Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 216 |19 de setembro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Os preços físicos do boi gordo voltaram a registrar quedas ao longo da semana em importantes praças brasileiras
Em algumas praças monitoradas pela IHS Markit, as escalas de abate já adentram o mês de outubro, desestimulando uma atuação mais ativa dos frigoríficos nos balcões de negócios.
“É o caso de algumas indústrias localizadas nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do País, onde os preços do boi gordo voltaram a ceder durante a semana”, informou a IHS. Nessas regiões a oferta de animais gordos segue atendendo sem maiores dificuldades às necessidades de compra das unidades de abate locais, o que faz com que alguns frigoríficos continuem testando novos negócios a valores abaixo das máximas vigentes. Mesmo nas regiões onde se observa uma aparente estabilidade nos preços da arroba, a situação atual não abre muito espaço para repiques de alta nos preços da arroba, acrescenta a IHS. Este cenário é observado sobretudo nos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, diz a consultoria. Para a IHS, os excedentes da produção direcionado ao mercado interno da carne bovina parece não ser totalmente absorvido. Em contrapartida, os volumes embarcados para o exterior continuam renovando os seus recordes. Segundo a consultoria, as expectativas se voltam para o último trimestre de 2022, estimulado pelas tradicionais festas de final do ano, além das comemorações ligadas à Copa do Mundo de Futebol – onde há festejo, há churrasco na mesa do brasileiro. No entanto, por enquanto, o mercado físico segue se arrastando, com abates diários reduzidos, e menor necessidade de compra de animais gordos em função da boa cobertura obtida pelas unidades de abate por meio de animais oriundo de parcerias com grandes confinadores. Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, no Estado de São Paulo, as indústrias exportadoras estão com escala de abates alongadas, atendendo o restante do mês e, em algumas unidades, até início de outubro. Por sua vez, as unidades frigoríficas que atendem somente o mercado interno, a programação de abate cobre uma semana ou menos. Dados da Scot mostram que, nas praças paulistas, o boi destinado à exportação está apregoado em R$ 300/@, preço bruto e a prazo, “mas vale ressaltar que há negócios abaixo desta referência”. O boi gordo destinado ao mercado interno (sem premiação) segue valendo R$ 290/@ no mercado paulista, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas, respectivamente, por R$ 270/@ e R$ 282/@ (preços brutos e a prazo), informa a Scot. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 290/@ (à vista) vaca a R$ 265@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 300/@ (prazo) vaca a R$ 275/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 272/@ (prazo) vaca a R$ 260/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 272/@ (prazo) vaca a R$ 255/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 265/@ (prazo) vaca a R$ 250/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 265/@ (prazo) vaca a R$ 250/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 263/@ (à vista) vaca a R$ 250/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 263/@ (à vista) vaca a R$ 248/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 265/@ (prazo) vaca R$ 250/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 267/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 260/@ (prazo) vaca a R$ 252/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 275/@ (prazo) vaca a R$ 265/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 260/@ (prazo) vaca a R$ 250/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 260/@ (à vista) vaca a R$ 240/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 250/@ (à vista).
PORTAL DBO
Limitar exportação de carne: Argentina mostra que em vez de sobrar, pode faltar
Intervir no mercado, regulando ou proibindo exportações, é uma prática atualmente adotada na Argentina, com resultados negativos para a economia. A arroba do boi gordo está cotada na Argentina a US$ 66,00, contra US$ 55,00 no Brasil
Levantamento do Instituto de Estudos sobre a Realidade Argentina e Latino-americana (IERAL) mostrou, mês passado, que o país vizinho perdeu para o Brasil o título de país latino-americano com carne bovina mais barata. Em dólar, desde meados de 2020, o preço da carne aumentou 20% na Argentina, contra 5% no Brasil. Em que pese o exemplo argentino desabonar a ideia, será que limitar as exportações pode fazer mesmo “sobrar um pouco de carne” no mercado interno? Restringir exportações diminui carne no campo e na mesa. Em vez de sobrar, pode faltar. Os argentinos convivem com novos limites às exportações de carne desde maio de 2021. Estão suspensos os embarques de sete cortes de carne bovina até o final de 2023, sob o pretexto de reservar o produto para o mercado interno. É a repetição de uma estratégia adotada em 2006, que acabou reduzindo o rebanho do país, sem resolver o problema de preços e consumo. Os preços caem num primeiro momento, depois de alguns meses voltam a subir. Há cem anos, desde 1920, o consumo de carne per capita não chegava a níveis tão baixos no país vizinho. “A Argentina é um exemplo clássico de que essa política dá muito errado. O consumo per capita caiu de 68 kg para 41 kg. E se pegar os números atualizados, em 2022, por causa da crise, deve estar por volta de 37kg ou 35 kg per capita. O que aconteceu? Os produtores argentinos liquidaram o rebanho. Além do preço da carne ter subido e o consumo ter caído, houve uma quebra da indústria argentina. Menos gente empregada, menos recolhimento de impostos, menos investimentos”, aponta Lygia Pimentel, diretora da consultoria Agrifatto, de São Paulo (SP). A carne é uma commodity, lembra a analista, e como tal não é possível “combinar com o custo de produção quanto que ele vai subir”. “Se a gente tem um problema com fertilizante ou milho, o preço explodir e precisar remunerar mais o produtor, havendo um limite ao escoamento, ele fica defasado. Formação de preço envolve milhares de fatores que interferem na oferta e na demanda. Então, quando você planifica, normalmente costuma dar muito errado”, completa Pimentel. Uma análise do Instituto de Estudos Econômicos da Sociedade Rural Argentina calculou que somente nos primeiros quatro meses de restrições às exportações, a partir de 15 de abril de 2021, o país perdeu 8 milhões de dólares por dia. "Perdemos os produtores, os trabalhadores, os empresários, os frigoríficos, os consumidores, os provedores de insumos e serviços, entre outros participantes da cadeia produtiva. Não dá para entender porque se impõem cotas às exportações, se isso nos empobrece a todos", disse Nicolas Pino. Meses depois, o governo confirmou a política restritiva de exportações de carne bovina por mais dois anos, até o fim de 2023. O exemplo argentino é também destacado por Fernando Henrique Iglesias, consultor da agência Safras e Mercado em Curitiba (PR). “O impacto é de médio e longo prazo. O pecuarista fica desalentado com a atividade, porque ele deixa de ganhar dinheiro quando você bloqueia as exportações. Ele começa a aumentar o descarte de matrizes, de fêmeas, e começa a reduzir o investimento no plantel. Com isso, no médio-longo prazo, você acaba gerando um gargalo de oferta, em que vai ter um menor ritmo de nascimento de bezerros e boi magro. Os preços acabam subindo”, observa. Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/agronegocio/lula-quer-limitar-exportacao-de-carne-argentina-mostra-que-em-vez-de-sobrar-pode-faltar/
GAZETA DO POVO
SUÍNOS
Preços dos suínos com estabilidade na sexta
A Scot Consultoria informou que a arroba do suíno CIF está cotada a R$ 127,00/@ a R$133,00/@, sem alteração. Já o valor da carcaça especial também seguiu estável e está cotado a R$ 9,40/R$ 9,80 o quilo.
Conforme foi divulgado pelo Cepea/Esalq referente às informações da última segunda-feira (08), o preço do animal vivo em Minas Gerais está próximo de R$ 6,96/kg e seguiu estável o comparativo diário. Em Santa Catarina, o suíno registrou queda de 0,32% e está precificado a R$6,29/kg. Em São Paulo, o animal vivo apresentou estabilidade e está ao redor de R$ 6,94/kg. No Paraná, o valor do animal apresentou uma valorização de 0,16% e está cotado em R$ 6,37/kg. Já no Rio Grande do Sul, o preço do suíno apresentou estabilidade e cotado em torno de R$6,37/kg.
Cepea/Esalq
Itaú BBA: Apesar das exportações aquecidas, mercado de suínos não absorve o aumento na produção
Para o Itaú BBA, apesar das exportações aquecidas o mercado não está sendo capaz de absorver o aumento na produção. “Como é improvável que a oferta reduza substancialmente nos próximos meses, isso torna mais incerta a recuperação das margens”, informou o banco em relatório mensal
Neste cenário, as grandes agroindústrias que exploram mais o mercado externo e/ou agregam valor nos produtos vendidos no mercado interno conseguem atravessar melhor este período difícil. A pressão maior segue nos produtores menores e independentes, que têm menos gestão e estrutura financeira para aguardar o equilíbrio da oferta e demanda. No mercado interno, os preços do animal tiveram elevação de 2,8% para R$ 6,72/kg enquanto os custos subiram menos (0,7%) mas ainda seguem acima de R$ 7,50/kg, acima dos preços de venda do animal vivo.
Itaú BBA
FRANGOS
Frango: Cotações encerram a semana estáveis
A Scot Consultoria informou que a referência para a carne de frango na granja em São Paulo permaneceu estável e está em R$ 5,80/kg, enquanto que o frango no atacado registrou queda de 1,68% e finalizou o dia cotado a R$ 7,62/kg
No levantamento realizado pelo Cepea na quinta-feira (15), o preço do frango congelado registrou leve alta de 0,12% e está cotado em R$ 8,16/kg. Já o frango resfriado permaneceu estável, sendo negociado em R$ 8,14/kg. O preço do frango vivo em Santa Catarina seguiu estável em 4,82/kg. A referência do frango vivo no Paraná apresentou valorização e está a R$ 5,41/kg, enquanto em São Paulo a cotação do frango vivo está sem referência.
Cepea/Esalq
Itaú BBA: elevado do custo de produção não deixa espaço para recuo no preço do frango
A disponibilidade de milho neste momento é bem melhor que há um ano e isso pode restringir novas altas significativas pelo menos nos próximos meses
Para o Itaú BBA, o patamar elevado dos custos não deixa espaço para recuo de preço da ave, o que pode pressionar as margens um pouco mais adiante, a partir de dezembro e janeiro, quando os preços das carnes normalmente moderam. “Claro que se o clima para o desenvolvimento das safras do Hemisfério Sul se mostrar favorável já que o balanço global não dispõe de folga, este cenário deve fortalecer o escoamento externo do cereal brasileiro”, informou o banco em seu relatório mensal. Os preços do frango vivo e os custos de produção bastante alinhados em agosto, próximos de R$ 5,60/kg, vem mantendo o spread das granjas apertado, bem diferente do período ago-nov/21, quando os preços avançaram razoavelmente antes de um novo salto dos custos a partir do final do ano, quando as perdas da primeira safra de grãos no Sul ficaram evidentes. O banco reforçou que o período vindouro será de alojamento das aves para o final do ano, sendo importante a calibragem do ritmo de produção, valendo lembrar que o peso médio das aves mais elevado visto no primeiro semestre do ano, sustentou um pequeno crescimento da produção, mesmo com o setor abatendo menos aves. No atacado paulista, os preços das aves ficaram estáveis durante o mês de agosto em torno de R$ 8,00/kg, enquanto houve redução de 3,6% no dianteiro bovino. “A ave acabou reduzindo sua vantagem relativa em termos de preços. A relação entre as duas proteínas caiu para 2,3 kg de frango/kg de dianteiro, semelhante há um ano atrás, mas bem menor que no início do ano quando esteve acima de 3”, informou.
Itaú BBA
Frango/Cepea: Alta nos insumos e queda no preço da carne reduz poder de compra
O poder de compra do avicultor paulista frente ao milho e ao farelo de soja está se reduzindo neste mês, devido à queda dos preços do animal vivo e à alta nos valores destes insumos
De acordo com colaboradores consultados pelo Cepea, a queda do preço da carne de frango é resultado da menor demanda. Assim, cálculos do Cepea mostram que o avicultor paulista pode comprar 4,19 quilos de milho com a venda de um quilo de frango em setembro (até o dia 14), quantidade 4,2% abaixo da observada em agosto, mas ainda 8,7% acima da de setembro/21. No caso do farelo de soja, o produtor consegue adquirir 2,24 quilos do derivado com a venda de um quilo do animal, 2,7% a menos que no mês anterior e 9,5% a menos que há um ano.
Cepea
CARNES
Custo de produção de suínos sobe; ICPFrango se mantém estável em agosto
Os estados de SC e PR são usados como referência nos cálculos por serem os maiores produtores nacionais de suínos e de frangos de corte, respectivamente
Os custos de produção de suínos subiram em agosto segundo os estudos publicados pela CIAS, a Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa. O Índice de Custo de Produção de Suínos, o ICPSuíno, subiu 1,18% em relação a julho, fechando em 436,84 pontos. Já o ICPFrango se manteve estável, oscilando 0,01%, fechando julho em 422,03 pontos. Os gastos com a ração dos suínos foi o item que mais influenciou a alta em agosto, subindo 0,85%. No ano, o acumulado é de 5,80%. Com isso, o custo total de produção por quilo de suíno vivo produzido em sistema tipo ciclo completo em Santa Catarina passou de R$ 7,55 em julho para R$ 7,64 em agosto. Nos primeiros oito meses do ano, o ICPSuíno acumula 9,07% de alta e, nos últimos 12 meses, 7,29%. Já o ICPFrango registrou queda nos gastos com aquisição de pintinhos de um dia (-0,26%), nutrição (-0,10%) e mão de obra (-0,06%), apesar da alta com energia elétrica, calefação e cama (0,29%) e transporte (0,20%). O custo de produção do quilo do frango de corte vivo no Paraná, produzido em aviário tipo climatizado em pressão positiva, manteve o valor de julho em agosto: R$ 5,45. De janeiro até agosto, o ICPFrango acumula alta de 4,59% e, nos últimos 12 meses, uma variação de 3,56%. O analista da área de socioeconomia da Embrapa Suínos e Aves, Ari Jarbas Sandi, lembra que “apesar de os custos de produção de suínos da Embrapa serem referenciais, ou seja, servirem de baliza para o setor produtivo, os mesmos podem não representar a realidade de cada suinocultor ou avicultor, sendo este dependente de variáveis produtivas, da conversão alimentar dos animais, da qualidade da mão de obra empregada nos manejos operacionais, da ambiência e nível tecnológico das instalações e da gestão técnica e econômica que o produtor consegue prover à atividade que escolheu empreender”.
Embrapa Suínos e Aves
EMPRESAS
BRF recebe nova habilitação para exportar carne de peru ao México
Empresa já tinha autorização para enviar o produto de uma planta no Paraná
A BRF informou que sua unidade de Chapecó, em Santa Catarina, foi autorizada pelo Serviço Nacional de Saúde, Segurança e Qualidade Agroalimentar (Senasica) do México a exportar carne de peru ao país. Essa é a segunda unidade da BRF habilitada a exportar a proteína ao mercado mexicano. Em 2021, o México já havia habilitado a planta localizada em Francisco Beltrão, no Paraná. “A nova habilitação traz flexibilidade para acompanhar as oscilações de mercado e agilidade para capturar as melhores oportunidades”, disse a empresa, em comunicado.
VALOR ECONÔMICO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Segunda safra de milho movimenta o mercado de frete marítimo nos portos do Paraná
No Porto de Paranaguá o maior crescimento será nas exportações de milho, que entre os meses de julho e setembro, deverá alcançar 2,071 milhões de toneladas, um volume 3.256% maior que as 61,7 mil toneladas do terceiro trimestre de 2021
Neste terceiro trimestre deste ano, o porto de Paranaguá prevê embarques de 7,233 milhões de toneladas de grãos e farelo de soja, milho e açúcar a granel. O volume é 24% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Entre navios já atracados, programados ou esperados estão, ao todo, 15 embarcações para carregar soja em grão, oito navios destinados ao açúcar a granel, seis embarcações para o farelo de soja e quatro para o milho. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que a produção de milho para esta temporada deve ser recorde no país. Segundo os números divulgados, os produtores da commodity deverão colher na segunda safra 86,1 milhões de toneladas. De acordo com o diretor da Fortenave, empresa de agenciamento marítimo que atua em Paranaguá, Ismael Pires, os números podem significar um novo momento para o mercado de frete marítimo. “Representa a retomada, tendo em vista que nos últimos meses, a menor demanda por parte da China - explicada pelo fechamento dos portos devido à pandemia de Covid-19 - e outros fatores afetaram as exportações de algumas commodities brasileiras”, explica Pires. Segundo Pires, historicamente, no final de julho e início de agosto o mercado de fretes sofre uma certa pressão com viagens de férias de verão no hemisfério norte. Em agosto, os 4 principais índices de navios -- Panamax, Supramax , Capesize , Handysize -- estavam sendo efetuados com o mercado da África do Sul e registraram queda nos preços de cerca de 23% a cada semana. De acordo com previsão da ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários, no país existe uma tendência de crescimento na movimentação portuária no segundo semestre de 2022. A estimativa é de que seja movimentado um volume de 631 milhões de toneladas, alta de 2,9% em relação ao segundo semestre do último ano. Mas, os números projetados para o fim do ano mostram estabilidade da movimentação anual em comparação com 2021, totalizando o ano com 1.212 milhões de toneladas movimentadas, quase igualando com o último ano -- 1.214 milhões (recorde nacional do setor). Segundo Pires, há oferta de frete e também de navios e, caso este cenário se mantenha, a tendência é de queda nos preços dos fretes. “Neste momento, considerando que o Brasil vem mantendo os volumes de exportações e importações, naturalmente sendo um dos grandes players na comercialização de commodities, este cenário tem contribuído para a oferta de fretes em declínio”, conclui Pires.
ForteNave
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar FOI a R$5,2609 e tem maior ganho semanal em 2 meses com receios sobre Fed
O dólar estendeu seus ganhos em relação ao real na sexta-feira e fechou numa nova máxima desde o início de agosto, em sua maior valorização semanal em dois meses, em meio a receios persistentes sobre um ciclo de alta de juros muito agressivo nos Estados Unidos
A moeda norte-americana à vista ganhou 0,41%, a 5,2609 reais, renovando sua maior cotação para encerramento desde 3 de agosto (5,2781 reais). Na B3, às 17:06 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,20%, a 5,2770 reais. Após vários dias marcados por aversão a risco, o dólar à vista subiu 2,23% frente ao real em relação ao fechamento da última sexta-feira, maior valorização semanal desde o ganho de 2,60% acumulado entre os dias 11 e 15 de julho passado. Por trás desse rali está a expectativa de que o Fed subirá sua taxa de juros em, pelo menos, 0,75 ponto percentual ao fim de seu encontro dos dias 20 e 21 de setembro, com pequenas chances de ajuste ainda maior, de 1 ponto percentual completo, disse à Reuters Thomas Gibertoni, analista da Portofino Multi Family Office. Ele atribuiu parte dessa perspectiva a dados de inflação norte-americanos mais altos do que o esperado divulgados nesta semana, mas disse que os mercados financeiros internacionais já vêm recalibrando suas apostas para o juro dos EUA desde o fim do mês passado, na esteira de um alerta do chair do Fed, Jerome Powell, sobre a necessidade de manter a política monetária apertada por algum tempo. Caso Powell adote tom mais agressivo que o visto até agora ao fim do encontro do Fed da semana que vem, o dólar pode ter espaço para subir ainda mais frente ao real, disse Gibertoni. Em relação à cena doméstica, Gibertoni destacou surpresas em dados econômicos recentes --estimuladas principalmente pelo setor de serviços-- como um fator positivo para o mercado financeiro brasileiro, embora ofuscadas pelo exterior adverso. A próxima reunião de política monetária do BC acontece na semana que vem, nos mesmos dias que o encontro do Fed. Contratos futuros de juros mostram probabilidade implícita de 60% de manutenção da taxa Selic no nível atual de 13,75% ao ano, mas ainda há 40% de chance de haver aumento residual para 14%.
REUTERS
Ibovespa fecha em queda e perde quase 3% na semana com Fed no radar
O Ibovespa fechou em queda pelo quarto pregão seguido na sexta-feira, ainda pressionado pelas preocupações com os próximos passos do banco central dos Estados Unidos e seus reflexos na economia norte-americana
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,61%, a 109.280,37 pontos, acumulando um declínio de 2,69% na semana. A sexta-feira também foi marcada pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações. "O mercado está apreensivo" afirmou César Mikail, gestor de renda variável da Western Asset. "A dúvida é em que nível o Fed vai parar os juros, se 4%, 4,5% ou 5%, o que o mercado fez foi colocar no preço que esse juro vai até pelo menos próximo do patamar de 4,5%", afirmou, prevendo que a volatilidade continuará nos próximos dias. Em Wall Street, o S&P 500 fechou a sexta-feira em baixa de 0,72%, com os negócios também marcados pelos vencimentos de opções sobre ações e índices e dos futuros de ações e índices. O Fed reúne-se na próxima semana para decidir sobre o juro, e a expectativa majoritária é de uma alta de 0,75 ponto percentual, embora o CPI tenha alimentado apostas de uma elevação de 1 ponto. A decisão será conhecida na quarta-feira. No Brasil, o Banco Central (BC) também anuncia a sua definição para a Selic no dia 21. A maioria dos economistas consultados em pesquisa Reuters prevê manutenção dos 13,75%, na primeira pausa no ciclo de altas que teve início no começo de 2021. "Acreditamos que o cenário de inflação para o horizonte relevante da política monetária melhorou marginalmente, e que, portanto, o comitê deve indicar a interrupção do processo de aperto monetário", afirmou o Itaú Unibanco. "Olhando mais à frente, seguimos esperando queda da taxa Selic apenas no segundo semestre de 2023, para 11,00% ao ano até dezembro", acrescentou a equipe de pesquisa macroeconômica do Itaú comandada pelo ex-BC Mário Mesquita. Eles ressaltaram, no entanto, que a intensidade e data de início de um eventual ciclo de cortes estarão particularmente condicionadas a sinalizações sobre o rumo das contas públicas.
REUTERS
IGP-10 tem segundo mês de deflação em setembro com queda de combustíveis. ACUMULADO de 8,24% em 12 meses
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) registrou o segundo mês seguido de deflação em setembro, ainda refletindo o impacto da queda dos preços dos combustíveis, que têm acompanhado a retração das cotações internacionais e também o efeito de desonerações promovidas pelo governo em ano eleitoral
O IGP-10 caiu 0,90% este mês, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na sexta-feira. Com o resultado, o índice passou a acumular avanço de 8,24% em 12 meses, um recuo em relação aos 8,82% registrados em agosto, que foi a primeira leitura de um dígito desde julho de 2020 (+8,57%). O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, teve queda de 1,18% em setembro, depois de recuar 0,65% em agosto. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que responde por 30% do índice geral, caiu 0,14%, após retração de 1,56% em agosto. "Os combustíveis continuam contribuindo para o arrefecimento das pressões inflacionárias no âmbito do produtor e do consumidor. No IPA, a taxa de variação do diesel passou de 2,28% para -6,70%, sendo a principal influência negativa. No IPC, a taxa de variação da gasolina caiu menos --de -16,88% para -9,66%--, mas manteve-se como maior influência negativa", disse André Braz, coordenador dos índices de preços na FGV. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, teve variação negativa de 0,02% em setembro, após alta de 0,74% no mês anterior. O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
REUTERS
Economia do Brasil cresceu bem abaixo da média global entre 2019 e 2021, aponta estudo
Ao longo do período, que incluiu dois anos de pandemia, PIB nacional avançou 0,59% ao ano, em média, ante 1,54% do resto do mundo; País ficou em 32º lugar em ranking de crescimento com 50 nações
O Brasil ocupa a 32.ª posição num ranking de crescimento econômico de 50 países nos últimos três anos. Entre 2019 e 2021, o Produto Interno Brasileiro (PIB), cresceu 0,59% ao ano, ante média mundial de 1,54%, de acordo com cálculos do economista Sérgio Gobetti, feitos a pedido do Estadão, a partir de dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Nesse período, que abarcou os anos da pandemia da covid-19, a economia dos EUA cresceu 1,45% ao ano; os países da Zona do Euro, 1,25%; e a Ásia, 2,17%. A China, epicentro da pandemia, cresceu 5,4% ao ano no último triênio. As comparações contrariam argumentos da atual equipe econômica, que tem ressaltado dados favoráveis sobre a economia brasileira em ano eleitoral. A situação é ainda pior quando se analisa a média em dez anos (2012-2021): avanço de 0,33% ao ano, quinto pior desempenho entre 50 países, à frente apenas de Grécia, Ucrânia, Argentina e Itália. “Costumávamos falar que os anos 1980 haviam sido a década perdida pelo fato de a economia brasileira ter crescido menos de 2% ao ano, mas agora descobrimos que a verdadeira década perdida é a que estamos vivendo”, diz Gobetti. Mesmo que o PIB cresça perto dos 3% estimados pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, o ritmo será inferior ao do resto do mundo, segundo projeções do FMI, que estima expansão de 3,2% para a economia mundial em 2022. Oficialmente, o Ministério da Economia projeta alta de 2,7% neste ano. A série histórica do FMI revela que, em comparação à economia global, a melhor fase para o País nas últimas duas décadas foi na segunda metade dos anos 2000, entre 2007 e 2010, quando o PIB brasileiro cresceu 4,6% ao ano, ante 1,87% no mundo. O resultado veio a despeito da crise de 2008, devido à combinação entre uma grande expansão do mercado consumidor doméstico e o “boom” das commodities. Com esse nível de ociosidade há tanto tempo, era de se esperar que a economia brasileira estivesse crescendo bem mais do que a de outros países. Hoje, a expansão do PIB se beneficia de uma alta capacidade ociosa na economia. De acordo com Bráulio Borges, economista da Fundação Getúlio Vargas e da LCA Consultores, há sete anos a economia brasileira vem operando abaixo do seu nível potencial. O PIB potencial é o nível de crescimento que pode ser obtido com a plena utilização dos recursos disponíveis, sem pressões inflacionárias.
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