Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 139 |31 de maio de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: início de semana com poucos negócios
Segundo a IHS Markit, em âmbito nacional, o mercado começou a semana com as indústrias frigoríficas ausentes dos negócios, mas indicações de preços do boi gordo ainda seguem com viés de baixa
Nas praças de São Paulo, apesar da pressão de baixa, os preços do boi gordo e demais categorias fecharam com estabilidade em relação os valores de sexta-feira, segundo os dados da Scot Consultoria. Para bovinos cujo destino é a exportação para a China, queda de R$5,00/@. “Com escalas programadas para a semana, poucos negócios foram reportados”, relata a Scot. Com isso, o boi gordo segue apregoado em R$ 302/@ em São Paulo, enquanto a vaca gorda está valendo R$ 272/@ e a novilha terminada é vendida a R$ 292/@ (preços brutos e a prazo). A referência para bovinos destinados ao mercado da China está em R$ 305/@ (mercado paulista). Na região norte do Mato Grosso, o Estado brasileiro com o maior rebanho bovino do País, houve queda nas cotações para todas as categorias destinadas ao abate, aponta a Scot. As ofertas de compra foram R$ 2/@ menores para o boi, vaca e novilha gordos. Assim, as referências na região estão em R$ 273/@, R$ 261/@ e R$ 267/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). “Do lado da demanda de carne bovina, apesar do bom desempenho das exportações, o consumo no mercado interno caminha em passos lentos”, acrescenta a Scot. Nas regiões Sul e Sudeste, a disponibilidade de animais prontos para abate já começa a apontar diminuição, refletindo o avanço do período seco. Na região Centro-Oeste, a oferta de animais gordos ainda é elevada. “As disponibilidades de lotes nessa região devem começar a dar indícios de redução a partir da segunda quinzena de junho”, observa a IHS. Por sua vez, nas regiões Norte e Nordeste, o clima chuvoso tem dado maior suporte na capacidade de manutenção dos animais nas fazendas, sem riscos de perda de peso, acrescenta a IHS. A IHS Markit acredita que o desequilíbrio entre oferta e demanda deve continuar pressionando os preços da arroba do boi gordo até pelo menos o final da primeira quinzena de junho. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 290/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 310/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 260/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 282/@ (prazo) vaca a R$ 265/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 276/@ (prazo) vaca a R$ 262/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 275/@ (prazo) vaca a R$ 263/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 275/@ (à vista) vaca a R$ 265/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 275/@ (prazo) vaca R$ 265/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 330/@ (à vista) vaca a R$ 300/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 270/@ (prazo) vaca a R$ 260/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 275/@ (prazo) vaca a R$ 260/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 260/@ (à vista) vaca a R$ 250/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista).
PORTAL DBO
SUÍNOS
Suínos: preços perto da estabilidade
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF teve queda de até 2,78%, chegando em R$ 98,00/R$ 105,00, enquanto a carcaça especial ficou estável, custando R$ 7,80 o quilo/R$ 8,20 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (27), houve queda apenas em São Paulo, na ordem de 0,36%, atingindo R$ 5,60/kg. Ficaram estáveis os preços em Minas Gerais (R$ 5,76/kg), Paraná (R$ 4,45/kg), Rio Grande do Sul (R$ 4,67/kg) e Santa Catarina (R$ 4,37/kg).
Cepea/Esalq
FRANGOS
Frango: ave congelada ou resfriada têm altas
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave no atacado ficou estável em R$ 6,72/kg, assim como o frango na granja, valendo R$ 6,00/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, em Santa Catarina, a ave não mudou de preço, valendo R$ 4,18/kg, assim como no Paraná, custando R$ 5,56/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (27), a ave congelada teve aumento de 0,52%, chegando em R$ 7,67/kg, enquanto o frango resfriado subiu 0,66%, fechando em R$ 7,68/kg.
Cepea/Esalq
Gripe aviária nos EUA: USDA aprova US$ 400 mi para combate à doença
Vírus de influenza aviária altamente patogênica (HPAI) foi confirmado em 35 Estados, afetando mais de 37,9 milhões de aves domésticas nos EUA
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aprovou a transferência de mais US$ 400 milhões para o Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal (Aphis) para apoiar diretamente os esforços de resposta aos surtos de influenza aviária no país. Até agora, o vírus de influenza aviária altamente patogênica (HPAI) foi confirmado em 35 Estados, afetando mais de 37,9 milhões de aves domésticas. O secretário de Agricultura dos EUA, Tom Vilsack, aprovou anteriormente, em meados de março, a aplicação de aproximadamente US$ 130 milhões em recursos de emergência, e US$ 263 milhões adicionais no fim de abril. Esses recursos foram usados para cobrir indenizações, diagnósticos, atividades de campo e outros custos de resposta a emergências. Desde a aprovação da última transferência de recursos, em abril, o vírus foi detectado em 151 novos plantéis, incluindo plantéis em nove novos Estados, afetando mais de 10,8 milhões de aves. Até o momento, o Aphis mobilizou 1.125 funcionários fisicamente e virtualmente para responder ao surto.
ESTADÃO
MEIO AMBIENTE
Embrapa estuda ‘cardápio’ que reduz emissões de metano pelo gado
Pesquisas buscam mostrar que uma dieta natural à base de rejeitos da produção de azeite de oliva, vinho e suco de uva, ou óleo de mamona e extrato de tanino, pode melhorar o trato digestivo
Agregar valor à subprodutos e resíduos agroindustriais, incluí-los na suplementação alimentar dos bovinos e ainda ajudar os pecuaristas brasileiros a reduzirem a emissão de metano dos animais, uma das metas de sustentabilidade assumidas pelo país. Pesquisas em andamento na Embrapa buscam mostrar que uma dieta natural à base de óleo de mamona, extrato de tanino ou de rejeitos da produção de azeite de oliva, vinho e suco de uva pode melhorar o trato digestivo do gado e reduzir a geração do gás nos rebanhos. A inclusão desses ingredientes no cardápio dos bovinos, na fase de terminação dos animais, também pode melhorar a qualidade da carne e do leite. Cristina Genro, pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul, de Mato Grosso do Sul, diz que a oliva, por exemplo, tem ácidos graxos que podem afetar a gordura da carne e ter efeitos potencialmente positivos para a saúde humana, contribuindo para a redução do colesterol. A gordura presente em abundância no subproduto da azeitona tem efeito direto na redução da produção de metano, que está associada à eficiência do processo de alimentação dos ruminantes. A substância envolve as fibras ingeridas pelos bovinos e as bactérias que atuam sobre elas - principalmente as metanogênicas, que não conseguem atingir esse alimento. “Com isso, ocorre uma transformação no rúmen dos animais, uma redução na população das bactérias responsáveis pelo processo de produção do gás”, diz Genro. O uso dos subprodutos contribuiria, de quebra, para eliminar o passivo ambiental das indústrias produtoras de azeite, que estão em expansão no Sul do país. Os ingredientes alternativos têm potencial para substituir fontes de energia mais tradicionais usadas nos suplementos concentrados, como o milho. Renata Suñé, pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul, lembra, no entanto, que a utilização de espécies forrageiras com melhor digestibilidade e a oferta adequada de alimentos são o primeiro passo para reduzir o volume de metano que os bovinos produzem. A estratégia também envolve melhorias no manejo para diminuir o tempo dos animais a pasto. A pesquisa com os subprodutos do azeite de oliva será feita com testes em laboratório, com animais e com avaliações a campo. No caso de bovinos de corte, a suplementação será oferecida por 120 dias na fase de terminação, em área de pastagem de inverno. Além de aspectos nutricionais e produtivos, será medida a emissão de metano em dois momentos durante a suplementação. Outra linha de pesquisa mede o efeito do uso de taninos para reduzir as emissões. A pesquisadora Magda Benavides diz que a substância se liga às proteínas ingeridas pelos bovinos e as protege no rúmen. “Assim, ela não é degradada e vai como proteína bruta para o estômago, possivelmente por causar menos fermentação no rúmen e produzindo menos metano”. Um dos desafios é avaliar a palatabilidade da substância.
VALOR ECONÔMICO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Forum debate proposta de renovação da Malha ferroviária Sul e a Nova Ferroeste nesta terça-feira
Nesta terça-feira (31/05), o Sistema Ocepar promove o Fórum de Infraestrutura e Logística, das 14h às 16h, em formato online, com a participação de representantes da Rumo Logística, que vão apresentar a proposta da empresa para a renovação da Malha Ferroviária Sul. Na oportunidade, haverá ainda uma apresentação da Secretaria Estadual do Planejamento e Projetos Estruturantes sobre o projeto de construção da Nova Ferroeste.
OCEPAR
Fazenda aponta riscos nas contas com mudanças na tributação
O secretário de Estado da Fazenda, Renê Garcia Junior, apresentou em audiência pública nesta segunda-feira (30), na Assembleia Legislativa do Paraná, o Relatório de Gestão Fiscal do 1º Quadrimestre de 2022
Ele discorreu sobre o cenário econômico/fiscal que pode se tornar o mais desafiador da história com a aprovação do projeto que unifica e reduz a alíquota do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de combustíveis, transportes, energia e telecomunicações. Com aprovação, o impacto potencial sobre as receitas paranaenses chegará em R$ 6,33 bilhões/ano, o que significa uma redução de 17,4% na arrecadação de ICMS do Paraná prevista na Lei Orçamentária Anual 2022 (LOA). Esse valor equivale a "quatro pandemias da Covid-19" nas contas públicas – em 2020 o Estado registrou uma perda total de R$ 1,48 bilhão na arrecadação. Naquele ano, medidas foram tomadas para amenizar os prejuízos, como transferências da União. Agora, segundo a Fazenda, a crise será permanente nas finanças públicas. De acordo com o secretário, o Paraná tenta manter o equilíbrio das contas públicas e financiamento de investimentos e serviços públicos. Mas o cenário, caso haja renúncia de fontes prioritárias em sua arrecadação, é grave. “O cenário de equilíbrio que o Estado se encontra pode acabar. A pressão do projeto que tramita no Congresso é enorme e provoca riscos fiscais nos orçamentos estaduais, apresentando incertezas para a política econômica do Paraná. Vai afetar diretamente os repasses obrigatórios com municípios, outros Poderes e Fundeb”, disse Garcia. No cenário nacional, segundo ele, a inflação de 12,1% e a taxa básica de juros a 12,7% seguem influenciando negativamente a atividade econômica nacional, limitando o poder de compra dos brasileiros. A aceleração inflacionária influenciou positivamente a receita tributária. Na arrecadação de impostos (ICMS, IPVA e ITCMD), houve um crescimento de 25% (R$ 11,9 bilhões) em valores nominais e 11% em valores reais (descontados da inflação) em comparação ao mesmo período de 2021 (janeiro a abril). As despesas correntes do Governo tiveram aumento de 15%. Foram R$ 15 bilhões entre janeiro e abril deste ano, ante R$ 13,1 bilhões do mesmo período do ano passado. Houve, ainda, crescimento de 10,7% das despesas relacionadas à Insuficiência Financeira da Previdência na comparação com o mesmo período do 2021. A carga sobre Juros e Encargos da Dívida aumentou 21% para o Estado. Só no primeiro quadrimestre deste ano foram quitados, em juros, R$ 568 milhões da dívida contratual, que estava em R$ 23 bilhões no mês abril. Os investimentos do Estado superam R$ 1,1 bilhão, aumento de 54% em relação aos R$ 729 bilhões registrados no primeiro quadrimestre de 2021. Obras de infraestrutura urbana, infraestrutura rodoviária e meio ambiente concentraram os maiores recursos.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
Governo do PR atrasa pagamentos e volta a pedir liberação do dinheiro da Petrobras
O governo do Paraná voltou a cobrar urgência da Justiça Federal na análise do recurso que pede a liberação do dinheiro da indenização da Petrobras relativa ao vazamento de óleo no Rio Iguaçu, mais de duas décadas atrás. O dinheiro está bloqueado desde março
Desta vez, o governo estadual exibe para a Justiça Federal uma terceira notificação extrajudicial que recebeu de uma empresa por atraso no pagamento. A petição do governo, protocolada na segunda-feira (30), é assinada pelo procurador do Estado Antônio Sérgio Bione Pinheiro. A Savana Comércio de Veículos Ltda, de São José dos Pinhais, vendeu veículos ao Instituto Água e Terra (IAT), mas ainda não recebeu o dinheiro devido, que é de mais de R$ 40 milhões (R$ 41.224.567,03). O valor representa a soma de três contratos firmados com o IAT, que comprou 67 caminhões do tipo poliguindaste, 147 caminhões do tipo tanque pipa e 53 caminhões do tipo baú, através de processos de licitação. Há outros contratos firmados entre o IAT e a Savana, mas que ainda não extrapolaram o prazo de pagamento. Ao notificar o governo, cobrando os pagamentos “sob pena de medidas judiciais cabíveis” , a Savana destaca que “como concessionária de veículos automotores Mercedes-Benz, em atendimento à Lei Ferrari (Lei 6.729/79), adquiriu os caminhões junto à fabricante, contratou empresa terceirizada para preparação e instalação dos implementos, realizou 100% da preparação exigida nos editais, o que envolveu grande investimento financeiro por parte da empresa”. Para a empresa, o IAT deve pagar multa contratual por inadimplemento, “além de perdas e danos”, já que estaria “em vias de obter empréstimos financeiros para quitar os seus fornecedores (fabricante dos caminhões e empresas de implementação)”. Na notificação, a Savana ainda menciona a ação civil pública que gerou o bloqueio do dinheiro da Petrobras, argumentando que a empresa “não pode ser penalizada por fatos alheios”. A ação civil pública foi proposta pelo Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR), que conseguiu o bloqueio provisório do dinheiro da Petrobras em 18 de março, por determinação do juiz federal substituto Flávio Antônio da Cruz, da 11ª Vara de Curitiba. Em 24 de março, o juiz chegou a realizar uma audiência de conciliação entre as partes, mas não houve acordo. Assim, o juiz avisou que ele próprio decidiria a questão. Até agora, contudo, não houve um despacho. Em abril, o governo estadual revelou ao juiz que já contava com o dinheiro da Petrobras para cumprir com compromissos feitos antes da liminar, como a compra de 373 veículos, ao custo de cerca de R$ 100 milhões. Assim, pediu pressa na análise do caso, para evitar multas por atraso de pagamento. Em seguida, sem resposta do juiz, o governo apelou ao segundo grau da Justiça Federal, mas saiu derrotado. O desembargador Luís Alberto Aurvalle, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), explicou que não era o caso de “atropelar” o andamento do processo no primeiro grau e que o governo precisaria aguardar a decisão do juiz da 11ª Vara de Curitiba. Na ação civil pública, o MP contesta o destino de parte do dinheiro da Petrobras. De modo geral, o MP sustenta que os gastos pretendidos pelo governo do Paraná não atendem aos termos do acordo judicial que estabeleceu a indenização da Petrobras. Para o MP, o dinheiro deve ser gasto em efetiva recuperação do meio ambiente, e não em compras que deveriam ser feitas pelo orçamento próprio.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar tem alta em dia de menor liquidez
O dólar fechou em alta moderada contra o real nesta segunda-feira, num dia de menor volume de negócios e sem a referência dos mercados norte-americanos, fechados por causa de feriado, o que abriu espaço para volatilidade às vésperas da formação da Ptax de fim de mês
O dólar à vista subiu 0,31%, a 4,7531 reais. O que chamou atenção no dia foi o baixo volume de negócios. Na B3, pouco mais de 172 mil contratos de dólar futuro haviam trocado de mãos até as 17h31. O pregão se encerra às 18h, mas no ritmo atual o giro caminha para ser o menor desde fevereiro e está 41% abaixo da média de 30 dias. Menos negócios deixam o mercado suscetível a oscilações mais bruscas mesmo com fluxos pontuais. O acirramento da "disputa" entre comprados e vendidos em dólar na B3 em busca de uma taxa mais conveniente a suas operações ao fim de mês também adiciona instabilidade. O centro da "briga" é a Ptax do encerramento de maio, que será definida na terça-feira e servirá de referência para liquidação de uma ampla gama de derivativos. O dia mais esvaziado decorreu da ausência de operações nos mercados norte-americanos, em observância ao Memorial Day, o que reduziu a presença de investidores norte-americanos em todo o mundo. A leve alta do dólar nesta segunda vem depois de a moeda recuar 9,07% desde a máxima de 5,211 reais alcançada no último dia 12. De forma geral, alguns analistas ainda defendem chances de a taxa de câmbio apreciar adicionalmente. O colegiado do BC se reúne em 14 e 15 de junho para deliberar sobre a Selic, e as apostas no mercado de juros indicam maior probabilidade (84%) de incremento de 50 pontos-base, para 13,25% ao ano, mas com 16% de chance de elevação mais forte, de 75 pontos-base. O real aprecia, em termos nominais, 17,26% ante o dólar em 2022.
REUTERS
Ibovespa fecha em queda, pressionado por Petrobras, BB e Eletrobras
Sessão foi marcada pela baixa liquidez por causa de feriado nos Estados Unidos
O Ibovespa ignorou o bom humor externo com a reabertura da China e encerrou uma série de sete pregões consecutivos sem recuos na segunda-feira. Em sessão pouco líquida por conta de feriado nos Estados Unidos, pesaram contra o índice as quedas firmes de Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobras. O índice local fechou em queda de 0,81%, aos 111.032,11 pontos. O volume financeiro negociado até o final do dia foi de R$ 14,7 bilhões, conforme as bolsas americanas ficaram fechadas por conta do Memorial Day. O dia começou positivo para os mercados acionários internacionais e para as cotações das commodities metálicas e energéticas, com investidores precificando o avanço do processo de reabertura da economia chinesa. Esperava-se, então, que o sentimento impulsionasse o Ibovespa, que tem forte exposição à China e aos produtos brutos. Vale ON até subiu 1,08%, mas o movimento não evoluiu. Petrobras ON e PN voltaram a ceder 2,16% e 1,99%, nessa ordem, com agentes monitorando os riscos de desabastecimento de diesel revelados pela própria administração da estatal e temerosos em relação a uma possível interferência política na companhia. Segundo noticiou a Reuters, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira, durante coletiva para tratar da tragédia de Pernambuco, que a Petrobras pode “quebrar o Brasil” se houver novos aumentos do diesel e atacou governadores por questionarem a redução do ICMS aprovada pela Câmara. Adicionalmente, como a sessão também trouxe queda relevante de Banco do Brasil ON (-2,65%), analistas começaram a indicar um possível peso eleitoral na precificação dos papéis estatais. Pesquisas eleitorais recentes apontaram vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em comparação a Bolsonaro.
VALOR ECONÔMICO
Inflação surpreende e mercado cogita Selic ainda mais alta
Aumenta quantidade de instituições que esperam elevação de juros adicional na reunião de agosto
O cenário inflacionário já demandava cautela e indicava um desafio elevado para o Banco Central à frente. A deterioração do cenário continuou a se materializar nas projeções do mercado: a escalada das expectativas de inflação teve continuidade e um aumento da Selic além de junho entrou com força no debate. Entre os dias 24 e 27 de maio, o Valor consultou 101 instituições financeiras e consultorias quanto às projeções de inflação e de taxa básica de juros neste ano e em 2023. Desde a última coleta, publicada em 12 de maio, a mediana de expectativas para o IPCA passou de 8,35% para 8,9% neste ano e de 4,2% para 4,5%. Para economistas, não há ‘bala de prata’ para facilitar crédito em 2023. Em relação à Selic, a mediana das estimativas se manteve em 13,25% no fim deste ano, mas aumentou de 9,5% para 9,63% no fim de 2023. A média aritmética simples de projeções para a Selic no fim deste ano também subiu, de 13,39% para 13,48%. Com o juro básico em 12,75%, o BC contratou uma nova alta na Selic na reunião de junho, ao mesmo tempo em que tem dado sinais cada vez mais claros de que deseja encerrar o ciclo de aperto monetário iniciado em março de 2021. Parte do mercado tem migrado para um cenário de uma elevação em agosto. Duas semanas atrás, 25% das estimativas indicavam elevação nos juros em agosto. Na pesquisa atual, esse cenário já é defendido por cerca de 36% das casas. “Há o desejo de parar, mas temos uma inflação ainda muito ruim. Em todos os meses, o IPCA-15 e o fechado vêm surpreendendo negativamente”, diz o economista-chefe da JGP, Fernando Rocha. Ele supõe que o BC tentará encerrar o ciclo, mas sem sucesso. Assim, a gestora projeta a Selic em 14,25% no fim do ciclo. “Eu vejo o risco de o BC parar e as expectativas de inflação piorarem ainda mais. Se a inflação corrente estivesse um pouco melhor, dando sinais de arrefecimento, acredito que ele teria mais conforto, mas está piorando e se espalhando”, observa Rocha. A leitura de maio do IPCA-15 assustou o mercado em relação à dinâmica de preços. A aceleração dos núcleos ligou o alerta entre economistas quanto a cenários de uma inflação ainda mais persistente à frente. “O IPCA-15 veio, realmente, com uma qualidade muito ruim, mas muito ruim mesmo. O BC, de fato, já elevou muito os juros, mas temos medo de que ele acabe parando o ciclo com uma situação inflacionária dessa natureza. Isso poderia desancorar ainda mais as expectativas”, aponta o economista-chefe da Truxt Investimentos, Arthur Carvalho, cuja projeção aponta a Selic a 13,75%.
VALOR ECONÔMICO
Alívio de combustíveis leva IGP-M a desacelerar alta a 0,52% em maio, diz FGV
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 0,52% em maio, depois de avançar 1,41% em abril, uma vez que a alta dos preços tanto ao produtor quanto ao consumidor mostrou alívio devido aos combustíveis, informou a Fundação Getulio Vargas na segunda-feira
Ainda assim, o resultado ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,46%, e levou o índice a acumular em 12 meses avanço de 10,72%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, desacelerou a alta a 0,45% no mês, de 1,45% em abril. Os dados da FGV mostraram ainda que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, passou a subir 0,35% em maio, de alta de 1,53% no mês anterior. "No índice ao produtor, o óleo diesel, combustível de maior peso, variou 3,29% em maio, ante 14,70% em abril. Já no IPC, a gasolina, combustível com maior destaque no orçamento familiar, subiu 1,01% em maio, depois de ter avançado 5,86% em abril”, detalhou André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV. Por sua vez, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve avanço de 1,49% no período, de alta de 0,87% em abril. O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
REUTERS
Confiança de serviços no Brasil tem 3° avanço seguido e vai a máxima em 7 meses em maio, diz FGV
A confiança de serviços do Brasil registrou em maio seu maior patamar em sete meses, diante de melhora na percepção tanto sobre o momento atual do setor quanto sobre os próximos meses, mostraram dados divulgados na segunda-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Em maio, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) avançou 2,1 pontos, para 98,3 pontos, máxima desde outubro de 2021 (99,1). Este foi seu terceiro mês seguido de avanço. "A alta desse mês foi, mais uma vez, influenciada tanto pela melhora na percepção do volume de serviços no mês quanto pela evolução favorável das expectativas", explicou o economista da FGV Ibre Rodolpho Tobler em nota. "Outros pontos positivos são a aproximação do nível neutro de 100 pontos e a disseminação entre os segmentos." O Índice de Situação Atual (ISA-S), indicador da percepção sobre o momento presente do setor de serviços, ganhou 2,1 pontos, a 98,1 pontos, maior nível desde dezembro de 2013 (99,1), segundo a FGV. Já o Índice de Expectativas (IE-S), que reflete as perspectivas para os próximos meses, subiu 1,9 ponto, para 98,5 pontos, pico desde dezembro de 2021 (98,7). "No curto prazo, ainda é possível imaginar uma continuidade da trajetória positiva com a liberação de recursos que podem estimular a demanda, recuperando assim as perdas ocorridas ao longo da pandemia", avaliou Tobler. "No médio e longo prazo, o ambiente macroeconômico desfavorável parece ser um fator impeditivo." Dados divulgados pelo IBGE mais cedo neste mês mostraram que o setor de serviços brasileiro encerrou o primeiro trimestre de 2022 com volume acima do esperado em março e o resultado mais forte para o mês na série histórica iniciada em 2011.
REUTERS
Exportação/Cepea: Faturamento com vendas externas do agro inicia 2022 em forte alta
Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizadas com base em dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) mostram que, de janeiro a abril de 2022, o volume exportado pelo agronegócio nacional cresceu 5% frente ao mesmo período do ano anterior, e os preços em dólar subiram 28%
Assim, o faturamento somou US$ 48 bilhões no primeiro quadrimestre, avanço de 34% em relação ao mesmo período de 2021. Segundo pesquisadores do Cepea, os preços em alta no mercado internacional são consequência das situações adversas enfrentadas pelos agentes econômicos no mundo, como a guerra na Ucrânia e novos surtos de covid na China. Além disso, do lado da oferta, fatores climáticos novamente impactaram a produção brasileira, o que deve manter a oferta nacional um pouco abaixo do esperado. Quanto aos produtos exportados pelo agronegócio nacional de janeiro a abril deste ano, os do complexo soja seguem como destaque, seguidos pelas carnes bovina e de frango. Já os principais destinos continuam sendo a China (que recebeu 35% de tudo que o setor brasileiro exportou no primeiro quadrimestre de 2022), a Europa (considerando-se 27 países) e os Estados Unidos.
É importante enfatizar que, de janeiro a abril de 2022, a participação do agronegócio no saldo comercial do País foi de suma importância, com o setor representando quase 48% das exportações brasileiras totais e gerando volume de recursos suficientes para cobrir o déficit comercial dos outros setores da economia. Os preços dos produtos exportados pelo agronegócio nacional devem se manter em patamares elevados neste ano. Já o volume enviado ao exterior pode apresentar crescimento mais modesto, visto que o encarecimento dos produtos tende a limitar a compra por parte de países de baixa renda. A produção doméstica de importantes produtos do setor deve se recuperar neste ano das fortes perdas ocorridas no ciclo produtivo anterior, mas as altas nos custos de produção devem pesar sobre os produtores. Assim, se, por um lado, preços em alta animam os vendedores e ajudam a compensar a alta dos custos de produção, para os consumidores, é sinal de que a inflação deve continuar a corroer o seu poder de compra.
Cepea
POWERED BY
EDITORA ECOCIDADE LTDA
041 3289 7122
Comments