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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 190 DE 11 DE AGOSTO DE 2022


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 2 | nº 190 |11 de agosto de 2022



NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL


BOVINOS


Boi gordo: pecuarista vê a cotação da arroba recuar em plena entressafra

Na quinta-feira, 10 de agosto, preços do macho terminado caíram R$ 4/@ nas praças paulistas, chegando a R$ 300/@, informa a Scot Consultoria


O mercado do boi gordo tem trabalhado sob pressão de baixa desde o anúncio de férias coletivas em importantes plantas frigoríficas do País, informaram na quinta-feira, as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário brasileiro. Com essa notícia, diz a Scot Consultoria, cresceu a oferta de boiadas gordas ao mercado, resultando em avanço nas escalas de abate das unidades frigoríficas. Conforme apurou a Scot, as indústrias de São Paulo abriram o dia derrubando a cotação do boi gordo paulista em R$ 4/@, enquanto o valor da novilha gorda teve retração diária de R$ 3/@. O macho terminado agora é negociado nas praças do interior de São Paulo por R$ 300/@, enquanto a vaca gorda vale R$ 278/@ e a novilha sai por R$ 300/@ (preços brutos e a prazo), segundo os dados da Scot. Além de São Paulo, o movimento de baixa nas cotações da arroba atingiu outras importantes praças pecuárias do Brasil, relatam os analistas da IHS Markit. “Os recuos refletem, em parte, as escalas de abate minimamente confortáveis entre as unidades frigorificas, que chegam a atender até 15 dias, bem como a readaptação das operações industriais por meio da redução dos abates diários”, justifica a IHS, que também apontou a decisão de fechamento temporário de algumas plantas da JBS como responsável pelo enfraquecimento da arroba. Na avaliação da IHS, outro fator que alimenta a pressão baixista no mercado do boi gordo é a alta significativa observada nos preços das diárias em boiteis/confinamentos. “Pecuaristas relatam que, neste ano, os preços das diárias dos boiteis rondam entre R$ 23 até R$ 26 por dia por animal. No mesmo período do ano passado, os mesmos custos giraram entre R$ 16 e R$ 18/cabeça”, compara a IHS. Apesar do volume de exportações de carne bovina brasileira registrar, ao longo deste ano, o maior incremento na série histórica, há um excedente significativo de cortes que não são absorvidos pelo mercado externo. Dessa maneira, observa a IHS, o consumo doméstico não possui fôlego suficiente para absorver a sobre oferta de proteína bovina – pelo menos por enquanto. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 31o/@ (prazo) vaca a R$ 285/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 287/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 265/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 283/@ (à vista) vaca a R$ 265/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 265/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca R$ 275/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 321/@ (à vista) vaca a R$ 297/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 270/@ (prazo) vaca a R$ 262/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 284/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 265/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 263/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 250/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 275/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista).

PORTAL DBO


JBS dá férias coletivas em seis frigoríficos

Unidades que vendem mais para o mercado interno são temporariamente paralisadas


A JBS, maior indústria de carne do mundo, deu férias coletivas para os funcionários de sete frigoríficos de bovinos no Brasil, paralisando temporariamente os abates em unidades que vendem mais para o mercado interno. As férias coletivas atingiram os abatedouros de Nova Andradina (MS), Pontes e Lacerda (MT), Colíder (MT), Alta Floresta (MT), Redenção (PA) é Tucumã (PA). Em comum, os frigoríficos paralisados temporariamente não têm habilitações para a China, o mercado mais rentável. "O mercado interno não suporta os preços chineses", avaliou uma fonte a par da decisão. Analistas dizem que, além da concentração de vendas no mercado interno, as regiões onde estão os seis frigoríficos da JBS não têm grande oferta de gado de confinamento. No atual momento de entressafra, isso acaba reduzindo a oferta de boi, na margem. Estruturalmente, porém, a disponibilidade de gado é positiva para os frigoríficos graças à inversão do ciclo da pecuária. Os bons resultados do Frigol no segundo trimestre, por exemplo, já mostraram isso. Na indústria de carne bovina, as férias coletivas são um instrumento corriqueiro para regular a oferta e demanda regional, o que não significa que os pecuaristas aceitem sem reclamar. Em nota, a Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat) criticou a decisão de grandes frigoríficos de paralisar a produção. A entidade de classe não menciona empresas específicas no comunicado. "Essa situação tem promovido transtornos e prejuízos incalculáveis aos produtores, principalmente os registrados nos últimos dias quando, coincidentemente, os frigoríficos promoveram quase que simultaneamente a extensão de suas escalas, baixando os valores da arroba do boi", criticou a associação. Procurada, a JBS não respondeu até a publicação desta reportagem.

VALOR ECONÔMICO


SUÍNOS


Suínos: pouca movimentação nos preços

Levantamento da Scot Consultoria informou que a arroba do suíno CIF está cotada a R$ 135,00/@ a R$140,00/@, sem alteração. Já o valor da carcaça especial também seguiu estável e está cotado a R$ 10,00/R$ 10,40 o quilo


Segundo o Cepea/Esalq, referente às informações da última segunda-feira (08), o preço do animal vivo em Minas Gerais está próximo de R $7,65/kg e registrou alta de 4,37% no comparativo diário. Em Santa Catarina, o suíno registrou alta de 0,63% e está precificado a R$6,38/kg. Em São Paulo, o animal vivo registrou alta de 0,98% e está em R$7,19/kg. No Paraná, o valor do animal apresentou uma valorização de 2,53% e está cotado em R$6,48/kg. Já no Rio Grande do Sul, o preço do suíno apresentou estabilidade, cotado a R$6,40/kg.

Cepea/Esalq


Preços da carne suína na China sobem em julho com oferta apertada e recuperação da demanda

Os preços da carne suína na China aumentaram em julho nos comparativos anual e mensal devido à escassez de oferta e à recuperação da demanda, disse o departamento de estatísticas


Os preços da carne suína subiram 20,2% em relação ao ano anterior, informou o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) na quarta-feira ao divulgar dados de inflação. Já na base mensal, a alta foi de 25,6% em relação a junho. Os ganhos mensais nos preços foram atribuídos a cortes na capacidade de produção, retirada de suínos do mercado por pecuaristas e recuperação da demanda do consumidor. O rebanho de suínos da China vinha se contraindo, pois as margens em queda levaram alguns fazendeiros a sair do mercado ou reduzir o número de suas porcas para conter grandes perdas. No mês passado, o planejador estatal da China pediu aos principais criadores de suínos que garantissem uma oferta estável depois que os preços subiram. Os preços do suíno na China, o maior consumidor mundial de carne suína, vêm subindo desde o início do ano, embora tenham diminuído os picos em julho.

Reuters


FRANGOS


Frango segue em estabilidade nas principais praças

Levantamento realizado pela Scot Consultoria apontou que a referência para a carne de frango na granja em São Paulo permaneceu estável e está cotada a R$ 6,10/kg, enquanto que o frango no atacado não teve movimentações e finalizou o dia a R$ 7,75/kg


No levantamento realizado pelo Cepea na terça-feira (09), o preço do frango congelado registrou uma leve alta de 0,13% e está cotado em R$ 8,03/kg. Já a cotação do frango resfriado permaneceu estável, negociado a R$ 8,06/kg. O preço do frango vivo em Santa Catarina segue estável e está cotado em 4,25/kg. A referência do frango vivo no Paraná também está estável e cotada a R$ 5,47/kg, enquanto em São Paulo a cotação do frango vivo está sem referência.

Cepea/Esalq


Valor acumulado em 7 meses sinaliza receita de US$ 10 bilhões para o frango em 2022

Os preços alcançados no mercado externo estão nos melhores níveis de todos os tempos


Os embarques totais de carne de frango de julho de 2022 foram pouco além das 393,1 mil toneladas, recuando perto de 4,5% em relação ao mesmo mês de 2021, ocasião em que foi registrado o recorde do ano que passou e se alcançou o quarto maior volume de toda a história das exportações do setor. O total de julho ficou aquém (-6%) do alcançado no mês anterior, correspondendo ao menor volume registrado desde março passado, mas permaneceu acima da média mensal do primeiro semestre do ano, período em que os embarques giraram em torno das 391 mil toneladas. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, assim como no acumulado dos 12 meses encerrados em julho passado, o incremento em relação a idênticos períodos anteriores é de, respectivamente, 5,79% e 7,38%. Supondo-se que esses índices permaneçam no restante de 2022 o total anual irá ficar entre 4,7 e 4,8 milhões de toneladas. Bem mais significativo, no entanto, é o incremento na receita cambial, com os preços alcançados no mercado externo nos melhores níveis de todos os tempos. Assim, ainda que a receita de julho passado tenha ficado 6% abaixo da registrada no mês anterior, apresentou aumento de 21% em relação a julho de 2021 e correspondeu ao terceiro maior valor da história das exportações. No ano e nos últimos 12 meses a receita cambial acumulada apresenta aumentos de, respectivamente, 33,37% e 35,84%. Se, no fechamento de 2022, for alcançada a média desses dois índices (34,61% de aumento), a receita cambial estará chegando, pela primeira vez, aos US$10 bilhões.

AVESITE


Demanda global por frango aumentará 47% até 2030, diz BRF

A demanda global por carne de frango aumentará 47% até 2030, disse Lorival Luz, presidente-executivo da processadora brasileira de alimentos BRF, em um evento do setor na quarta-feira


Luz afirmou que as empresas do Brasil, maior exportador de frango do mundo, devem se preparar para atender às crescentes demandas. Ele alertou, no entanto, que os custos mais altos estão pesando sobre a indústria depois que os preços do milho e do farelo de soja subiram 3,4 e 2,5 vezes, respectivamente, nos últimos sete anos.

Reuters


CARNES


Aurora pede ação do governo para reduzir tarifas na exportação de frango e suínos

A Aurora Alimentos, terceira maior processadora de suínos e aves do Brasil, pediu que o governo brasileiro se envolva em negociações para reduzir tarifas de importação cobradas na venda de carne suína e de frango a países como Coreia do Sul e Índia


O presidente-executivo da processadora da Aurora, Neivor Canton, disse que houve “muitas tentativas” do Brasil de persuadir os países a reduzirem ou removerem impostos. “Houve tentativas diversas por sinal, mas há uma intransigência por ora”, disse ele à Reuters durante evento do setor. “O comércio tem que ser bilateral, recíproco. E nós não estamos preparados para atender a demanda do que eles poderiam nos vender”, acrescentou, referindo-se à Índia. Canton disse que há uma tarifa de 100% para vender frango para a Índia, um enorme mercado que o Brasil quer acessar de forma mais competitiva. A tarifa para vender carne suína para a Coreia do Sul é de 25%. Seu pedido para priorizar as negociações tarifárias ocorre em um momento de preços mais altos dos grãos, pressão de custos sobre os processadores de alimentos e aumento da inflação global de alimentos. Qualquer movimento para reduzir as tarifas, mesmo que por uma pequena porcentagem, seria bem-vindo em toda a indústria, disse ele. “As tarifas tiram nossa margem. Hoje, se eu tenho 5% de margem, já fico feliz. Imagina pagar 25%.” O Brasil responde por 38% da oferta global de frango e 11% da oferta de carne suína, segundo Lorival Luz, presidente-executivo da concorrente BRF, que apresentou os dados no mesmo evento.

Reuters


Mão de obra preocupa indústria de aves e suínos

Segundo a ABPA, o déficit de mão de obra qualificada no segmento chega a 20 mil pessoas


Aurora, BRF, São Salvador e Seara (JBS), juntas, empregam mais de 100 mil pessoas no Brasil. Não por acaso, portanto, os gestores dessas companhias de carnes suína e de aves compartilham uma mesma preocupação: a falta de mão de obra qualificada. Eles buscam maneiras de reter bons profissionais em suas plantas frigoríficas, sem elevar demais os custos com a folha salarial. No caminho, disputam o interesse pelos trabalhadores com empresas de outros setores econômicos, que também estão demandando mais gente. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) reuniu representantes dessas empresas em São Paulo, na quarta-feira. O tradicional painel de CEOs do Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (Siavs) contou com a participação de João Campos, CEO da Seara, José Garrote, presidente do conselho de administração da São Salvador, Lorival Luz, CEO global da BRF e Neivor Canton, presidente da Aurora. De acordo com a ABPA, o déficit de mão de obra qualificada neste segmento é de 20 mil pessoas. Dados das empresas indicam que a São Salvador emprega 7,4 mil pessoas e a Aurora, 41 mil. A Seara e a BRF não possuem informações detalhadas, mas sabe que a dona da Sadia tem mais de 100 mil colaboradores no mundo e a JBS, proprietária da Seara, cerca de 250 mil funcionários. “Acredito que o déficit seja maior. Só em uma planta nossa, precisamos de 500 pessoas", comentou Garrote. A São Salvador, cujo faturamento alcançou R$ 5,8 bilhões em 2021, tem duas unidades de abate em Goiás. A falta de mão de obra representa um risco para as operações desses frigoríficos, já que alguns processos ainda não podem ser automatizados, e também se reflete nos custos. É comum que as companhias tenham que elevar a remuneração dos trabalhadores para “segurá-los”. “O que nós devemos fazer é acelerar nossos processos de qualificação e investir em tecnologia para suprir as necessidades", ponderou presidente da Aurora Alimentos, que faturou R$ 19,4 bilhões em 2021 e que possui 17 frigoríficos no país. João Campos, da Seara, disse que a estratégia da companhia para reter de mão de obra envolve a criação de planos de carreira. “Muitos entram como operadores e se tornam supervisores, e essa perspectiva de crescimento é importante”. A empresa faturou R$ 36,5 bilhões em 2021. O CEO global da BRF, Lorival Luz, destacou o papel do segmento de proteínas para gerar empregos e renda no país. “Não só nos grandes centros urbanos, mas também nos rincões”, disse. A receita da operação brasileira da dona da Sadia chegou a R$ 24 bilhões em 2021. A empresa tem 32 plantas de abate no país. As discussões no Siavs envolveram as vantagens e os desafios da área de aves e suínos. Segundo o CEO da BRF, há um potencial gigantesco para avançar em carne suína. “Nós, como indústria, precisamos desmistificar o preparo do produto. Quando tivermos o mesmo grau de consumo per capita dos Estados Unidos, haverá uma oportunidade para todos nós”, afirmou Lorival Luz.

VALOR ECONÔMICO


EMPRESAS


Minerva antecipa dividendos e vê boas perspectivas até 2024

Exportadora de carne bovina controlada pelos Vilela de Queiroz bateu recorde de receita e Ebtida no trimestre


A América do Sul é a melhor plataforma global para a produção de carne bovina. Quem não escutou a frase talvez nunca tenha entrado num escritório ou teleconferência na Minerva Foods, companhia dos Vilela de Queiroz que lidera as exportações sul-americanas de carne. No segundo trimestre, a estratégia da dupla composta por Fernando Galletti de Queiroz & Edison Ticle se mostrou acertada, com um resultado que bateu a expectativa de analistas que já exibiam otimismo. No balanço que acaba de ser divulgado, a Minerva reportou lucro líquido de R$ 424,7 milhões no trimestre, mais que o triplo quando comparado ao ganho de R$ 116,7 de igual intervalo do ano passado. A Minerva encerrou o segundo trimestre com forte geração de caixa (R$ 416 milhões e R$ 254,7 milhões excluindo o impacto positivo do hedge cambial), o que permitiu a redução do índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda), de 2,4 vezes para 2,3 vezes. O grupo também está aproveitando para antecipar o pagamento de R$ 128 milhões em dividendos. Enquanto a indústria frigorífica dos EUA, que saboreou as melhores margens de todos os tempos nos últimos dois anos, começa a ver queda significativa do nível de rentabilidade (como o último balanço da americana Tyson Foods mostrou e que também vai aparecer nos resultados de JBS e Marfrig), os negócios na América do Sul — e particularmente no Brasil — estão na fase oposta, ajudados pela ampla oferta de gado. Ao concentrar o parque frigorífico no Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai e Colômbia, a Minerva se tornou o ativo brasileiro melhor exposto à atual fase do ciclo da pecuária. Não à toa, o mercado já vinha diferenciando a empresa dos pares listados. No ano, as ações da Minerva subiram 23%, com a empresa avaliada em R$ 7,7 bilhões. JBS e Marfrig caíram 17,8% e 40%, respectivamente, enquanto o Ibovespa acumulou alta de quase 5%. Em entrevista exclusiva ao Pipeline, os executivos da Minerva chamaram atenção para a capacidade preservar o bom momento do segundo trimestre. “Não é que tenha sido um resultado fora do comum”, disse Ticle, diretor financeiro e de relações com investidores. A empresa não dá guidance, mas não vê motivos para que o terceiro trimestre seja diferente. Para Galletti de Queiroz, que é CEO da Minerva, o cenário favorável para a oferta de boi gordo no Brasil deve perdurar pelo menos até 2024, com a disponibilidade de gado melhorando gradualmente. Além da melhora na oferta de gado no Brasil, o resultado da Minerva no segundo trimestre reflete a disparada dos preços da carne bovina no mercado internacional. O preço médio na exportação da Minerva subiu 34,2% na comparação anual. Parte desse aumento, é claro, tem a ver com uma mudança de mix de cortes comercializados, mas o preço também aumentou devido à demanda firme da Ásia (China, principalmente). No segundo trimestre, o volume de vendas da Minerva cresceu quase 13%. O ambiente positivo contribuiu para um Ebitda de R$ 778 milhões, uma expansão de 42,8% na comparação anual. Com isso, a margem Ebitda aumentou 0,5 ponto, passando de 8,7% para 9,2%. Ao longo do segundo trimestre, a Minerva continuou aliviando a dívida bruta com a recompra e cancelamento de bonds. No acumulado do ano, foram US$ 200 milhões resgatados no mercado pagando preços inferiores ao valor de face dos títulos. Ao mesmo tempo, a Minerva emitiu R$ 1,5 bilhão em CRAs em julho, com custo 113,5% do CDI. “É um custo muito barato e mais em conta que as dívidas em dólar”, argumentou Ticle.

VALOR ECONÔMICO


NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ


BRF volta a ter prejuízo, mas dá sinais de melhora operacional

Resultado negativo da companhia alcançou R$ 559,1 milhões no 2º trimestre


Depois de um começo de ano desastroso, a BRF deu sinais de recuperação, mas ainda fechou o segundo trimestre no vermelho. A dona das marcas Sadia e Perdigão teve um prejuízo líquido (atribuído aos sócios da controladora, parâmetro que serve de base para o pagamento de dividendos) de R$ 559,1 milhões. É mais que o dobro do que a perda líquida de R$ 244,1 milhões reportada pela companhia de alimentos no mesmo intervalo do ano passado. Na operação, a BRF notou uma recomposição de margens que considera ser fruto do ajuste que fez na agropecuária, diminuindo os alojamentos de frangos nas granjas e reduzindo estoques que se acumularam na virada do ano e afetaram o desempenho do primeiro trimestre. “O ajuste na cadeia de produção e o reequilíbrio de estoques contribuíram para a recuperação gradual das margens operacionais, possibilitando e potencializando uma melhor execução comercial com ganhos de produtividade”, disse a BRF, em carta assinada pelo CEO Lorival Luz. No trimestre, a receita líquida da BRF totalizou R$ 12,9 bilhões, crescimento de 11,2% ante o mesmo período de 2021. Em um sinal de como o preço médio melhorou, o volume vendido aumentou apenas 0,8% na mesma comparação. A margem bruta da empresa atingiu 15,3%, ainda abaixo dos 18,2% de um ano atrás, mas melhor do que os 9,2% do primeiro trimestre. A margem Ebitda ajustada ficou em 10,6%, abaixo dos 10,9% do segundo trimestre do ano passado e bem acima da margem de 1% do primeiro trimestre. Ao todo, a BRF teve lucro, antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 1,36 bilhão, incremento de 7,7% na comparação anual. Quando se incluem itens considerados não recorrentes, o Ebitda ficou em R$ 897 milhões, queda de 30,7%. Todas as frentes de negócios melhoraram em relação ao primeiro trimestre, em um reflexo do forte aumento dos preços da carne de frango no Brasil. No país, que responde por cerca de 50% dos negócios, a margem Ebitda ajustada passou de 7% negativos nos primeiros três meses do ano para 6,1%. Apesar disso, ainda ficou abaixo dos 8,5% do segundo trimestre do ano passado. Na área internacional, a margem Ebitda ajustada atingiu 14,2%, incremento de 2,8 pontos na comparação anual e de 6,4 pontos ante o primeiro trimestre. Separando por regiões, a Ásia teve um resultado ruim, com margem de apenas 2,5%, um reflexo da fraca demanda da China por carne suína importada. Por outro lado, o negócio nos mercados muçulmanos teve uma melhora significativa, com a margem Ebitda saltando 9% em bases anuais, atingindo 22,2%. Foi a maior margem desde 2018 na região graças ao aumento dos preços internacionais do frango. Como ainda consumiu caixa no segundo trimestre – o fluxo ficou negativo em R$ 12 milhões –, e ainda está penalizada pelo Ebitda negativo do trimestre anterior, o índice de endividamento (relação entre dívida líquida e Ebitda acumulado em doze meses) da BRF piorou, saindo de 2,8 vezes para 3,14 vezes. A expectativa, no entanto, é que esse indicador de endividamento melhore com a recuperação dos resultados operacionais nos próximos meses.

VALOR ECONÔMICO


ECONOMIA/INDICADORES


Dólar fecha abaixo de R$5,10 com debate em curso sobre Fed

O dólar fechou no menor patamar em oito semanas na quarta-feira, abaixo de 5,10 reais, em dia de enfraquecimento generalizado da divisa depois que dados de inflação nos EUA inesperadamente fracos contiveram expectativas de altas mais fortes dos juros por lá


O dólar à vista caiu 0,87%, a 5,0853 reais. Lá fora, o índice do dólar cedia 1%, uma respeitável queda, mas já abaixo da de 1,62% registrada mais cedo, a mais expressiva no intradia desde março de 2020. A forte correção no dólar no mundo veio depois de a inflação ao consumidor dos EUA ficar estagnada em julho, contra alta de 0,2% prevista em consulta da Reuters. Os números mais fracos desencadearam uma notável recuperação nos mercados de ações, em que o índice norte-americano Nasdaq saltou 2,9%. Com a inflação mais branda, o Fed poderia encontrar espaço para desacelerar a velocidade das altas de juros. A perspectiva de taxas mais elevadas em menos tempo provocou um rali no dólar neste ano, já que juro maior reforça a atratividade da renda fixa norte-americana, estimulando conversão de moedas estrangeiras para o dólar. À medida que investidores cortam apostas num aperto monetário agressivo, portanto, o apelo da divisa se reduz, o que pode estimular realização de lucros depois de lá fora a moeda ter renovado recentemente máximas sequenciais em duas décadas. "Mas, apesar da boa reação dos ativos, a precificação na curva (dos Treasuries) ainda está bastante dividida em relação ao que o Fed vai fazer na próxima reunião. Os próximos sinais sobre a política monetária dos EUA vão ser um dos principais pontos a serem observados para o real", disse o economista Luca Mercadante, da gestora Rio Bravo. A Rio Bravo traçou um cenário mais conservador no qual vê nova alta de 75 pontos-base pelo BC norte-americano em setembro. Com os dados de inflação mais fracos desta manhã, o mercado passou a ficar dividido entre elevação naquela magnitude e de 50 pontos-base. A estimativa da gestora é que o dólar termine este ano em 5,50 reais, também influenciado pelas perspectivas para a política econômico-fiscal no pós-eleição.

Reuters


Ibovespa fecha acima dos 110 mil pontos com alívio em inflação nos EUA

O Ibovespa avançou mais de 1% e fechou na máxima em dois meses na quarta-feira, com ativos de risco beneficiando-se de apostas de menor aperto monetário nos Estados Unidos após alívio da inflação do consumidor norte-americano


Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,46%, a 110.235,76 pontos, cravando a sétima alta seguida, na maior série de ganhos desde meados de março. O volume financeiro do pregão somou 28,5 bilhões de reais. Nos EUA, o Departamento do Trabalho divulgou de manhã que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou estável em julho, ante alta de 1,3% no mês anterior e expectativa de aumento de 0,2%.

Após os dados, investidores imediatamente reduziram apostas de que o Federal Reserve fará um terceiro aumento consecutivo de 0,75 ponto percentual na reunião de setembro e agora veem que o banco central dos EUA deve optar por uma elevação de 0,5 ponto. Na visão do diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, o CPI corrobora expectativas de que talvez o Fed não precise elevar tanto os juros nos EUA, dado o ambiente de desaceleração global e queda do petróleo. "E aí a bolsa sobe." Em Wall Street, uma das referências do mercado acionário, o S&P 500 avançou 2,1%. Para Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora, o pregão foi pautado pelo CPI, mas ele também destacou que a divulgação de resultados corporativos robustos favorece a demanda por ativos de risco.

Reuters


Varejo apresenta recuo ‘generalizado’ em junho, diz IBGE

O avanço da inflação em junho foi um dos fatores a inibir compras


As vendas do varejo na leitura da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tiveram queda "generalizada" na passagem de maio para junho, no entendimento do gerente da pesquisa, Cristiano Santos. O pesquisador ponderou que, nos resultados anteriores da PMC havia "pesos e contrapesos" em trajetórias diferentes de variados segmentos, dentro do comércio. No entanto, em junho, houve uma "trajetória mais consistente em atividades para esse resultado ser negativo", disse. De maio para junho, das atividades pesquisadas pelo IBGE, mostraram queda no volume de vendas tecidos, vestuário e calçados (-5,4%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-3,8%), equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-1,7%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,3%), há 8 horas Brasil combustíveis e lubrificantes (-1,1%), móveis e eletrodomésticos (-0,7%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,5%). Por outro lado, entre maio e junho, o setor de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria mostrou crescimento (1,3%) nas vendas do varejo. Ao detalhar comportamento das atividades, o representante do IBGE notou que, mesmo com maioria de segmentos em recuo de vendas no varejo, é possível destacar, no entanto, o comportamento de dois na contribuição para retração no volume de vendas do varejo, que foi de 1,4% em maio ante junho: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com queda de 0,5% na mesma comparação; e tecidos vestuário e calçados, com recuo de 5,4%, no volume de vendas, em maio ante junho. O especialista lembrou que esses dois segmentos representam mais da metade do total de vendas computadas pela PMC. Na pesquisa, hipermercados tem peso de 47%; e tecidos, peso de 8,7% no total do desempenho do varejo restrito, levantado pela pesquisa do IBGE. "Principalmente em hipermercados, e supermercados, que acabam tendo esse componente de inflação [a inibir compras]", afirmou ele. Ele observou que, em momentos de pressão inflacionária, ocorre situações em que consumidor "ou não tem recursos, ou opta por não gastar" nessas atividades. Além da inflação persistente, que diminui espaço no orçamento das famílias para compra, no mesmo período, o crédito tornou-se mais restrito e com juros elevados — o que também inibe compras. Ao mesmo tempo, o economista também comentou que houve uma chamada "perda de fôlego" no impacto das rendas adicionais extraordinárias providas por ações do governo. Santos indicou que o patamar do comércio varejista em junho está 4,6% abaixo de pico da série do levantamento, recorde observado em outubro de 2020. Ele ponderou ainda que, na comparação com período pré-pandemia - iniciada em março de 2020 -, no entanto, o patamar está 1,6% acima, em junho desse ano, no volume de negócios do comércio varejista.

VALOR ECONÔMICO


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