Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 219 |22 de setembro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo nas praças pecuárias paulistas vai se distanciando cada vez mais dos R$ 300/@
Na semana, preço do macho terminado já sofreu queda de R$ 5/@ em SP, e agora é negociado a R$ 285/@, no prazo, informa a Scot Consultoria
Segundo os dados apurados pela Scot, o macho terminado destinado ao mercado interno (sem prêmio-exportação) sofreu retração de R$ 2/@ na quarta-feira, atingindo R$ 285/@, valor bruto, no prazo. A cotação da novilha gorda paulista também teve recuo de R$ 2/@, e agora vale R$ 280/@, preço bruto e a prazo. A vaca gorda segue estável nas praças de São Paulo, cotada em R$ 270/@ (bruto, no prazo), informa a Scot. O bovino com destino à China está cotado em R$ 300/@ no mercado paulista (preço bruto e a prazo). Nesse caso, “há ofertas abaixo da referência, mas sem grandes volumes negociados”, observa a Scot. “As indústrias que ainda atuaram no mercado spot testam cotações abaixo das máximas vigentes”, ressalta a IHS, acrescentando que alguns frigoríficos conseguem certo êxito em algumas regiões do País. Na avaliação da IHS, grande parte das unidades brasileiras de abate dispõe de escalas ajustadas às necessidades operacionais do período. “A oferta de animais oriundos do segundo giro de confinamento também ajuda a fortalecer a pressão de baixa em algumas regiões do País”, observa a consultoria. Tal movimento foi observado pela IHS Markit nesta quarta-feira nas regiões do Mato Grosso, o Estado responsável pelo maior rebanho de corte do País. Os preços da arroba nas praças mato-grossenses monitoradas pela IHS registraram recuos devido à menor necessidade de aquisição de boiadas gordas por parte das indústrias locais, ressalta a consultoria. Em Cáceres e Tangará da Serra, as cotações do macho terminado recuaram de R$ 265/@ para R$ 262/@. Em Barra do Garças, o boi foi de R$ 265/@ para R$ 260/@. Em Cuiabá e Colíder, o animal terminado caiu de R$ 263/@ para R$ 260/@. Em relação às vendas de carne bovina no atacado, o fluxo de comercialização ainda se mostra fraco, bem aquém das expectativas do setor para época do ano. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 290/@ (à vista) vaca a R$ 265@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 295/@ (prazo) vaca a R$ 275/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 275/@ (prazo) vaca a R$ 260/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 272/@ (prazo) vaca a R$ 255/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 262/@ (prazo) vaca a R$ 250/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 260/@ (prazo) vaca a R$ 250/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 260/@ (à vista) vaca a R$ 250/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 265/@ (prazo) vaca R$ 250/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 267/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 260/@ (prazo) vaca a R$ 252/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 275/@ (prazo) vaca a R$ 265/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 260/@ (prazo) vaca a R$ 250/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 255/@ (à vista) vaca a R$ 235/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 250/@ (à vista).
PORTAL DBO
SUÍNOS
Suínos: leves altas no PR e SC. Queda em MG
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 125,00/R$ 132,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 9,20/R$ 9,60 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (20), o mercado ficou estável apenas no Rio Grande do Sul (R$ 6,37/kg), e queda somente em Minas Gerais, na ordem de 2,21%, atingindo R$ 6,65/kg. Houve alta de 0,32% em Santa Catarina, chegando em R4 6,31/kg, avanço de 0,29% em São Paulo, alcançando R$ 6,96/kg, e de 0,16% no Paraná, fechando em R$ 6,36/kg.
Cepea/Esalq
China liberará 14.400 toneladas de carne suína das reservas em 23 de setembro
A China liberará 14.400 toneladas de carne suína congelada de suas reservas estaduais em 23 de setembro, de acordo com um aviso do centro de gerenciamento de reservas na quarta-feira
Pequim disse que liberará carne suína antes dos próximos feriados do Dia Nacional em outubro para manter os preços da carne favorita do país estáveis durante um período de forte demanda.
REUTERS
FRANGOS
Frango fecha estável no Paraná e Santa Catarina
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,80/kg, enquanto o frango no atacado cedeu 0,40%, fechando em R$ 7,52/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina não houve mudança de preço, custando R$ 4,22/kg, nem no Paraná, custando R$ 5,41/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (20), tanto a ave congelada quanto a resfriada baixaram 0,12%, custando, respectivamente, R4 8,15/kg e R$ 8,14/kg.
Cepea/Esalq
Vírus da influenza aviária é encontrado em plantel no Tennessee, nos EUA
O surto atual de influenza aviária está se tornando o pior já enfrentado pelo país
Um vírus altamente patogênico de influenza aviária (HPAI) foi encontrado em um plantel não comercial de aves no condado de Obion, no Estado do Tennessee, informou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O USDA disse que as áreas afetadas foram isoladas e que as aves na propriedade serão abatidas para evitar a propagação da doença.
ESTADÃO CONTEÚDO
EMPRESAS
Lar avança oito posições no ranking do valor 1000 e se destaca entre as maiores empresas do Brasil
A Lar Cooperativa subiu oito posições no tradicional anuário “Valor 1000”, saltando da 78° colocação para o 70° lugar entre as mil maiores empresas do Brasil
Promovido pelo jornal Valor Econômico há 22 anos, o ranking busca listar e reconhecer o desempenho empresarial de diversos setores do país. A cerimônia de divulgação das campeãs de 2022 foi realizada no dia 5 de setembro, em São Paulo. Na edição anterior do ranking, a Lar já havia registrado crescimento, avançando 20 novas posições na classificação geral e agora manteve o ritmo de evolução em decorrência do recorde de faturamento bruto em 2021 (mais de R$ 17 bilhões), resultado 57% maior que no ano de 2020, se destacando entre as maiores empresas do Brasil, das 1.069 avaliadas. O diretor-presidente da Lar, Irineo da Costa Rodrigues atribuiu o resultado ao comprometimento de cada um dentro da Cooperativa. “O que mais tem contribuído com a Lar são as pessoas, temos um quadro de associados e colaboradores que realmente se dedicam e crescem juntos com a Lar. Esse resultado é bastante significativo, visto que somos formados, em maioria, por pequenos produtores rurais, mas juntos somos mais de 12 mil associados e quase 26 mil funcionários”. O jornal Valor Econômico também classificou as empresas por área de atuação. No segmento do agronegócio nacional, a Lar aparece em 7° lugar e na listagem das maiores empresas da região Sul do país, a Cooperativa ocupa a 10ª posição. A Lar segue avançando, em setembro de 2022 completou 23 anos de atuação na avicultura e atingiu a marca de abate de mais de 1 milhão de aves/dia, um resultado histórico e que deve elevar ainda mais a classificação no ranking. Esta edição do prêmio também passou a avaliar as boas práticas do ESG (sigla em inglês para as ações ambientais, sociais e de governança), correspondendo por cerca de 30% da nota final. “A Lar está bem encaminhada nesse sentido e tem as ações do ESG muito bem estruturadas, um fator que soma ao desempenho econômico, por isso a Cooperativa ficou muito bem-posicionada na classificação”, disse o diretor-presidente, Irineo da Costa Rodrigues.
Imprensa Lar
INTERNACIONAL
Brasil fecha acordo com UE sobre cotas agrícolas depois do Brexit
Bloco europeu vai reduzir os limites de exportações com tarifas mais baixas; em contrapartida, Reino Unido abrirá outras cotas proporcionalmente. Carne bovina e de aves, estão na lista
O Brasil e a União Europeia (UE) concluíram um acordo bilateral sobre cotas de vários produtos agrícolas para ajustá-las ao bloco europeu depois da saída do Reino Unido (Brexit), que, com isso, passou de 28 para 27 membros. As cotas permitem ao exportador vendar para a UE um determinando volume com tarifa menor. O Brasil tem várias cotas específicas na UE, para açúcar, carnes de frango, bovina e peru. Quanto à carne de frango (salgado, processado, congelado etc), várias cotas específicas somadas para o Brasil declinarão de 338,88 mil toneladas para 244,27 mil toneladas, numa contração de 27,9%. Com essa baixa na UE, a cota no Reino Unido será bem maior, refletindo mais vendas brasileiras de frango naquele mercado em anos recentes. Uma cota também para o Brasil de carne bovina sem osso, de 10 mil toneladas, cairá para 8,95 mil toneladas. Já a cota para carne bovina congelada destinada a todos os exportadores, e não apenas ao Brasil, cai de 63,7 mil toneladas atualmente para 19,7 mil toneladas. Como essa forte baixa, a UE se comprometeu a compensar diminuindo a tarifa dentro dessa cota de 20% para 15%. Por sua vez, a cota para carne de peru congelada para o Brasil cai de 3,11 mil toneladas para 2,86 mil toneladas na UE. Para carne de peru preparada, a cota também só para o Brasil, diminui ligeiramente de 92,3 mil para 91,8 mil toneladas. Na negociação, o Brasil obteve a garantia da UE sobre a manutenção de certificado de origem dos exportadores, de forma que o governo brasileiro poderá monitorar quem tem acesso às cotas e evitar irregularidade em seu uso. Concluídas as negociações entre o Brasil e a UE, agora os europeus precisam de autorização interna para assinar o acordo, o que pode levar meses. Além disso, sua implementação deverá ocorrer também de acordos de cotas com o Reino Unido, para não haver descompasso entre os dois e prejuízos para o exportador. As negociações entre o Brasil e o Reino Unido estão bem avançadas sobre os volumes das cotas agrícolas que Londres vai abrir. Falta, porém, resolver questão como administração das cotas, por exemplo. Nova negociação ocorrerá em 5 de outubro.
VALOR ECONÔMICO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Plantio da safra no Sul deve ter menos chuvas no início da primavera
Além dos três estados sulistas, o sul de São Paulo e de Mato Grosso do Sul sofrem influência direta do La Niña
A primavera começa hoje 22, às 22:04, e vai até 18:48 do dia 21 de dezembro. Normalmente, esta época do ano é marcada pelo início do plantio das principais culturas de verão, combinadas com o aumento gradual das chuvas pelo país. De acordo com o Prognóstico Climático do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para os meses de outubro a dezembro indica predomínio de chuvas acima da média climatológica em grande parte das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, porém abaixo da média no Sul, devido aos impactos do fenômeno La Niña, ainda ativo. Na Região Sul e no sul do Mato Grosso do Sul e de São Paulo, a previsão de chuvas abaixo da média pode impactar o início da safra de grãos. Porém, as precipitações que têm ocorrido no Sul desde a metade de agosto têm mantido o armazenamento de água no solo acima de 50% em grande parte da região, o que deve contribuir para o menor impacto nas fases iniciais dos cultivos da safra de grãos, caso se confirmem as chuvas abaixo da média. No Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a tendência é que o início da safra de verão seja marcado por chuvas dentro ou acima da média, principalmente em novembro e dezembro. As chuvas serão responsáveis pela elevação dos níveis de água no solo, com destaque para as áreas do oeste da Bahia e no estado do Tocantins, favorecendo as fases iniciais das culturas agrícolas. No Norte, a previsão indica uma primavera com predomínio de chuvas acima da média climatológica em grande parte dos estados, com destaque para o Amapá. Por outro lado, no sul do Pará e sudoeste do Amazonas, a previsão é de chuvas ligeiramente abaixo da média durante o trimestre.
GLOBO RURAL
Importação de pesticidas aumentou 95% em terminal de contêineres de Paranaguá
Ao todo, foram importadas mais de 166 mil toneladas de produtos de janeiro a agosto deste ano
As importações brasileiras de defensivos agrícolas via terminal de contêineres do porto de Paranaguá, segundo maio do país, registram crescimento de 95% este ano, segundo números divulgados pela empresa responsável pela administração do terminal, a TCP. Ao todo, foram mais de 166 mil toneladas movimentadas entre janeiro e agosto deste ano puxadas pelo aumento de estoque das empresas, a maior pressão de pragas no país e a aprovação de novas moléculas pelo Ministério da Agricultura este ano. De acordo com dados do Sindiveg, sindicato que representa as indústrias do setor de defesa vegetal, o mercado de defensivos agrícolas no Paraná representou 10% da aplicação total brasileira no primeiro semestre de 2022. O Estado aplicou mais de US$ 630 milhões em insumos no período, valor 12% maior em relação ao mesmo período do ano anterior.
GLOBO RURAL
ECONOMIA/INDICADORES
Banco Central encerra maior ciclo de alta dos juros em 23 anos às vésperas da eleição
Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75% em reunião realizada na quarta-feira, mas com placar dividido: 2 dos 9 membros queriam taxa a 14%
Mesmo com as expectativas de inflação ainda num patamar alto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, encerrando o mais longo ciclo de alta de juros de sua história às vésperas da eleição. A taxa, ainda assim, é a maior desde janeiro de 2017. Foram 12 altas consecutivas neste processo de aperto monetário, com um aumento acumulado de 11,75 pontos porcentuais, o maior choque de juros desde 1999. O ciclo foi iniciado em março de 2021, quando os juros básicos estavam na mínima histórica de 2% ao ano. O aumento de juros é considerado uma medida impopular. A última vez que ocorreu um aumento da Selic durante a campanha ao Palácio do Planalto foi em 2002, ano da primeira vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O então candidato do governo, José Serra (PSDB), perdeu aquela eleição. A decisão do Copom não foi unânime. Segundo o comunicado divulgado pelo Banco Central, sete dos nove membros do comitê votaram pela manutenção de 13,75% – os outros dois votaram por uma “elevação residual” de 0,25 ponto percentual, o que jogaria a Selic para 14%. O colegiado ainda deixou a porta aberta para voltar a subir a taxa. “O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, diz o comunicado. Mesmo com a estabilidade da taxa Selic, o Brasil continua a ter a maior taxa de juro real (descontada a inflação) do mundo, em uma lista com 40 economias. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está agora em 8,22% ao ano. Em segundo lugar na lista que considera economias mais relevantes, aparece o México (5,13%), seguido da Colômbia (3,86%). A média dos 40 países avaliados é de -1,69%. O aumento do juro básico da economia reflete em taxas bancárias mais elevadas, embora haja uma defasagem de seis a nove meses entre a decisão do BC e o encarecimento do crédito. A elevação da taxa de juros também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos. Por outro lado, aplicações em renda fixa, como no Tesouro Direto e em debêntures (títulos de empresas), passam a render mais.
O ESTADO DE SÃO PAULO
Dólar fecha em alta ante real na quarta
O dólar subiu frente ao real na quarta-feira, depois que o banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve, elevou sua taxa de juros na magnitude esperada pela grande maioria dos mercados
A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 0,39%, a 5,1739 reais, bem distante da máxima do pregão, quando saltou 0,80%, a 5,1950 reais. Na B3, às 17:05 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,51%, a 5,1845 reais. Os maiores patamares do dia foram alcançados pouco depois de o Federal Reserve elevar sua taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, para um intervalo de 3,00% a 3,25%, e sinalizar outros grandes aumentos em novas projeções, que mostram os custos dos empréstimos subindo para 4,40% até o fim deste ano, antes de atingirem 4,60% em 2023. A reação inicial negativa dos mercados globais refletiu surpresa com as previsões econômicas do Fed, que pintaram um cenário monetário mais restritivo do que muitos economistas esperavam para os próximos meses, disse à Reuters Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital. No entanto, continuou o especialista, investidores se tranquilizaram um pouco com o discurso do chair do Fed, Jerome Powell, feito em coletiva de imprensa após a decisão do banco. Embora Powell tenha reforçado o posicionamento combativo do Fed em relação à inflação, não se desviou muito de mensagens anteriores da autoridade monetária, o que jogou a favor de uma recuperação de ativos arriscados em relação às mínimas do dia, avaliou Izac. Também colaborou para esse movimento o fato de o "pior dos cenários" possíveis --um aumento de juro de 1 ponto percentual pelo Fed, que era esperado por pequena parcela dos mercados-- não ter se concretizado. Ao longo dos próximos dias, agentes financeiros continuarão digerindo o comunicado de política monetária do Fed, o que pode manter o mercado de câmbio local sobre alguma pressão, alertaram especialistas. "EUA com juros mais altos atraem mais capital do mundo todo, sobra menos dinheiro para emergentes como o Brasil. Isso costuma levar a depreciação no câmbio", disse Luciano Sobral, economista-chefe da Neo Investimentos. "A decisão de hoje não foi tão desalinhada em relação ao que o mercado esperava... mas a direção é essa."
REUTERS
Ibovespa fecha em queda após dia volátil com Fed
O Ibovespa fechou em baixa na quarta-feira, em dia volátil, marcado por decisão de política monetária nos Estados Unidos, enquanto ações de varejo avançaram em meio a apostas de que o Banco Central no Brasil deve encerrar o ciclo de altas da Selic.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,52%, a 111.935,86 pontos, de acordo com dados preliminares. O Federal Reserve confirmou as expectativas da grande maioria do mercado e elevou o juro norte-americano em 0,75 ponto percentual, para a faixa de 3% a 3,25%, enquanto divulgou novas projeções que mostram a taxa subindo para 4,40% até o fim de 2022, antes de atingir 4,60% em 2023. O Fed promoveu um ajuste relevante na perspectiva para o crescimento do PIB dos EUA neste ano, estimando agora expansão de apenas 0,2%, de previsão anterior de avanço de 1,7%. Para 2023, prevê crescimento de 1,2%. Na visão de Ricardo Peretti, estrategista de ações da Santander Corretora, a mensagem do Fed não muda muito o cenário de que os juros nos EUA continuarão subindo, algo que já estava nos preços dos ativos. "Mas é um cenário ainda negativo para a economia norte-americana e global", pontuou. Em Wall Street, o S&P 500 mostrou forte volatilidade após a decisão, fechando em baixa de 1,71%. Gabriel Floriano, estrategista do Levante Corp, destacou que o "dot plot", que mostra estimativas de membros do Fed sobre em que ponto os juros devem estar ao fim deste e outros anos, acusa uma política muito mais restritiva no horizonte próximo.
REUTERS
PIB-Agro/CEPEA: pressionado por custo alto, PIB do agro recua 1,7% no 2º tri; no ano, queda é de 2,5%
O PIB do agronegócio brasileiro, calculado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), recuou 1,7% no segundo trimestre de 2022, acumulando baixa de 2,48% no primeiro semestre deste ano
Segundo pesquisadores do Cepea, esse resultado negativo está atrelado em grande medida à forte alta dos custos com insumos no setor, tanto na agropecuária quanto nas agroindústrias. Considerando-se os desempenhos parciais da economia brasileira e do agronegócio, estima-se que a participação do setor no total fique em por volta de 25,5% em 2022, pouco abaixo dos 27,5% registrados em 2021. No segundo trimestre, cálculos do Cepea mostram retração de 2,01% no PIB do ramo agrícola e de 0,82% no pecuário. Assim, no semestre, o ramo agrícola acumula baixa de 2,71% e o pecuário, de 1,82%. A retração do PIB do ramo agrícola decorreu especialmente da forte alta dos custos com insumos para a produção agrícola (dentro da porteira). Isso pode ser visto pela queda do PIB do segmento primário agrícola (14,01%), concomitante ao forte aumento do PIB do segmento de insumos (31,81%). A agroindústria de base agrícola teve desempenho modesto no semestre, com aumento de 0,45% no PIB. Embora os preços médios desse segmento estejam em elevados patamares, o PIB tem sido pressionado negativamente pela redução da produção (frente à do ano passado) em setores relevantes. O estreitamento das margens nos segmentos a montante, aliado às menores produções de soja e de outros produtos agrícolas e agroindustriais, explica a queda semestral do PIB dos agrosserviços do ramo (2,93%). Quanto ao ramo pecuário, para o segmento primário (pecuária dentro da porteira), embora o faturamento médio desse segmento esteja em certa medida estagnado frente ao ano passado, sendo observada uma acomodação dos preços pecuários, houve algum alívio dos custos ao longo do primeiro semestre – em relação ao patamar expressivamente elevado alcançado em 2021. Esse alívio, em especial a redução dos preços de rações e medicamentos, explica a queda do PIB do segmento de insumos pecuários, de 2,45% no semestre, e o aumento de 1,7% no PIB primário pecuário. A retração do PIB da agroindústria da pecuária (3,44%) reflete o aumento dos custos industriais a taxas superiores às do crescimento esperado para o faturamento.
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