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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 228 DE 05 DE OUTUBRO DE 2022


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 2 | nº 228 |05 de outubro de 2022



NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL


BOVINOS


Boi gordo: preços da arroba acomodados

Na terça-feira (4/10), boa parte da ponta compradora continuou fora das compras de boiadas gordas, resultando em mais um dia de estabilidade nas principais praças brasileiras


Na avaliação da IHS Markit, de certa forma, ainda há um ambiente de preços lateralizados pela baixa liquidez no mercado do boi gordo. No interior de São Paulo, segundo apuração da Scot Consultoria, o boi gordo segue cotado em R$ 280/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas, respectivamente, por R$ 267/@ e R$ 278/@ (preços brutos e a prazo). A referência para o boi-China é de R$ 290/@ no mercado paulista, “mas, diante da forte pressão impostos por alguns frigoríficos, há negócios ocorrendo abaixo deste patamar”, informa a Scot. “O cenário de ‘despiora’ no mercado doméstico, porém, ainda não reflete na demanda interna de carne bovina e, em meio às escalas confortáveis na ponta compradora, a pressão baixista segue no mercado do boi”, observa o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria. Segundo ele, nas praças do interior paulista, o boi gordo que atende ao mercado interno recuou R$ 8/@ em setembro/22, enquanto o boi-China registrou desvalorização de R$ 10/@ no último mês. “A oferta de animais terminados não é enxuta, mas é confortável à necessidade da ponta compradora comparado a um passado não tão distante (2021/2020)”, relata Fabbri. O analista da Scot lembra que, historicamente, a demanda interna por carne bovina tende a crescer nos últimos meses do ano, com um fator adicional: a Copa do Mundo, evento que pode estimular o consumo de churrasco entre os brasileiros. “Cabe agora ver se o apetite será o bastante para dar forças, novamente, aos preços no mercado do boi”, observa. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista); SP- Noroeste: boi a R$ 292/@ (prazo) vaca a R$ 272/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 270/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 270/@ (prazo) vaca a R$ 250/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca a R$ 245/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 255/@ (prazo) vaca a R$ 245/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 255/@ (à vista) vaca a R$ 243/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 254/@ (à vista) vaca a R$ 243/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca R$ 250/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 267/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 258/@ (prazo) vaca a R$ 248/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 267/@ (prazo) vaca a R$ 2561/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 266/@ (prazo) vaca a R$ 255/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 255/@ (à vista) vaca a R$ 235/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 243/@ (à vista).

PORTAL DBO


SUÍNOS


Preço da carcaça especial suína sobe mais de 2% na terça-feira (4)

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF subiu 1,67%/2,40%, chegando em R$ 122,00/R$ 128,00, enquanto a carcaça especial aumentou 2,22%/2,13%, custando R$ 9,20/kg/R$ 9,60/kg


Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (3), houve queda de 0,60% em São Paulo, atingindo R$ 6,65/kg, e de 0,32% em Santa Catarina, valendo R$ 6,21/kg. Em Minas Gerais, o preço do suíno vivo elevou 1,68%, subindo para R$ 6,64/kg, avanço de 1,63% no Paraná, chegando em R$ 6,22/kg, e de 0,78% no Rio Grande do Sul, fechando em R$ 6,42/kg.

Cepea/Esalq


FRANGOS


Frango estável na terça-feira (4). Ave no atacado de SP sobe 0,68%

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,50/kg, enquanto o frango no atacado subiu 0,68%, cotado em R$ 7,35/kg


Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina não houve mudança de preço, custando R$ 4,23/kg, da mesma forma que no Paraná, valendo R$ 5,31/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (3), tanto a ave congelada quanto a resfriada ficara estáveis, fechando, respectivamente, em R$ 8,08/kg e R$ 8,02/kg.

Cepea/Esalq


Holanda vai abater cerca de 102 mil aves para conter surto de gripe aviária

A Holanda vai abater cerca de 102.000 galinhas em uma fazenda na cidade de Kiel-Windeweer, no Norte, após a detecção de uma cepa altamente infecciosa de gripe aviária, disse o governo na terça-feira


Quinze casos da forma altamente letal da gripe aviária foram relatados na Holanda no mês passado, após dezenas de casos no início do ano. A França também viu um ressurgimento de casos depois de experimentar sua pior onda de gripe aviária no início deste ano.

REUTERS


EMPRESAS


C. VALE: cooperativa inaugura terceiro supermercado em mato Grosso do Sul

A C. Vale inaugurou em Rio Brilhante (MS) a décima loja de sua rede de supermercados. A estrutura foi erguida no bairro Morada do Sol pelo empresário Roberto Berno que a locou à cooperativa


As instalações têm 2.724 metros de área de vendas, onde serão comercializados 15 mil diferentes produtos. O estacionamento comporta até 170 veículos. Em uma área anexa ao supermercado vai funcionar um restaurante com capacidade para atender 200 pessoas e também uma choperia. Durante a cerimônia de inauguração, no dia 30 de setembro, o presidente da C. Vale, Alfredo Lang, justificou a decisão de abrir o supermercado no município. “Acreditamos na força impulsionadora do agronegócio local e regional, e viemos para ampliar a circulação de riquezas através de geração de empregos e da prestação de serviços. Queremos ajudar o município a crescer, mas também queremos crescer junto com ele”, comentou. O novo empreendimento vai representar a abertura de 140 novas vagas de trabalho. Será o terceiro supermercado da C. Vale em Mato Grosso do Sul. Outros dois funcionam em Naviraí e Caarapó. A cooperativa começou a operar no estado em 2001, com a abertura de uma unidade de grãos em Rio Brilhante. Atualmente, são 18 unidades na área de grãos em 13 municípios sul-matogrossenses.

Imprensa C. Vale


LEGISLAÇÃO


Bandeja de carne moída terá limite de 1 kg; veja mudanças

Produto deve ser embalado imediatamente e açougue não pode misturar miúdos ou raspagem de ossos


A partir do dia 1º de novembro, estabelecimentos e indústrias produtores de carne moída terão novas regras para vender o produto. Entre elas, embalar o alimento imediatamente após a moagem e vender em pacotes com peso máximo de 1 quilo. Os estabelecimentos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento terão um ano para se adequar e o prazo começa a contar a partir de novembro. PRINCIPAIS REGRAS: Cada embalagem deverá ter no máximo 1 quilo; Será preciso refrigerar ou congelar logo após moer a carne; A carne moída resfriada deverá ser mantida entre 0°C e 4°C; A carne moída congelada precisará ficar na temperatura máxima de -12°C; Não é permitido raspar ou moer ossos ou miúdos; É proibida a utilização de carne industrial; A porcentagem máxima de gordura deverá ser informada no painel principal, próximo à prateleira. As determinações estão no regulamento técnico de Identidade e Qualidade da carne moída aprovado e publicado no Diário Oficial da União pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O objetivo, segundo a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Ana Lúcia Viana, é assegurar a qualidade do produto para os consumidores. O produto deve conter exclusivamente carne, não poderá sair do equipamento de moagem com temperatura superior a 7° C e deverá ser submetido imediatamente ao resfriamento ou ao congelamento rápido. "É proibida a utilização de carne industrial para a fabricação de carne moída e a obtenção de carne moída a partir de moagem de miúdos", afirma o ministério, em nota. Também fica proibida a obtenção de carne moída a partir de moagem de carnes oriundas da raspagem de ossos ou obtidas de quaisquer outros processos de separação mecânica dos ossos. Já a carne obtida das massas musculares esqueléticas será ingrediente obrigatório na fabricação de carne moída a partir do mês que vem. Nos supermercados, a carne moída resfriada deverá ser mantida entre 0° C e 4° C e a carne moída congelada à temperatura máxima de -12° C. Já a porcentagem máxima de gordura do produto deverá ser informada no painel principal, próximo à prateleira. Os dizeres "Proibida a venda a varejo" deverão constar com caracteres destacados em corpo e cor, no painel principal do rótulo, quando as embalagens tiverem peso superior a 1 quilo. Os produtos fabricados até o final do prazo de adequação poderão ser comercializados até o fim do seu prazo de validade.

FOLHA DE SP


NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ


Clima ainda dificulta ações de colheita e plantio do milho no Paraná

Colheita da safrinha ainda não acabou e plantio do verão avança lentamente


A Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou, por meio do Departamento de Economia Rural (Deral), seu o relatório de plantio e colheita das principais safras do estado. O relatório semanal apontou que, praticamente 100% das lavouras de segunda safra já foram colhidas no estado, restando apenas menos de 1% na região de Londrina, atrasada devido as chuvas. Ao mesmo tempo, o reporte traz o avanço das atividades de plantio da safra verão de milho com 67% da área já semeada, com 22% das lavouras em germinação e 78% já em desenvolvimento vegetativo. As atividades mais adiantadas estão nas regionais de Francisco Beltrão, Toledo e Umuarama (100%), Ponta Grossa (95%), Pato Branco (83%) e Laranjeiras do Sul (82%). Detalhando as regiões paranaenses, os técnicos do Deral destacam que o plantio da 1ª safra avança de forma lenta e pontual com expectativa de avanços nas próximas semanas, após elevação das temperaturas. Já nas regionais Oeste, Centro-Oeste e Sudoeste, o plantio tem avançado de forma satisfatória, restando apenas áreas localizadas em municípios mais frios. No Sul do estado, a cultura do milho entrou em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo, mas as maiores áreas serão implantadas depois da colheita do trigo. “O clima adverso também está retardando a germinação e o desenvolvimento vegetativo dessas culturas recém-implantadas”.

DERAL/SEAB-PR


Pesquisa traça perfil sustentável das indústrias do Paraná

Iniciativa do Sistema Fiep feita a cada dois anos está na terceira edição e visa identificar oportunidades de fortalecimento da cultura de sustentabilidade no setor


O Observatório Sistema Fiep já iniciou a fase de captação de respostas para a terceira edição da Bússola da Sustentabilidade – pesquisa realizada a cada dois anos e que tem como objetivo traçar o perfil sustentável das indústrias do Paraná e identificar oportunidades de fortalecimento dessa cultura. O levantamento de dados é feito por meio de um questionário online, que mapeia as áreas da indústria em oito dimensões empresariais, como planejamento e gestão de processos, gestão de pessoas, produção, cadeia de suprimentos e distribuição, consumidores, parcerias institucionais, meio ambiente e engajamento local. O principal alvo da pesquisa são empresários, sócios e proprietários das indústrias. Também podem responder a pesquisa gestores de áreas como produção, recursos humanos, ESG (ambiental, social e de governança) e de serviços especializados em engenharia de segurança e medicina do trabalho (SESMT). “Eles são os protagonistas do estudo, precisam responder todos os critérios avaliados para um perfeito diagnóstico da sustentabilidade da empresa”, explica o pesquisador do Observatório, Augusto Machado. Outro ponto importante, segundo ele, é o retorno que o investimento de tempo traz como contrapartida para as empresas. “É possível conferir os resultados para replanejar e adequar processos, estabelecer novas políticas e ações estratégicas no curto, médio e longo prazo para melhorarem a performance, além de poderem comparar a evolução dos resultados com os obtidos nas edições anteriores, articulando ações que promovam avanços reais dentro da organização”, garante Machado

FIEP


ECONOMIA/INDICADORES


Dólar tem leve queda com apetite por risco global

O dólar teve leve queda frente ao real na terça-feira, sob alguma pressão das fortes perdas da divisa norte-americana no exterior, com investidores ajustando posições depois de tombo da moeda na véspera e monitorando o noticiário eleitoral doméstico


A moeda norte-americana à vista teve queda de 0,18%, a 5,1678 reais. Na B3, às 17:10 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,06%, a 5,2050 reais. Alguns investidores atribuíram parte da recuperação do dólar frente aos menores patamares do dia a um ajuste técnico, depois que a divisa despencou mais de 4% na véspera, maior queda desde meados de 2018, com investidores reagindo positivamente à eleição de um Congresso mais à direita no domingo passado. O dia era de ampla fraqueza do dólar no exterior, com a divisa perdendo entre 0,6% e 1,2% frente a peso chileno, peso colombiano e rand sul-africano, pares emergentes do real. Um índice que compara o dólar a seis rivais fortes caía mais de 1% nesta tarde, enquanto as principais bolsas de valores do mundo fecharam em forte alta. Leonel Mattos, analista de mercado da StoneX, atribuiu o otimismo externo à expectativa de que os principais bancos centrais do mundo --que têm subido os juros de forma vertiginosa neste ano-- possam moderar o ritmo de aperto monetário, esperança que foi alimentada pela decisão do BC da Austrália de promover um aumento menor do que o esperado nos custos dos empréstimos. Para além de movimentos de ajuste, o noticiário político doméstico também evitou que o real aproveitasse mais expressivamente a onda externa de apetite por risco, depois que Ciro Gomes disse que acompanhará a decisão de seu partido, o PDT, de apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto contra o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). A notícia ajudou a afastar o dólar das mínimas do dia, afirmou Rostagno, do Mizuho. Alguns especialistas têm dito que o mercado de câmbio doméstico pode começar a ficar mais sensível ao noticiário político e às pesquisas eleitorais diante da perspectiva de um segundo turno muito disputado. Já para o Congresso, boa parte das 27 vagas em jogo no Senado foi levada por candidatos declaradamente bolsonaristas, o que os mercados interpretaram como sinal de que, mesmo que Lula chegue ao Planalto, deve enfrentar resistência no Legislativo à agenda econômica e fiscal prometida durante sua campanha.

REUTERS


Ibovespa fecha com variação discreta

O Ibovespa fechou com uma variação discreta na terça-feira, em meio a movimentos de realização de lucros, com estatais como Petrobras e Banco do Brasil entre as maiores pressões de baixa


Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,08%, a 116.230,12 pontos, recuperando o sinal positivo nos ajustes finais. O volume financeiro totalizou 34,8 bilhões de reais. "Mercado de ressaca hoje", avaliou o analista Régis Chinchila, lembrando a forte alta da véspera, quando Ibovespa saltou 5,5%, maior ganho percentual desde abril de 2020, na esteira do resultado do primeiro turno das eleições no país. Investidores se animaram com a perspectiva de um Congresso Nacional mais ao centro, com um viés potencialmente liberal, além da disputa mais apertada do que o previsto entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). O entendimento é de que uma composição mais centrista no Senado e na Câmara dos Deputados diminui a chance de grandes desvios na condução de políticas, independentemente de quem sair vencedor no segundo turno. Ainda assim, agentes financeiros avaliam que período até o segundo turno tende ser volátil, conforme Lula e Bolsonaro se movimentam para angariar votos de candidatos derrotados na votação de domingo. "As próximas semanas devem ser marcadas pela alta volatilidade em decorrência de uma disputa acirrada entre os candidatos à Presidência", ponderou Chinchila. Mais uma vez o exterior contribuiu positivamente, em meio a expectativas de moderação em altas mais agressivas de juros pelos bancos centrais. Em Wall Street, o S&P 500 saltou 3,1%. A sessão na Europa também foi de ganhos.

REUTERS


IPC-Fipe sobe 0,12% em setembro

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo registrou alta de 0,12% em setembro, repetindo a taxa do mês anterior, com a queda dos custos de Transportes compensando o avanço em Despesas Pessoais


Os dados divulgados na terça-feira pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostram que a maior influência positiva partiu da alta de 1,58% do grupo Despesas Pessoais. Por outro lado, os preços de Transportes tiveram queda de 1,71% e os de Alimentação recuaram 0,22%, os dois únicos grupos a apresentar deflação em setembro. O IPC-Fipe mede as variações quadrissemanais dos preços às famílias paulistanas com renda mensal entre 1 e 10 salários mínimos.

REUTERS


Dívida bruta recua ao pré-pandemia, mas fica 49% mais cara

Disparada da inflação e alta dos juros pelo Banco Central ajudam a explicar cenário


Embora a dívida bruta tenha alcançado o mesmo nível em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) observado antes da pandemia de covid-19, ela custa agora 49% a mais aos cofres públicos. Isso ocorre porque grande parte dos títulos emitidos pelo governo para se financiar é atrelada à taxa básica de juros e à inflação - e ambas estão em patamares mais elevados. Em julho deste ano, último dado publicado pelo Banco Central, o endividamento ficou em 77,6%, semelhante ao número de março de 2020, de 77,03%, quando o vírus chegou ao Brasil. Os gastos com juros, contudo, passaram de R$ 394,45 bilhões, o equivalente a 5,28% do PIB, para R$ 586,42 bilhões, 6,31% do PIB, no mesmo período. No início da pandemia, a taxaSelic estava a 4,25% ao ano e foi reduzida a 3,75% em março, no primeiro movimento da autoridade monetária para fazer frente aos efeitos da crise sanitária na economia. Na época, a inflação acumulada em 12 meses estava em 3,30%. Hoje, o país convive com inflação elevada e juros a dois dígitos. Na quarta-feira passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve os juros a 13,75% ao ano e indicou que pretende deixá-los neste patamar por período “suficientemente prolongado”. A inflação acumulada em 12 meses ficou em 8,73% em agosto e voltou a um dígito após 11 meses acima dos 10%. Em abril deste ano, o índice chegou a 12,13%, maior patamar desde outubro de 2003. Com cortes recentes de impostos, a projeção do BC para este ano caiu para 5,8%, ainda acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais e para menos. O endividamento público entrou em trajetória de forte crescimento no início da pandemia. Com o isolamento social e medidas de restrição para conter a transmissão do vírus, o governo precisou gastar mais em medidas de combate, como o auxílio emergencial e linhas de crédito para empresas. Em outubro de 2020, a dívida alcançou o pico de 89% e voltou a cair nos meses seguintes, com redução de gastos e aumento da arrecadação. A inflação também teve papel importante na queda porque contribuiu para o crescimento do PIB nominal, que é o denominador da proporção, e para o aumento das receitas, que levou o governo a registrar sucessivos superávits. Segundo especialistas ouvidos pelo Valor, as condições de rolagem da dívida pioraram em comparação ao início da pandemia em razão do aperto monetário promovido pelo BC e da escalada dos preços. Além disso, com a perspectiva de expansão fiscal nos próximos anos e baixo crescimento econômico, os analistas preveem aumento do endividamento. “Nosso custo de financiamento da dívida chegou a patamares da época do impeachment [da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016], quando a incerteza era enorme, apesar do cenário muito mais positivo em termos de atividade agora", destacou Juliana Damasceno, economista da Tendências Consultoria. Em seu ponto de vista, o país não está aproveitando a “onda de resultados fiscais positivos” para melhorar as condições de solvência. “Na ausência dessa ajuda atípica que estamos vivendo nos fluxos de arrecadação e primário, o esforço de um ajuste terá de ser muito maior [no futuro]. Estamos ignorando os custos de médio de longo prazo ao comemorar essa melhora da relação dívida/PIB”, disse. Juliana ponderou ainda que um PIB nominal maior melhora “artificialmente” o percentual da dívida, já que o estoque continua subindo. “Mas isso vem de uma inflação maior, muito grave para os mais vulneráveis. O quadro social mais grave exige, por sua vez, mais atuação do Estado, principalmente através de programas de transferência de renda. Ou seja, mais gasto.”

VALOR ECONÔMICO


Brasil deve crescer menos que a média da América Latina, diz Banco Mundial

Para reduzir déficit fiscal, é preciso cortar gastos ineficientes, e não investimento público, diz órgão


O Brasil deve registrar neste ano um crescimento econômico abaixo da média dos vizinhos da América Latina e Caribe, segundo relatório do Banco Mundial publicado na terça-feira (4). Pelas estimativas do órgão, enquanto a média do PIB (Produto Interno Bruto) da região crescerá 3%, no Brasil essa taxa deve ficar em 2,5%. Entre as maiores economias da região, o Brasil deve ter crescimento maior que o México (1,8%) e o Chile (1,8%), mas abaixo da Argentina (4,2%), Colômbia (7,1%) e Peru (2,7%). A previsão do PIB por si não revela outros fatores importantes das economias locais — a Argentina por exemplo, chegou a setembro com inflação anual de 78,5% —, mas mostra a dificuldade em acelerar o crescimento econômico no pós-pandemia. Desde os governos Dilma Rousseff e Michel Temer (2011-2018) o Brasil tem crescimento abaixo da média global, e deve repetir essa tendência com Bolsonaro. Segundo o relatório, na maior parte dos países da região o PIB e os índices de emprego estão no mesmo nível pré-pandemia, com sistemas bancários sólidos e encargos da dívida administráveis. O cenário previsto pelo Banco Mundial agora é mais positivo do que a previsão feita em abril, quando a instituição esperava que a América Latina crescesse 2,3%. Para o ano seguinte, a previsão é menor. O Brasil deve crescer 0,8% em 2023, segundo o estudo, metade da média regional, de 1,6%. Já em 2024, a previsão é que o Brasil veja seu PIB subir 1,8%, enquanto na América Latina e Caribe o aumento esperado é de 2,3%. Esse crescimento a 1,6% para o ano que vem está próximo do que a região viu ao longo da década de 2010, e por isso é classificado como "medíocre, mas resiliente" pelo Banco Mundial. São taxas "baixas e insuficientes para realmente reduzir a pobreza ou influir na prosperidade", diz o relatório. "Sugerem, se não uma armadilha de crescimento, pelo menos a continuidade de um desempenho medíocre." Segundo a instituição, é preciso investir a longo prazo em infraestrutura, educação e inovação tecnológica.

FOLHA DE SP


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