
Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 178 |26 de julho de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Mercado do boi gordo abre a semana com baixa liquidez
Com escalas de abate preenchidas até o final da primeira semana de agosto, a última semana de julho deve ser marcada por baixa liquidez nas operações envolvendo boiada gorda, prevê a equipe de analistas da IHS Markit
Nas últimas semanas, boa parte das programações de abate das indústrias foram preenchidas por lotes de animais provindos de confinamentos ou parcerias em boiteis. “O fato de muitas unidades frigoríficas disporem de negócios a termo diminuiu o apetite comprador”, relatam os analistas. Segundo a IHS, as compras de animais terminados no cocho devem garantir volumes de operação confortáveis até a primeira quinzena de agosto. “A oferta enxuta de animais na maior parte das praças pecuárias brasileira deve dar algum suporte aos preços da arroba, evitando quedas mais significativas”, relatam os analistas. A IHS prevê cotações do boi gordo pressionadas no curtíssimo prazo, já que os frigoríficos conseguiram alongar as suas escalas nas últimas semanas, e o consumo de carne bovina no mercado doméstico continua patinando. Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, na segunda-feira, 25 de julho, nas praças de São Paulo, os preços do boi e vaca gordos ficaram estáveis, em R$ 310/@ e R$ 280/@, respectivamente (valores brutos, no prazo). A cotação da novilha gorda registrou recuo de R$ 2/@ neste primeiro dia da semana, atingindo R$ 300/@ no mercado paulista (preço bruto e a prazo). Bovinos com destino à China (abatido com idade até 30 meses) estão sendo negociados por R$ 315/@, acrescenta a Scot. No atacado/varejo, as vendas permanecem lentas e irregulares. “Há ofertas excedentes de alguns cortes, sobretudo do dianteiro”, informa a IHS. De acordo com a Scot, o quadro é de queda de preço no mercado atacadista de carne bovina com osso em São Paulo. “O excesso na oferta, atrelado a um consumo enfraquecido, dificultou os negócios”, observam os analistas da Scot. Na comparação feita semana a semana, a cotação da carcaça casada de bovinos castrados caiu 1,7%, para R$ 18,91/kg, e a carcaça casada de bovinos inteiros ficou cotada em R$ 17,12/kg, o que significou uma queda semanal de 5,1%, relata a Scot. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 315/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 273/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 292/@ (prazo) vaca a R$ 273/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 275/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 273/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 290/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 295/@ (prazo) vaca R$ 280/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 324/@ (à vista) vaca a R$ 272/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 282/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 265/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 263/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista).
PORTAL DBO
Receita das exportações de carne bovina deve atingir 1 bilhão de dólares em julho
Expectativa é que o volume exportado de carne bovina feche o mês de julho fique em 160 a 180 mil toneladas
Segundo Secretária Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, o embarque de carne bovina fresca, refrigerada e congelada alcançou 129,6 mil toneladas na quarta semana de julho. Em julho do ano passado, o volume total exportado foi de 165 mil toneladas em 22 dias úteis. A média diária alcançou 8,1 mil toneladas, alta de 7,7%, frente a julho do ano passado, com 7,5 mil toneladas. Para o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o destaque segue sendo a receita. “Apesar de ter observado uma pequena queda no volume embarcado, é um movimento de queda no volume normal pela comparação com julho de 2021 que foi um ótimo mês em termos de embarques”, disse. Os preços médios em 16 dias úteis foram de US$ 6.617 por tonelada, alta de 21,6% frente a julho de 2021, com valor médio de US$ 5.442 por tonelada. A média diária da receita ficou em US$ 53,6 milhões alta de 31,00%, frente a julho do ano passado, com US$ 40,9 milhões. O analista afirmou que a expectativa é a de que o volume exportado encerre julho com algo entre 160 a 180 mil toneladas e a receita deve ficar próxima a 1 bilhão.
AGÊNCIA SAFRAS
SUÍNOS
Suínos: preços para o animal vivo em Minas Gerais e São Paulo cedem na segunda-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou teve queda de 0,78%/1,45%, chegando em R$ 128,00/R$ 136,00, enquanto a carcaça especial ficou estável em R$ 9,20/R$ 9,60/kg.
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (22), houve queda de 1,10% em Minas Gerais, atingindo R$ 7,16/kg, e de 0,69% em São Paulo, caindo para R$ 7,20/kg. Ficaram estáveis os preços no Paraná (R$ 6,29/kg), Rio Grande do Sul (R$ 6,27/kg), e em Santa Catarina (R$ 6,42/kg).
Cepea/Esalq
Exportação de carne suína na 4ª semana de julho continua em alta
Volume médio exportado por dia cresceu em relação ao mesmo mês de 2021, de acordo com dados da Secex
De acordo com informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, as exportações de carne suína in natura até a quarta semana de julho (16 dias úteis) recuaram em relação à semana passada, mas seguem com números satisfatórios. Segundo o analista da SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o volume por média diária melhorou novamente em relação ao mesmo mês do ano passado, e mesmo que os resultados desta semana tenham sofrido queda em relação à anterior, ainda são vistos pelo setor com bons olhos. "Este mês de julho deve ser de exportações trazendo rentabilidade melhor para o setor. Tem havido uma dificuldade em obter rentabilidade na suinocultura por que do ano passado pra cá caiu o preço da carne nível internacional", disse. A receita obtida até agora, US$ 166,1 milhões, representa 71,8% do montante obtido julho de 2021, com US$ 231,4 milhões. No volume embarcado, 69.819 toneladas, elas são 75,2% do total exportado em julho do ano passado, com 92.734 toneladas. A receita por média diária neste mês foi de US$ 10,3 milhões, valor 1,3% menor do que julho de 2021. No comparativo com a semana anterior, houve queda de 7,8%. Em toneladas por média diária, 4.363 toneladas, aumento de 3,5% no comparativo com o mesmo mês de 2021. Em relação à semana anterior, retração de 6,9%. No
preço pago por tonelada, US$ 2.379, ele é 4,6% inferior ao praticado em julho passado.
AGÊNCIA SAFRAS
FRANGOS
Frango congelado e resfriado caem e atingem R$ 7,99/kg na segunda-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 6,10/kg, assim como a ave no atacado, valendo R$ 7,55/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina não houve mudança de preço, custando R$ 4,25/kg, assim como no Paraná, valendo R$ 5,50/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (22), a ave congelada cedeu 0,37%, chegando a R$ 7,99/kg, e o frango congelado teve recuo de 0,99%, fechando em R$ 7,99/kg.
Cepea/Esalq
Na quarta semana de julho, a receita com exportação de carne de frango já é 98% do total de julho/21
O fator principal que tem mexido com o mercado internacional são os casos de gripe aviária no hemisfério norte
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, as exportações de carne de aves in natura até a quarta semana de julho (16 dias úteis) já está perto de toda a receita obtida nos embarques de julho de 2021. O analista da SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o principal fator que vem mexendo com o mercado externo de carne de frango são os casos de influenza aviária no hemisfério norte, principalmente nos Estados Unidos e países da Europa. "Carne de frango segue indo bem em termos de volume e receita, desempenho muito positivo. Em receita, deve ultrapassar facilmente o que foi obtido no mesmo mês do ano passado, e em volume, deve chegar nas 4,7 mil toneladas", disse. A receita obtida com as exportações de carne de frango até o momento é de US$ 661,6 milhões e representa 98,4% do montante obtido em todo julho de 2021, que foi de US$ 672,6 milhões. No volume embarcado, as 295.716 toneladas são 75,6% do total exportado em julho do ano passado, com 390.982 toneladas. Na receita por média diária, US$ 41,3 milhões, o valor é 35,2% maior que o registrado julho de 2021. No comparativo com a semana anterior, houve baixa de 2,5%. Em toneladas por média diária, 18.482 toneladas, houve avanço de 4% no comparativo com o mesmo mês de 2021. Em relação à semana anterior, recuo de 3%. No preço pago por tonelada, US$ 2.237, ele é 30,1% superior ao praticado em julho passado. Frente ao valor da semana anterior, leve alta de 0,46%.
AGÊNCIA SAFRAS
USDA confirma gripe aviária altamente patogênica na Flórida
O Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal (APHIS, na sigla em inglês) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou a presença de gripe aviária altamente patogênica (HPAI) em um plantel de quintal não comercial em Condado de Seminole, Flórida
As amostras das aves foram testadas no Bronson Animal Disease Diagnostic Laboratory, parte da National Animal Health Laboratory Network, e confirmadas no APHIS National Veterinary Services Laboratories em Ames, Iowa. O APHIS está trabalhando em estreita colaboração com as autoridades estaduais de saúde animal da Flórida em uma resposta conjunta a incidentes. As autoridades estaduais colocaram em quarentena as instalações afetadas e as aves na propriedade serão despovoadas para evitar a propagação da doença. As aves do bando não entrarão no sistema alimentar.
USDA
CARNES
No SIAVS, técnicos da agroindústria vão debater avanços na modernização dos frigoríficos
Painel aborda avanços na inspeção de aves e de suínos
Os avanços no sistema de inspeção do setor frigorífico estarão em pauta durante o Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (SIAVS), que será realizado entre 09 e 11 de agosto, no Anhembi Parque, em São Paulo (SP). Programado para o primeiro dia do evento, o painel Avanços e Desafios no Setor de Frigoríficos reunirá líderes políticos, auditores fiscais do Ministério da Agricultura e representantes das indústrias para discussões sobre as normativas que estão desenvolvimento, com impacto direto na eficiência e no aprimoramento dos controles da indústria de alimentos. O painel será mediado pela gerente de qualidade da Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), Márcia Ferrari, e será dividido em três etapas. Na primeira delas, o Deputado Federal Domingos Sávio falará sobre o Projeto de Lei de sua relatoria no Congresso, que aborda o aprimoramento do autocontrole - medida já existente na indústria frigorífica, que ganhará novos pontos. Mais tarde, uma sequência de duas apresentações abordará o programa de modernização da inspeção de aves e de suínos. A primeira delas será feita pela Diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), Ana Lucia Viana, com uma visão do serviço público em relação às medidas de aprimoramento. O tema avançará na apresentação da professora de medicina veterinária Liris Kindlen, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ao final, técnicos de quatro agroindústrias e cooperativas do setor - Marisete Cerutti, da Seara Alimentos, Audren Abra de Carvalho, da C. Vale, Luciana Chicarelli, da Bello Alimentos - debaterão o conjunto de medidas e as expectativas do setor produtivo em prol dos ganhos de produtividade, preservação da qualidade e redução de desperdícios. Outros painéis conjunturais e técnicos estarão na programação do maior evento dos setores no país. Veja mais pelo site www.siavs.com.br Realizado pela ABPA, o principal encontro da avicultura e da suinocultura do Brasil será ainda maior que sua edição anterior, realizada em 2019. Sua área comercial foi expandida em 30%, adicionando novos anexos ao espaço tradicionalmente ocupado pela feira. Além das oportunidades de negócios, o SIAVS será palco do maior congresso técnico do setor, com intensa programação e mais de 100 palestrantes do Brasil e de outros países. Em 2019, o evento recebeu mais de 20 mil visitantes de 50 países, com mais de 170 expositores. Nas dezenas de salas do congresso ocorreram as apresentações de mais de 100 palestrantes do Brasil e de outros países para 2,4 mil congressistas. Saiba mais; www.siavs.com.br.
ABPA
EMPRESAS
Levo Alimentos vai inaugurar incubatório e frigorífico de frangos em Iporã (PR)
Parceria entre Pluma Agroavícola e C.Vale investiu R$ 252 milhões nos empreendimentos
A Levo Alimentos, parceria entre a Pluma Agroavícola e a Cooperativa C.Vale, vai inaugurar um incubatório e um frigorífico de frangos em Iporã, no noroeste do Paraná, na quarta-feira. As unidades vão gerar mil novas vagas diretas de trabalho na região e fazem parte do plano de expansão da empresa, segundo o presidente da Levo Alimentos e do Grupo Pluma, Lauri Paludo. Foram investidos R$ 256 milhões nos dois empreendimentos. O frigorífico tem 21 mil metros quadrados e estrutura com capacidade de abater até 200 mil frangos por dia em 2023. Neste primeiro momento, serão entre 40 mil a 60 mil aves por dia. Cerca de 230 aviários vão fornecer aves ao frigorífico. A produção atenderá aos mercados interno e externo. O incubatório ocupa 10 mil metros quadrados. A meta para este ano é atingir a incubação de 10,5 milhões de ovos por mês. Mais de 20 granjas irão produzir ovos férteis, para atender a demanda do local. Os pintinhos serão enviados para as granjas da Levo, C.Vale e Pluma Agroavícola de todo o Paraná.
VALOR ECONÔMICO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Safrinha robusta pouco alivia custo do milho
Preços elevados no exterior deixam espaço limitado para recuo no país, e importações devem crescer
Embora a já perceptível tendência de queda dos preços do milho deva ganhar força no país com a entrada da safrinha recorde que desponta nos campos, indústrias de aves e suínos temem que a retração seja apenas modesta, tendo em vista a demanda aquecida para exportação. Os custos, assim, deverão continuar altos, mesmo que a importação do cereal, principalmente do Paraguai, ganhe força nos próximos meses. As projeções mais recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam um crescimento de 45,6% da produção da segunda safra de milho no Brasil neste ano. No ciclo 2020/21, após a quebra decorrente de problemas, o volume caiu para 60,7 milhões. A queda dos preços internacionais nas últimas semanas - na bolsa de Chicago, os contratos de segunda posição de entrega já recuaram quase 10% em 2022, pressionados pelo risco de recessão global e pelos problemas climáticos nos Estados Unidos - e a perspectiva de ampliação da oferta doméstica ainda poderão acelerar um pouco a redução de custos nas áreas de aves e suínos. É quase consenso, no entanto, que esse declínio será um alívio, mas não uma salvação. No caso das aves, em junho, o índice ICPFrango, da Central de Inteligência de Aves e Suínos (Cias), caiu 2,61% em relação a maio, para R$ 5,47, com o peso do milho no total sendo de R$ 2,39. O cálculo leva em conta o animal produzido no Paraná em aviário tipo climatizado em pressão positiva. Já o ICPSuíno, que considera o custo total de produção por quilo de suíno vivo produzido em sistema tipo ciclo completo em Santa Catarina, recuou 0,05%, e o milho respondeu por R$ 3,12 de um total de R$ 7,34. “O aumento da oferta deverá trazer algum alívio nos custos. Mas esse alívio será limitado, já que o preço do milho no país será balizado pelo mercado internacional, onde o grão segue valorizado”, diz Alfredo Lang, presidente da cooperativa paranaense C. Vale. “Mesmo com mais oferta doméstica, vamos aumentar a importação de milho do Paraguai, como fizemos em 2021”. Grande produtora de frango, a C. Vale abate 600 mil aves por dia. No primeiro semestre deste ano, os gastos da cooperativa com o milho usado para alimentar o plantel aumentaram 35% em relação ao mesmo período do ano passado. A Pamplona Alimentos, de Rio do Sul (SC), que produziu 142 mil toneladas de carne suína no ano passado, projeta mais que dobrar as importações de milho para tentar domar seus custos. Se no ano passado as compras no exterior somaram 17,9 mil, para 2022, a estimativa é adquirir até 40 mil toneladas. Até o momento, as compras somaram 26,5 mil toneladas, provenientes, sobretudo, do Paraguai. “Acreditamos que será possível aumentar as importações. Assim como o Brasil, o Paraguai deve ter um bom volume de milho para comercializar no segundo semestre. Mas vamos considerar o custo para definir nossa estratégia de compras”, afirma Irani Pamplona Peters, presidente da companhia. Ari Sandi, analista de socioeconomia da Embrapa Suínos e Aves, diz que os suinocultores catarinenses têm enfrentado mais desafios na aquisição do cereal. “No Paraná, que é um grande produtor de milho, o custo fica menos acentuado na comparação com Santa Catarina, que enfrenta déficit e precisa se abastecer com o grão que vem de outras regiões do país”, lembra. Ele concorda que a tendência é que o impacto do milho sobre os custos de produção diminua neste segundo semestre, mas observa que o cenário está atrelado às variações dos preços internacionais e a fatores macroeconômicos, como taxa de câmbio e juros. Outra questão é o aperto na oferta no mundo, especialmente porque a guerra na Ucrânia reduziu a produção e os embarques do país, o que exigiu que os compradores dos grãos ucranianos buscassem outros fornecedores. Segundo a Conab, o Brasil deverá exportar 37,5 milhões de toneladas em 2022, quase 15 milhões a mais que no ano passado - e a segunda maior marca da história. O recorde, de 2019, foi de 41,1 milhões. Como nos primeiros seis meses do ano as vendas ao exterior alcançaram 6,3 milhões de toneladas (75% mais que no mesmo período de 2021), é neste segundo semestre, com a entrada da safrinha, que o ritmo deve ganhar fôlego.
VALOR ECONÔMICO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar cai mais de 2% com ganhos de commodities
Divisa americana recuou 2,33%, para R$ 5,3697, com clima positivo para países exportadores
O dólar acelerou a tendência de queda ao longo da tarde e fechou hoje no vermelho. O comportamento do mercado de câmbio local refletiu o clima positivo para moedas de países exportadores de commodities no exterior. Adicionalmente, a forte desvalorização do real na última semana fez com que a correção desta segunda-feira fosse mais intensa, o que potencializou seus ganhos. A moeda americana fechou o dia com recuo de 2,33% contra o real, sendo negociada a R$ 5,3697 no mercado à vista. Perto das 17h45, o dólar futuro para agosto recuava 2,47%, aos R$ 5,3733. No exterior, o índice DXY, que mede o comportamento da moeda americana contra uma cesta composta por seis divisas principais, recuava 0,27%, para 106,45 pontos. No mesmo horário acima, o dólar recuava 1,57% ante o peso chileno; 0,38% contra o peso mexicano; 0,83% ante o dólar australiano e 0,64% contra o dólar canadense. Entre as commodities, os contratos de petróleo do tipo Brent e WTI registram alta de mais de 1,5% no mercado internacional. Em Chicago, os contratos de soja para novembro subiram 2,3%; o milho para dezembro saltou 3,46%; e o trigo para setembro avançou 1,45%. “O que aconteceu hoje é que todas as moedas relacionadas a commodities, mundo afora, estão se valorizando”, diz Antonio Machado executivo da Reag Investimentos. Na semana passada, o real teve o pior desempenho entre as principais divisas emergentes do mundo, somando perda de 1,72%. Em contrapartida, ontem o real liderou os ganhos entre as moedas globais. Apesar do dia positivo, o Relatório Focus do Banco Central (BC) divulgado ontem mostrou que a mediana das estimativas para o dólar no fim deste ano foi elevada de R$ 5,13 para R$ 5,20, baseado em projeções do mercado coletadas até o fim da semana passada. Para 2023, o ponto-médio das estimativas para a moeda americana também subiu, de R$ 5,10 para R$ 5,20, entre uma semana e outra. Para 2024, foi de R$ 5,05 para R$ 5,10. “O risco fiscal segue elevado pelos gastos extra teto expressivos às vésperas das eleições e a tensão entre os poderes executivo e judiciário persiste elevada”, disseram os profissionais da Armor Capital em relatório, que enxergam maior tendência depreciativa para o real nos próximos meses.
VALOR ECONÔMICO
Ibovespa retoma os 100 mil pontos com"blue chips" em alta
O índice local foi sustentado por alta expressiva dos papéis da Petrobras e recuperação do restante das "blue chips", empresas mais representativas do índice
Em sessão sem grandes gatilhos, o Ibovespa teve alta firme e retomou o patamar dos 100 mil pontos, que havia perdido no dia 8 de julho. O principal índice local foi sustentado por alta expressiva dos papéis da Petrobras e recuperação do restante das "blue chips", empresas mais representativas do Ibovespa. Ao final do dia, o índice avançou 1,36%, aos 100.269 pontos. O volume financeiro negociado na sessão foi de R$ 13,6 bilhões no Ibovespa e R$ 17,1 bilhões na B3. No exterior, S&P 500 avançou 0,13%, aos 3.966 pontos; Dow Jones subiu 0,28%, aos 31.990 pontos e Nasdaq teve queda de 0,43%, aos 11.782 pontos. Enquanto os principais índices acionários do globo exibiram pouca variação em Nova York, com investidores aguardando a divulgação de balanços de empresas como a Alphabet e a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), o Ibovespa encontrou espaço para avançar e retomar os 100 mil pontos no pregão de hoje, liderado pelas altas de 4,67% de Petrobras PN e 4,32% de Petrobras ON. A companhia subiu acompanhando a valorização do petróleo e em razão do pedido do governo para que os dividendos das estatais sejam aumentados e pagos em periodicidade trimestral - tanto para Petrobras quanto para Banco do Brasil, Caixa e BNDES - em meio ao aumento nos gastos da União com o pagamento de auxílios. Um gestor ouvido pelo Valor PRO avalia que a medida tende a reduzir o temor de interferência política nas estatais, já que as ingerências governamentais reduziriam o dinheiro disponível para as companhias pagarem dividendos e, consequentemente, para o governo custear os auxílios. Apesar da sessão positiva, Priscila Araujo, sócia e gestora de renda variável da Macro Capital, não vê fôlego para manutenção da tendência altista. Ela afirma que, apesar da relação entre risco e retorno estar melhor nos ativos locais, que já precificaram um cenário fortemente negativo, ainda devemos sofrer com a volatilidade vinda do exterior. "Chamamos a recuperação que os ativos de risco tiveram nas últimas sessões de respiro, pois seguimos preocupados com a inflação e com a necessidade de se subir os juros além do que o mercado já precificou. Caso isso ocorra, dificilmente os ativos locais escaparão ilesos, apesar de estarem melhor posicionados neste momento", aponta.
VALOR ECONÔMICO
Brasil tem déficit em transações correntes de US$2,764 bi em março
O Brasil registrou déficit em transações correntes de 2,764 bilhões de dólares em março, com o déficit em 12 meses ficando em 1,41% do Produto Interno Bruto (PIB), divulgou o Banco Central na segunda-feira
Os investimentos diretos no país alcançaram 7,581 bilhões de dólares no mês. A apresentação dos dados de março originalmente ocorreria no fim de abril, mas as divulgações pelo BC seguem atrasadas mesmo após o fim da greve de servidores do órgão.
REUTERS
Mercado passa a ver variação zero de preços administrados em 2022, mas pressão aumenta para 2023, mostra Focus
O mercado passou a ver variação praticamente zero dos preços administrados neste ano e voltou a reduzir a expectativa para a inflação ao consumidor, mas para 2023 a projeção para a alta dos preços gerais aumentou pela 16ª vez seguida, segundo a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira
A projeção de economistas consultados para a alta dos preços administrados em 2022 passou a uma variação positiva de 0,01%, de 1,74% na semana anterior. Com isso, o cálculo para a alta do IPCA neste ano caiu pela quarta vez, chegando a 7,30%, de 7,54% antes. A revisão se dá na esteira de medidas do governo para aliviar a inflação elevada neste ano, como a aprovação da lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo. Mas analistas alertam que a lei não tem efeitos duradouros, e com isso passaram a ver pressão ainda maior da inflação em 2023. Economistas consultados na pesquisa Focus passaram a estimar o avanço do IPCA no ano que vem em 5,30%, 0,10 ponto percentual a mais do que na leitura anterior. A alta dos preços administrados no ano que vem passou a ser calculada em 7,06%, de 6,50% antes. Com esse cenário, em ambos os anos a inflação terminará bem acima do teto da meta oficial, cujo centro está em 3,5% para 2022 e 3,25% para 2023, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou ainda melhora na perspectiva para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, com a estimativa de crescimento subindo de 1,75% para 1,93%. Para 2023, entretanto, houve ajuste de 0,01 ponto percentual para baixo, a 0,49%. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a taxa básica de juros Selic deve terminar este ano a 13,75% e o próximo a 10,75%, sem alterações em relação à sondagem anterior.
REUTERS
Confiança do consumidor no Brasil sobe em julho, mas perde ritmo, mostra FGV
A confiança dos consumidores brasileiros voltou a subir em julho, porém a um ritmo bem mais fraco do que no mês anterior, uma vez que permanece a incerteza em relação à situação financeira das famílias de menor poder aquisitivo, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas divulgados nesta segunda-feira
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV teve no mês avanço de 0,50 ponto, chegando a 79,5 pontos, depois de ter saltado 3,5 pontos em junho, o que segundo a FGV indica acomodação do índice. "Aparentemente, o efeito dos estímulos realizados pelo governo perde força e não consegue reverter a percepção ruim da situação financeira das famílias de menor poder aquisitivo", explicou em nota a coordenadora das sondagens, Viviane Seda Bittencourt. Ela destacou, no entanto, melhora das perspectivas para os próximos meses sobre economia e emprego. "Esse movimento, contudo, é exatamente oposto para os consumidores de maior poder aquisitivo... A proximidade das eleições pode tornar as expectativas mais voláteis, considerando que não há uma perspectiva de mudança dos fatores econômicos nos próximos meses", completou. O Índice de Situação Atual (ISA) teve recuo de 0,1 ponto e ficou em 70,3, enquanto o Índice de Expectativas (IE) subiu 0,7 ponto e alcançou 86,6 pontos, maior nível desde agosto de 2011.
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