Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 239 |21 de outubro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
China ajuda a enfraquecer preço do boi gordo
O mercado brasileiro do boi segue pressionado, marcado por uma boa oferta de animais na maior parte do Brasil e, consequentemente, pelas escalas de abate ainda confortáveis entre as principais indústrias frigoríficas
Em São Paulo, mais uma semana de queda nos preços da arroba. Na quinta-feira, 20 de outubro, o animal macho “comum” (destinado ao mercado interno) registrou queda de R$ 2/@ nas praças do interior paulista, ficando cotado em R$ 280/@ (valor bruto e a prazo), segundo a Scot Consultoria. A cotação da novilha gorda sofreu recuo diário de R$ 3/@, atingindo R$ 272/@, enquanto o preço da vaca gordo ficou estável e, portanto, segue valendo R$ 265/@ no mercado paulista (valores brutos e a prazo). O chamado “boi-China” está cotado em R$ 285/@ em São Paulo, acrescentou a Scot. Segundo o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot, do lado da demanda, as exportações brasileiras de carne bovina continuam em ritmo acelerado. “Os embarques em outubro/22 já superaram todo o volume exportado em outubro/21”, destaca Fabbri. Ele alerta, porém, que apesar dos bons volumes embarcados, a China, principal compradora da proteína bovina brasileira, endureceu as negociações com o Brasil e os preços da carne exportada ao país asiático caíram, diminuindo bastante as margens da indústria e tirando o apetite comprador de boiadas gordas. Além disso, continua Fabbri, considerando o mercado interno, ainda não há resposta ou perspectivas de mudanças fortes no comportamento da demanda. Na visão do analista da Scot, no curto prazo, o mercado do boi gordo seguirá pressionado. “Há relatos de plantas frigoríficas exportadoras paralisando abates e redirecionando lotes para outras unidades”, dizem os analistas da IHS. Com isso, diz a consultoria, o panorama do mercado segue fundamentado pela grande disparidade ocasionada entre oferta e demanda de boiadas gordas. Na quinta-feira, relata a IHS, houve novos registros de quedas nas cotações do boi gordo em algumas praças brasileiras. Em MG-Triângulo, houve recuo na cotação da arroba do boi gordo de R$ 287/@ para R$ 282/@, de acordo com apuração da IHS Markit. No MT-Cáceres e Barra do Garça, os preços registraram decréscimo diário de R$ 256/@ para R$ 252/@, destaca a IHS. No mercado atacadista, o volume de oferta de carne bovina com osso acima da demanda vigente abriu espaço para quedas nos preços, de modo a garantir maior vazão dos estoques, informa. Na quinta-feira, o preço da carcaça bovina cedeu, recuando de R$ 18/kg para R$ 17,50/kg. Cotações: PR- Maringá: boi a R$ 281/@ (à vista) vaca a R$ 261/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 288/@ (prazo) vaca a R$ 268/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 268/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca a R$ 246/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 252/@ (prazo) vaca a R$ 242/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 252/@ (prazo) vaca a R$ 242/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 256/@ (à vista) vaca a R$ 243/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 254/@ (à vista) vaca a R$ 245/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca R$ 250/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista) PA-Marabá: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 266/@ (prazo) vaca a R$ 2561/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca a R$ 256/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 261/@ (à vista) vaca a R$ 251/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 251/@ (à vista) vaca a R$ 242/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 259/@ (à vista) vaca a R$ 241/@ (à vista).
PORTAL DBO
Boi/Cepea: Cenário atual desanima confinador
O atual contexto de queda nas cotações da arroba bovina e de elevado patamar de preço de importantes itens dos custos de produção, especialmente os relacionados à alimentação, vêm desanimando parte dos confinadores consultados pelo Cepea
Na ponta final, as vendas de carne no mercado doméstico ainda não se reaqueceram, conforme agentes esperavam para este último trimestre. Assim, apesar de as exportações de carne bovina seguirem intensas, as fracas vendas domésticas limitam reações nos valores da arroba. Em relação à alimentação, a produção recorde de milho na segunda temporada gerava expectativas de custos menores no segundo semestre. No entanto, o que se verifica são preços firmes para o cereal, sustentados pela demanda externa aquecida. De qualquer forma, era consenso entre agentes de que este ano seria desafiador, especialmente diante das incertezas econômicas e sanitárias. A rentabilidade do confinamento dependeria de uma boa gestão de preços e de controle dos gastos.
Cepea
SUÍNOS
Preços estáveis no mercado de suínos; animal vivo em SP com leve alta
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 141,00/R$ 145,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 10,40/R$ 10,70 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (19), houve alta somente em São Paulo, na ordem de 0,67%, chegando a R$ 7,52/kg. Os valores ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 7,55/kg), Paraná (R$ 6,85/kg), Rio Grande do Sul (R$ 6,66/kg), e Santa Catarina (R$ 6,57/kg). A quinta-feira (20) foi de preços melhores para o suinocultor independente das principais praças que comercializam o animal nesta modalidade, de olho nas promoções de final de ano.
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: preços melhoram no Paraná
No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 13/10/2022 a 19/10/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve alta de 3,62%, fechando a semana em R$ 6,52/kg vivo. "Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente alta, podendo ser cotado a R$ 6,95/kg vivo", informou o Lapesu
A quinta-feira (20) foi de preços melhores para o suinocultor independente das principais praças que comercializam o animal nesta modalidade. O preço do quilo do animal vivo no mercado independente em São Paulo subiu, passou de R$ 7,89/kg para R$ 8,00/kg nesta quinta-feira, segundo informações da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). No mercado mineiro, o preço se manteve estável em R$ 7,60/kg, com acordo entre os frigoríficos e suinocultores, conforme dados da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Em Santa Catarina, segundo dados da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o preço do animal aumentou, saindo de R$ 6,88/kg vivo para R$ 6,96/kg vivo.
AGROLINK
Suínos/Cepea: Preço médio mensal do vivo cai e poder de compra recua
Os preços do animal vivo estão em reação em todas as praças acompanhadas pelo Cepea
Apesar disso, a média de negociação do suíno nesta parcial de outubro ainda está inferior à registrada em setembro. Do lado dos principais insumos utilizados na atividade suinícola, os valores do milho mostram estabilidade de setembro para outubro, ao passo que os do farelo de soja avançam. Diante disso, pesquisadores do Cepea indicam que o poder de compra do suinocultor frente a esses insumos vem recuando em outubro – este é o segundo mês seguido de piora na relação de troca.
Cepea
FRANGOS
Ave no atacado paulista caiu 1,32% na quinta-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,50/kg, enquanto o frango no atacado cedeu 1,32%, valendo em R$ 7,50/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. No Paraná, o valor ficou estável em R$ 5,23/kg, da mesma forma que em Santa Catarina, custando R$ 4,20/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (19), a ave congelada ficou estável em R$ 8,07/kg, enquanto o frango resfriado teve leve queda de 0,25%, fechando em R$ 8,08/kg.
Cepea/Esalq
Holanda abate mais 300 mil frangos por epidemia de gripe aviária
A Holanda deve abater mais 300 mil frangos em granjas do sul do país após a detecção de uma cepa altamente infecciosa de gripe aviária, disse o governo na quinta-feira
Cerca de 30 focos da forma altamente letal da gripe aviária foram relatados na Holanda desde o início de setembro, após dezenas de casos mais cedo no ano. Quase 6 milhões de aves já foram abatidas na Holanda desde que a nova variante da doença foi detectada pela primeira vez em 26 de outubro do ano passado, disse a autoridade de segurança alimentar holandesa nesta quinta-feira. A França também viu um ressurgimento de casos nas últimas semanas, depois de experimentar sua pior onda de gripe aviária no início deste ano.
REUTERS
EMPRESAS
Minerva adquire maior frigorífico de cordeiro da Austrália por R$ 1,3 bi
Australian Lamb Company vai adicionar cerca de R$ 3 bi ao faturamento da companhia brasileira
A Minerva Foods está prestes a fechar a aquisição do maior frigorífico de cordeiros da Austrália, um negócio de cerca de R$ 1,3 bilhão, apurou o Pipeline. De controle familiar, a Australian Lamb Company (ALB) será adquirida por 400 milhões de dólares australianos (cerca de US$ 260 milhões). De acordo com fontes, a companhia da família Vilela de Queiroz está fazendo a aquisição por meio de uma joint venture que possui com a Salic, o fundo saudita que também é o maior acionista da empresa brasileira. A Minerva vai colocar 65% dos recursos na aquisição, exatamente a participação da companhia brasileira na JV. Os sauditas injetarão o restante. O negócio deve adquirir R$ 3 bilhões em receita anualizada para a Minerva e cerca de R$ 350 milhões no Ebitda. Somadas às duas aquisições que fez na Austrália no ano passado, a companhia se torna a maior indústria de cordeiros do país com 15% de market share. A expectativa é que a Minerva consiga pagar a aquisição com a própria geração de caixa operacional. O negócio deve ter um impacto pouco relevante para o índice de alavancagem, de apenas 0,1 vez. A Minerva está avaliada em R$ 8,6 bilhões em bolsa.
VALOR ECONÔMICO
MEIO AMBIENTE
Indústria de carne alerta que lei ambiental europeia pode dificultar exportações do Brasil
No Fórum Futuro do Agro, representantes de empresas, do Imaflora e da Rede ILPF debateram como produzir mais de forma sustentável e com rentabilidade para o produtor. Como produzir mais e alimentar o mundo de forma sustentável?
Não existe produção sustentável sem ser rentável e o Brasil vai ter problemas para exportar seus alimentos quando a União Europeia colocar em vigor a determinação de não importar produtos de países com desmatamento. Com esses consensos, representantes das três maiores indústrias de proteína animal do país, JBS, Marfrig e Minerva, abriram nesta quinta (20/1) o Fórum Futuro do Agro debatendo como responder aos desafios de produzir mais para alimentar o mundo de forma sustentável, atendendo as metas do Acordo de Paris. O evento promovido pela Globo Rural e Imaflora teve ainda da Rede ILPF. Marina Piatto, diretora-executiva do Imaflora, expôs a engrenagem do carbono na agropecuária, colocando o caminho para se obter o crédito, como fazer a conexão com os acordos internacionais para cumprir os regulamentos do Acordo de Paris e colaborar para evitar o aumento da temperatura mundial. Eduardo Bastos, CEO da My Carbon, empresa do Grupo Minerva Foods, disse que passou três semanas em Genebra e Paris falando de sustentabilidade no lançamento oficial da primeira carne carbono neutro do mundo. “Tive que responder diversas vezes quando vamos parar o desmatamento e se vamos continuar aumentando a produção. É difícil ouvir que o Brasil é um mal necessário para alimentar o mundo.” Segundo Bastos, o país pode sim aumentar sua produção capturando mais carbono do que emitindo, mas para isso é preciso primeiro acessar os recursos. “Os recursos existem, mas precisamos ter projetos que entreguem resultados e temos que ser mais ousados. Projetos de menos de R$ 50 milhões para os investidores nem vale a pena transacionar.” Para Mauricio Bauer, diretor de sustentabilidade da JBS Brasil, o grande desafio realmente é como alimentar o mundo sem aumentar o uso dos recursos. “Temos que ser mais eficientes na produção e olhar para toda a nossa cadeia com o cuidado que ela merece ter. Temos que oferecer condições para todos os atores atingirem as metas sustentáveis, dar o direcionamento e favorecer mecanismos de destravamento de crédito.” Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade da Marfrig, afirmou que a empresa buscou entender primeiro qual o contexto da pecuária no Brasil, construindo um mapa de risco, sobrepondo informações coletadas nas propriedades com as informações oficiais. “Conseguimos mapear o Brasil, de alto risco a baixo risco, em todos os biomas. A partir disso, passamos a traçar uma estratégia porque qualquer projeto precisa ter dinheiro e o Brasil não tem dispositivos de crédito adaptável para chegar à ponta que precisa desses recursos para inovar e reduzir suas emissões.”
GLOBO RURAL
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
ANTT admite que Nova Ferroeste pode encarecer o pedágio do Paraná
A obra ferroviária, que pode ser iniciada já em 2023, não tem apenas aspectos positivos. Sua implantação tende a impactar diretamente o outro grande projeto de infraestrutura do estado: as concessões das Rodovias Integradas do Paraná
A migração do transporte de cargas das rodovias para as ferrovias tem potencial de encarecer a tarifa de pedágio em alguns dos lotes que aguardam autorização do Tribunal de Contas da União (TCU) para irem à licitação. O Governo do Paraná e o Ministério da Infraestrutura têm pronto o edital de licitação da Nova Ferroeste, malha ferroviária que cortará o Paraná, ligando o Mato Grosso do Sul e, num segundo trecho, Foz do Iguaçu ao Porto de Paranaguá. Quando concluída, a ferrovia será o segundo maior corredor de exportações do Brasil, com capacidade para transportar 45 milhões de toneladas de mercadorias por ano. Um vagão de trem tem capacidade para transportar 100 toneladas de grãos, enquanto um caminhão consegue carregar 28 toneladas. Assim, um trem de vagões poderá substituir 357 caminhões. A estimativa do setor produtivo é de uma redução de até 30% no custo logístico com a mudança de modal de transporte. Se a ferrovia atingir sua capacidade máxima de transporte, a Ferroeste poderá substituir 1,6 milhão de fretes por via rodoviária. Menos caminhões nas estradas representa menor risco de acidentes, maior fluidez do trânsito e menor degradação do pavimento. No entanto, serão menos 1,6 milhões de caminhões passando por praças de pedágio durante um ano, o que impacta significativamente na arrecadação das concessionárias. O “alto risco de variação da demanda” foi apontado pelas empresas interessadas na concessão das rodovias paranaenses durante a audiência pública que discutiu o novo modelo de pedágio no Paraná. E a questão foi acatada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Nas minutas de edital enviadas para o TCU, a ANTT incluiu uma cláusula de “risco compartilhado”. Por esta cláusula, se o fluxo de veículos diminuir acima de 10% do previsto no estudo de tráfego será feita uma conta para compensar parte desta perda por parte das concessionárias por meio do reequilíbrio econômico e financeiro dos contratos. Tal reequilíbrio poderá ser alcançado com acesso da concessionária ao aporte de garantia que será depositado no leilão, ou com o aumento da tarifa. A mesma cláusula prevê, também que, caso o fluxo aumente acima de 10%, haja redução na tarifa. A cláusula de compartilhamento de risco foi incluída nas minutas dos lotes 1, 5 e 6, que seriam os lotes mais afetados pelos trechos iniciais da Nova Ferroeste, que podem entrar em operação em cerca de oito anos. Mas o TCU recomendou que o estudo do impacto de novas ferrovias no tráfego das rodovias dos demais lotes, visto que há previsão de construção de novos ramais.
GAZETA DO POVO
Colheita do trigo avança pouco com chuvas intermitentes em todo Estado, diz Deral
As chuvas intermitentes, que caem em todo o Paraná, não ajudaram a avançar a colheita do trigo na última semana
Com isso, houve piora na qualidade do que ainda permanece nos campos do Estado. A análise desta e de outras culturas está no Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária, referente ao período de 14 a 20 de outubro, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da SEAB-PR. Na semana anterior, o levantamento de campo mostrava que 7% das lavouras de trigo estavam em condições ruins. Agora, esse percentual subiu para 12%, com redução de 69% para 60% daquelas consideradas boas e aumento de 24% para 28% das que estão em situação mediana. Devido às chuvas, a colheita evoluiu apenas 4 pontos percentuais durante a semana, chegando a 54% da área. No ano passado, nesta mesma 42ª semana, a área colhida já chegava a 74%. A previsão de institutos meteorológicos é de que o sol prevaleça entre sábado (22) e quarta-feira (26). O documento do Deral aponta, ainda, que as lavouras de soja e milho também apresentaram leve piora nas condições de campo. No entanto, ainda permanece a projeção de boa safra para ambas as culturas. A primeira safra de feijão do Paraná deve render 243 mil toneladas. Dos 122 mil hectares, 60% já estão semeados, com previsão de se concluir até o final de outubro. Segundo os produtores, o excesso de chuva e as baixas temperaturas estão atrapalhando o plantio e o desenvolvimento das lavouras. Na pecuária de corte, se as chuvas não têm ajudado os produtores de grãos a desenvolver seus trabalhos, para as pastagens trazem benefícios, aliviando um pouco os custos de produção. Mesmo com as exportações recordes em setembro, a demanda interna fraca e a boa oferta estão segurando os preços da arroba bovina. Cotada a R$ 283,52 no Paraná, apresenta queda de 1% desde o fim de setembro e se mantém abaixo dos R$ 300,00, patamar em que esteve boa parte do tempo em 2021.
DERAL/SEAB-PR
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha em queda de 1% ante o real de olho em eleições e exterior
Além do ambiente externo mais positivo, quadro doméstico ajudou a sustentar moeda
Confirmando a tendência observada desde a abertura dos negócios, o dólar encerrou o dia em queda firme ante o real, negociado a R$ 5,2175 (-1,08%) no mercado à vista. Além do ambiente externo mais positivo, o quadro doméstico ajudou a sustentar a moeda brasileira, com os investidores monitorando as últimas pesquisas de intenção de voto para a corrida presidencial no segundo turno, que mostram uma disputa mais apertada entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). A moeda brasileira acabou registrando o terceiro melhor desempenho entre as 33 principais divisas globais do mundo, ficando atrás apenas do sol peruano e do florim da Hungria. No acumulado do ano, o real é a segunda moeda que mais se valoriza no mundo. Na mínima do dia, o dólar atingiu os R$ 5,1929. Já ao fim da sessão, o dólar futuro para novembro recuava 1,02%, para R$ 5,2280. No exterior, o índice DXY, que mede a força do dólar ante uma cesta de seis divisas principais, operava em queda de 0,08%, aos 112,894 pontos.
VALOR ECONÔMICO
Ibovespa tem quarta alta seguida liderado por estatais, Vale e bancos
Desempenho de commodities colaborou para o desempenho do referencial local, que registrou valorização de 0,77%, aos 117.171 pontos, após ajustes
O Ibovespa conseguiu, pela segunda sessão consecutiva, ignorar a queda dos seus pares globais, que seguem sofrendo com o ciclo de aperto monetário do Federal Reserve (Fed, banco central americano), e avançar. A recuperação parcial de ações ligadas às commodities e o destaque das estatais, que voltam a ganhar espaço conforme a eleição presidencial se desenha cada vez mais apertada, impulsionaram o índice. Após ajustes, o referencial local registrou alta de 0,77%, aos 117.171 pontos. O volume negociado na sessão foi de R$ 29,65 bilhões no Ibovespa e R$ 36,64 bilhões na B3. No exterior, o S&P 500 recuou 0,80%, aos 3.665 pontos, o Dow Jones registrou queda de 0,30%, aos 30.333 pontos, e o Nasdaq perdeu 0,61%, aos 10.614 pontos. O mercado local e o Ibovespa ignoraram a dinâmica negativa de seus pares internacionais e voltaram a acumular ganhos. Entre as maiores altas da sessão, as empresas ligadas às commodities metálicas registraram movimento de recuperação parcial após sequência de quedas, conforme autoridades chinesas discutem um possível abrandamento de restrições anti-covid. As estatais também voltaram a se destacar, com Banco do Brasil ON subindo 4,68% e Petrobras ON e PN avançando 2,68% e 2,96%, respectivamente.
VALOR ECONÔMICO
Inadimplência bate recorde e atinge 64 milhões de brasileiros, diz estudo
Cada negativado deve, em média, R$ 3.688,96, para 1,97 empresas credoras
Quatro em cada dez brasileiros adultos estavam negativados até setembro, segundo dados da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). Esse número equivale a 64,25 milhões de pessoas, um recorde do levantamento, realizado há oito anos. No último mês, o volume de consumidores com contas vencidas cresceu mais de 11% em relação ao mesmo período de 2021. Na passagem de agosto para setembro, o número de dívidas apresentou alta de 2,05%. "Apesar da melhora em alguns indicadores econômicos, muitos brasileiros ainda estão com dificuldade de fechar as contas no fim do mês. Parte do problema pode ser explicado pela renda da população que continua baixa", disse o presidente da CNDL, José César da Costa. O presidente avalia que, mesmo com a leve diminuição do desemprego, a renda não é "suficiente" para reverter as perdas dos últimos trimestres porque os alimentos continuam caros. "Apesar da inflação caindo, o preço dos alimentos continua subindo e ocupando boa parte do orçamento das famílias, especialmente aquelas com renda mais baixa". O maior número de inadimplentes se concentra na faixa etária de 30 a 39 anos (23,99%), que são 15 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nesta faixa. Entre os sexos, as mulheres devem mais: 50,90% contra 49,10% de homens. O presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, apontou que, em média, o consumidor leva 10 meses para sair da inadimplência. "Por isso é tão importante o consumidor inadimplente fazer um levantamento de todas as dívidas que possui e traçar um plano para sair da situação. Concentrar todas as dívidas em um único lugar ajuda a ter mais controle, entender melhor o tamanho da dívida e fazer um planejamento". O crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 91 dias a 1 ano (35,16%). Cada negativado deve, em média, R$ 3.688,96, para 1,97 empresas credoras. Quase quatro em cada dez consumidores (34,14%) tinham dívidas chegando a R$ 500, crescendo ainda mais quando as dívidas são de R$ 1.000 (48,87%). Bancos são os que mais negativam. Ainda segundo o levantamento, mais da metade das dívidas é com o setor de bancos, que registrou crescimento de 37,94%, seguido de Água e Luz (11,86%). Na contramão, as dívidas com o setor credor de Comunicação (-11,57%) e Comércio (-0,28%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso. Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 61,18% do total. Na sequência, aparece Comércio (12,86%), o setor de Água e Luz com 10,51% e Comunicação com 8,42% do total de dívidas.
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