Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 174 |20 de julho de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
NEGÓCIOS A PREÇOS MENORES EM TODAS AS PRAÇAS
Nas regiões do Paraná e Rio Grande do Sul, o cenário também foi de preços mais frouxos em função de programações de abate mais confortáveis. “As recentes quedas nos preços da carne bovina no atacado e a aparente facilidade dos frigoríficos em avançar com as escalas de abate permitiram mudanças nas estratégias de compra de gado”, informa a IHS, explicando a pressão de baixa na arroba
Pelo levantamento da IHS, considerando o quadro nacional, as escalas de abate variam atualmente entre 8 e 12 dias. Embora o ritmo das exportações brasileiras de carne bovina continue aquecido, o foco dos frigoríficos é não formar excedentes nos estoques – pelo menos enquanto perdurar o quadro de inconsistência do consumo doméstico de cortes bovinos e também o movimento de baixa nos preços das carnes concorrentes. Na terça-feira, a Scot Consultoria detectou recuo diário nos preços do boi gordo “comum”, direcionado ao mercado de São Paulo. O animal direcionado ao mercado interno sofreu queda de R$ 2/@, enquanto boi-China perdeu R$ 5/@, informou a Scot. As cotações da vaca e da novilha gordas permaneceram estáveis no mercado paulista, em R$ 282/@ e R$ 304/@, respectivamente (preços brutos e a prazo), acrescentou a Scot. A referência para bovinos com até quatro dentes, padrão China, recuou R$ 5/@, sendo negociado em R$ 315/@ (base SP). Entre as outras praças da região Centro-Sul, novos ajustes negativos foram contabilizados nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, de acordo com os dados apurados pelos analistas da IHS Markit. Nas praças de Goiás e de Minas, por exemplo, as indústrias relataram uma maior entrada de boiada no mercado local, situação que permitiu fechar as escalas de abate programadas para julho. No MS e MT, a especulação baixista sofre uma maior resistência dos pecuaristas, mas, mesmo assim, a terça-feira foi de queda nos preços da arroba em algumas das praças localizadas nos dois Estados do Centro-Oeste. No Norte e Nordeste do Brasil, a intensificação da seca favorece uma maior ocorrência de oferta de boiada disponível para negociação. “Na BA, TO e PA, há unidades que já dispõem de escalas de abate preenchidas até os primeiros dias de agosto”, relata a IHS. No Tocantins, houve relatos de lotes com baixo rendimento de carcaça, o que preocupa alguns agentes compradores, acrescenta a consultoria. Algumas indústrias espalhadas pelo Brasil saíram das compras de gado depois de alongar suas escalas, compostas também por lotes oriundos de confinamentos próprios. Os baixos preços da bezerrada de ano estimularam frigoríficos a alojar animais em seus boiteis, informa a IHS. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 320/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 293/@ (prazo) vaca a R$ 273/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 292/@ (prazo) vaca a R$ 275/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 292/@ (prazo) vaca a R$ 275/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 273/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 290/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 295/@ (prazo) vaca R$ 280/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 324/@ (à vista) vaca a R$ 272/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 282/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); TO- Araguaína: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 265/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 265/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 265/@ (à vista).
PORTAL DBO
SUÍNOS
Suínos: queda de mais de 1% para a carcaça no mercado paulista
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 129,00/R$ 138,00, enquanto a carcaça especial cedeu 1,06%/1,02%, custando R$ 9,30 o quilo/R$ 9,70 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (18), ficaram estáveis os preços no Rio Grande do Sul e São Paulo, valendo, respectivamente, R$ 6,28/kg e R$ 7,25/kg. Houve alta de 0,31% em Santa Catarina, atingindo R$ 6,38/kg, avanço de 0,16% no Paraná, alcançando R$ 6,37/kg, e de 0,14% em Minas Gerais, fechando em R$ 7,27/kg.
Cepea/Esalq
Custo do Suíno vivo na região Sul retrocede
Custo de produção do suíno vivo na região Sul apresentou nova retração em junho
O levantamento da Embrapa através de sua Central de Inteligência de Suínos e Aves, apontou que o custo de produção do suíno vivo na região Sul apresentou nova retração em junho último, se confirmando como o mais baixo do primeiro semestre. O custo médio de junho na região Sul alcançou R$7,32, significando o menor custo do ano e queda de 0,2% sobre o mês anterior. Mesmo assim, indica crescimento de 7,7% sobre junho do ano passado. O custo médio acumulado no primeiro semestre do ano alcançou valor de R$7,51, equivalendo a incrementos de 9,4% sobre o mesmo período do ano passado e de expressivos 70,1% na comparação com o mesmo período de 2020.
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FRANGOS
Frango com mercado estável na terça
A terça-feira (19) foi de preços praticamente todos estáveis para o mercado do frango, exceto para a ave no atacado paulista, que mostrou leve queda
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 6,10/kg, enquanto o frango no atacado cedeu 0,56%, chegando a R$ 7,60/kg. Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina não houve mudança de preço, custando R$ 4,25/kg, assim como no Paraná, valendo R$ 5,54/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (18), tanto o frango congelado quanto a ave resfriada ficaram com preços estáveis, valendo, respectivamente, R$ 7,97/kg e R$ 8,06/kg.
Cepea/Esalq
Carne de frango deve repetir volume exportado em junho passado
Os embarques diários de carne de frango in natura sofreram pequena retração
Nos cinco dias úteis da terceira semana de julho (11 a 15), os embarques diários de carne de frango in natura sofreram pequena retração (quase 6% a menos) em relação ao que havia sido registrado nos seis dias úteis anteriores (1ª e 2ª semana de julho). A média diária da primeira quinzena do mês praticamente se igualou à média registrada no mês passado. Como os dois meses têm 21 dias úteis, as exportações de julho corrente tendem a repetir, com variação mínima, as (quase) 400 mil toneladas de junho último. Nas três semanas transcorridas entre 1 e 16 de julho, com 11 dias úteis, os embarques alcançaram média diária de 19.037 toneladas, aumento de cerca de 7% sobre julho de 2021. Na última semana, o preço médio do produto permaneceu em ascensão e deve completar seis meses de altas contínuas. Por ora, alcança valor médio de US$2.227,04/tonelada, valorização de quase 30% sobre a média de um ano atrás (US$1.720,38/tonelada). A receita em 11 dos 22 dias úteis de julho corrente já soma US$466 milhões, 70% da receita cambial de US$672,6 milhões de um ano atrás. Ainda que o volume total do mês – cerca de 400 mil toneladas – alcance, pelas projeções atuais, aumento de não mais que 2% sobre julho de 2021, a receita cambial tende a um aumento anual superior a 30%.
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NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Comércio do Paraná está menos otimista para o segundo semestre: inflação é a vilã
O comércio do Paraná está menos otimista para o segundo semestre de 2022, mostra pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-PR) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)
Pouco menos da metade dos 620 empresários ouvidos na pesquisa está confiante de que o cenário futuro será favorável, totalizando queda a 49,7%. No início do primeiro semestre a confiança do empresariado paranaense era de 65,9%. Enquanto que no início do segundo semestre de 2021 o índice foi de 60,1%. Por outro lado, aumentou o percentual de empresários que acredita que o cenário vai se estabilizar. O total de 38,7% dos comerciantes acredita que suas empresas vão continuar no mesmo patamar atual, sem crescimento, mas também sem redução nas operações. Apenas 8,7% dos estabelecimentos preveem que o segundo semestre de 2022 será pior e 2,9% não sabem ou não opinaram. As microempresas são as mais otimistas para o segundo semestre, com 55,1% de respostas positivas. Já entre os estabelecimentos de médio e grande porte o índice de confiança é de 53,6%, enquanto que entre as pequenas empresas é de 45,7% e entre microempreendedores individuais é de 42,2%. A queda no otimismo dos empresários, avalia a Fecomércio-PR, está diretamente ligada ao avanço da inflação. De janeiro a maio, a inflação ficou em 4,78%, ficando 3,5% acima da meta anual. Além disso, os constantes aumentos da taxa de juros contribuem para a desconfiança dos empresários. As principais dificuldades apontadas para este semestre são o alto custo das mercadorias (34,2%), seguido pela instabilidade econômica (34%), clientes descapitalizados (29,1%) e a carga tributária (23,5%). A pesquisa da Fecomércio/Sebrae mostra também que o nível de investimentos deve ser um pouco menor neste segundo semestre, numa tendência de estabilidade. 43,5% dos empresários afirmaram que vão investir em seus negócios. No primeiro semestre de 2022 esse percentual era de 44,4%. O empresário paranaense pretende destinar a maior parte dos investimentos em propaganda e marketing (34%). Na sequência vêm a abertura de novas lojas e novos pontos de vendas (21,3%), reforma e modernização das instalações (20,5%), máquinas e equipamentos (18,7%). Já os tópicos capacitação da equipe, estoques e nova linha de produtos e/ou serviços fecharam todos com 15,7%. A previsão de geração de empregos também é um pouco menor para o segundo semestre. A previsão é de que 34,2% das empresas contratem, índice que era de 37,8% no começo do primeiro semestre. A maior parte do empresariado pretende manter no segundo semestre o mesmo quadro de colaboradores, totalizando 47,6% na pesquisa. Apenas 6,1% dos estabelecimentos pretendem demitir.
GAZETA DO POVO
Deral indica queda de produtividade do milho em todas as regiões do Paraná
Problemas com geadas, cigarrinhas, giberela e seca estão resultando em produtividades abaixo do esperado
A Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou, por meio do Departamento de Economia Rural (Deral), seu o relatório de plantio e colheita das principais safras do estado. O relatório semanal apontou que 30% das lavouras de segunda safra já foram colhidas no estado, 79% da área está em maturação e os 21% restantes seguem em frutificação. As regiões mais adiantadas com os trabalhos são Irati (100%), Pato Branco (83%), Guarapuava (75%), Ponta Grossa e União da Vitória (70%), Cascavel (57%) e Francisco Beltrão (52%). Já as mais atrasadas na colheita do milho são Paranavaí (5%), Apucarana e Cornélio Procópio (6%), Jacarezinho e Umuarama (8%). Os técnicos do Deral classificaram 72% das lavouras como em boas condições, 21% em médias e 7% em ruins. As maiores porcentagens de lavouras consideradas ruins estão em Francisco Beltrão (25%), Laranjeiras do Sul e Umuarama (20%), Cascavel (15%), Pato Branco e Toledo (10%). A colheita da safrinha avança lentamente na Região Norte em função da alta umidade dos grãos, além de apresentar perdas devido ao ataque de cigarrinhas, que deixam as produtividades ao redor das 83 sc/ha em Maringá. Nas regionais Oeste e Centro-Oeste a colheita segue avançando com produtividades abaixo do esperado em razão do ataque severo de cigarrinhas, da incidência de giberela e da ocorrência de geadas. A colheita avançou na Região Noroeste devido à ausência de chuvas. Por lá, o milho escapou das geadas, mas sofreu com períodos de seca e ataque de pragas, que contribuíram para a redução da produtividade. Outra região que registra queda de produtividade é a Sul, onde o município de Pitanga colhe em torno de 80 sc/ha e Laranjeiras do Sul entre 33 e 125 sc/ha. A Região Sudoeste também acelerou a colheita que estava lenta, mas os produtores seguem colhendo com umidade acima do ideal, próxima de 25%. “As produtividades estão declinando com a evolução dos trabalhos, como esperado, após os problemas com cigarrinhas e com as geadas”, disse o Deral.
SEAB-PR
Exportações de milho por Paranaguá cresceram 221% no primeiro semestre
Volume somou 1,9 milhão de toneladas, segundo a administradora do porto
Os embarques de milho pelo porto de Paranaguá somaram 1,9 milhão de toneladas no primeiro semestre, 221% mais que no mesmo período de 2021 (591,538 mil), informou ontem a Portos do Paraná, empresa que administra o terminal. Os embarques de milho nos primeiros seis meses do ano foram similares aos de 2019, quando as exportações do produto foram recorde nos portos brasileiros. No ano passado, as vendas foram prejudicadas por uma quebra de safra. há 9 horas Agronegócios Trator carrega milho no terminal de cargas do porto de Paranaguá — Foto: Marlene Bergamo/Folhapress Após ficar sem registro de exportações em junho nos últimos dois anos, o volume escoado por Paranaguá chegou a 354,4 mil toneladas no mês passado, ante 504,3 mil em maio. De acordo com operadores do milho no Porto de Paranaguá, a guerra da Ucrânia ajudou a impulsionar os embarques. “O Brasil entrou nesse ‘share’ porque ainda tinha estoques, com boas margens de preço. Ou seja, teve demanda e oferta, que o porto vem aproveitando desde março”, diz comunicado da Portos do Paraná. Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, são as principais origens do milho embarcado pelos Portos do Paraná. Egito, Irã, Espanha, Coreia do Sul e Portugal são os principais países de destino do produto.
VALOR ECONÔMICO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fecha em queda de 0,12%, a R$5,4195
O dólar fechou apenas em leve queda na terça-feira, defendendo a linha dos 5,40 reais e anulando quase toda a baixa de mais cedo, conforme a moeda norte-americana também deixou as mínimas do dia ante rivais no exterior, numa evidência do sentimento ainda inclinado a ativos seguros
O dólar à vista caiu 0,12%, a 5,4195 reais na venda, bem distante do patamar de 5,3656 reais de mais cedo, quando recuou 1,11%. Na máxima, foi a 5,4323 reais, alta de 0,12%. O dólar saiu das mínimas também contra alguns pares do real e inclusive se fortalecia ante peso mexicano, lira turca e peso colombiano, enquanto ainda caía em comparação à moeda do Chile e ao rand sul-africano.
REUTERS
Ibovespa tem terceira alta seguida e recupera os 98 mil pontos com ajuda de NY e bancos
A ação PN da Petrobras terminou em alta de 2,03% e a ON, com ganho de 1,12%
O Ibovespa acompanhou o bom humor de Nova York na terça-feira, conforme os índices americanos passaram por ajustes técnicos e investidores compararam a qualidade dos balanços corporativos divulgados até aqui com as expectativas, fortemente negativas, do mercado. O referencial local teve sua terceira sessão de alta consecutiva, adicionalmente impulsionado pelas performances positivas de Petrobras e do setor financeiro. Após ajustes, o índice avançou 1,37%, aos 98.245 pontos, com mínima intradiária em 96.917 pontos e máxima de 98.346 pontos. O volume negociado durante a sessão foi de R$ 14,2 bilhões no Ibovespa e de R$ 18,7 bilhões na B3. No exterior, S&P 500 subiu 2,76%, Dow Jones ganhou 2,43% e Nasdaq saltou 3,11%. Neste início da temporada de balanços nos EUA, e ainda que algumas empresas tenham alterado suas projeções para baixo, os números que têm chamado a atenção apontam uma resiliência diante da elevação forte dos preços. Para o banco suíço Julius Baer, os balanços que ficaram abaixo das expectativas se concentram nos setores industrial (24%) e financeiro (42%), ambos setores ligados ao ciclo de crescimento econômico. Localmente, o Ibovespa também foi impulsionado pelo avanço dos papéis da Petrobras, com as ações preferenciais subindo 2,03% e as ordinárias avançando 1,12%. O Credit Suisse considerou a redução nos preços da gasolina anunciada pela estatal “marginalmente positiva” por ajudar a reduzir a pressão política. Além disso, a agência de classificação de risco Fitch alterou a perspectiva da nota de crédito da estatal de negativa para estável.
VALOR ECONÔMICO
IPPA/Cepea: Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários se estabiliza em junho
Em junho, o IPPA/CEPEA se manteve estável frente ao do mês anterior. O resultado se deveu ao contrabalanceamento das variações dos Índices de grupos de alimentos
Por um lado, o IPPA-Grãos e o IPPA-Hortifrutícolas recuaram, respectivamente, 0,6% e 0,3%; e, por outro, o IPPA-Pecuária avançou 0,4% e IPPA-Cana-Café, 1,2%. No caso do IPPA-Grãos, a queda esteve atrelada às desvalorizações do algodão em pluma e do milho. O cenário inflacionário e perspectiva de recessão econômica global influenciaram negativamente os preços externos e domésticos do algodão. No caso do milho, as expectativas de segunda safra recorde pressionaram os valores pelo terceiro mês seguido. Quanto aos hortifrutícolas, as desvalorizações da uva, da batata e do tomate, devido sobretudo à maior oferta, influenciaram o desempenho deste grupo de alimento. Já a alta observada no IPPA-Pecuária é atribuída às valorizações do suíno vivo, do leite e dos ovos. No caso do suíno vivo, a alta dos preços se deveu ao aquecimento da demanda no mês, que foi impulsionada, entre outros motivos, pelas comemorações festivas típicas do período. No caso do leite, a valorização, que se observa desde fevereiro deste ano, reflete a redução da oferta. Finalmente, em relação ao avanço IPPA-Cana-Café, atribui-se à valorização do café. O preço médio do arábica da safra 2021/22, que se encerrou em junho, foi o maior desde a temporada 1997/1998. Este resultado se deve, especialmente, à redução da oferta ocorrida na temporada. Na mesma comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais, calculado e divulgado pela FGV, subiu 0,86% – logo, de maio para junho, os preços agropecuários caíram frente aos industriais da economia.
CEPEA
Taxas de juros seguem escalada recente e alcançam maiores níveis desde março de 2016
Pesam no mercado incertezas sobre o fim do ciclo de aperto monetário do BC, o processo de deterioração no arcabouço fiscal do país e o aperto das condições financeiras globais
As taxas futuras de juros deram sequência à trajetória de alta dos últimos dias e encerraram o pregão da terça-feira nos maiores níveis observados desde março de 2016, período que antecedeu o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Diante de incertezas no ambiente doméstico acerca do fim do ciclo de aperto monetário do Banco Central, do processo de deterioração no arcabouço fiscal do país e do aperto das condições financeiras globais, a baixa demanda pela renda fixa doméstica segue se traduzindo em taxas cada vez mais elevadas. Assim, perto do horário de encerramento da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em 2024 subia a 14,04%, nível mais elevado para o juro de dois anos desde março de 2016. Em outros vencimentos, a taxa do DI para janeiro de 2023 subia a 13,915%, de 13,91% do ajuste da véspera; a taxa do DI para janeiro de 2025 subia a 13,44%, de 13,345% da véspera; e a do DI para janeiro de 2027 escalava a 13,32%, de 13,21%. Em meio ao cenário de surpresas, a recente aprovação de estímulos fiscais por parte do governo e do Congresso deve aquecer a demanda e dificultar ainda mais o desafio do Banco Central em combater a inflação, na visão de profissionais do mercado. Além disso, as medidas de redução de impostos devem ser revertidas no próximo ano, o que tem contribuído para que as projeções de inflação de 2023 — ano em que está o horizonte relevante de política monetária do BC — venham subindo ininterruptamente. “A política fiscal é mais expansionista do que era há alguns meses e, tudo mais constante, a política monetária precisaria ser mais contracionista. Provavelmente o resultado final disso será uma Selic mais alta e que deve se manter nesse patamar elevado por ainda mais tempo”, afirma o economista-chefe do Fibra, Cristiano Oliveira. O economista nota que o mercado, nos últimos dias, tem aumentado a projeção para a Selic no fim de 2022 — que ronda os 14,5% atualmente — e, ao mesmo tempo, reduz a precificação de cortes de juros para o ano que vem. Há cerca de 20 dias, os agentes precificavam que a Selic cairia 2 pontos percentuais em 2023, contra uma expectativa de 1,12 ponto de queda precificada atualmente no mercado. “O trabalho do Banco Central para entregar uma inflação ‘em torno da meta’ em 2023 e na meta em 2024 vai ser muito difícil e o mercado está migrando para menos cortes no ano que vem”, observa Oliveira. Segundo o profissional do Banco Fibra, a autoridade monetária não deve encontrar condições para cortar os juros no ano que vem e, além disso, os riscos de uma extensão do ciclo para depois da reunião de agosto aumentaram substancialmente nos últimos dias. Nesse cenário de baixa visibilidade para os ativos do mercado local, o Tesouro Nacional tem se deparado com uma demanda pequena pelos títulos públicos.
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