Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 188 |09 de agosto de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Mercado brasileiro do boi gordo em ritmo lento e preços estáveis
No Noroeste do Paraná, as indústrias frigoríficas paranaenses ofertaram R$2,00/@ a mais para novilhas gordas, na comparação diária, segundo a Scot Consultoria
No geral, as cotações do boi gordo e demais categorias prontas para abate (vacas e novilhas) ficaram estáveis na segunda-feira, 8 de agosto, nas principais praças brasileiras. Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, no interior de São Paulo, o boi gordo “comum”, direcionado ao mercado interno (sem prêmio-exportação), segue valendo R$ 304/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 280/@ e R$ 297/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). Bovinos abatidos com até 4 dentes, padrão China, estão sendo vendidos por R$ 315/@ no mercado paulista, acrescenta a Scot. Nas últimas semanas, o maior volume de negociações envolvendo animais confinados (primeiro giro), garantiu a formação de escalas de abate mais longas, relata a IHS Markit. Com o consumo doméstico de carne bovina ainda em marcha lenta, as indústrias frigoríficas operam de maneira mais contida no mercado do boi gordo, reduzindo parte de seus movimentos de compras da matéria-prima, reforça a consultoria. No mercado atacadista, diz a IHS, as vendas de cortes bovinos não confirmaram as expectativas de elevação de consumo neste início de agosto. “Tanto na cadeia de distribuição quanto no varejo, a procura por parte de reposições e vendas direto ao consumidor final não registrou os avanços significativos, apesar do recebimento da massa salarial”, informa a IHS. Segundo ressalta a Scot Consultoria, “diferentemente do esperado para a primeira semana do mês, a demanda no atacado de carne bovina com osso segue comedida”, o que levou a reajustes negativos nos cortes. As cotações caíram puxadas principalmente pelo traseiro, cuja queda foi de 1,1% nos últimos sete dias. A carcaça casada de bovinos castrados está sendo negociada por R$ 19,30/kg, queda de 0,4% na semana, enquanto a de bovinos inteiros está em R$18,02/kg, incremento de 0,6% na mesma base de comparação, informa a Scot. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 315/@ (prazo) vaca a R$ 285/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 287/@ (prazo) vaca a R$ 272/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 290/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca R$ 275/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 321/@ (à vista) vaca a R$ 297/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 282/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 284/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 265/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 263/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 270/@ (à vista); vaca a R$ 255/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 275/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista).
PORTAL DBO
Embarques de carne bovina iniciam agosto com 39,3 mil toneladas
Segundo a Secretária Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, o embarque de carne bovina fresca, refrigerada e congelada foi de 39,3 mil toneladas nos cinco primeiros dias úteis de agosto/22
No ano passado, o volume exportado em agosto registrou recorde com 181,6 mil toneladas em 22 dias úteis. A média diária exportada ficou em 7,8 mil toneladas, com queda de 4,6%, frente a agosto do ano anterior, com 8,2 mil toneladas. Os preços médios ficaram em US$ 6.246 por tonelada, alta de 10,00% frente a agosto de 2021, com preços médios de US$ 5.679 por tonelada. A média diária da receita ficou em US$ 49,2 milhões, alta de 5%, frente a agosto do ano passado, com US$ 46,8 milhões.
AGÊNCIA SAFRAS
SUÍNOS
Arroba suína em São Paulo fecha em R$ 138,00, com movimento de alta em várias praças
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF subiu 4,84%/1,47%, custando R$ 130,00/138,00, enquanto a carcaça especial aumentou o preço em 2,3%/4,12%, valendo R$ 9,60/R$ 10,10 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (5), os preços ficaram estáveis no Paraná, na ordem de R$ 6,09/kg, e em Santa Catarina, R$ 6,23/kg. Houve aumento de 1,99% em Minas Gerais, atingindo R$ 7,16/kg, 1,29% em São Paulo, alcançando R$ 7,07%, e 0,96% no Rio Grande do Sul, fechando em R$ 6,33%.
Cepea/Esalq
Exportação de carne suína segue em movimento de alta
O desafio é pulverizar as vendas no exterior
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, as exportações de carne suína in natura na primeira semana de agosto (cinco dias úteis) apresentaram melhora no quadro geral em relação a agosto de 2021 e à última semana de julho. Para o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o volume exportado melhora com o bom ritmo de embarques destinados à Vietnã, Argentina, Filipinas, Cingapura e Chile. Pulverizar esses embarques é o grande desafio do setor, que hoje convive com um quadro ainda difícil em relação à rentabilidade média. A China segue em seu processo de retração do volume de compras ao longo do ano", afirmou. A receita obtida com as exportações de carne suína neste início de mês, US$ 50,7 milhões, representou 26% do montante obtido em agosto de 2021, que foi de US$ 195.674,733. No volume embarcado, as 21.405 toneladas são 26,2% do registrado em agosto do ano passado, com suas 81.417 toneladas. A receita por média diária foi de US$ 10.158 quantia 14,2% maior do que agosto de 2021. No comparativo com a semana anterior, houve alta de 1,9%. Em toneladas por média diária, foram 4.281 toneladas, houve avanço de 15,7% no comparativo com o mesmo mês de 2021. Quando comparado ao resultado no quesito da semana anterior, alta de 2,2%. No preço pago por tonelada, US$ 2.372 ele é 1,3% inferior ao praticado em agosto passado. O resultado, frente ao valor atingido na semana anterior, representa leve queda de 0,33%.
AGÊNCIA SAFRAS
FRANGOS
Frango congelado e resfriado sobem
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 6,10/kg, assim como o frango no atacado, custando R$ 7,70/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina não houve mudança de preço, custando R$ 4,25/kg, nem no Paraná, valendo R$ 5,47/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (5), a ave congelada teve valorização de 0,50%, atingindo R$ 8,02/kg, enquanto o frango resfriado subiu 0,62%, fechando em R$ 8,06/kg.
Cepea/Esalq
Média diária da exportação de frango do Brasil cresceu 60% na receita em cinco dias úteis de agosto
A gripe aviária no hemisfério norte segue beneficiando a proteína brasileira
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, as exportações de carne de aves in natura na primeira semana de agosto (cinco dias úteis) apresentaram bons resultados para o período. O analista da SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, comenta que o saldo continua positivo, com crescimento do volume exportado e receitas que seguem como grande destaque em 2022. "O Brasil tende a embarcar mais de 4,7 milhões de toneladas no decorrer do ano, volume recorde, a arrecadação também será recorde no decorrer do ano. Mais uma vez vale a menção que o país se beneficia dos casos de Influenza aviária, que se alastram pelo hemisfério norte, oferecendo uma vantagem comparativa importante ao frango brasileiro", explicou. A receita neste início de mês, US$ 224,3 milhões, representou 36,4% do montante obtido em agosto de 2021, que foi de US$ 616,7 milhões. No volume embarcado, as 105.352 toneladas são 30% do movimentado em agosto do ano passado, com 350.839 toneladas. A receita por média diária foi de US$ 44,8 milhões valor 60,1% maior que o registrado agosto de 2021. No comparativo com a semana anterior, avanço de 12,3%. Em toneladas por média diária, 21.070 toneladas, houve aumento de 32,1% no comparativo com o mesmo mês de 2021. No preço pago por tonelada, US$ 2.129, ele é 21,1% superior ao praticado em agosto do ano passado.
AGÊNCIA SAFRAS
CARNES
Importações de carne pela China em julho chegam a 643.000 de toneladas, aponta alfândega
A China, o maior comprador de carne do mundo, importou 643.000 toneladas de carne em julho, mostraram dados da Administração Geral de Alfândegas no domingo
As importações de carne de julho caíram 24,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior, mas aumentaram 6,6% em relação a junho de 2022. Enquanto isso, as importações de carne de janeiro a julho foram de 4,10 milhões de toneladas, queda de 30,9% em relação ao ano anterior, segundo a alfândega da China.
Reuters
INTERNACIONAL
Exportações de carne bovina ultrapassam 200 mil toneladas no Paraguai
De janeiro a julho de 2022, o Paraguai já exportou mais de 200 mil toneladas de carne bovina, conforme balanço divulgado pelo Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Animal (Senacsa)
Os números projetam alta na comparação com o recorde de 2021, quando 326,7 mil toneladas foram exportadas no acumulado dos 12 meses. De acordo com os dados oficiais, foram vendidos 200.473.798 quilos de cortes bovinos nos sete primeiros meses de 2022, por valor superior a US$ 1 bilhão (US$ 1.057.503.105 na cifra exata, equivalente a R$ 5,5 bilhões). Em relação aos miúdos, foram 33.402.614 quilos, avaliados em US$ 68.068.392 (R$ 351,5 milhões). Os principais compradores da carne bovina paraguaia em 2022 são, até o momento, Chile (77,5 mil toneladas), Rússia (37,3 mil toneladas), Brasil (26,3 mil toneladas), Taiwan (24,2 mil toneladas), Israel (11,3 mil toneladas) e Uruguai (5,5 mil toneladas). Em 2021, melhor ano das exportações do setor frigorífico paraguaio, foram comercializadas 326,7 mil toneladas de carne bovina para clientes de 47 países, em transações que adicionaram US$ 1,6 bilhão (R$ 8,2 bilhões) à economia local. Os cinco maiores compradores foram Chile, Rússia, Brasil, Taiwan e Israel.
H2Foz
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Pedágio só em 2023: ANTT atualiza cronograma mais uma vez e adia contratos
O que já era previsto foi oficializado: o novo pedágio do Paraná só sairá do papel em 2023. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) atualizou o cronograma de concessão das “Rodovias Integradas do Paraná” e prevê, agora, que os primeiros contratos só serão assinados no primeiro trimestre do próximo ano. É a terceira vez que o cronograma é adiado desde o lançamento do programa de concessão, em fevereiro de 2021
Inicialmente prevista para novembro do ano passado, assim que encerrados os contratos da antiga concessão, a assinatura dos contratos foi adiada pela ANTT após a audiência pública finalizada em abril de 2021, por conta das mais de 5 mil contribuições da sociedade paranaense que necessitaram ser respondidas e da concordância da Agência em acatar diversas sugestões, alterando o projeto inicial. A previsão, então, era que os contratos fossem assinados no segundo trimestre deste ano. Na sequência, com a decisão de alterar o modelo de concessão do leilão em formato híbrido (com desconto limitado e decisão pelo maior valor de outorga) para um leilão por menor tarifa, com o pagamento de uma caução progressiva como garantia, houve a necessidade de refazer o plano de concessão antes de enviar para a análise do Tribunal de Contas da União (TCU), o que só ocorreu em novembro do ano passado. Com isso, a previsão de assinatura dos contratos foi prorrogada para o quarto trimestre de 2022. A expectativa, no entanto, era que o TCU homologasse os editais de concessão em, no máximo, 90 dias, mas os projetos estão até hoje no Tribunal, que realizou uma série de diligências e solicitou à ANTT atualização de todos os estudos e cálculo, bem como, uma série de documentos adicionais. Com isso, a ANTT atualizou novamente o cronograma para o novo pedágio. Agora, a Agência, que tratava as Rodovias Integradas do Paraná como um projeto único, dividiu o plano em seis projetos, correspondentes aos seis diferentes lotes da concessão. Assim, a ANTT prevê que os lotes 1 e 2, cujas informações complementares e as atualizações das planilhas já foram enviadas ao TCU, poderão ser licitados ainda no final deste ano, com a assinatura dos contratos prevista para o primeiro trimestre de 2023. Já os demais quatro lotes, sobre os quais a Agência ainda não sanou os questionamentos do TCU, têm os leilões previstos para o primeiro trimestre de 2023, com a assinatura dos contratos estimada para o segundo trimestre do próximo ano. A divisão dos lotes foi a alternativa encontrada pela ANTT para conseguir adiantar o processo junto ao TCU, diante de todas as diligências e documentação extra exigidas pelo Tribunal. Em maio deste ano, a Agência conseguiu entregar a documentação atualizada do lote 1, prevendo, inclusive, a elevação em 30% da tarifa máxima de pedágio estimada para o leilão. Em junho, a ANTT entregou a nota técnica referente ao lote 2, com previsão de aumento de 23,3% na tarifa máxima. A agência ainda não apresentou a documentação complementar referente aos demais lotes.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar flerta com R$5,10 e vai à mínima em 7 semanas antes de ata do Copom
O dólar emendou o terceiro pregão de queda superior a 1% na segunda-feira, fechando no menor patamar em mais de sete semanas, influenciado tanto pelo menor ímpeto da divisa no exterior quanto por repercussões em curso à tese de que o Banco Central encerrou o ciclo de altas de juros
O dólar negociado no mercado interbancário caiu 1,07%, a 5,1137 reais, menor valor desde 15 de junho (5,0278 reais). Desde quinta-feira -- quando o Banco Central indicou que os juros poderiam parar de subir--, a desvalorização acumulada é de 3,11%. O BC divulga na terça-feira a ata do Copom, que poderá trazer mais detalhes sobre as intenções da autoridade monetária na política monetária. Nesta sessão o dólar foi fraco no mundo, tanto pelo alívio em temores de recessão nos Estados Unidos quanto pela expectativa de agentes financeiros com a divulgação de dados de inflação nos EUA nesta semana. O índice do dólar lá fora cedia 0,23%. Por aqui, os relatos são de contínuo fluxo de investidores estrangeiros, animados pela perspectiva do fim do ciclo de alta dos juros, que tende a atrair recursos novos para renda fixa e também para a bolsa. "Houve um fluxo muito grande de estrangeiro nesses últimos dias. A repercussão do mercado ao Copom foi muito boa, mas é difícil saber até quando dura esse movimento", disse Gabriel Cunha, analista de mercados do C6 Bank. Ele pontuou que nos atuais níveis em torno de 5,10 reais o espaço para queda adicional do dólar deve ficar mais limitado. "Na nossa cabeça o mais importante continua sendo a variável fiscal no Brasil, é o determinante para o câmbio no médio prazo, e não vemos um cenário benigno, é um cenário ascendente de dívida líquida/PIB", afirmou Cunha, segundo o qual esse fator explica as estimativas mais altas para o dólar: de 5,50 reais no fim de 2022 e 5,80 reais ao término de 2023. O Rabobank passou a ver dólar de 5,30 reais no encerramento dos dois períodos, contra estimativas anteriores de 5,25 reais (2022) e 5,20 reais (2023). Outros riscos incluem a desaceleração da economia chinesa, um Fed agressivo na política monetária e as incertezas em torno da política econômica doméstica em ano de eleição.
Reuters
Ibovespa fecha acima de 108 mil pontos com disparada de Petrobras
A JBS ON caiu 3,64%, a 29,95 reais, tendo de pano de fundo resultado trimestral da rival Tyson Foods no segundo trimestre, com receita acima do esperado, mas lucro aquém das expectativas, o que determinou queda de 8,4% dos papéis da companhia nos Estados Unidos
O Ibovespa engatou a quinta alta seguida e fechou acima dos 108 mil pontos pela primeira vez em dois meses na segunda-feira, em movimento puxado pela disparada das ações da Petrobras, enquanto agentes financeiros esperam novos sinais sobre a Selic. Índice de referência da bolsa brasileiro, o Ibovespa subiu 1,81%, a 108.402,27 pontos, perto da máxima da sessão. O volume financeiro totalizou 28,2 bilhões de reais. Na terça-feira, o Banco Central divulgará a ata da última reunião do Copom, na semana passada, quando elevou a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, a 13,75% ao ano, e disse que "avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude", em seu próximo encontro. O documento ajudará a calibrar apostas sobre a atuação do BC - se ele já encerrou ou finalizará em breve o ciclo de alta de juros no Brasil. E para tal diagnóstico, agentes financeiros também terão no radar o IPCA de julho, previsto também para terça-feira, com previsão de mostrar deflação no mês. De acordo com Fabrício Gonçalvez, presidente-executivo da Box Asset Management, Petrobras impulsionou o Ibovespa nesta sessão, mas a sinalização do Copom na semana passada de um possível fim do ciclo da alta de juros tem movimentado bastante as ações de consumo, como se observou novamente nesta sessão.
Reuters
Mercado mantém expectativa para Selic em 13,75% ao final deste ano apesar de indicação do BC, mostra Focus
O mercado deu prosseguimento à tendência de baixa na projeção para a inflação deste ano, ao mesmo tempo que vê maior pressão em 2023, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira, que mostrou ainda não haver expectativa de novo aperto monetário em 2022
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou que, apesar da indicação do BC de que avaliará a necessidade de encerrar seu agressivo ciclo de aperto monetário com um ajuste menor em setembro, não houve mudanças nas expectativas de que a Selic terminará este ano nos atuais 13,75% e 2023 em 11,00%. O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA em 2022 foi ajustada em 0,04 ponto percentual para baixo, a 7,11%. Por outro lado, a visão para o ano que vem aumentou em 0,03 ponto, a 5,36%. Para 2024, ano que agora foi incorporado ao horizonte relevante da política monetária, a pesquisa semanal mostrou manutenção da expectativa de aumento dos preços em 3,3%, pela quarta vez seguida. O centro da meta oficial para a inflação em 2022 é de 3,5% e para 2023 é de 3,25%, enquanto, para 2024, cai a 3,0%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Os ajustes se dão depois de o BC ter elevado a Selic a 13,75% na semana passada. Mais indicações sobre a trajetória da política monetária podem ser dadas na ata do encontro, a ser divulgada na terça-feira. O BC agora vê o IPCA em 6,8% no fim deste ano, 4,6% em 2023 e 2,7% em 2024. Essas estimativas da autoridade monetária já incorporam cortes tributários aprovados pelo Congresso, que serão parcialmente revertidos em janeiro. Entre as medidas que reduzem a inflação no curto prazo, estão o corte temporário de tributo sobre gasolina e etanol e a definição de um teto para cobrança de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte público. Diante dessas medidas, a deflação esperada no Focus para os preços administrados em 2022 agora é de 0,92%, contra queda de 0,75% calculada antes. Para 2023, a perspectiva aumentou pela 13ª vez seguida, em 0,02 ponto percentual, para 7,10%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano teve ajuste para cima de 0,01 ponto, para 1,98%, mas permaneceu em 0,40% para 2023.
Reuters
Julho registra recorde de 78% de famílias endividadas e 29% inadimplentes, diz CNC
Segundo entidade, aumento da inadimplência indica que as medidas de governo de estímulo ao consumo tiveram efeito apenas momentâneo no pagamento de dívidas
O País iniciou o segundo semestre com novo recorde de brasileiros endividados e inadimplentes, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em julho, 29% das famílias tinham algum tipo de conta ou dívida atrasada, o maior patamar de inadimplência desde 2010, quando teve início a série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Segundo a CNC, o aumento da inadimplência indica que as medidas de governo de estímulo ao consumo, como os saques extras do FGTS e a antecipação do 130 salário aos beneficiários do INSS, tiveram efeito apenas momentâneo no pagamento de contas ou dívidas em atraso, concentrado no segundo trimestre deste ano. O total de inadimplentes aumentou 0,5 ponto porcentual na passagem de junho para julho. Em relação a julho de 2021, houve uma elevação de 3,4 pontos porcentuais na proporção de lares em situação de inadimplência. O porcentual de famílias endividadas subiu a um ápice de 78% em julho, um aumento de 0,7 ponto porcentual ante junho. Em relação a julho do ano passado, a proporção de lares endividados teve um crescimento de 6,6 pontos porcentuais. A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e prestação de casa. “O porcentual de comprometimento da renda permanece no mesmo valor, em 30,4%, desde abril, mas 22% dos brasileiros estão com mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas”, apontou a CNC, em nota. Em julho, 10,7% das famílias afirmaram não ter condições de pagar seus débitos já atrasados, ou seja, permanecerão inadimplentes, alta de 0,1 ponto porcentual em relação a junho. De acordo com a CNC, a maioria dos que permanecerão sem pagar contas ou dívidas já atrasadas de meses anteriores está entre os consumidores que não concluíram o ensino médio (13%), que também foram os que mais precisaram atrasar pagamentos no próprio mês de julho (33,3%). “As classes de despesas das famílias que ganham menos são justamente as que tiveram maiores aumentos recentes de preços, então elas acabam gastando uma parcela maior do orçamento para fazer frente ao aumento da inflação. Ou seja, as famílias com menor renda foram mais afetadas e aumentaram o endividamento, a despeito dos juros altos, para sustentar seu nível de consumo”, explicou a economista Izis Ferreira, responsável pela pesquisa da CNC, em nota oficial.
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