. Com o fluxo liberado, a diretoria de operações dilatou o período das janelas de entrada no Pátio Público de Triagem --onde os veículos chegam para descarregar granéis sólidos vegetais-- para que nenhum caminhão perca o agendamento em virtude das paralisações. No período em que a via ficou bloqueada, da tarde de segunda-feira até esta madrugada, um total de 672 caminhões foram recebidos. Os dias de menores fluxos foram terça-feira (56 caminhões) e quarta-feira (45 caminhões). Na quinta, até as 9h, 242 veículos deram entrada no pátio. A autoridade portuária disse ainda que cerca de 1.200 caminhões já estão agendados para chegarem até esta quinta-feira. Nos próximos dias, os terminais estão realizando novos agendamentos de modo que o fluxo seja reorganizado. O pátio recebe os caminhões que chegam para descarregar granéis sólidos vegetais para exportação pelo Porto de Paranaguá – soja, milho e farelo de soja.
REUTERS
Paraná tem todas as rodovias desbloqueadas, após quatro dias de protestos
Passados quatro dias do início dos protestos ilegais que levaram ao bloqueio de rodovias federais e estaduais em todo o Brasil, o Paraná já não tem mais vias total ou parcialmente ocupadas por manifestantes na noite de quinta-feira (3)
O último ponto de retenção foi visto na BR-376, no km 645, sentido Santa Catarina, em Tijucas do Sul, e se referia a uma retenção preventiva, segundo a corporação, para evitar acidentes na serra, por conta de bloqueios em Garuva, em Santa Catarina, que foram debelados ao fim da tarde. Durante a ação da Polícia Militar do Paraná, 216 boletins de ocorrência foram registrados e 38 lideranças já foram identificadas. Foram emitidas 66 autuações de trânsito de veículos, sendo 15 autuados por resultarem no bloqueio de rodovias.
GAZETA DO POVO
Valor Bruto de Produção agropecuária do Paraná cresceu 5% ao ano entre 2012 e 2021, diz Deral
Em 2021, o valor alcançou R$ 180,6 bilhões, que é a soma de tudo o que foi produzido no segmento agropecuário, incluindo agricultura, pecuária e florestas. A análise está no documento Valor Bruto da Produção 2021, publicado na quinta-feira (03) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento O resultado do ano passado, em termos nominais, foi 41% superior ao montante de 2020, que tinha sido, até então, o maior já registrado. “Sob o ponto de vista climático, a estiagem prolongada e algumas geadas mais intensas reduziram a produtividade de culturas importantes, como a do feijão e a do milho”, disse a coordenadora da Divisão de Estatísticas Básicas, Larissa Nahirny Alves. “Em contraposição às perdas de produção, a valorização generalizada dos preços, que começou em 2020 e se intensificou ao longo de 2021, assegurou a expansão do faturamento e permitiu mais um resultado recorde”, acrescentou a técnica. Os dados das exportações do agronegócio paranaense evidenciam essa compensação dos preços: o volume em toneladas reduziu 14% (de 28,8 milhões em 2020, para 24,7 milhões em 2021), enquanto o valor aumentou no mesmo percentual (14%) e totalizou US$ 15,2 bilhões. O documento publicado pelo Deral mostra que, entre 2012 e 2021, a maior taxa de crescimento real médio foi observada na pecuária, com 6% ao ano. Ela saiu de R$ 50 bilhões para atingir R$ 87 bilhões no ano passado. A agricultura cresceu, em média, 4% ao ano, partindo de R$ 60 bilhões para atingir R$ 88 bilhões. Por outro lado, o setor florestal registrou redução média real de 2% ao ano. O VBP recuou de R$ 7,7 bilhões em 2012 para R$ 6,2 bilhões em 2021. Em termos de participação na composição do VBP, na safra 2020/21, que foi a base do levantamento atual, houve pouca variação em relação às médias: a agricultura foi o principal setor, com 49%, seguida da pecuária, com 48%, e dos produtos florestais, com 3%.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
Estado orienta consumidores sobre mudanças nas regras de comercialização de carne moída
A venda de carne moída por frigoríficos passou a ter uma nova regulamentação a partir do dia 1º de novembro e agora os estabelecimentos terão até um ano para se adaptar. Entre as regras atualizadas, a carne moída deverá ser embalada imediatamente após a moagem nas indústrias e nos frigoríficos, devendo cada pacote do produto ter peso máximo de 1 quilo
A matéria-prima para fabricação também deve ser submetida a processamento prévio de resfriamento ou congelamento. Outro ponto importante é que a porcentagem máxima de gordura do produto deverá ser informada no painel principal, próximo à denominação de venda. A medida é direcionada a estabelecimentos industriais produtores de carne moída que sejam registrados junto ao Serviço de Inspeção Federal (SIF), Serviço de Inspeção Estadual (SIE) ou Serviço de Inspeção Municipal (SIM). A regra não vale para empresas que vendem direto ao consumidor, como é o caso de açougues e supermercados. Cláudia Silvano, do Procon, destacou que os frigoríficos terão 365 dias para adequação. Portanto, as empresas ainda poderão produzir seguindo a regulamentação anterior durante este período, bem como poderão comercializar os produtos normalmente até o prazo de validade constante na embalagem. A partir de 1º de novembro de 2023, as empresas não poderão fazer diferente do que está no regulamento.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
ECONOMIA/INDICADORES
Todas as rodovias federais do país estão livres de bloqueios, diz PRF
Há 24 interdições em cinco estados
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou na noite de ontem (3), em suas redes sociais, que todas as rodovias federais estão livres de bloqueios. Ainda ocorrem interdições, que é quando o fluxo de veículos fica parcialmente impedido, em 24 rodovias. No final da manhã de ontem, esse número era 73 locais, sendo 60 interdições e 13 bloqueios, que é quando o fluxo fica totalmente impedido. As interdições ocorrem nos estados do Amazonas (2), do Mato Grosso (7), do Mato Grosso do Sul (1), do Pará (6) e de Rondônia (8). Segundo a PRF, até o momento, foram desfeitos 936 interdições ou bloqueios nas estradas federais.
AGÊNCIA BRASIL
Dólar tem pouca alteração com perspectiva de fluxo sob Lula e redução de bloqueios
O dólar fechou perto da estabilidade frente ao real na quinta-feira, contrariando a firme valorização da moeda norte-americana no exterior, com a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continuando a levantar a perspectiva de ingresso de investimentos estrangeiros no Brasil, enquanto a redução de bloqueios nas rodovias nacionais foi motivo de alívio para os mercados
A moeda norte-americana à vista teve variação positiva de 0,07%, a 5,1219 reais. Nos três pregões desde o resultado das eleições, o dólar acumula queda de 3,40% frente ao real. Na B3, às 17:07 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,30%, a 5,1535 reais. O descolamento do mercado de câmbio doméstico em relação ao exterior, onde a moeda norte-americana tinha alta forte e generalizada, foi atribuído por Anilson Moretti, chefe de câmbio da HCI Invest e planejador financeiro pela Planejar, a uma extensão de movimento de ingresso de recursos estrangeiros no Brasil após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A agenda do petista é vista como muito mais alinhada à governança ambiental, social e corporativa (ESG, na sigla em inglês) do que a do atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Moretti lembrou que a pauta ESG está em alta no momento e é determinante para decisões de investimento de várias empresas estrangeiras. A Nordea Asset Management, por exemplo, uma das 20 maiores gestoras de patrimônio do mundo, retirou títulos do Brasil de sua lista interna de restrições de investimento após promessas de Lula de proteger a floresta amazônica. Sob cenário de manutenção de ingresso de recursos estrangeiros, Moretti enxerga a possibilidade de o dólar voltar a ser negociado abaixo dos 5 reais no curto prazo, movimento que seria estimulado por uma transição tranquila entre governos. Nesse sentido, disse o especialista, colaborou para o clima benigno nos mercados domésticos na quinta-feira a redução de bloqueios em estradas do país, depois que Bolsonaro divulgou na quarta-feira vídeo pedindo a seus apoiadores que desobstruam as rodovias. Já Rodrigo Natali, estrategista-chefe da casa de análise Inv, disse que a resiliência do real na sessão refletiu, em parte, especulações sobre qual será o chefe da pasta econômica do próximo governo, com o mercado se atendo a esperanças de que Lula indicará um nome moderado e bem visto pelos mercados, como o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. "A gente ainda continua por um tempo mais focado nas notícias que vão mostrar quem são as pessoas que vão compor o governo, e daí você consegue fazer alguns cenários, de como vai ser o fiscal, as políticas econômicas", disse Natali. "Caso (Meirelles) seja confirmado, o dólar vai cair mais, o mercado gosta dele para caramba; caso não seja ele, o dólar pode subir." A equipe de transição do presidente eleito propôs nesta quinta a aprovação pelo Congresso de uma PEC para criar uma excepcionalidade ao teto de gastos e adequar o Orçamento do ano que vem para o próximo governo que assumirá em 1º de janeiro. O mercado já esperava que o próximo governo buscasse gastar além do permitido pelas regras fiscais vigentes. A definição sobre os valores embutidos na PEC vai ficar para a próxima semana, disse o Vice-Presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB).
REUTERS
Ibovespa reage e fecha quase estável com varejo em destaque
O Ibovespa fechou quase estável na quinta-feira, reagindo após uma abertura mais negativa, com ações de varejistas como Magazine Luiza entre os destaques de alta
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,03%, a 116.896,36 pontos. O volume financeiro somou 33,2 bilhões de reais. Na quarta-feira, o Federal Reserve elevou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual e sinalizou que futuros aumentos podem ser menores, mas que os juros podem acabar ficando acima do que as autoridades estimaram na reunião de setembro. Em Wall Street, o S&P 500 caiu 2,5% na véspera e nesta sessão manteve o viés de baixa, encerrando em baixa de cerca de 1%, com agentes financeiros analisando ainda uma série de dados econômicos. No Brasil, agentes financeiros acompanharam as primeiras movimentações da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto seguem na expectativa do anúncio da equipe ministerial, em particular do titular da Fazenda. Para Marco Ribeiro Noernberg, sócio e chefe de renda variável na Manchester Investimentos, parte do desempenho no pregão refletiu as discussões envolvendo uma PEC para garantir os gastos com auxílios nos próximos meses. A equipe de transição propôs na quinta a aprovação pelo Congresso de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para criar uma excepcionalidade ao teto de gastos e adequar o Orçamento do ano que vem para o próximo governo. Essa proposta, se aprovada, avalia Noernberg, significaria mais estímulos financeiros para as pessoas, o que tende a beneficiar as varejistas, que subiram forte na sessão e ajudaram o Ibovespa. As atitudes de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que pregam o desrespeito ao resultado das eleições e uma intervenção militar no país, o que é ilegal, com interdições e bloqueios em estradas pelo Brasil, continuaram afetando pouco o humor do mercado. As interdições e bloqueios perderam força na quinta-feira. Para a XP Investimentos, por ora, a avaliação é a de que as obstruções não devem trazer maiores impactos econômicos, diferente do que ocorreu na greve dos caminhoneiros de 2018, conforme relatório enviado a clientes pela manhã. Dados divulgados pela B3 na quinta-feira mostraram que investidores estrangeiros compraram mais do que venderam ações brasileiras na segunda-feira, após a vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro (PL). Em 31 de outubro, o saldo de capital externo no mercado secundário de ações ficou positivo em 1,9 bilhão de reais, encerrando o mês com um superávit de 14 bilhões, que, no ano, alcança 84,1 bilhões de reais.
REUTERS
Confiança do comércio volta a subir em outubro, com expectativa de festas de fim de ano, diz CNC
Para a entidade, o resultado do Índice de Confiança do Empresário do Comércio superou em 1,3 ponto o nível pré-pandemia e evidenciou a "completa recuperação" de efeitos negativos causados pela crise sanitária
Após dois meses em queda, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) voltou a subir, com alta de 0,7% em outubro ante setembro, para 129,7 pontos. Na comparação com outubro de 2021, a alta foi de 8,8%. A proximidade de festas de fim de ano, como Natal e Ano Novo, que historicamente elevam vendas do comércio, ajudaram a compor o resultado, de acordo com a CNC. Com a elevação de outubro, o Icec superou em 1,3 ponto nível pré-pandemia (de 128,4 pontos em março de 2020), informou ainda a entidade. Para a CNC, isso na prática evidencia "completa recuperação" do indicador de efeitos negativos causados por crise sanitária. Além das festas de fim de ano, detalhou a CNC, as vendas do setor já podem ser impulsionadas por Copa do Mundo, agora em novembro, que impacta favoravelmente as expectativas para o varejo, nos próximos meses, detalhou a entidade. Ao detalhar a evolução do Icec de setembro para outubro, houve altas em dois dos três tópicos usados. É o caso dos aumentos observados em condições atuais de empresário do comércio (0,9%) e de expectativas do empresário do comércio (0,9%). Em contrapartida, houve recuo de 0,3% em intenções de investimento, no período. Já na comparação com outubro de 2021, houve altas de 13,4%, de 5,5%, e de 9,2% respectivamente em cada um desses tópicos, em outubro desse ano. Em comunicado sobre o indicador, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, afirmou que o resultado anunciado hoje está conectado ao desempenho de outro indicador da confederação, Intenção de Consumo das Famílias (ICF). Nesse índice, houve alta de 2,1% em outubro ante setembro, nono mês consecutivo de aumento. “A combinação entre a queda da inflação e as transferências de renda tem favorecido o poder de compra dos consumidores, que estão mais satisfeitos com o nível de consumo e mais dispostos a consumir nos próximos meses, o que naturalmente impulsiona a confiança do varejo nacional”, afirmou ele, em nota. Além disso, Tadros comentou ainda que, tendo em vista esses fatores, na CNC, a previsão é de alta de 2,1% nas vendas do comércio no fim de ano, ante igual período em ano passado.
VALOR ECONÔMICO
Inflação pelo IPC-S acelera em 5 de 7 capitais no encerramento de outubro
Índice de Preços ao Consumidor Semanal registrou alta de 0,69%
A aceleração da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPCS), para 0,69% no encerramento de outubro, vindo de 0,62% na imediatamente anterior, a terceira do mês, foi verificada em cinco das sete capitais pesquisadas, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) em relatório. Houve aceleração da inflação, em relação à medição imediatamente anterior, em Salvador (0,52% para 0,53%), Brasília (0,90% para 1,04%), Recife (1,37% para 1,67%), Rio de Janeiro (0,57% para 0,62%) e Porto Alegre (0,51% para 0,71%). Tiveram recuo na alta de preços ou mesma variação, por essa base de comparação, apenas Belo Horizonte (0,43% para 0,37%) e São Paulo (0,55% para 0,55%). A próxima apuração do IPC-S, relativa à chamada primeira quadrissemana de novembro, será publicada no dia 8, com segmentação regional no dia seguinte.
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