Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 126 |12 de maio de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Escalas de abate sobem e preços do boi gordo descem em São Paulo
Ainda é cedo para apostar em uma tendência mais forte de baixa nos preços do boi gordo, pois, na maioria das praças pecuárias brasileiras, a arroba segue estável, conforme apurou na terça-feira a equipe de analistas da IHS Markit
Segundo a consultoria, no geral, os negócios envolvendo a compra de animais terminados continuam em ritmo lento, refletindo a posição mais cautelosa dos frigoríficos, ainda preocupados com o fraco consumo de carne bovina no mercado interno e também receosos em relação ao comércio com a China. As importações de carne bovina da China também estão sendo impactadas pelos bloqueios logísticos (relacionados ao vírus) envolvendo sobretudo o Porto de Xangai, o principal canal de chegada da proteína vermelha no país. Longos atrasos estão sendo relatados em relação ao carregamento e descarregamento de navios-contêineres, e alguns embarques estão sendo desviados para outros portos chineses. Esses entraves resultaram em queda de 35,7% nas importações chinesas de carnes (bovina, frango, porco e cordeiro) em abril passado, para 592 mil toneladas, em relação ao mesmo período de 2021, informou a Administração Geral de Alfândegas da China. No acumulado de janeiro a abril, as compras de carne da China recuaram 36%, alcançando 2,26 milhões, em relação ao resultado registrado no mesmo quadrimestre do ano passado, segundo os dados alfandegários. Pelo segundo dia consecutivo, os frigoríficos paulistas conseguiram reduzir as cotações dos animais terminados: o macho gordo vale R$ 312/@, enquanto a vaca e a novilha saem por R$ 278/@ e R$ 307/@, respectivamente. Com o avanço das escalas de abate, resultado da melhor oferta de animais terminados a pasto, os frigoríficos de São Paulo abriram a quarta-feira (11/5) reduzindo em R$ 1/@ os preços do boi gordo e da vaca gorda, agora negociados, respectivamente, a R$ 312/@ e R$ 278/@ (valor bruto e a prazo), informa a Scot Consultoria. Por sua vez, o valor de referência para a novilha gorda teve recuo diário de R$ 3/@ no mercado paulista, chegando a R$ 307/@. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 305/@ (à vista) vaca a R$ 280/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 326/@ (prazo) vaca a R$ 286/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 296/@ (à vista) vaca a R$ 271/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 300/@ (prazo) vaca a R$ 273/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 293/@ (prazo) vaca a R$ 271/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 286/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 282/@ (prazo) vaca a R$ 272/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 274/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 281/@ (à vista) vaca a R$ 268/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 293/@ (prazo) vaca R$ 271/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 335/@ (à vista) vaca a R$ 305/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 281/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 281/@ (prazo) vaca a R$ 263/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 276/@ (à vista) vaca a R$ 262/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 253/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista).
PORTAL DBO
SUÍNOS
Suínos: preços do animal vivo recuam
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 113,00/R$ 120,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 9,10 o quilo/R$ 9,50 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (10), o preço ficou estável somente em Minas Gerais, custando R$ 6,96/kg. Houve recuo de 4,09% em São Paulo, atingindo R$ 6,57/kg, baixa de 3,27% no Paraná, alcançando R$ 5,52/kg, desvalorização de 0,89% no Rio Grande do Sul, chegando em R$ 5,59/kg, e de 0,35% em Santa Catarina, fechando em R$ 5,71/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Cotações do frango congelado ou resfriado cedem
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave no atacado baixou 0,68%%, cotado em R$ 7,32/kg, enquanto o frango na granja ficou estável, valendo R$ 6,50/kg Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, no Paraná a ave ficou estável em R$ 5,44/kg, assim como em Santa Catarina, valendo R$ 4,11/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (10) tanto a ave congelada quanto a resfriada cederam 0,13%, custando ambas R$ 7,87/kg.
Cepea/Esalq
França reduz risco de contaminação por nova cepa de gripe aviária
Segundo o Ministério da Agricultura francês, a situação sobre o vírus no país está “claramente melhorando”
O Ministério da Agricultura da França afirmou, em nota, que baixou o nível de risco de infecção por uma cepa altamente patogênica de gripe aviária (HPAI) no país. Segundo a pasta, a situação relacionada com o vírus na França, que desde o outono de 2021 tem sido responsável por surtos da doença no país, está “claramente melhorando”. A evolução favorável levou o Ministro da Agricultura a permitir o retorno gradual à criação de algumas espécies de aves e à circulação dos animais. Simultaneamente às liberações, um experimento com uma vacina, organizado pela entidade, começou a ser aplicado nesta terça-feira (10) em aves e pretende limitar a disseminação do vírus. O teste “deve permitir a comprovação científica da eficácia e do interesse da vacinação no combate à gripe aviária”, como afirma o órgão. Os resultados deste estudo estão previstos para o fim de 2022 e serão levados a nível europeu. Segundo o ministério, até o momento, 36 países da Europa registraram a ocorrência da doença e, até a última sexta-feira (6), a França somava 1.374 casos em plantéis comerciais e 16 milhões de aves abatidas.
REUTERS
CARNES
Custos de produção de suínos e de frangos de corte reduzem pela primeira vez no ano
Os custos de produção de frangos de corte e de suínos tiveram em abril a primeira redução no ano de 2022 segundo os estudos publicados pela CIAS, a Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa (embrapa.br/suinos-e-aves/cias)
O ICPFrango baixou 3,22% no mês de abril em relação a março, fazendo o índice recuar aos 431,89 pontos. Já o ICPSuíno caiu 5,20% no mesmo período, chegando aos 428,55 pontos. A queda no ICPFrango foi influenciada pela variação de -3,35% nas despesas operacionais com a alimentação das aves, que representou 75,8% do custo total de produção. Com isso, o custo de produção do quilo do frango de corte vivo no Paraná, produzido em aviário tipo climatizado em pressão positiva, baixou R$ 0,19 em abril com relação a março, chegando aos R$ 5,58. De janeiro até abril, o ICPFrango acumula alta de 7,03%. No ICPSuíno, a baixa também foi causada principalmente pela influência dos gastos com nutrição (-5,86%). O custo total de produção por quilograma de suíno vivo produzido em sistema tipo ciclo completo em Santa Catarina caiu R$ 0,41 no mês, chegando aos R$ 7,49. Agora, nos primeiros quatro meses do ano, o ICPSuíno acumula 7% de alta. Os estados de Santa Catarina e Paraná são usados como referência nos cálculos por serem os maiores produtores nacionais de suínos e de frangos de corte, respectivamente. Os custos de produção são uma referência para o setor produtivo. Assim, os resultados publicados na CIAS são derivados de coeficientes de produtividade pré-fixados, variando mensalmente apenas o preço dos insumos e fatores de produção. Além disso, suinocultores independentes e avicultores sob contratos de integração devem acompanhar a evolução dos seus próprios custos de produção.
Embrapa Suínos e Aves
EMPRESAS
Minerva registra queda de 55% no lucro do 1º trimestre
Resultado do frigorífico foi afetado negativamente pelo aumento das despesas financeiras, por conta do hedge cambial
A Minerva registrou lucro líquido de R$ 114,6 milhões no 1º trimestre, retração de 55,8% na comparação com mesmo período de 2021. O resultado do frigorífico foi afetado negativamente pelo aumento das despesas financeiras especialmente impactada pelo resultado do hedge cambial. O Ebitda da Minerva somou R$ 646 milhões, alta de 33,2% em relação ao mesmo período de 2021. Já a margem Ebitda ajustado atingiu 8,9% nos três primeiros meses do ano, alta de 0,6 p.p. frente a margem registrada em 1T21. A receita líquida somou R$ 7,229 bilhões entre janeiro e março deste ano, alta de 24,6% na comparação com igual etapa de 2021. O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 687,6 milhões no primeiro trimestre de 2022, elevação de 468% em relação ao mesmo trimestre de 2021. O lucro bruto da Minerva atingiu a cifra de R$ 1,266 bilhão no primeiro trimestre de 2022, um aumento de 29,9% na comparação com igual etapa de 2021. A margem bruta foi de 17% no 1T22, queda de 0,7 p.p. frente a margem do 1T21. As despesas gerais e administrativas da Minerva somaram R$ 230,2 milhões no 1T22, um crescimento de 28% em relação ao mesmo período de 2021. Os investimentos da Minerva totalizaram R$ 172,8 milhões no primeiro trimestre de 2022. Do montante total, R$ 101,0 milhões foram destinados à manutenção, e R$ 71,8 milhões foram utilizados para expansão, especialmente na capacidade das plantas da Colômbia. A dívida líquida da Minerva ficou em R$ 6,497 bilhões no final de março de 2022, uma elevação de 20,9% em relação ao mesmo período de 2021. O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 2,5 vezes em março/22, queda de 0,1 vez em relação ao mesmo período de 2021.
INFO MONEY
JBS vê lucro mais do que dobrar e anuncia dividendos de R$ 2,2 bilhões
O aumento do lucro pode ser atribuído ao crescimento da receita e a diminuição das perdas financeiras no período
A JBS reportou lucro líquido de R$ 5,1 bilhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), um crescimento de 151,4% em relação ao mesmo trimestre de 2021. O aumento do lucro pode ser atribuído ao crescimento da receita e a diminuição das perdas financeiras no período. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado cresceu 46,7% no 1T22, totalizando R$ 10,1 bilhões. Já a margem Ebitda ajustado atingiu 11,1% nos três primeiros meses do ano, alta de 2 p.p. frente a margem registrada em 1T21. A receita líquida somou R$ 90,9 bilhões entre janeiro e março deste ano, um crescimento de 20,8% na comparação com igual etapa de 2021. O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 210,1 milhões no primeiro trimestre de 2022, uma redução de 82,1% sobre as perdas financeiras da mesma etapa de 2021. O lucro bruto atingiu a cifra de R$ 16,365 bilhões no primeiro trimestre de 2022, um aumento de 47,3% na comparação com igual etapa de 2021. As despesas gerais e administrativas somaram R$ 3,176 bilhões no 1T22, um crescimento de 27,1% em relação ao mesmo período de 2021. No 1T22, o fluxo de caixa das atividades operacionais foi de R$ 344 milhões, versus um consumo de caixa de R$ 629 milhões no 1T21, explicado pela melhora na performance operacional. O fluxo de caixa livre, após adição de ativo imobilizado, juros pagos e recebidos, foi negativo em R$ 2,8 bilhões, sendo R$ 857 milhões relacionados a itens não recorrentes. A dívida líquida da companhia ficou em R$ 66,488 bilhões no final de março de 2022, uma elevação de 16,3% em relação ao mesmo período de 2021. O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 1,36 vezes em março/22, queda de 0,40 vez em relação ao mesmo período de 2021. A JBS informou que aprovou dividendos intermediários no valor de 2,218 bilhão. Montante equivalente a R$ 1,00 por ação ordinária de emissão da companhia. Os proventos serão pagos de acordo com as posições acionárias existentes no encerramento do pregão do dia 16 de maio de 2022 e as ações da JBS serão negociadas ex-dividendos a partir de 17 de maio de 2022. O pagamento será realizado no dia 24 de maio deste ano. A JBS (JBSS3) anunciou ainda que vai cancelar cerca de 26,6 milhões de ações e anunciou novo plano de recompra de até 113,4 milhões. O prazo máximo para liquidação das operações realizadas sob o Programa de Recompra de Ações é de 18 meses, iniciando-se em 11de maio de 2022. Atualmente existem aproximadamente 1,13 bilhão de ações ordinárias da JBS em circulação.
INFO MONEY
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Agepar homologa aumento médio de 13,9% nas tarifas de distribuição do gás natural
Reajuste varia de acordo com o porte dos consumidores, e será maior para quem consumir mais gás natural, como as indústrias
As tarifas de distribuição de gás natural canalizado da Companhia Paranaense de Gás (Compagas) foram reajustadas em 13,91%, em média, nesta quarta-feira (11). O aumento foi homologado pelo Conselho Diretor da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná (Agepar). As novas tarifas passarão a valer após a publicação da decisão em Diário Oficial. Na análise para definir os índices de reajuste da tarifa, que variam de acordo com o porte de consumo, os técnicos da Agepar levaram em conta o possível impacto da chamada conta gráfica, que recupera a defasagem acumulada referente à variação cambial e ao preço do barril de petróleo. Porém, de acordo com a assessoria de imprensa da agência, este custo adicional foi descartado no momento, uma vez que foram considerados os reflexos econômicos gerados pela pandemia nos usuários residenciais e industriais. Uma nova discussão sobre a possibilidade de aplicação da conta gráfica será feita pela Agepar em agosto. Segundo a assessoria da agência, isso não necessariamente significa que a variação cambial será repassada à tarifa. A aplicação da chamada parcela de recuperação, postergada para o segundo semestre, está condicionada à uma nova análise do cenário econômico.
GAZETA DO POVO
Evento vai discutir proposta de renovação da malha ferroviária sul e a nova ferroeste
Representantes da Rumo Logística vão apresentar a proposta da empresa para a renovação da Malha Ferroviária Sul no Fórum de Infraestrutura e Logística que o Sistema Ocepar promove, em formato virtual, no dia 31 de maio
Na oportunidade, haverá ainda uma apresentação da Secretaria Estadual do Planejamento e Projetos Estruturantes sobre o projeto de construção da Nova Ferroeste. O evento ocorre das 14h às 16h. Inscrições - O Fórum é destinado a profissionais que atuam nas cooperativas do Paraná. As inscrições devem ser efetivadas até 26 de maio, pelo link: https://forms.office.com/r/JquZxMJWgS. Mais informações com Leonardo Silvestri (leonardo.silvestri@sistemaocepar.coop.br).
OCEPAR
ECONOMIA/INDICADORES
IPCA tem maior taxa para abril em 26 anos e vai acima de 12% em 12 meses
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou a alta a 1,06% em abril, de 1,62% no mês anterior, mostraram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Apesar do alívio, o resultado divulgado na quarta-feira é o mais elevado para o mês de abril desde 1996 (1,26%). Com isso a taxa acumulada em 12 meses disparou a uma elevação de 12,13%, contra 11,30% em março, marcando o maior nível desde outubro de 2003 (13,98%) e bem mais do que o dobro do teto da meta de inflação para 2022 --3,50%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. O número foi divulgado um dia depois de o Banco Central reconhecer que há uma deterioração na dinâmica inflacionária do Brasil apesar do ciclo "bastante intenso e tempestivo" de ajuste nos juros. Em abril os maiores impactos foram exercidos pelos avanços de 2,06% dos preços de alimentação e bebidas e de 1,91% dos transportes --juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 80% do IPCA de abril, segundo o IBGE. Nos alimentos, a pressão maior partiu dos preços dos alimentos para consumo no domicílio, que subiram 2,59% no mês. Já em transportes a alta foi puxada principalmente pelo aumento de 3,20% nos preços dos combustíveis --somente a gasolina subiu 2,48%. "A gasolina é o subitem com maior peso no IPCA, mas os outros combustíveis também subiram. O etanol subiu 8,44%, o óleo diesel, 4,74% e a ainda houve uma alta de 0,24% no gás veicular", disse o analista da pesquisa, André Almeida. As pressões inflacionárias no Brasil vêm aumentando diante do reajuste de combustíveis em meio à alta do petróleo no mercado internacional, com o choque de oferta provocado pela guerra na Ucrânia. O que evitou um salto ainda maior no IPCA de abril foi a deflação de 1,14% do grupo Habitação, graças ao recuo de 6,27% nos preços da energia elétrica com a entrada em vigor da bandeira tarifária verde. Se de um lado o início da bandeira verde para a energia elétrica em abril pode aliviar a inflação nos próximos meses, de outro ainda deve haver impacto de lockdowns na China e dos embargos contra a Rússia. Além disso, a Petrobras anunciou na segunda-feira aumento do preço médio do diesel de 8,87% nas suas refinarias. A empresa citou a necessidade de reajuste para equilibrar o mercado e mantê-lo abastecido por outras companhias, apesar de manifestações nos últimos dias do presidente Jair Bolsonaro contra uma alta dos preços dos combustíveis. Uma política monetária mais apertada tende a esfriar os gastos do consumidor e, consequentemente, conter a alta dos preços, mas também restringe a atividade. Soma-se ainda ao cenário o dólar elevado.
REUTERS
Dólar fecha em alta com nova piora externa
O dólar fechou em alta com as operações domésticas contaminadas pela piora de humor nos mercados internacionais, ainda por temores sobre recessão global em meio a perspectivas de altas mais fortes dos juros pelo mundo. O dia foi de inflação também no Brasil, com más notícias
O dólar spot terminou com ganho de 0,22%, a 5,1455 reais na venda. Ruídos locais sobre pressões por aumentos de salários do funcionalismo público e renovados comentários sobre o teto de gastos tampouco ajudaram a promover alívio sustentado no dólar, que só não subiu mais barrado pelo fortalecimento das commodities nesta sessão. De toda forma, as compras prevaleceram, movimento que coincidiu com nova deterioração nas praças globais. Em Nova York, o índice de tecnologia Nasdaq, que subiu 0,91% no pico do dia, fechou em queda de 3,18%. O dólar chegou a recuar 0,50% contra uma cesta de pares, mas virou e operava em leve alta de 0,1% no fim da tarde. E os juros dos títulos do Tesouro dos EUA --considerados os ativos mais seguros do mundo-- abandonaram altas de mais cedo e passaram a cair, refletindo demanda de investidores por liquidez e fuga de risco. O mercado concentrou-se na quarta em dados de inflação dos EUA, que aparentemente trouxeram sinais de que o aumento dos preços pode ter chegado ao pico. Mas a leitura acima do esperado na comparação anual serviu de lembrete de que as pressões inflacionárias estão longe de abrandamento, o que mantém o banco central dos EUA no caminho certo para restringir ainda mais a oferta de dólares do sistema. O dia foi de inflação também no Brasil, com más notícias. O IPCA atingiu a taxa mais alta para abril em 26 anos e ultrapassou a marca de 12% em 12 meses, com os preços dos combustíveis e dos alimentos continuando a pressionar o bolso dos consumidores.
REUTERS
Ibovespa sobe com Petrobras e Vale
O principal índice da bolsa brasileira subiu na quarta-feira, após quatro quedas consecutivas, impulsionado por ações de commodities, na contramão das bolsas de Nova York após núcleos de inflação dos Estados Unidos preocuparem investidores
O Ibovespa subiu 1,25%, a 104.396,90 pontos. O volume financeiro da sessão foi de 29,2 bilhões de reais. Os preços ao consumidor desaceleraram em abril nos EUA para alta de 0,3%, ante 1,2% em março, mas isso não aliviou receios dos investidores quanto ao cenário de inflação e alta de juros. Isso porque o dado veio levemente acima da projeção média de 0,2%, de pesquisa da Reuters com economistas. Analistas também mostraram preocupação com núcleos da inflação maiores do que o esperado. Os principais índices acionários em Nova York cederam entre 1% e 3,2%, em meio a apostas de maior aperto na política monetária, que pode deteriorar a atividade econômica. No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também desacelerou no mês passado, para 1,06%, ante 1,62% em março, segundo o IBGE, ainda que acima da estimativa do mercado de 1%. A taxa foi a mais alta para abril em 26% anos. "No que diz respeito à dinâmica inflacionária, o ponto importante é que teve uma leitura qualitativa novamente ruim", disse Daniel Xavier, Coordenador do departamento econômico do Banco ABC Brasil, em referência aos dados locais.
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Governo zera tarifa de importação de carne desossada bovina, frango em pedaço, trigo e milho e reduz de dois insumos
A Câmara de Comércio Exterior (Camex) reduziu tarifas de importação de dois tipos de vergalhões de aço e zerou as alíquotas para uma lista de produtos alimentícios, informou o Ministério da Economia na quarta-feira, em mais uma iniciativa para tentar reduzir pressões sobre a inflação
Os itens que terão o imposto cortado a partir desta quinta-feira, com validade até 31 de dezembro deste ano, serão incluídos na lista de exceções que pode ser usada pelo Brasil no Mercosul para alterar tarifas de maneira unilateral, sem necessidade de discussão com os demais componentes do bloco. Entre os itens afetados, foi reduzido de 10,8% para 4% o Imposto de Importação de dois tipos de vergalhão de aço (CA50 e CA60). No gênero alimentício, foram zeradas as tarifas de carnes desossadas de bovinos (10,8% antes), pedaços de frango (9%), farinha de trigo (10,8%), trigo (9%), milho em grãos (7,2%), bolachas e biscoitos (16,2%), outros produtos de padaria pastelaria (16,2%). Ainda houve corte da tarifa de dois insumos para agropecuária --ácido sulfúrico, de 3,5% para zero, e o fungicida mancozebe, de 12,6% para 4%.
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