Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 233 |13 de outubro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Fragilidade nos preços do boi gordo em diversas praças brasileiras
Na terça-feira, 11 de outubro, o mercado físico do boi gordo registrou uma fraca procura por animais terminados, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.
“Grande parte das unidades de abate esteve ausente dos negócios no dia”, afirmou a IHS Markit
Segundo a consultoria, a semana, encurtada pelo feriado nacional, possibilitou a realocação das escalas de abate entre alguns frigoríficos brasileiros. “Porém, a menor demanda por boiada gorda ainda é pautada pela boa cobertura de lotes de boi a termo fechados com algumas indústrias, sobretudo exportadoras”, relata a IHS. A entrada de boiada do segundo giro de confinamento, associada às dificuldades de manejo no cocho com o excesso de umidade, criou um descompasso entre oferta e demanda de animais terminados, acrescenta a consultoria. A morosidade de negócios abriu espaço para ajustes negativos nos preços da arroba em algumas praças pecuárias. No interior paulista, informa a IHS, depois de efetivações até R$ 300/@ no boi-China, compradores passam a sinalizar até R$ 290/@ para novos negócios. Pelos dados da Scot Consultoria, o preço do boi “comum”, direcionado ao mercado interno, ficou estável no interior de São Paulo, cotado em R$ em R$ 285/@, valor bruto e a prazo. “No entanto, ofertas abaixo da referência já são observadas, sem efetivação de negócios”, informa a Scot. As cotações da vaca e novilha gordas também registraram estabilidade no mercado paulista, nesta terça-feira, valendo R$ 267/@ e R$ 277/@, respectivamente, preços brutos e a prazo, de acordo com os dados da Scot. No mercado do Mato Grosso do Sul, informa a IHS, algumas unidades de abate entram de férias coletiva, paralisando temporariamente as compras de gado. “Com um menor número de unidades operando, houve impactos negativos nos preços locais”, relatou. Nas praças de Minas Gerais, os frigoríficos locais relataram que estão com maior facilidade em originar animais devido ao excesso de chuva registrado nas áreas de confinamentos. Em outras regiões do País, as indústrias se retiram das compras de gado, sinalizando valores mais baixos para arroba. No mercado atacadista, o ritmo das vendas de carne bovina avançou dentro das expectativas do setor. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 281/@ (à vista) vaca a R$ 261/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 294/@ (prazo) vaca a R$ 272/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 268/@ (prazo) vaca a R$ 253/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 266/@ (prazo) vaca a R$ 250/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca a R$ 246/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 258/@ (à vista) vaca a R$ 243/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 261/@ (à vista) vaca a R$ 245/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca R$ 250/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 294/@ (à vista) vaca a R$ 261/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 258/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 267/@ (prazo) vaca a R$ 2561/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 266/@ (prazo) vaca a R$ 256/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 262/@ (à vista) vaca a R$ 253/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 252/@ (à vista) vaca a R$ 239/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 241/@ (à vista).
PORTAL DBO
SUÍNOS
Mercado de suínos em alta com a arroba do a R$ 130,00/R$ 135,00 em São Paulo
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF aumentou 4,00%/2,27%, chegando em R$ 130,00/R$ 135,00, enquanto a carcaça especial aumentou 3,19%/2,04%, atingindo R$ 9,70/kg/R$ 10,00/kg
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (10), houve alta de 4,45% em Minas Gerais, chegando em R$ 7,28/kg, avanço de 3,28% no Paraná, atingindo R$ 6,61/kg, incremento de 2,09% em Santa Catarina, alcançando R$ 6,36/kg, aumento de 1,49% em São Paulo, com preço de R$ 6,83/kg, e de 1,39% no Rio Grande do Sul, fechando em R$ 6,56/kg.
Cepea/Esalq
Suínos/Cepea: Boletim de setembro informa queda no mercado da suinocultura independente
As cotações do suíno vivo caíram no mercado independente de todas as praças acompanhadas pelo Cepea em setembro
A procura pela carne no atacado se desaqueceu, tendo em vista a retração do poder de compra do consumidor final, principalmente no final do mês. Com isso, frigoríficos limitaram a demanda por novos lotes de animais para abate, reforçando o cenário de baixa liquidez no mercado doméstico. Assim, a maior oferta de animais e a procura enfraquecida pela proteína pressionaram os valores do suíno vivo. Em setembro, o preço do animal posto na indústria teve média de R$ 6,93/kg na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), recuo de 5,2% frente à de agosto.
Cepea
FRANGOS
Frangos: Alta de 1,87% para a ave no atacado paulista
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,50/kg, enquanto o frango no atacado teve aumento de 1,87%, chegando em R$ 7,62/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. No Paraná, o valor ficou estável em R$ 5,23/kg, da mesma forma que Santa Catarina, valendo R$ 4,20/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (10), tanto o frango congelado quanto o resfriado não sofreram alteração nos preços, cotados, respectivamente, em R$ 8,10/kg e R$ 8,08/kg.
Cepea/Esalq
CARNES
ABPA & Apex Brasil levam 23 agroindústrias exportadoras para a SIAL Paris. Paranaenses participam
Maior ação de promoção das exportações do setor desde a realização do Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (SIAVS), a participação na SIAL Paris - uma das mais importantes feiras de alimentos do Mundo - contará com uma ampla programação de atividades do setor com clientes, potenciais compradores e stakeholders
Ao todo, 23 agroindústrias confirmaram participação no espaço da ABPA. Entre elas, estão: Bello Alimentos, C Vale, Copacol, GTFoods, SSA, Zanchetta, Somave, Avenorte, Jaguafrangos, Avivar, Vibra, Villa Germânia, Vossko, Lar, Coasul, Rivelli Alimentos, Netto Alimentos, Dália Alimentos, Alibem, Ecofrigo Bugio, Frimesa, Pif Paf e Saudali. No espaço acontecerão encontros de negócios para prospecção e consolidação de vendas que devem ultrapassar a casa das dezenas de milhões de dólares, segundo as expectativas do presidente da ABPA, Ricardo Santin. “A SIAL Paris é a primeira grande ação que realizamos na União Europeia dentro de um contexto mais próximo da normalidade, no pós pandemia. Há forte expectativa quanto à presença de importadores não apenas da Europa, como também da Ásia e da África, gerando expectativas de negócios que deverão superar centenas de milhões de dólares nas projeções de 12 meses de exportações”, analisa. A ação contará com uma ampla área gastronômica, que será estruturada no espaço da avicultura e da suinocultura do Brasil em Paris para o serviço de pratos tradicionais na culinária brasileira (original e adaptada) como frango assado com polenta, estrogonofe de frango, schnitzel de frango, risotos e cortes de frango ao creme de queijos. Ao mesmo tempo, materiais promocionais com informações sobre associados e a cadeia produtiva serão distribuídos na ação, detalhando questões como fatores de qualidade dos produtos, dados da cadeia produtiva, status sanitário brasileiro e o perfil sustentável da produção. Outro destaque da participação brasileira na SIAL Paris é o lançamento do livro “Halal Poultry - From Brazil to the World”. A obra, assinada pelo fotógrafo Manoel Petry, conta em imagens, fatos e dados a representatividade e parte da história da produção e exportação brasileira de carne de frango halal.
ABPA
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Paranaense é o brasileiro mais endividado, aponta levantamento nacional
O Paraná segue sendo o estado com o maior número de endividados do Brasil. Após obter o pior resultado em 11 anos no mês de agosto, com 95,8% da população endividada, setembro fechou com 95% dos paranaenses com dívidas. O levantamento é da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio-PR) para o estudo nacional da Confederação Nacional do Comércio (CNC)
A maior parte das dívidas dos paranaenses é com cartão de crédito, representando 84,5%. Em seguida vem o financiamento de veículo com 8,3% e financiamento imobiliário com 6,3%. Como comparação, o segundo estado com mais endividamento em setembro foi o Rio Grande do Sul, com 94,1% da população. O Rio de Janeiro ocupa a terceira colocação, com 90,3%. Se por um lado os paranaenses são os mais endividados, não são os mais inadimplentes. O estado está na 16% colocação entre a população que não consegue honrar os compromissos financeiros, com 26% dos endividados com contas atrasadas. O estado líder de inadimplência é Minas Gerais, com 43,7%. O endividamento caiu no Paraná principalmente nas famílias de renda de até dez salários mínimos. Nessa faixa, a população endividada caiu de 96,4% em agosto para 95,6% em setembro. As condições de pagamento também melhoraram nessa faixa: em agosto, 28,6% tinham contas em atraso, enquanto que em setembro caiu para 27,9%. A parcela desse público que não terão condições de quitar as dívidas ficou praticamente estável, com 9,3% ante 9,4% em agosto. Entre as famílias com renda de dez salários mínimos o endividamento também caiu, passando de 92,7% em agosto para 92,2% no mês passado. Porém, houve elevação no percentual com contas atrasadas nessa faixa de renda: subiu de 16,4% para 17,4%. Também subiu neste público o número de famílias que não terão condições de pagar as dívidas, indo de 3% para 4,2% na variação mensal.
GAZETA DO POVO
Plantio de soja avança a 26% das áreas no Paraná, mas chuva limita trabalhos, diz Deral
O plantio de soja 2022/23 alcançou 26% das áreas no Paraná, avanço de 11 pontos percentuais em uma semana, mas que poderia ter sido maior, não fosse a ocorrência de chuvas excessivas em algumas regiões produtoras, disse o Departamento de Economia Rural (Deral) na terça-feira
No milho, a semeadura da primeira safra passou de 67% para 75% das áreas, igualmente afetada pelas precipitações. “Nos últimos dias, podemos dizer que houve excesso de chuva em algumas regiões do Estado e isso impactou o planejamento de plantio dos produtores”, afirmou à Reuters o analista do Deral Edmar Gervásio. Contudo, ele acredita que as lavouras já plantadas não devem sofrer impactos significativos, “salvo na hipótese de uma continuidade desse volume de chuvas, o que não deve acontecer”. O meteorologista do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), Fernando Mendonça Mendes, alertou, no entanto, que o clima continua instável no Paraná, com chuvas principalmente entre o oeste e o centro-sul. “Nota-se o comportamento significativo de áreas de chuva a partir do oeste do Estado. Alguns postos registraram acumulados próximos de 50% em relação à média mensal, como no caso de Pato Branco, com aproximadamente 110 mm entre ontem e hoje, para uma média de 225 mm/mês”, disse ele em boletim na terça-feira. Apesar do cenário, o analista do Deral afirmou que não há relatos de replantio até o momento. O departamento ligado ao governo estadual reduziu em um ponto percentual a avaliação de qualidade da safra de soja, na variação semanal, que passou a ser considerada 98% boa, com 2% das lavouras em condição média. Para o milho verão, as áreas boas caíram de 93% para 91%, enquanto as médias aumentaram de 7% para 9%, segundo o Deral. No caso do trigo, a colheita registrou avanço de 8 pontos percentuais na última semana, para 50% das áreas. Os trabalhos de retirada do cereal de inverno dos campos já vinham sendo impactados pela ocorrência de chuvas no Estado e agora o Deral sinalizou perda de qualidade para as lavouras. As áreas avaliadas como boas recuaram de 73% para 69%, as médias passaram de 23% para 24%, enquanto as ruins aumentaram de 4% para 7%.
REUTERS
Paraná reúne capitais nacionais das proteínas animais
Estado tem participação de municípios que mais produzem frangos, suínos, leite e peixes no Brasil
Nenhum município brasileiro fora do território paranaense produz tanto frango, suíno, leite e peixe como Cascavel, Toledo, Castro e Nova Aurora, respectivamente. As quatro cidades lideram a produção desses alimentos, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em setembro, e concedem ao Paraná o título de “Estado-capital” das proteínas animais. Dos cinco principais produtos da pecuária brasileira, os paranaenses só não lideram na cadeia da carne bovina (atividade que exige mais espaço e o Paraná possui apenas 2,3% do território nacional). Das quatro capitais paranaenses das proteínas animais, a novidade na lista é Cascavel, que ultrapassou Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo, agora segunda colocada na lista. O feito cascavelense ocorreu porque os avicultores locais produziram, em 2021, um total de 20 milhões de cabeças de galináceos (soma de galos, galinhas, frangos, frangas, pintinhos e pintainhas). É como se Cascavel tivesse produzido 60 galinhas para cada um dos seus 332 mil habitantes.
CNA/IBGE
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar salta 1,55% em meio a busca de proteção contra riscos externos
O dólar saltou mais de 1,5% na terça-feira, após movimentos de proteção contra riscos globais às vésperas do feriado, em meio à perspectiva de novo estresse no mercado de títulos britânico, apreensão sobre dados de inflação norte-americanos e ambiente geopolítico tenso
A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 1,55%, a 5,2724 reais, maior valorização diária desde 26 de setembro (+2,50%) e cotação de encerramento mais alta desde o último dia 30 (5,3941 reais). Depois de operar em alta moderada, o dólar ganhou fôlego a partir da última uma hora e meia do pregão, e saltou 1,76% no pico do dia, a 5,2835 reais. Na B3, às 17:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,89%, a 5,3070 reais. Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho, disse à Reuters que a aceleração dos ganhos do dólar na parte da tarde foi reflexo da sinalização dura do presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, a gestores de fundos britânicos. Bailey disse que o banco central britânico encerrará seu programa de apoio emergencial para o frágil mercado de títulos do país na sexta-feira, apesar dos pedidos do setor de fundos de pensão por uma extensão da ajuda do BoE, que vem comprando dívida de forma a limitar uma liquidação dos gilts. A indicação dura do BoE levanta o temor de manutenção de ambiente de estresse no mercado de títulos britânico, que foi abalado recentemente por uma proposta de corte de impostos polêmica por parte do governo local, disse Rostagno, o que explicaria a piora nos mercados financeiros brasileiros e internacionais no final desta tarde. "De maneira geral, o cenário externo foi muito ruim", disse Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, chamando a atenção também para a apreensão dos mercados antes da publicação, na quinta-feira, de dados de inflação norte-americanos. Além disso, um noticiário geopolítico pesado nos últimos dias, diante da intensificação dos conflitos da guerra na Ucrânia, e temores sobre a disseminação da Covid-19 na China colaboram para temores de uma recessão global, disse Veronese, afastando investidores do risco. Na cena doméstica, investidores monitoravam o cenário eleitoral, no aguardo de mais pesquisas de intenção de voto antes do segundo turno do pleito presidencial entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), marcado para 30 de outubro.
REUTERS
Ibovespa cai antes de feriado com inflação e BC britânico
O Ibovespa recuou na terça-feira, tendo acelerado a queda à tarde junto com Wall Street, após o presidente do Banco Central da Inglaterra indicar que a instituição não prorrogará um programa de compra de títulos
O Ibovespa caiu 0,96%, a 114.827,12 pontos, terceira queda seguida. O volume financeiro da sessão somou 27,6 bilhões de reais. O índice teve queda na maior parte do período, pressionado pela queda de commodities --como petróleo e minério de ferro-- e pela preocupação no exterior com o cenário de alta global de juros, guerra na Ucrânia e avanço da Covid-19 na China. No fim da tarde, comentários de Andrew Bailey, do Banco da Inglaterra, sinalizando que o programa de compra de títulos da instituição só vai durar mais três dias, apesar de pedidos de extensão, adicionaram cautela. O BC britânico interveio no mercado depois de reação negativa de investidores a um programa fiscal do governo para financiar o crescimento. A situação é acompanhada de perto pelos agentes globais. Em Nova York, o S&P 500 cedeu 0,7% e marcou a quinta queda seguida, antes do início da temporada de balanços nesta semana, além de ata do Federal Reserve, na quarta-feira, e dado de inflação dos Estados Unidos, na quinta-feira. Localmente, o destaque foi o IPCA, que teve novo recuo, mas veio menor do que o esperado. O índice de inflação cedeu caiu 0,29% em setembro, informou o IBGE, ante expectativa de redução de 0,34%, segundo pesquisa com analistas. "Tivemos, sim, uma deflação, talvez não tanto quanto o mercado esperava, e aí vimos algum reflexo (alta) nos juros futuros", disse Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, acrescentando que esse movimento pesou em ações ligadas a tecnologia e construção civil.
REUTERS
Ministério revisa para baixo valor da produção agropecuária do país em 2022
Para as lavouras, Pasta passa a estimar R$ 821,2 bi; para a pecuária, cálculo agora indica R$ 367,2 bi. Para as cinco principais cadeias da pecuária, o ministério agora prevê VBP de R$ 367,2 bilhões, abaixo dos R$ 369,2 bilhões projetados anteriormente e com queda de 3,8% em relação a 2021 (R$ 381,6 bilhões)
Os últimos ajustes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para as safras de grãos, cana e café, aliados a uma acomodação de preços de commodities como soja e milho, levaram o Ministério da Agricultura a reduzir para R$ 821,2 bilhões sua estimativa para o valor bruto da produção (VBP) das principais lavouras cultivadas no país em 2022, ante os R$ 838,3 bilhões projetados no mês passado. Em relação a 2021 (R$ 814,2 bilhões), a alta diminuiu para 0,9%. Para a soja, carro-chefe do agro brasileiro, a previsão caiu de R$ 346,5 bilhões para R$ 342,9 bilhões, 11,2% menos que no ano passado. Essa retração reflete a quebra da safra 2021/22 na região Sul e em parte de Mato Grosso do Sul. No caso do milho, a conta para este ano caiu de R$ 153,2 bilhões para R$ 150 bilhões, ainda 12,9% mais que em 2021 graças a uma recuperação expressiva na colheita após os problemas climáticos que marcaram o ciclo 2020/21. Às voltas com intempéries do no Centro-Sul desde o ano passado, a cana deverá atingir um VBP de R$ 98,1 bilhões este ano, conforme o ministério. No mês passado a Pasta estimou R$ 103,1 bilhões, e em 2021 foram R$ 92,3 bilhões. Para o café, cuja safra atual é de bienalidade positiva da espécie arábica, a projeção para 2022 recuou para R$ 59 bilhões, ante os R$ 61,8 bilhões calculados em setembro e os R$ 45 bilhões do ano passado. Também aparecem com aumentos na comparação com o ano passado algodão, amendoim, banana, batata inglesa, feijão, mamona, mandioca, tomate e trigo. Em contrapartida, há quedas previstas para arroz, cacau, laranja e uva. Para as cinco principais cadeias da pecuária, o ministério agora prevê VBP de R$ 367,2 bilhões, abaixo dos R$ 369,2 bilhões projetados anteriormente e com queda de 3,8% em relação a 2021 (R$ 381,6 bilhões). Essa queda foi determinada por um ajuste feito para os bovinos, de R$ 152,2 bilhões para R$ 149,6 bilhões, agora 5,8% menos que em 2021. Para suínos e frango as previsões também são de recuos, enquanto para leite e ovos, de avanços. Com as revisões, o VBP da agropecuária brasileira em 2022 passou a ser calculado em R$ 1,188 trilhão, ante os R$ 1,207 trilhão projetados no mês passado e com queda de 0,6% na comparação com 2021 (R$ 1,196 trilhão).
VALOR ECONÔMICO
FMI melhora perspectiva para o Brasil em 2022 e passa a ver crescimento de 2,8% do PIB. queda para 1% em 2023
Em seu relatório Perspectiva Econômica Global, divulgado na terça-feira, o Fundo passou a ver expansão do Produto Interno Bruto do Brasil em 2022 de 2,8%, 1,1 ponto percentual acima da estimativa anterior, feita em julho.
Para 2023, entretanto, a atividade deve registrar forte desaceleração, com crescimento de apenas 1,0%, de acordo com o FMI, que fez um ajuste de 0,1 ponto para baixo em sua estimativa para o ano. Os novos números são parecidos com aqueles projetados pelo Banco Central, que vê expansão de 2,7% do PIB este ano e de 1,0% no próximo. A mudança para o Brasil no relatório do FMI veio em linha com revisões para a região da América Latina e Caribe, cuja estimativa de crescimento em 2022 melhorou em 0,5 ponto, para 3,5%. Para 2023, a estimativa é de expansão de 1,7%, 0,3 ponto a menos do que no relatório anterior. A atividade melhor do que o esperado no primeiro semestre para a região deve-se, segundo o FMI, a "preços favoráveis de commodities, condições de financiamento externo ainda favoráveis e a normalização das atividades em setores dependentes de contato". O FMI alertou, no entanto, que o crescimento na região deve desacelerar no final de 2022 e 2023 diante do enfraquecimento de parceiros comerciais, aperto das condições financeiras e alívio nos preços de commodities. Para o grupo de mercados emergentes e economias em desenvolvimento, do qual o Brasil faz parte, o FMI elevou a estimativa de crescimento este ano em 0,1 ponto e baixou a do próximo em 0,2 ponto, a 3,7% em ambos os casos. "O ambiente externo já é bastante desafiador para muitos mercados emergentes e economias em desenvolvimento. A forte apreciação do dólar amplia de forma significativa as pressões domésticas de preços e a crise do custo de vida para esses países", alertou o FMI. O Fundo destacou ainda que os fluxos de capital não se recuperaram, e que muitas economias de baixa renda e em desenvolvimento continuam com problemas de dívida. "Os choques de 2022 vão reabrir feridas econômicas que haviam sido apenas parcialmente cicatrizadas após a pandemia", completou. O FMI destacou que revisões negativas foram mais pronunciadas para economias avançadas do que para emergentes e em desenvolvimento, ampliando a divergência em relação ao crescimento. "Em resumo, o pior ainda está por vir, e para muitas pessoas 2023 irá se parecer com uma recessão", afirmou.
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Inflação oficial: IPCA cai em 0,29% em setembro, diz IBGE
A queda nos custos dos combustíveis, combinada com preços de alimentos mais baratos, garantiu em setembro a terceira baixa consecutiva dos preços ao consumidor no Brasil, porém em ritmo de queda mais fraco do que nos meses anteriores e abaixo da expectativa
Na primeira vez que o IPCA marca três quedas seguidas desde 1998, o resultado levou a taxa acumulada em 12 meses abaixo de 8%, o que não acontecia desde abril de 2021. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou 0,29% em setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira. O ritmo de recuo, entretanto, vem perdendo força depois de quedas de 0,68% em julho e 0,36% em agosto do índice que serve de baliza para a meta oficial. Ainda assim, a inflação em 12 meses seguiu em um dígito ao desacelerar a 7,17%, de 8,73% em agosto. A meta oficial para o aumento dos preços este ano é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, alvo já abandonado pelo Banco Central. As expectativas em pesquisa da Reuters eram de recuo de 0,34% na comparação mensal e de alta de 7,10% em 12 meses. O grupo Transportes deu novamente a maior contribuição para a deflação do mês, na esteira de queda dos preços praticados pela Petrobras nas refinarias em meio à retração dos custos do petróleo no mercado internacional, bem como impacto residual da lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo. Com deflação de 1,98%, Transportes apresentou o terceiro mês seguido de queda. Os preços da gasolina caíram 8,33% em setembro, enquanto etanol teve queda de 12,43%, óleo diesel caiu 4,57% e gás veicular ficou 0,23% mais barato. Se a gasolina fosse tirada da conta, segundo o IBGE, o IPCA teria registrado alta de 0,15%. "Com a alta recente do petróleo, o próximo movimento dos preços de combustíveis no mercado doméstico deveria ser para cima, mas é pouco provável que isso ocorra até a conclusão das eleições. Por outro lado, preços de alimentos começaram a cair com mais força do que se esperava há algumas semanas", destacou Luciano Sobral, economista-chefe da Neo Investimentos. Já o grupo alimentação e bebidas passou a cair 0,51% em setembro, depois de alta de 0,24% em agosto, puxado pela alimentação no domicílio (-0,86%). O leite longa vida, cujos preços caíram 13,71% em setembro, deu a maior contribuição para o resultado do grupo, depois de ter subido forte este ano, segundo o IBGE, por conta da entressafra e da guerra na Ucrânia. Ainda assim, o produto tem alta de 36,93% no acumulado dos últimos 12 meses. Na outra ponta, Vestuário e Despesas Pessoais registraram as maiores altas no mês, respectivamente de 1,77% e 0,95%. Serviços também mostraram aceleração da alta, passando a 0,40% em setembro de 0,28% em agosto, movimento relacionado, segundo o IBGE, a passagens aéreas, estética e turismo. Os dados apontam ainda que o índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, caiu a 62% em setembro, de 65% no mês anterior, o mais baixo desde agosto de 2020.
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