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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 218 DE 21 DE SETEMBRO DE 2022

  • prcarne
  • 21 de set. de 2022
  • 15 min de leitura

Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 2 | nº 218 |21 de setembro de 2022



NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL


BOVINOS


Boi gordo é pressionado em São Paulo e tem recuo de R$ 3/@

Escalas ainda confortáveis dos frigoríficos paulistas e escoamento lento da carne bovina no mercado doméstico reduzem cotação do macho terminado, que agora vale R$ 287/@, informou a Scot Consultoria


As escalas de abate ainda confortáveis na maior parte dos frigoríficos e a dificuldade de escoamento da carne no mercado interno permitem que os compradores do Estado de São Paulo pressionem os preços do boi gordo, que recuaram R$ 3/@ nesta terça-feira (20/9), informa a Scot Consultoria. O boi gordo direcionado ao mercado interno agora vale R$ 287/@ (valor bruto, no prazo) nas praças do interior de São Paulo. As cotações da vaca e da novilha gordas seguiram estáveis nas regiões do interior paulista e são negociadas, respectivamente, por R$ 270/@ e R$ 282/@ (preços brutos e a prazo), de acordo com a Scot. O bovino paulista com destino ao mercado da China está cotado em R$ 300/@ (preço bruto e a prazo). Segundo a IHS Markit, as operações de compra e venda de bovinos seguem lentas no mercado brasileiro, refletindo sobretudo as boas escalas dos frigoríficos e também a falta de apetite pela carne bovina por parte dos consumidores brasileiros, ainda prejudicados pelo avanço da inflação, apesar dos novos incentivos financeiros à população lançados recentemente pelo governo federal. Na avaliação da IHS, as escalas de abate dos frigoríficos giram hoje ao redor de 6-8 dias, programação suficiente para reduzir o apetite comprador de boiadas gordas no mercado físico. “A toada para o restante do mês deve ser de lateralidade nos preços da arroba”, prevê a IHS. “Apesar do presente desequilíbrio entre oferta e demanda, os preços da arroba não devem registrar recuos mais acentuados. Por outro lado, o fraco consumo doméstico de cortes bovinos também impõe grandes restrições para um movimento de retomada nas cotações do boi gordo no curtíssimo prazo”, observa a IHS. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 290/@ (à vista) vaca a R$ 265@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 295/@ (prazo) vaca a R$ 275/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 275/@ (prazo) vaca a R$ 260/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 272/@ (prazo) vaca a R$ 255/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 265/@ (prazo) vaca a R$ 250/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 265/@ (prazo) vaca a R$ 250/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 263/@ (à vista) vaca a R$ 250/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 263/@ (à vista) vaca a R$ 248/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 265/@ (prazo) vaca R$ 250/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 267/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 260/@ (prazo) vaca a R$ 252/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 275/@ (prazo) vaca a R$ 265/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 260/@ (prazo) vaca a R$ 250/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 255/@ (à vista) vaca a R$ 235/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 250/@ (à vista).

PORTAL DBO


SUÍNOS


Suínos: animal vivo cai 0,16% no Paraná

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF teve queda de 1,57%/0,75%, atingindo R$ 125,00/R$ 132,00, enquanto a carcaça especial cedeu 1,08%/1,03%, valendo R$ 9,20/R$ 9,60 o quilo


Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (19), houve leve alta apenas em São Paulo, na ordem de 0,43%, chegando em R$ 6,94/kg. Ficaram estáveis os preços no Rio Grande do Sul (R$6,37/kg) e em Santa Catarina (R$6,29/kg). Já em Minas Gerais, houve retração de 2,30%, baixando para R$ 6,80/kg, e de 0,16% no Paraná, fechando em R$ 6,35/kg.

Cepea/Esalq


FRANGOS


Frango com queda na ave viva no Paraná. Preço cedeu 12,45%

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,80/kg, enquanto o frango no atacado cedeu 0,92%, fechando em R$ 7,55/kg


Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina não houve mudança de preço, custando R$ 4,82/kg. No caso do Paraná, o recuo foi de 12,45%, com o quilo da ave viva custando R$ 4,22/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (19), tanto a ave congelada quanto a resfriada ficaram com preços estáveis, valendo, respectivamente, R$ 8,16/kg e R$ 8,15/kg. Cálculos do Cepea mostram que o avicultor paulista pode comprar 4,19 quilos de milho com a venda de um quilo de frango em setembro (até o dia 14), quantidade 4,2% abaixo da observada em agosto, mas ainda 8,7% acima da de setembro/21. No caso do farelo de soja, o produtor consegue adquirir 2,24 quilos do derivado com a venda de um quilo do animal, 2,7% a menos que no mês anterior e 9,5% a menos que há um ano.

Cepea/Esalq


USDA prevê aumento das importações chinesas de carne de frango em 2023

Segundo escritório do Departamento de Agricultura americano em Pequim, crescimento será de 15,4%, para 750 mil toneladas


As importações chinesas de carne de frango devem somar 750 mil toneladas no próximo ano, um aumento de 15,4% em comparação com 2022, segundo relatório do escritório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Pequim. Para este ano, marcado por surtos de influenza aviária em vários países, que limitaram as vendas à China, a estimativa é de 650 mil toneladas. Também segundo o escritório do USDA, a produção chinesa de carne de frango deve ficar estável em 2023, somando 14,3 milhões de toneladas. Para o consumo, o adido prevê aumento de 0,5%, para 14,475 milhões de toneladas.

VALOR ECONÔMICO


CARNES


Receita cambial das carnes aumentou mais de 30%

As exportações brasileiras de carnes geraram divisas superiores a US$17,1 bilhões


Os resultados levantados pelo MAPA junto à SECEX/ME indicam que nos oito primeiros meses de 2022 as exportações brasileiras de carnes geraram divisas superiores a US$17,1 bilhões, resultado mais de 30% superior ao de idêntico período de 2021. Entre as três principais carnes exportadas, a única a continuar apresentando desempenho negativo foi a carne suína, cuja receita permanece 11% aquém da alcançada há um ano. Esse resultado foi amplamente superado pelo aumento de cerca de 40% da receita da carne bovina e mais de 33% da de carne de frango, com incremento global de 30,46%. No preço é também a carne suína a que continua enfrentando, sem surpresas, valores inferiores aos de um ano atrás. Mas o resultado negativo vem sofrendo redução à medida que o ano avança, podendo chegar ao final do exercício com reversão. De toda forma, será uma evolução inferior à da carne de frango e bovina, cujos preços, até aqui, acumulam aumento anual de 25% e de 21%, respectivamente. No volume, o maior destaque é a carne bovina: aumento de 16% sobre os mesmos oito meses de 2021 e 26,51% de participação no volume total. A participação da carne de frango segue sendo o dobro: 56,68%bdo total. Mas o volume exportado nos oito primeiros meses de 2022 é apenas 6,83% maior que os de um ano atrás.

SUISITE


EMPRESAS


Minerva realiza 1º embarque de farinha de carne e ossos para Sri Lanka

A Minerva Ingredients, do grupo Minerva Foods, realizou na semana passada o seu primeiro embarque de farinha de carne e ossos para o Sri Lanka, segundo informações publicadas no perfil do Instagram da companhia na sexta-feira (16)


“Esse envio é super importante para a empresa, uma vez que contribui para a solidificação da nossa companhia como uma grande fornecedora global não só de carne, mas também de todos os seus derivados”, disse o gerente executivo da empresa, Heron Antonio de Carli. A Minerva Ingredients é o negócio da Minerva Foods que comercializa ingredientes derivados de bovinos. Na semana passada, a Minerva Foods também anunciou a realização de seu segundo embarque de carne carbono neutro certificada a partir do Uruguai para os Emirados Árabes Unidos.

CARNETEC


MEIO AMBIENTE


Basf licencia software que mede impacto ambiental da produção de carne

Com o acordo, Evonik usará o Opteinics, que gera informações como a pegada de carbono da criação de animais para abate


A Basf fechou um acordo para licenciar à Evonik o software Opteinics, que mede o impacto ambiental da produção de carne e fornece soluções de rações para os animais de criação. A Evonik, que já possui ferramentas e serviços de gestão de propriedades rurais, terá alguns direitos de licenciamento não exclusivos. O programa, lançado pela Basf no ano passado, oferece hoje módulos de avaliação de criações de suínos e aves e pode ser integrado a um software de formulação de rações. Há previsão de lançamento de aplicações voltadas à cadeia de produção de leite e à otimização de misturas de rações. A partir de dados fornecidos pelo produtor, o software gera informações sobre a pegada de carbono da criação, por exemplo, e sugere soluções para reduzir esse impacto. O objetivo é fazer os produtores se adequarem às crescentes exigências ambientais dos governos e dos consumidores por transparência nas cadeias de produção de proteínas. O Opteinics recebeu certificações recentemente e, segundo a Basf, segue as orientações da parceria da FAO para avaliação e desempenho da pecuária (LEAP, na sigla em inglês).

VALOR ECONÔMICO


INTERNACIONAL


JBS fecha acordo milionário por cartel nos EUA

A JBS concordou em pagar US$ 20 milhões para encerrar um processo com consumidores que acusava o gigante produtor de carne de conspirar com outras empresas de carne para inflar o preço da carne suína


Um juiz federal em Minnesota aprovou o acordo do processo de fixação de preços na semana passada. Mas o juiz também decidiu que quase US$ 7 milhões do acordo irão para os advogados dos queixosos por seu trabalho no caso. O processo da carne suína é um dos vários processos de fixação de preços que tramitam nos tribunais. Os produtores de carne também foram acusados de inflacionar os preços da carne bovina e do frango, e vários acordos multimilionários foram anunciados nesses casos. Anteriormente, a JBS concordou em pagar US$ 12,75 milhões a restaurantes e fornecedores como parte de um acordo diferente neste processo de carne suína, e a Smithfield Foods concordou em pagar a dois grupos diferentes de compradores de carne suína US$ 83 milhões e US$ 42 milhões em dois acordos diferentes no caso. Apesar dos acordos, as empresas de carnes têm defendido suas práticas de preços. Funcionários da sede americana da empresa brasileira em Greeley, Colorado, não responderam imediatamente a perguntas sobre o último acordo na segunda-feira, mas a JBS não admitiu nenhuma irregularidade como parte do acordo. Os principais advogados dos queixosos disseram que não está claro quanto os consumidores individuais que compraram carne suína entre 2009 e o ano passado podem receber, em parte porque o dinheiro de acordos adicionais pode ser adicionado ao fundo antes que qualquer pagamento seja enviado. O processo de carne suína continua pendente contra outros grandes produtores, incluindo Hormel, Tyson Foods e a empresa de banco de dados Agri Stats, que supostamente usaram para compartilhar informações confidenciais sobre preço, capacidade e demanda. A JBS concordou em cooperar com o processo contra essas outras empresas como parte do acordo. A ação acusa os grandes frigoríficos, que juntos controlam mais de 70% da produção de suínos em todo o país, de trabalharem cooperativamente para limitar a oferta de suínos e inflacionar os preços. O Departamento de Justiça está investigando alegações de fixação de preços no setor pelo menos desde 2020, mas não forneceu atualizações sobre sua investigação.

Suinocultura Industrial


NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ


Chuva atrasa plantio do milho no Paraná e impede finalização da colheita da safrinha, diz Deral

A Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou, por meio do Departamento de Economia Rural (Deral), seu o relatório de plantio e colheita das principais safras do estado


O relatório semanal informa que 99% das lavouras de segunda safra já foram colhidas no estado. Enquanto isso, os 100% de área restante estão em maturação. As regiões que ainda não finalizaram suas atividades são Londrina (99%), Cornélio Procópio e Paranavaí (98%), Ivaiporã (95%) e Jacarezinho (85%). Do lado da qualidade dessas áreas, os técnicos do Departamento classificaram 74% das lavouras como em boas condições, 23% em médias e 3% em ruins. Ao mesmo tempo, o reporte traz o avanço das atividades de plantio da safra verão de milho, com 47% da área já semeada, com 43% das lavouras em germinação e 57% já em desenvolvimento vegetativo. No total, o estado deve cultivar 406.446 hectares. As localidades mais adiantadas no plantio são Francisco Beltrão (95%), Ponta Grossa e Toledo (80%), Pato Branco (77%) e Laranjeiras do Sul (73%). Detalhando as regiões paranaenses, os técnicos do Deral destacam restam poucas áreas para a conclusão da colheita nas regiões Norte e Noroeste, mas os trabalhos foram interrompidos devido à chuva. Já nas regionais Oeste e Centro-Oeste, a colheita chegou ao final com produtividades abaixo das esperadas. Por outro lado, as áreas de verão estão se desenvolvendo bem e o plantio deve ser finalizado nas próximas semanas. Na região Sul, o excesso de chuvas impediu o andamento do plantio do milho primeira safra, o que pode comprometer a janela ideal de semeadura.

SEAB-PR


Plantio de soja tem bom ritmo no Paraná

Estado prevê área e colheita recorde, mas segue atento ao clima


O plantio de soja começou de forma acelerada no Paraná na safra 2022/23. Até a última segunda-feira, a semeadura já havia ocorrido em 6% da área de cultivo prevista, ritmo superior ao do mesmo período de 2021, quando os trabalhos haviam alcançado 3% da área. O Estado é o segundo maior produtor brasileiro da oleaginosa. Mato Grosso lidera o ranking. Segundo o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), a área de plantio vai crescer 1% em relação a 2021/22, para 5,7 milhões de hectares, e a produção será de 21,5 milhões de toneladas, um volume 78% maior que o do ciclo anterior, marcado pelas perdas com a seca. Tanto área quanto colheita serão recorde. “O cenário no momento é favorável, com chuvas regulares e capacidade de plantio elevada”, diz Edmar Gervásio, analista do Deral. “A expectativa é que a semeadura avance nos próximos dois meses, mas não é possível prever percentuais. Isso depende do planejamento de cada produtor”. Gervásio afirma que o Paraná tem potencial para colher até 23 milhões de toneladas neste ciclo, mas que a influência do fenômeno La Niña, que reduz o volume de chuvas no Sul do país, deve dificultar esse desempenho. “O clima é que vai delimitar o tamanho da safra no Estado. Ainda temos muito a percorrer com o plantio, e o clima tende a afetar negativamente a produção”, acrescentou o analista. Pablo Nitsche, agrometeorologista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado (IDRParaná), diz que a previsão é de chuvas abaixo da média, mas que o volume das precipitações será regular até o fim deste mês de setembro. “As janelas de plantio vão acontecer, com chuvas a cada cinco dias nessas próximas semanas. Acredito que a semeadura vai ocorrer dentro da normalidade nesse início de safra”, afirma. O agrometeorologista lembra, por outro lado, que as lavouras paranaenses continuam sob risco, já que a ação do La Niña ainda pode alterar o regime de chuvas nos próximos meses. “A perspectiva para o clima nas lavouras é boa neste início de safra, mas ainda tem muita coisa para acontecer. O fenômeno tem uma tendência de enfraquecimento nos próximos meses, e o quadro pode se reverter para neutralidade apenas no primeiro trimestre de 2023. É um cenário de atenção para os produtores de soja”, diz.

VALOR ECONÔMICO


ECONOMIA/INDICADORES


Dólar estende perdas e real é destaque com alívio local; Fed segue em foco

O dólar caiu frente ao real pelo segundo dia consecutivo na terça-feira, com um alívio em temores político-fiscais domésticos compensando o nervosismo externo antes da decisão de juros nos Estados Unidos


A moeda norte-americana à vista fechou em queda de 0,25%, a 5,1537 reais, estendendo suas perdas depois de na véspera registrar sua maior desvalorização diária desde o fim de julho, de 1,79%. Na B3, às 17:11 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,62%, a 5,1570 reais. Fornecendo alento aos ativos brasileiros, continuou repercutindo nos mercados locais o anúncio da véspera de apoio do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles à campanha eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O posicionamento de Meirelles --um liberal que ajudou a criar a regra do teto de gastos durante o governo do ex-presidente Michel Temer-- a favor do petista reduziu temores de investidores de que eventual governo Lula seria exageradamente inclinado ao aumento das despesas públicas. André Rolha, diretor de produtos da Venice Investimentos, reconheceu o efeito dessa notícia no bom desempenho dos ativos brasileiros, mas disse que não a ver como o único motivo por trás do alívio recente no mercado de câmbio. "Acredito que os fundamentos locais ainda jogam muito a favor do câmbio, dos juros... e da bolsa", afirmou, citando números de crescimento econômico positivos e "lição de casa antecipada" do Brasil no combate à inflação, depois que o Banco Central foi um dos primeiros no mundo a iniciar o que se tornaria um longo e agressivo ciclo de aperto monetário. A taxa Selic está atualmente em 13,75%. A maior parte dos mercados financeiros acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Bacen já terminou de aumentá-la, mas há quem espere que o colegiado eleve os juros em mais 0,25 ponto percentual, a 14%, ao fim de sua reunião deste mês, que começou na terça-feira e se encerrará na quarta. Apesar da leve queda do dólar contra o real nesta sessão, investidores ainda se mostravam cautelosos diante da alta probabilidade de que o Federal Reserve suba sua taxa de juros em, pelo menos, 0,75 ponto percentual ao fim de seu encontro de política monetária, que se encerrará na quarta.

REUTERS


Ibovespa fecha em alta com bancos antes de decisões de juros de EUA e Brasil

O Ibovespa fechou em alta na terça-feira, no fim de uma sessão volátil, em véspera de decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil


Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,62%, a 112.516,91 pontos. O volume financeiro da sessão somou 26,5 bilhões de reais. Na visão de Fabrício Gonçalvez, presidente-executivo da Box Asset Managemet, a expectativa "super quarta" ditou cautela nos negócios. O avanço das ações dos bancos fez a diferença. Na quarta-feira, o Federal Reserve anuncia às 15h (horário de Brasília) a nova taxa de juros norte-americana. A expectativa majoritária é de nova alta de 0,75 ponto percentual, para a faixa de 3% a 3,25%, mas há apostas de um aperto mais forte. Além da decisão, os investidores aguardam a fala do chair do Fed, Jerome Powell, bem como nas projeções econômicas do órgão, em particular o chamado "dot plot" (gráfico de pontos), que mostra estimativas de membros do Fed sobre em que ponto a taxa de juros deve estar ao fim de 2022 e nos anos seguintes. Em Wall Street, o S&P 500 fechou em baixa de mais de 1%, refletindo cautela antes do desfecho do encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed. Também na quarta, após o fechamento do mercado, o BC no Brasil divulga decisão sobre a Selic. Neste caso, a aposta majoritária de manutenção da taxa em 13,75% ao ano, na primeira pausa no ciclo de altas que começou em março do ano passado. De acordo com Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora, as decisões de política monetária na quarta-feira devem direcionar o apetite ao risco nos próximos dias.

REUTERS


IPPA/Cepea segue estável por mais um mês

Em agosto, o IPPA/CEPEA (Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários), em termos nominais, se manteve praticamente estável frente ao de julho (leve queda de 0,4%)


O resultado se deve ao contrabalanceamento das variações dos índices de grupos de alimentos. Enquanto o IPPA-Grãos, o IPPA-Hortifrutícolas e o IPPA-Cana-Café recuaram, respectivamente, 0,7%, 1,2% e 1,3%, em termos nominais, o IPPA-Pecuária avançou 1,6%. O aumento no grupo de produtos da pecuária esteve atrelado à elevação nos preços nominais do leite, dos ovos, do suíno vivo e do frango vivo. No caso do leite, a baixa oferta no campo tem provocado a alta contínua dos preços desde o início deste ano. A oferta reduzida de ovos no mercado doméstico também elevou os valores da proteína, registrando recorde na série de preços reais. Para o suíno, a demanda aquecida no início de agosto foi suficiente para garantir a alta dos preços nominais em relação a julho. Por fim, para o frango vivo, a alta se deveu à redução da oferta de animais. Entre os grãos, destaca-se a queda dos preços nominais do trigo em grão, que reflete a estimativa de produção recorde no Brasil. No mesmo grupo, tem-se a queda do preço nominal da soja. Para os hortifrutícolas, o desempenho do índice foi marcado pelo recuo dos preços da batata e da banana. Finalmente, observaram-se quedas nas cotações nominais do café e da cana-de-açúcar, que compõem o último grupo de alimentos. Na mesma comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais, calculado e divulgado pela FGV, recuou 1,14% – logo, de julho para agosto, os preços agropecuários subiram frente aos industriais da economia.

Cepea


Cenário melhor leva FGV Ibre a elevar projeção de crescimento e reduzir a de inflação

Apesar do desempenho mais favorável da economia, Boletim Macro de setembro alerta para política fiscal ainda na contramão da política monetária


Sinais melhores do que o esperado em julho e agosto levaram a uma revisão significativa das projeções econômicas pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). Na edição de setembro do Boletim Macro, as previsões de atividade em 2022 foram revistas para cima e a inflação para este ano e o próximo, para baixo. Preocupações com a política fiscal indo na contramão da política monetária, contudo, persistem e lançam dúvidas sobre a capacidade de o Banco Central conseguir convergir à meta inflacionária adiante. A última edição do Boletim Macro, ressalta que após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre e dos dados referentes dos dois últimos meses, a perspectiva é de desaceleração da atividade no terceiro trimestre menos intensa do que o previsto. “Em julho, os indicadores de alta frequência mostraram estabilidade pelo lado da indústria, com impulso positivo dos serviços, e queda do setor varejista. Porém, dentro do setor varejista, a venda de combustíveis e lubrificantes se destacou positivamente”, resumem as economistas Silvia Matos, Marin a Garrido e Mayara Santiago na seção sobre atividade econômica. Elas ressaltam que os serviços surpreenderam positivamente, com destaque para o setor de transportes que está hoje 20,2% acima do nível pré-pandemia. Com base nos indicadores de alta frequência de julho, observa-se que a indústria de transformação registrou crescimento de 0,4%, na margem, e estabilidade na variação anual. No caso de serviços, a expectativa de crescimento em torno de 5,5%, na comparação interanual, foi ofuscada pela alta anual de 6,3% e mensal de 1,1%. Com os dados recentes e a perspectiva de os serviços continuarem contribuindo positivamente para o crescimento no segundo semestre, o FGV Ibre tem agora cenário de crescimento de 0,4% do PIB no terceiro trimestre, em relação ao segundo. As economistas acrescentam que aprovação de algumas medidas no Congresso contrata crescimento no terceiro trimestre, o que as levou a revisar o crescimento do PIB para 2022 de 1,7% para 2,5%. Além da projeção do PIB, foram revistas para cima as de consumo das famílias em 2022 (de 2,4% para 3,5%), investimento (de -3,5% para -0,4%), indústria (0,5% para 1,7%), sendo a de transformação de -1,3% para 0,2%. Os números para eletricidade e outros também foram revistos para cima (de 4,5% para 7,9%), assim como construção civil (4,9% para 6,1%), e serviços (2,6% para 3,3%). Previsões de consumo do governo, exportação e importação, agropecuária e indústria extrativa foram rebaixadas. Assim como a do PIB em 2023, que passou de queda de 0,3% para contração de 0,4%. Isso porque os efeitos defasados da política monetária devem se somar à necessidade de menos gastos públicos e recuo do consumo das famílias no ano que vem.

VALOR ECONÔMICO


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