Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 179 |27 de julho de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Preços estáveis para o gado “comum”, boi-China reage
Segundo apurou a equipe de analistas da IHS Markit, na terça-feira, o mercado físico do boi gordo seguiu com baixa liquidez de negócios, mas num ambiente de preços majoritariamente estagnados
Na avaliação da consultoria, de maneira geral, o mercado do boi gordo ainda convive com a pressão de baixa empregada pelas indústrias. Porém, reforça a IHS, o volume de animais provindos do primeiro giro de confinamento não deve resultar em alongamentos mais expressivos nas programações de abate dos frigoríficos brasileiros. Isso quer dizer que, em algum momento, a arroba do boi gordo deva começar a sentir mais pesadamente os efeitos da entressafra, ou seja, tenderá a subir de preço ao longo do segundo semestre. Nas praças paulistas, conforme apurou a Scot Consultoria, houve valorização diária de R$ 5/@ nos negócios envolvendo o animal enviado ao mercado chinês, agora negociado em torno de R$ 320/@. Os negócios envolvendo bovinos que atendem ao mercado interno ocorreram paulatinamente, refletindo as escalas confortáveis dos frigoríficos brasileiros. Em relação ao preço do boi “comum” (direcionado para consumo doméstico), o dia foi de estabilidade nas cotações da arroba paulista, de acordo com o levantamento da Scot. A referência para o macho terminado continua valendo R$ 310/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 280@ e R$ 300/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). “Como as escalas de abate se encontram avançadas até o término da primeira semana de agosto, as indústrias optam por se abster das compras de gado, ao mesmo tempo que pecuaristas aguardam melhores condições de preços em balcão para retornar as negociações”, observa a IHS. Segundo a consultoria, a oferta atual de gado, em sua maior parte, é composta por animais oriundos de confinamento. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 315/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 273/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 292/@ (prazo) vaca a R$ 273/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 275/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 273/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 290/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 295/@ (prazo) vaca R$ 280/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 324/@ (à vista) vaca a R$ 272/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 282/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 265/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 263/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista).
PORTAL DBO
Contrabando de gado na fronteira acende sinal de alerta para risco sanitário
Paraná é reconhecido internacionalmente como área livre de febre aftosa sem vacinação
Dois caminhões carregados com 39 bovinos sem registro de procedência foram apreendidos na segunda-feira (25) no município de Santo Antônio do Sudoeste, região Sudoeste do Paraná, na fronteira entre a Argentina e o Brasil. A carga, que entraria ilegalmente em território paranaense, foi apreendida em abordagem da Polícia Militar e encaminhada à Receita Federal. Os animais foram abatidos e a carne descartada. Três homens foram presos na operação. O contrabando de gado na fronteira representa um risco sanitário para a pecuária paranaense. Além de ameaça à saúde pública, pode comprometer a exportação de carne do Paraná. Isso porque em maio de 2021, o estado foi reconhecido pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) como área livre de febre aftosa sem vacinação, o que garantiu a abertura do mercado internacional para as carnes produzidas no Paraná. Para manter este status sanitário, porém, não é permitida a entrada em território paranaense de animais vindos de regiões que também não sejam declaradas áreas livres sem vacinação. “Apenas uma pequena região da Argentina, bem ao Sul, na Patagônia, tem o mesmo certificado que o Paraná, mas o restante do país ainda não atingiu esse status sanitário e ainda tem que vacinar o rebanho”, explica Rafael Gonçalves Dias, Gerente de Sanidade Animal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). Segundo ele, desde que o Paraná conquistou o reconhecimento internacional, a fiscalização na fronteira vem sendo intensificada. “No ano passado foram três apreensões e esse ano ainda não havia sido registrada nenhuma até o momento”, informa. Dias observa que, como os animais não tinham registro de procedência, não se pode afirmar que vinham da Argentina. “Podiam estar vindo de qualquer outro país da América do Sul”, diz.
O técnico orienta a todos os pecuaristas paranaenses e donos de frigoríficos com unidade no Paraná para que não comprem animais sem registro de procedência. “É um risco. Não se trata apenas de febre aftosa, mas de qualquer outra doença que atinge esses animais, como brucelose, tuberculose, raiva entre outras, algumas delas, inclusive podem ser transmitidas aos humanos”, alerta.
GAZETA DO POVO
SUÍNOS
Perdas nas cotações dos suínos na terça: animal vivo caiu 3,07% em Minas Gerais
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF teve queda de 3,91%/3,68%, chegando em R$ 123,00/R$ 131,00, enquanto a carcaça especial ficou estável em R$ 9,20/R$ 9,60/kg.
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (25), o preço ficou estável somente no Rio Grande do Sul, custando R$ 6,27/kg. Houve queda de 3,07% em Minas Gerais, atingindo R$ 6,94/kg, baixa de 0,28% em São Paulo, alcançando R$ 7,18/kg, recuo de 0,16% no Paraná, valendo R$ 6,28/kg, e de 0,16% em Santa Catarina, fechando em R$ 6,41/kg.
Cepea/Esalq
ABCS vê alta na exportação e demanda doméstica por carne suína no 2º semestre
A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) espera que haja aumento nas exportações e no consumo doméstico de carne suína no segundo semestre, apesar da crise enfrentada pelo setor neste ano
“Apesar da recuperação do preço do suíno e queda do custo de produção, a crise ainda não terminou. Porém, para o segundo semestre há uma grande expectativa com relação ao crescimento das exportações e o aquecimento da demanda doméstica, puxada não somente pela sazonalidade, mas também pela entrada de maior recurso do auxílio governamental previsto para iniciar em agosto”, disse o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, em nota divulgada pela entidade. “Do lado dos custos, o milho deve continuar em viés de queda nas cotações com o avançar da colheita recorde.” A colheita da segunda safra de milho deve ser recorde, superando 88 milhões de toneladas, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), levando o volume total de produção de todas as safras de milho neste ano a 116 milhões de toneladas. O aumento da oferta de milho deve reduzir os custos de produção do setor de suínos, já que o milho usado na nutrição animal é um dos principais componentes dos custos do segmento. Do lado da demanda, o aumento das exportações esperado tende a reduzir a oferta doméstica da proteína. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também disse na semana passada que espera recuperação do setor de carne suína neste ano, com aumento no consumo doméstico.
CARNETEC
FRANGOS
Frango: preços estáveis na terça. leve alta de 0,26% no atacado paulista
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 6,10/kg, enquanto o frango no atacado teve leve alta de 0,26%, chegando em R$ 7,57/kg
NA cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina não houve mudança de preço, custando R$ 4,25/kg, assim como no Paraná, valendo R$ 5,50/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (25) a ave congelada e a resfriada não mudaram de preço, valendo, ambas, R$ 7,99/kg.
Cepea/Esalq
EMPRESAS
Programa da Marfrig capacita e ajuda açougues a melhorar desempenho
Contribuir para aumentar as vendas dos açougues, melhorar o relacionamento com o consumidor e incrementar a performance operacional, estes são os objetivos do Programa Açougue Mais da Marfrig, conforme comunicado
Voltado para açougues clientes da Marfrig – que compram carne da companhia e revendem para o público final –, o Programa Açougue Mais oferece treinamento gratuito dos funcionários das lojas, ministrado por um time de marcas da Marfrig que ensina as equipes a padronizar processos e procedimentos, o que torna a operação mais eficiente e rentável segundo a empresa. No ano passado, os açougues participantes alcançaram crescimento de 41% nas vendas e de 26% na receita, além de quebra menor do que em períodos anteriores (de 1,1%). A quebra se dá quando o produto precisa ser descartado porque não foi bem manipulado ou armazenado. Os funcionários são instruídos a realizar controle de recebimento, limpeza e organização do setor, manuseio de carnes e apresentação dos produtos em bandejas e balcões. Recebem orientações sobre como reduzir desperdícios, cortar e limpar a carne da forma ideal, evitar deterioração e contaminação dos produtos e armazenar as carnes adequadamente. Em parceria com o Açougue Mais, o projeto Virada de Loja tem a finalidade de transformar o visual e o layout do açougue, bem como melhorar a apresentação e a exposição dos produtos e a experiência de compra do consumidor. “O Programa Açougue Mais contribui para os estabelecimentos parceiros aumentarem sua rentabilidade após orientação da Marfrig, que aplica toda a sua expertise em boas práticas para melhorar a eficiência operacional dos açougues. Em um trabalho conjunto, com união de esforços, conseguimos que nossos clientes alcancem uma evolução operacional por meio do conceito de gestão compartilhada e de um movimento de 360°, que vai da estratégia à operação e que atende às necessidades dos varejistas”, disse o gerente de marcas da Marfrig, José Noeli, no comunicado. A capacitação de funcionários e a consultoria têm duração de uma a duas semanas. Após este período, o time marcas do Açougue Mais retorna às lojas para revisitar os procedimentos e, se necessário, reorganizá-los ou reforçá-los. Atualmente 115 açougues dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro participam do Açougue Mais. Criado em 2018, o programa passará a atender também o Rio Grande do Sul.
CARNETEC
INTERNACIONAL
Exportações de carne da Argentina cresceram 40% em valor no primeiro trimestre
As exportações de carne bovina da Argentina totalizaram 56.000 toneladas de produto, equivalentes a 80.000 toneladas de peso de carne bovina, em junho, e assim atingiram 426.000 toneladas no primeiro semestre, o que implica um crescimento de 2% em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com o relatório do Consórcio de Exportadores de Carnes Argentinas ABC, os frigoríficos faturaram um total de US$ 1,762 bilhão pelo comércio exterior de cortes congelados e refrigerados entre janeiro e junho, valor 40% superior ao do mesmo período de 2021. Se somadas os miúdos, o total gerado pela rede foi de US$ 1,88 bilhão. “A subida dos preços e uma maior participação das carnes refrigeradas e das cotas sujeitas a tarifas no total, que apresentam valores médios mais elevados, resultaram num aumento do valor médio faturado, face à média dos primeiros meses de 2021”, refletiu o Consórcio ABC. E acrescentou: “Uma tendência oposta à evolução das tonelagens exportadas, embora se deva destacar a evolução ascendente dos últimos meses, em que os volumes ultrapassaram a média verificada desde que começaram a ser aplicadas medidas de gestão das exportações de carne em 2021”.
Segundo o relatório do Consórcio ABC, uma das chaves do saldo positivo com que terminou o primeiro semestre foi a reativação das compras pela China, destino que explica 76% dos volumes de carne enviados ao exterior e 65% dos dólares gerados. A partir de maio, a China melhorou “significativamente” as compras de carne desossada, a que se acrescentou que nos primeiros seis meses o valor médio pago por tonelada foi de US$ 5.754, o que significa US$ 1.800 a mais que no ano passado e um valor semelhante ao recorde de o final de 2019. “O crescimento dos valores médios da China, nosso principal destino, permitiu o aumento significativo do valor faturado pelas exportações argentinas de carne bovina: 40% no primeiro semestre de 2022”, disse o Consórcio. Da mesma forma, também foi uma boa notícia que os frigoríficos autorizados a exportar para a União Europeia cumpriram quase na totalidade a cota atribuída através da Quota Hilton. “Segundo a informação publicada em 04/07/2022 pela Comissão Europeia, o nosso país certificou um total de 28.101 toneladas no ciclo 2021/22, valor praticamente igual ao comunicado pela área de Cotas de Exportação da Secretaria de Mercados Agrícolas”, indicou o Consórcio. E completou: “O restante não exportado foi de 1.288 toneladas, o menor desde o exercício de 2018/19 em que a cota foi concluída”.
INFOCAMPO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Colheita da safrinha atinge 45% no Paraná, aponta Deral
A segunda safra de milho no Paraná está estimada em 15,4 milhões de toneladas, volume 170% maior que na safra anterior
O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB), informou que a colheita de milho atingiu 45% da área plantada, estimada em 2,718 milhões de hectares. A área deve subir 8% frente à temporada anterior, de 2,515 milhões de hectares. Segundo o Deral, 70% das lavouras apresentam boas condições de desenvolvimento, 23% condições médias e 7% ruins. As lavouras se dividem entre as fases de frutificação (13%) e maturação (87%). No dia 18 de julho, a colheita estava em 30%, com 72% das lavouras apresentavam boas condições, 21% condições médias e 7% ruins, entre fases de frutificação (21%) e maturação (73%). A segunda safra de milho no Paraná está estimada em 15,447 milhões de toneladas, volume 170% maior ante as 5,722 milhões de toneladas da temporada anterior. A produtividade média deve alcançar 5.682 quilos por hectare em 2021/22, muito acima da registrada na temporada anterior, de 2.637 quilos por hectare. No Paraná, 11% das lavouras de trigo estão em fase de frutificação, a mais avançada. As demais estão em floração (31%) e desenvolvimento vegetativo (58%). A área é estimada em 1,166 milhão de hectares, contra 1,225 milhão de hectares em 2021, queda de 5%. Segundo o Deral, 91% das lavouras de trigo apresentam boas condições de desenvolvimento, 8% situação média e 1% estão ruins. No dia 18 de julho, 95% das lavouras tinham boas condições e 5% situação média, entre as fases de crescimento vegetativo (71%), floração (23%) e frutificação (4%). A safra de trigo do Paraná deve registrar uma produção de 3,856 milhões de toneladas, 20% acima das 3,208 milhões de toneladas colhidas na temporada de 2021. A produtividade média é estimada em 3.307 quilos por hectare, acima dos 2.632 quilos por hectare registrados na temporada passada.
SEAB-PR
Ocepar orienta pecuaristas para cadastro dos rebanhos
A Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) alerta os pecuaristas para que cadastrem seus rebanhos. O cadastramento é feito junto à Secretaria Estadual da Agricultura
“Com os animais cadastrados, acaba a informalidade e acabam-se os riscos”, pontua José Roberto Ricken, presidente da Ocepar. “Com informalidade zero, não tem como entrar animal de forma clandestina no estado”, observa. Segundo ele, a grande maioria dos pecuaristas paranaenses já cadastrou o seu rebanho. "Mas quem por algum motivo não tenha feito o cadastro, que faça isso logo”, recomenda. O presidente da Ocepar lembra que décadas atrás a informalidade no setor era muito grande e isso prejudicava o controle sanitário. “Temos que defender de todas as formas o status sanitário que conquistamos a duras penas. Isso é vital", reforça o representante do setor cooperativista paranaense. Ricken destaca a pronta atuação das polícias militar e federal, da Adapar e do Ministério da Agricultura na fronteira. “Estamos tranquilos, estamos acompanhando esse assunto de perto porque nos diz respeito e sabemos que as autoridades agiram de forma rápida e eficiente”, destaca.
GAZETA DO POVO
Adapar mantém busca ativa e alerta para necessidade de cadastramento de rebanhos
Medida é determinante para o controle de sanidade e vigilância de doenças no Estado
A campanha de atualização de rebanhos de 2022 encerrou-se em 30 de junho. Desde então, os fiscais da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) trabalham na busca ativa de produtores, fator determinante para o controle de sanidade e vigilância de doenças no Estado. Os paranaenses que trabalham com produção animal também podem procurar a Unidade Local da Adapar mais próxima da sua região para fazer o cadastro. Desde 1º de julho, os produtores que não atualizaram seus rebanhos não podem emitir a GTA (Guia de Trânsito Animal) e poderão ser autuados por essa infração. O índice de atualização está em 87%. Segundo a Adapar, essas atividades serão suspensas somente quando 100% das propriedades tiverem seu cadastro atualizado. Com a certificação do Estado como de área livre de febre aftosa sem vacinação, a estratégia da vacinação foi substituída pela atualização do rebanho. Uma vez por ano o produtor deve declarar a quantidade de animais na propriedade. Isso possibilita ação rápida nos casos de suspeita inicial de doenças. A Adapar também atua em parceria com as forças de segurança estaduais e federais para impedir a entrada de animais de outros estados e países que não tenham o mesmo status. Esse tipo de crime, se não combatido, compromete o status sanitário. Os cidadãos podem denunciar casos como esses pela Ouvidoria da Adapar.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
ECONOMIA/INDICADORES
IPCA-15 tem menor variação em 2 anos em julho, com redução do ICMS
O IPCA-15 desacelerou em julho e atingiu a menor variação em dois anos graças ao impacto da redução das alíquotas de ICMS sobre os preços de combustíveis e energia, com a taxa em 12 meses voltando a ficar levemente abaixo de 12%. Em 12 meses inflação ainda é de 11,39%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) passou a subir 0,13% em julho depois de um avanço de 0,69% em junho. A leitura mensal da prévia da inflação oficial, divulgada na terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é a mais baixa desde junho de 2020 (+0,02%). O alívio levou o índice a acumular em 12 meses inflação de 11,39%, voltando a ficar abaixo de 12%, mas ainda mais de duas vezes o teto da meta oficial para a inflação este ano, que é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA --já abandonada pelo Banco Central. O que garantiu a desaceleração da alta em julho foram as quedas dos grupos Transportes e Habitação, respectivamente de 1,08% e 0,78%, graças à lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo. A lei não fixa uma alíquota para o ICMS, mas limita a incidência do tributo para alguns setores a aproximados 17% ao carimbá-los como "essenciais". Os dois grupos contribuíram com -0,36 ponto percentual no índice do mês. Os preços da gasolina registraram recuo de 5,01%, enquanto os de etanol caíram 8,16%, de acordo com os dados do IBGE. Já a energia elétrica residencial teve queda de 4,61%. O resultado indica que a inflação no país pode já ter atingido o pico, mas os efeitos da lei não devem ser duradouros e as projeções para o ano que vem seguem subindo. Por outro lado, o maior impacto individual no IPCA-15 de julho foi exercido pelo leite longa vida, que disparou 22,27% e levou o grupo Alimentação e bebidas a subir 1,16%. Com forte peso no bolso do consumidor, alimentos tiveram o maior impacto no índice do mês, depois de os preços do grupo acelerarem a alta em relação à taxa de 0,25% de junho.
REUTERS
Dólar contraria exterior e fecha em queda em dia marcado pela volatilidade
Em um movimento que destoou da dinâmica externa, o dólar encerrou o pregão desta terça-feira em queda de 0,38%, cotado a R$ 5,3492 no mercado à vista
A moeda americana se afastou das mínimas do dia, mas o viés favorável à divisa brasileira predominou, na medida em que teve continuidade uma correção, após os fortes ganhos do dólar ante divisas de países da América Latina, que têm sido bastante penalizadas recentemente devido ao aumento dos riscos políticos na região. A volatilidade tem se mostrado elevada nos últimos dias, na medida em que a percepção de risco tem se agravado. Assim, a forte alta do dólar no exterior foi deixada em segundo plano tanto no Brasil quanto em outros países da América Latina. Enquanto o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de outras seis moedas principais, saltava 0,70%, para 107,233 pontos, às vésperas da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), o dólar caía 0,36% ante o peso colombiano e cedia 1,25% em relação ao peso chileno na tarde desta terça-feira. O dia de alívio no câmbio, porém, não elimina a volatilidade esperada à frente por participantes do mercado, que veem possibilidade de novas rodadas de desvalorização do real. Os estrategistas do Citi mantêm recomendação neutra para o real. Para eles, a moeda brasileira continuará a se beneficiar de um carrego mais alto devido ao ciclo acelerado de aperto monetário, “mas as eleições estão cada vez mais no radar e o risco fiscal está aumentando, assim como o ruído político”. Da mesma forma, o estrategista Juan Prada, do Barclays, nota que o presidente Jair Bolsonaro indicou, nos últimos dias, intenção de tornar permanente o valor do benefício do Auxílio Brasil de R$ 600. Isso, na visão do profissional, “traria pressões adicionais de gastos e desafiaria o teto de gastos em 2023”. Assim, Prada avalia que o ruído fiscal antes das eleições “deve continuar a pesar sobre a moeda brasileira”. Não por acaso, o Wells Fargo alterou suas projeções para o câmbio brasileiro e passou a ver depreciação ainda mais acentuada à frente: o banco elevou a projeção para o dólar de R$ 5,40 para R$ 5,75 no fim deste ano e de R$ 5,80 para R$ 5,95 no fim de 2023.
VALOR ECONÔMICO
Ibovespa cai e volta aos 99 mil pontos
Índice recuou 0,50%, aos 99.772 pontos, antes de decisão do Fed sobre juros e em meio à temporada de balanços corporativos
Diante de uma sessão amplamente negativa nas bolsas em Nova York, antes da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) que ocorre hoje e conforme investidores analisam a temporada de balanços corporativos, o Ibovespa não conseguiu se descolar dos seus pares e recuou, voltando ao patamar dos 99 mil pontos no fechamento da terça-feira. Ao final do dia, o índice recuou 0,50%, aos 99.772 pontos. O volume financeiro negociado na sessão foi de R$ 13,6 bilhões no Ibovespa e R$ 17,1 bilhões na B3. No exterior, o S&P 500 perdeu 1,15%, aos 3.921 pontos, o Dow Jones cedeu 0,71%, aos 31.761 pontos e o Nasdaq teve queda de 1,87%, aos 11.562 pontos. Um dia antes do anúncio da decisão de política monetária do Fed, os ativos de risco apresentaram dinâmica negativa, com investidores aguardando para entender a temperatura da comunicação do BC americano. O mercado espera uma alta de 0,75 ponto percentual, mas analistas entendem que o tom do Comitê ainda pode impactar os negócios. Paralelamente, a temporada de balanços do segundo trimestre, que segue avançando nos EUA, também provocou precificação. As ações de tecnologia recuaram antes da Alphabet e da Microsoft divulgarem seus balanços, o que ocorreu há pouco, e o setor de varejo sofreu com a piora no guidance do Walmart. “Em relação ao Fed, o mercado buscará avaliar o comunicado e a coletiva pós decisão, que podem trazer tom mais duro. Na minha visão, precisamos ficar mais atentos à decisão de setembro. A visão da casa é que o aumento será de 0,5 ponto percentual, mas pode surpreender para cima”, diz Jerson Zanlorenzi, responsável pela mesa de ações e derivativos do BTG Pactual. Ele afirma que seguimos vivendo um dilema entre a atratividade dos ativos de risco e a falta de vetores que mudem a tendência de queda. Na sessão, as ações ligadas às commodities metálicas recuaram mesmo em dia de alta do minério de ferro. Em relatório divulgado nesta terça-feira, o Goldman Sachs cortou os preços do minério de ferro até o final do ano de 2022. Na ponta positiva, JBS ON subiu 2,97%, liderando os ganhos. Para o Itaú BBA, o frigorífico deve divulgar resultado relativamente fraco na unidade de bovinos nos EUA, devido ao preço crescente do boi americano, mas a divisão de frango deve superar expectativas e ajudar no desempenho da ação.
VALOR ECONÔMICO
FMI sobe projeção para PIB do Brasil em 2022 e reduz para o ano que vem
Estimativa do Fundo para o crescimento do País neste ano foi de 0,8% para 1,7%
O Fundo Monetário Internacional (FMI), elevou novamente a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022, de uma alta de 0,8% em abril para 1,7% agora. Apesar de ser a maior revisão para cima anunciada pelo organismo, conforme o relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês), publicado nesta terça-feira, 26, o País vai crescer menos que a média mundial e seus pares emergentes. A expansão do Brasil deve apoiar, contudo, o PIB da América Latina, de acordo com o FMI. “A América Latina e o Caribe também tiveram uma revisão para cima, de 0,5 ponto porcentual, em 2022, como resultado de uma recuperação mais robusta nas grandes economias”, diz o Fundo, no documento, citando países como Brasil, México, Colômbia e Chile. Para 2023, o FMI promoveu um novo corte em suas projeções e espera que a economia brasileira cresça 1,1% e não mais 1,4%, como estimou em abril. Novamente, aqui, a redução das previsões foi em ritmo mais ameno do que a de outros países. Ainda assim, passadas as eleições presidenciais no Brasil, a economia deve se expandir abaixo do PIB global e dos mercados emergentes.
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