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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 05 DE 09 DE NOVEMBRO DE 2021

Atualizado: 23 de mai. de 2022


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 1 | nº 05| 09 de novembro de 2021


NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL


BOVINOS


Semana começa com mercado brasileiro do boi gordo indicando tendência de alta

Preços do macho terminado em SP subiram R$ 2/@ na segunda-feira, alcançando R$ 267/@; valores da vaca e novilha prontas permaneceram estáveis, a R$ 250/@ e R$ 258/@, respectivamente, segundo a Scot Consultoria


O mercado brasileiro do boi gordo abriu a semana com novas valorizações nos preços da arroba em algumas regiões importantes, a começar pelas praças de São Paulo. Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, a cotação do macho terminado registrou elevação de R$ 2/@ nesta segunda-feira (8/11), no mercado paulista, alcançando R$ 267/@ (valor bruto e a prazo). Por sua vez, os preços da vaca e novilha prontas para abater ficaram estáveis em São Paulo, a R$ 250/@ e R$ 258/@, respectivamente. Na avaliação da IHS Markit, a oferta de boiadas gordas começa a diminuir e tal fato tem gerado um ambiente de preços mais firmes, com relatos de reações entre algumas praças pecuárias do País. Além de uma oferta menor de animais terminados, gradualmente, as unidades de abate voltam aos negócios devido à redução das escalas de abate, observa a IHS. “O ritmo maior nas vendas internas de carne bovina tem destravado os negócios no mercado físico do boi gordo”, destaca a IHS. No interior paulista, continua a consultoria, destaque para maior procura por lotes de novilhas. Nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, o mercado de boiada gorda também começa a esboçar recuperação de preços, acrescenta a IHS. Na bolsa B3, os preços dos contratos futuros do boi gordo finalizaram a sessão da semana passada com ganhos significativos, operando em níveis de preços bem distantes dos valores praticados no mercado físico. No atacado, depois das altas verificadas na etapa final da semana anterior, os preços dos principais cortes bovinos iniciam a semana estáveis. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 286/@ (à vista) vaca a R$ 271/@ (à vista); MS-C.Grande: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 246/@ (à vista) vaca a R$ 233/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 246/@ (prazo) vaca R$ 241/@ (prazo).

PORTAL DBO


SUÍNOS


Suínos: segunda-feira de valores estáveis

Ficaram estáveis os valores do animal vivo em Minas Gerais, custando R$ 6,48/kg, R$ 6,01/kg no Paraná, R$ 5,67/kg no Rio Grande do Sul e R$ 6,03/kg em Santa Catarina


A segunda-feira (8) fechou com preços em campo misto para o mercado de suínos. Conforme o Cepea/Esalq, os preços passaram a cair desde a segunda quinzena de outubro, pressionados pela retração de frigoríficos, que limitaram as compras de novos lotes devido ao enfraquecimento das vendas de carne no atacado. Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF subiu 1,77%/2,56%, chegando a R$ 115,00/R$ 120,00, enquanto a carcaça especial caiu até 1,06%, valendo R$ 9,00/R$ 9,30 o quilo. No preço do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (5), houve aumento de preço somente em São Paulo, na ordem de 0,80%, chegando a R$ 6,31/kg.

Cepea/Esalq


Novembro começa com preços menores para a carne suína exportada pelo Brasil

A China, principal comprador da proteína brasileira, está renegociando contratos devido aos baixos preços da carne produzida localmente


Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, as exportações de carne suína in natura na primeira semana de novembro registraram diminuição no valor pago por tonelada. Para o analista da SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a carne suína brasileira segue na dependência do mercado chinês. Atualmente, segundo dados da Secex, cerca de 70% da proteína exportada tem como destino a China. "Essa dependência da China não vai terminar tão cedo porque não tem outro player igual para as compras. A queda no valor pago por tonelada é a China renegociando contratos. O que nos resta é aguardar esse andamento da recomposição da suinocultura no gigante asiático", disse ele. A receita obtida com as exportações de carne suína nos primeiros três dias úteis de novembro, US$ 41 milhões, representou 21,8% do montante obtido em todo novembro de 2020, que foi de US$ 188,5 milhões. No volume embarcado, 18.063 toneladas, ele é 23,7% do total exportado em novembro do ano passado, com 76.180 toneladas. A receita por média diária na semana foi de US$ 13.695, valor 45,27% maior do que novembro de 2020. No comparativo com a semana anterior, houve alta de 34,6%. Em toneladas por média diária, 6.021 toneledas, houve avanço de 58,08% no comparativo com o mesmo mês de 2020. Quando comparado a semana anterior, acréscimo de 35,7%. No preço pago por tonelada, US$ 2.274 em novembro, ele é 8,10% inferior ao praticado em novembro passado. Em relação à semana anterior, queda de 0,77%.

AGÊNCIA SAFRAS


Bulgária relata surto de peste suína africana em fazenda industrial

As autoridades veterinárias búlgaras relataram na segunda-feira um novo surto de peste suína africana em uma fazenda industrial que tem um total de 180 porcos no vilarejo de Radinovo, no sul do país.

REUTERS


ABCS: Recuperação sazonal do preço do suíno ainda não se concretizou

A tão esperada alta do preço pago ao produtor do último trimestre não se concretizou ao longo de outubro e é tímida no início de novembro. O descompasso entre oferta e procura frente a uma crise econômica que resulta em queda do poder aquisitivo da população, sem dúvida, é um dos fatores determinantes desta situação


A exportação de carne suína in natura tem ajudado a enxugar o mercado; após recordes de embarques em um só mês (setembro/21 com mais de 100 mil toneladas) e aumento de mais de 15% (+ 113 mil toneladas) no acumulado de janeiro a outubro de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, o preço da carne suína in natura exportada em outubro foi o menor do ano em dólar, fechando em US$ 2.292,00 por tonelada. O maior preço exportado foi atingido em junho, quando ultrapassou a marca de 2.600 dólares. Mesmo com a desvalorização cambial dos últimos meses, esta queda de preço em dólar fez com que o valor da carne exportada, em reais, se aproximasse muito do valor da carcaça no mercado interno (SP), com um spread em outubro de pouco mais de 17%, o menor do ano. Cabe lembrar que mais de 90% da carne suína exportada é na forma de cortes e menos de 1% como carcaças inteiras, ou seja, é evidente que a atratividade da exportação caiu muito. No mercado interno, quando se analisa o comportamento dos preços das três proteínas ao longo do ano fica muito evidente que o frango e o boi gordo mantiveram um viés de aumento ao longo do ano e que o preço da carcaça suína ficou estável, com oscilações pequenas. A oscilação do preço da carcaça suína, que obviamente reflete no preço pago pelo suíno vivo, tem apresentado uma espécie de sazonalidade ao longo do mês, com queda da procura (e do preço) na segunda quinzena. Este é mais um sinal de que o poder aquisitivo do brasileiro, corroído pelo desemprego e a inflação, impacta diretamente na demanda pela carne suína. Historicamente, os meses de novembro e dezembro são de aumento de demanda por carne suína. Baseado nisto, espera-se que o preço pago pelo suíno aumente nas próximas semanas a valores nominais superiores ao que se praticou nos últimos meses. Entretanto, pelos prejuízos acumulados ao longo do ano, o balanço financeiro de 2021, para os suinocultores independentes deve fechar no vermelho. O custo de produção tem dado uma trégua nas últimas semanas, com o recuo significativo do preço do milho. A ABCS identificou um aumento na relação de troca do preço do suíno vivo frente o milho e farelo de soja; a média nacional indica que em outubro 1 kg de suíno vivo comprava 4,72 kg de milho ou 3,07 kg de farelo de soja, sendo que a média acumulada do ano é de 4,55 e 2,70 respectivamente.

ABCS


FRANGOS


Frango: na segunda-feira preços, na maioria, estáveis

A segunda-feira (8) começou para o mercado do frango com cotações, na maioria, estáveis. De acordo com informações do Cepea/Esalq, depois de avançarem por cinco meses consecutivos e atingirem recordes reais em setembro, os valores médios da carne de frango se enfraqueceram, especialmente na segunda metade de outubro


Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja caiu 1,69%, custando R$ 5,80/kg, enquanto o frango no atacado ficou estável em R$ 7,40/kg. Na cotação do animal vivo, não houve mudança de preço em São Paulo, valendo R$ 5,50/kg, no Paraná, fixado R$ 5,91/kg, nem em Santa Catarina, custando R$ 3,70/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (5), tanto o preço da ave congelada quanto o da resfriada ficaram estáveis, valendo, respectivamente, R$ 7,76/kg e R$ 8,07/kg.

Cepea/Esalq


Brasil aciona a UE, na OMC, por causa de travas a carnes de aves

País vê controle abusivo em frango salgado e peru com pimenta


O Brasil deflagrou ontem um processo de disputa contra a União Europeia (UE) na Organização Mundial do Comércio (OMC) por causa de barreiras à entrada de carnes brasileiras de aves nos 27 países do bloco comunitário. O governo brasileiro há muito tempo fazia essa ameaça, mas só tomou a decisão agora, dias depois da viagem a Brasília do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell. A visita do diplomata ao país foi considerada justamente uma retomada das relações bilaterais em nível mais alto. O Brasil acionou o mecanismo de solução de controvérsias da OMC com base no argumento de que a União Europeia impõe “controles sanitários discriminatórios para a detecção de salmonela em carne de frango salgada e de peru com pimenta”. O Itamaraty alega que não há evidências técnicas ou científicas que justifiquem a aplicação, pela União Europeia, de critérios microbiológicos mais rigorosos para a detecção de salmonela em carne de frango salgada e de peru com pimenta na comparação com a carne fresca de aves. Para o governo brasileiro, ao impor “esses critérios discriminatórios, a União Europeia age em desacordo com as regras do Acordo de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da Organização Mundial do Comércio e cria barreiras injustificadas ao comércio internacional”. Ainda assim, o Itamaraty afirmou, em nota, que acredita em uma “solução amigável para o imbróglio com os europeus. “O Brasil espera receber uma resposta da União Europeia ao presente pedido e chegar a um acordo sobre uma data mutuamente conveniente para consultas, com vistas a resolver essa controvérsia”, diz documento assinado pelo embaixador do Brasil na Organização Mundial do Comércio, Alexandre Parola. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) apoiou a decisão do Itamaraty. “Sem bases técnico-científicas respaldadas pelas regras do Acordo de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da OMC, a União Europeia impõe ao Brasil critérios mais restritivos para a liberação dessas cargas”, reforçou a entidade, também em nota. A ABPA lembrou que os produtos têm preferência tarifária no âmbito do Acordo de Cotas entre Brasil e o bloco econômico europeu. A ABPA - que representa, entre outras Aurora, BRF e Seara (JBS) - disse esperar que as consultas entre as partes “sejam exitosas para o correto entendimento sobre a questão, superando o impasse que tem prejudicado o acesso das carne de frango salgada e de peru com pimenta do Brasil a esse relevante mercado”. As exportações brasileiras de carne de frango para a União Europeia somaram 143,5 mil toneladas no intervalo entre janeiro e setembro, e os cortes envolvidos na disputa representaram cerca de 60% do total, informa a entidade. O bloco é o sexto principal mercado para os produtos brasileiros do segmento.

VALOR ECONÔMICO


Em três dias úteis de novembro, receita das exportações de frango atinge 30% do total do mesmo mês do ano passado

Pulverização do mercado importador da carne de frango brasileira faz com que haja menos risco de quedas abruptas


Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, as exportações de carne de aves in natura na primeira semana de novembro tiveram ritmo acelerado. Para o

o analista da SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, isso mostra um movimento consistente das exportações da proteína brasileira. "O que é engraçado é que a China tem importado menos carne de frango brasileira, e isso é bom, porque vemos um mercado mais pulverizado, com crescimento de outras parcerias, como Emirados Árabes e África do Sul", explicou. A receita obtida em novembro, US$ 130,2 milhões, representa 30,3% do montante obtido em todo novembro de 2020, com US$ 429,6 milhões. No volume embarcado, as 72.594 toneladas foram 22,3% maiores que total exportado em novembro do ano passado. A receita por média diária nos três dias úteis de novembro, US$ 43,4 milhões, foi 102,15% maior do que novembro do ano passado. Em comparação à semana anterior, houve avanço de 35,4%. Em toneladas por média diária, 24.198, aumento de 49,29% no comparativo com o mesmo mês do ano passado. Quando comparado ao resultado da semana anterior, alta de 33,7%. No preço pago por tonelada, US$ 1.794, em novembro, ele é 35,41% superior ao praticado em novembro passado. Frente ao valor pago na semana anterior, representa alta de 1,3%.

AGÊNCIA SAFRAS


CARNES


Segmento de carnes pede revisão de normas de combate à covid-19

Entidades do setor como ABPA e ABRAFRIGO veem regras ‘desnecessárias’ para estágio atual da pandemia


Com o arrefecimento da pandemia, o avanço da vacinação no país e a queda nos índices de casos, mortes e contágio da covid-19, a agroindústria quer que o governo federal revise a portaria interministerial que determinou as medidas de prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão da doença nos estabelecimentos de abate e processamento de carnes e derivados e laticínios. Publicada no ano passado, a portaria ainda está em vigor. Para representantes do segmento, algumas regras previstas na portaria são “desnecessárias” e “injustificáveis” para o momento atual, o que gera gastos adicionais milionários em tempos de custos altos e margens mais apertadas. Nos pedidos feitos por frigoríficos e laticínios, o principal é a flexibilização da norma que exige “uma distância segura entre trabalhadores, realizando o espaçamento dentro do veículo de transporte, deixando vazios os assentos imediatamente atrás do motorista e aqueles ao lado de outros passageiros”. Com a exigência, as empresas que fornecem transporte aos funcionários, só podem usar 50% da capacidade de cada ônibus, o que cria a necessidade de aumento da frota e do número de viagens. “Muitas empresas estão com 100% dos funcionários com esquema vacinal completo. Não estamos advogando para que se descuide. O uso de máscara e o distanciamento permanecem, mas algumas coisas podem sair”, diz Ricardo Santin, Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Há também discussões sobre as regras que determinam o afastamento remunerado das gestantes, mesmo que vacinadas e com o teste RT-PCR negativado, o número de desinfecções nas instalações das empresas e o tamanho dos locais de descanso dos funcionários. Em uma live, o Diretor de Relações Institucionais da ABPA, Marcelo Medina Osório, disse que o problema ataca “na veia” as indústrias de aves e suínos nas pequenas cidades. “Tem essas discrepâncias. É uma portaria que nos passa custos. Em plantas maiores, como as da BRF e da Seara, o custo do transporte adicional por mês é de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões”. A Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafrigo) ressalta que as medidas foram “extremamente necessárias” no estopim da pandemia, em 2020, mas apoia as mudanças “Queremos uma flexibilização que obviamente não implique em riscos, mantendo a segurança para os funcionários e o funcionamento das indústrias”, disse o Presidente Paulo Mustefaga. O pedido foi apresentado na semana passada aos ministérios da Agricultura, da Saúde e da Previdência e Trabalho. No setor, há preocupação com a avaliação que o Ministério Público do Trabalho fará sobre o pleito. Outro ponto de atenção é a repercussão internacional e a estratégia para explicar as mudanças aos países importadores para evitar embargos. A China mantém duas plantas de aves suspensas em função da covid-19 há mais de um ano. O Ministério do Trabalho e Previdência reconheceu a “necessidade de revisão” da norma e disse que as atualizações ocorrerão em linha com as orientações mais recentes do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS). Representantes dos empregadores e trabalhadores poderão opinar sobre texto no âmbito da Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP). O Ministério da Agricultura disse que as alterações, se houver, vão manter a prevenção necessária. “A portaria não deve ser mais rigorosa do que o que está sendo exigido para os demais setores da economia”.

VALOR ECONÔMICO


China reduz compra de carnes em outubro ao menor patamar em 20 meses

Foram 664 mil toneladas, queda de 12,8% em comparação à mesmo mês do ano anterior


As importações de carne pela China em outubro caíram em relação ao ano anterior para o menor nível em 20 meses, mostraram dados alfandegários no domingo, à medida que a carne suína doméstica barata reduziu a demanda por suprimentos no exterior. A China viu desembarques de 664 mil toneladas de carne em outubro, queda de 12,8% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, de acordo com a Administração Geral das Alfândegas, o menor volume desde fevereiro de 2020. Os desembarques nos primeiros 10 meses de 2021 foram de 8,05 milhões de toneladas, queda de 1,5% ante os volumes do ano passado, mostraram os dados. As importações de outubro também diminuíram em relação às 694 mil toneladas trazidas em setembro. A maior parte das importações de carne da China é de cortes de porco, mas os preços domésticos despencaram este ano, depois que um aumento na produção após a devastadora epidemia de peste suína africana superou a demanda. Embora os preços da carne suína tenham subido em outubro à medida que o clima mais frio impulsionou o consumo, eles ainda estão menos da metade do que eram no início do ano, ou cerca de 21 iuanes (US$ 3,28, R$ 18,18) por quilo nos mercados atacadistas. Pequim pediu aos agricultores que se livrem de algumas porcas e não se apressem em expandir baseados no recente rali, com o excesso de produção previsto para continuar no próximo ano.

FOLHA DE SÃO PAULO


NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ


Uma ‘vitrine’ para tecnologias do PR

É o que pretende se tornar o hub Cocriagro, situado em Londrina, que já abriga cerca de 25 startups


Há pouco mais de dois meses em atividade, o hub de inovação para o agronegócio Cocriagro, de Londrina (PR), já reúne cerca de 25 startups. O centro recebeu R$ 600 mil em aportes do Sicredi, da cooperativa Integrada e da empresa Inquima. O Diretor de Relações Institucionais do hub, George Hiraiwa, afirma que a intenção é criar uma “vitrine” de soluções e trabalhar para combater as dores reais do produtor rural brasileiro. De acordo com o executivo, a rápida expansão reflete o “DNA” do município, onde o agronegócio e a tecnologia avançam a passos largos. A prefeitura assinou ontem um Acordo de Cooperação Técnica com a gigante de tecnologia Microsoft para acelerar a digitalização de Londrina. E o agronegócio também pulsa na região norte do Paraná. Agrônomo de formação, Hiraiwa lembra que no município e em outros no entorno há produção de soja, milho, café, cana-de-açúcar e citros, além da pecuária. “Estamos a dez minutos de centros de experimentação de parceiros”, comenta. Para o dirigente, a cobrança crescente por sustentabilidade no setor produtivo, evidenciada pelos discursos de lideranças globais na COP26, só terá uma resposta com apoio da tecnologia. “Inovação não é moda, não vai passar de uma hora para outra”. O prédio que abrigará o hub fica dentro do Parque Tecnológico da Sociedade Rural do Paraná (SRP Valley) e está em fase de reforma. Terá um espaço físico de 650 metros quadros. Dentro do parque, fica também a Smart Farm do Cocriagro, em que sete startups testam tecnologias em uma plantação de soja orgânica. O hub é o braço de execução de projetos da Agro Valley. Segundo Hiraiwa, o ecossistema deu seus primeiros passos durante o hackathon organizado pela Sociedade Rural do Paraná durante a Expolondrina. “Surgiu de forma orgânica, com entidades como Senai e Sebrae, além da academia, abraçando o projeto. Então formatamos a governança, que recebeu o nome de Agro Valley”, afirma. Depois que o “ecossistema” se consolidou, nasceu o Cocriagro. Além dos parceiros principais, o hub também está se aproximando das cooperativas locais, para difundir tecnologias e acessar os produtores rurais com mais facilidade. Na semana passada, sete agtechs foram à cooperativa Lar para entender os problemas do grupo e apresentar soluções. Enquanto ajuda as startups em fase inicial a validarem suas tecnologias em campo, com apoio de produtores, empresas e institutos de pesquisa, o hub também conecta aquelas startups mais maduras a potenciais clientes. Atualmente, as soluções presentes no hub abarcam temas como bem-estar animal, tratamento de sementes, insumos biológicos, barter, seguro rural, conexão de máquinas agrícolas e comercialização online de insumos.

VALOR ECONÔMICO


Governo do Estado busca alternativas para reforçar a conectividade no meio rural

Uma das frentes em análise é a aplicação dos créditos do ICMS decorrente de exportação para ampliar a rede de torres de transmissão. Atualmente, o Paraná abriga 1.400 equipamentos. “Com mais umas 750 torres conseguimos dar sinal de qualidade via banda larga 4G de 700 megahertz”, disse o Secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.


Com essa modalidade, uma cooperativa, por exemplo, poderia transferir o direito de recebimento dos ativos para uma empresa de telecomunicações de sua preferência fazer o investimento. “A concessionária devolve esse recurso na forma de uma tarifa combinada para os associados que estão na área de abrangência”, afirmou o secretário. Segundo ele, nas diversas reuniões que mantêm com empresas do setor de telecomunicações há um consenso de que o upgrade do 4G para o 5G é simples. “Então, essa tecnologia de torres não é investimento jogado fora, vai ajudar muito o setor rural no 4G, e quando vier o 5G só melhora”, disse. Um decreto para oficializar esse formato já está em fase de estudos. Estado também analisa, em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e prefeituras, a possibilidade de financiamento para implantar troncos de fibra ótica até as comunidades rurais. A partir delas, o agricultor interessado poderia utilizar o crédito rural e financiar seu próprio ramal por fibra ótica ou rádio, possibilitando uma internet de melhor qualidade. Para o agrônomo Alessandro Casagrande, ainda é cedo para prever o impacto do 5G na agricultura. “Mas, com certeza, ela nunca mais será como antes”, afirmou. Ele coordena o Laboratório de Inovação do Sistema de Agricultura do Paraná (iLab Agro), que, em parceria com a Paraná Projetos, visa criar um ambiente para pensar inovações, desenvolver soluções digitais e identificar oportunidades para prestar melhor serviço à área rural. “Para comunidades rurais, assim como para empresas, o lançamento do 5G provavelmente será muito mais revolucionário do que o lançamento do 4G, ocorrido há cerca de 10 anos no Brasil, dada a nova gama de soluções que serão proporcionadas pela alta velocidade do fluxo de informações”, disse Casagrande. Ele relaciona como avanços a expansão da Internet das Coisas (IoT), geração de dados agroambientais em tempo real, multiplicação de veículos autônomos, enxames de drones, monitoramento de pragas com Inteligência Artificial (IA), rastreabilidade em tempo real, irrigação inteligente, entre outras.

SEAB-PR


ECONOMIA/INDICADORES


Dólar fecha a segunda em alta de 0,35%, a R$5,5417 na venda

O dólar avançou frente ao real na segunda-feira, com investidores dividindo atenções entre as incertezas em torno da PEC dos Precatórios e a agenda de indicadores econômicos norte-americanos desta semana


O dólar à vista teve alta de 0,35%, a 5,5417 reais na venda. Na B3, onde os negócios continuam depois das 17h (de Brasília), o dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,09%, a 5,5650 reais. A Ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu na sexta-feira suspender a execução orçamentária das emendas de relator, instrumento de distribuição de recursos conhecido como "orçamento secreto" diante da dificuldade de rastrear os beneficiários dos repasses. A decisão de Weber é vista por participantes do mercado como um atraso às negociações para a votação na terça-feira do segundo turno da proposta de emenda à Constituição (PEC) que altera as regras de pagamento dos precatórios. A proposta é encarada como prioritária pelo governo por permitir a abertura de espaço fiscal para financiamento do Auxílio Brasil no valor mínimo de 400 reais por família no ano eleitoral de 2022. Após o fechamento dos mercados nesta segunda-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira, pediu que o STF revogue a decisão de Weber. O plenário do Supremo Tribunal Federal irá avaliar a medida da ministra em sessão extraordinária virtual entre terça e quarta-feira. "No mercado local, as incertezas sobre a evolução da PEC dos precatórios seguem pesando sobre a maioria dos ativos", escreveram analistas do Bradesco em nota da segunda-feira.

REUTERS


Ibovespa fecha estável com Vale contrabalançando receios sobre PEC dos Precatórios

O Ibovespa fechou estável na segunda-feira, tendo trocado de sinal algumas vezes durante o pregão, com preocupações relacionadas ao avanço da PEC dos Precatórios sendo contrabalançadas pela forte recuperação da Vale


Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação positiva de 0,04%, a 104.868,79 pontos, de acordo com dados preliminares. O volume financeiro no pregão somou 21,2 bilhões de reais

REUTERS


Mercado eleva pela 3ª vez seguida estimativa para Selic em 2022 no Focus, a 11,0%

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano foi ajustada em 0,01 ponto percentual para baixo, a 4,93%. Para 2022, caiu com mais força, a 1,0%, de 1,20%


O mercado elevou pela terceira vez seguida a expectativa para a taxa básica de juros em 2022, em meio a projeções cada vez mais altas para a inflação, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira. A projeção para a Selic no ano que vem chegou agora a 11,00%, de 10,25% na semana anterior. Para 2021, a estimativa permaneceu em 9,25%. Atualmente, a Selic está em 7,75%, e o Comitê de Política Monetária do BC volta a se reunir para decidir sobre a política monetária no início de dezembro. O levantamento semanal apontou ainda que a expectativa para a alta do IPCA em 2021 aumentou pela 31ª vez seguida, chegando a 9,33%, de 9,17% antes. A conta para o ano que vem também aumentou e bateu em 4,63%, de 4,55%. O centro da meta oficial para a inflação em 2021 é de 3,75% e para 2022 é de 3,50%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

REUTERS


Inflação medida pelo IGP-DI sobe 1,60% em outubro

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) avançou 1,60% em outubro, após queda de 0,55% no mês anterior. O indicador acumula alta de 16,96% no ano e de 20,95% em12 meses


No mesmo mês do ano passado, o índice apresentou alta de 3,68% e acumulava elevação de 22,12% em 12 meses. Os dados foram divulgados ontem, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). O IGP-DI é a média dos índices de preços ao produtor (IPA), ao consumidor (IPC) e de custo da construção civil (INCC). Segundo o instituto, o indicador revela as fontes de pressão inflacionária e a evolução dos preços de produtos e serviços mais relevantes para os três grupos. De acordo com o Coordenador dos Índices de Preços, André Braz, a inflação ao produtor acelerou em seus três estágios de processamento. “Os avanços registrados nos preços do minério de ferro (-22,11% para 4,29%), do óleo Diesel (0,60% para 10,24%) e da gasolina (1,20% para 6,62%) foram os grandes destaques em cada um dos três grandes grupos do IPA”. Também em outubro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou elevação de 1,90%, o que representa mudança em relação a setembro, quando houve queda de 1,17%. A taxa do grupo bens finais subiu de 1,26% em setembro para 1,47% nesse mês. Neste caso, segundo o Ibre, o principal responsável pela elevação foram os combustíveis para o consumo, cuja taxa saiu de 1,47% para 5,78%. Já o índice de bens finais, que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, avançou 0,99% em outubro, no mês de setembro o índice subiu 1,15%. O grupo bens intermediários teve alta significativa, subiu de 1,91% em setembro para 3,47% em outubro. O avanço de 1,87% para 9,39% no subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção pesou no resultado. O índice de bens intermediários, calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, também subiu em outubro. A taxa ficou em 2,57%, enquanto no mês anterior foi 1,91%. As matérias-primas brutas foram outro segmento que teve variação relevante. Em setembro, teve queda de 5,75%, mas em outubro subiu 0,75%. Contribuíram para este resultado os movimentos do minério de ferro (-22,11% para 4,29%), cana-de-açúcar (1,45% para 3,59%) e café em grão (7,83% para 11,95%). Em contrapartida houve quedas nas taxas dos bovinos (-2,69% para -7,71%), da mandioca/aipim (6,71% para 2,90%) e das aves (1,72% para 0,37%). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,77%, em outubro. O percentual é menor que o do mês anterior, quando teve alta de 1,43%.

AGÊNCIA BRASIL


MEIO AMBIENTE/EMPRESAS


Agropecuária elevou emissões em 17% em três décadas, indica estudo

Brasil foi 3º maior emissor em 2019, segundo dados da ONU, atrás da China e da Índia


A "pegada de carbono" da agropecuária aumentou 17% nos últimos 30 anos, e o Brasil, nesse setor, é o terceiro maior emissor de gases que causam o aquecimento global, segundo relatório divulgado pela ONU na segunda-feira (8). A produção de alimentos nos campos brasileiros aparece atrás da China e da Índia, quase em empate com essa. Em seguida vêm os EUA e a Indonésia. As principais causas do problema são o desmatamento para converter áreas de floresta em plantações e pastos —principalmente no Brasil e na Indonésia— e a emissão de metano pelos bovinos após a fermentação gástrica dos vegetais que ingere. De acordo com o estudo, feito por pesquisadores europeus e americanos com base em dados da FAO (agência da ONU para alimentação e agricultura), a produção de alimentos agropecuários respondeu por quase um terço (31%) das emissões em 2019 —os animais ruminantes geraram 7% das emissões (5% na digestão e 2% no esterco), e o desmatamento, maior problema isolado, 6%. A produção agrícola e pecuária também liberou 53% do metano emitido e 78% do dióxido de nitrogênio, na maior parte proveniente de fertilizantes químicos. Esses dois gases são considerados mais nocivos à atmosfera no curto prazo , por produzirem aquecimento mais rápido. De acordo com o trabalho, ainda em processo de revisão por pares, é cada vez maior o peso de etapas pré e pós-produção, como desmatamento e queimada antes do plantio e o transporte depois da colheita. A divulgação do estudo na COP26 aconteceu no mesmo dia em que o setor agropecuário brasileiro defendia, no pavilhão do país, sua sustentabilidade. Em painel que reuniu representantes da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária) e da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o setor afirmou que reduziu em 10% a emissão de metano por cabeça de gado nos últimos anos, com base em inovação tecnológica. Um dos maiores produtores de carne bovina do mundo, o Brasil foi um dos 96 países que aderiu na última semana ao Compromisso Global sobre Metano que estabelece redução de 30% das emissões globais desse gás até 2030, em comparação com as emissões de 2020.

FOLHA DE SP


Tecnologia pode levar pecuária à neutralidade em gases de efeitos estufa, reforça Embrapa

"Sabemos quanto a pecuária emite e como reduzir, diluir ou compensar", diz chefe de unidade da estatal


O Chefe-Geral da Embrapa Pecuária Sudeste, Alexandre Berndt, afirmou que é possível alcançar a neutralidade da emissão de gases de efeito estufa na pecuária brasileira com a ampliação da adoção de tecnologias nos sistemas produtivos. Sem conseguir evitar a fermentação entérica dos bovinos, principal causa das emissões de metano do país, a estratégia deverá ser reduzir, diluir e compensar o lançamento dos poluentes na atmosfera com técnicas consolidadas e viáveis para os bolsos de todos os pecuaristas. "Vamos ter que usar todas as tecnologias disponíveis para mitigar as emissões", disse ele, ao comentar a adesão do Brasil ao Acordo do Metano na COP26. "A neutralidade é possível e não temos nada a dever. Sabemos quanto a pecuária emite e como reduzir, diluir ou compensar. Tem tecnologia para todos os bolsos", completou. Berndt elencou três formas de enfrentar o desafio da redução da emissão do metano no setor. A primeira é intervir diretamente na fermentação, com a inclusão de aditivos alimentares, dietas específicas e moduladores. Segundo ele, já existem produtos em uso e outros em estudo. A segunda forma é diluir as emissões, com o bom manejo de pasto e gestão do rebanho para evitar o "efeito sanfona" no gado e alcançar o peso de abate mais cedo. "Se encurtar o ciclo de produção em um ano, reduz as emissões. Nessa frente há mais tecnologias disponíveis, desde a reprodução, nutrição eficiente e boas práticas de produção para reduzir de 48 para 36 meses o tempo de abate", afirmou o pesquisador. A compensação das emissões é outra frente a se trabalhar, diz Berndt, e na qual o Brasil já se destaca. "Não tem como ter emissão zero, não conseguimos interromper a fermentação entérica, mas há formas para compensar, com sequestro de carbono no pasto bem manejado e nos troncos das árvores no sistema de integração lavoura-pecuária-floresta", disse. Segundo ele, um dos pontos importantes a serem definidos é a metodologia de aferição dos gases emitidos e removidos. No caso do metano, uma unidade emitida é compensada com 28 unidades de carbono sequestrados. "Existem tecnologias consolidadas com ganho duplo, como o bom manejo de pastagem. O pasto de melhor qualidade emite menos, a fermentação no rúmen é melhor, traz mais nutriente para o animal que vai ganhar mais peso e encurtar o ciclo de vida", exemplificou Alexandre Berndt. Outra dúvida com o acordo ainda recente é como será feita a distribuição entre os países da meta de redução de 30% do metano até 2030 no planeta e entre os setores em cada país. A falta de dados pode ser um dificultador. As informações mais recentes do Brasil são de 2016, quando a agropecuária do país emitiu 487 milhões de toneladas de CO2 equivalente de metano, segundo o 4º Inventário Nacional do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). As principais fontes foram a fermentação entérica dos bovinos de corte e leite, o manejo de solos e as emissões indiretas, como a aplicação de fertilizantes sintéticos e esterco. Naquele ano, o país foi responsável por 3% das emissões globais de gases do efeito estufa; a agropecuária nacional respondeu por 1% de tudo que foi emitido no planeta. Para o cumprimento do acordo, o ano base é 2020, mas ainda existem apenas estimativas sobre as emissões no período.

VALOR ECONÔMICO


Fazendas de gado podem capturar carbono, diz estudo

Piloto de Minerva e Imaflora em 25 fazendas de Brasil, Paraguai, Colômbia, Argentina e Uruguai aponta propriedades com emissões menores que a média da pecuária global


Uma das maiores responsáveis pelas emissões dos gases de efeito estufa no Brasil, a pecuária pode ajudar a retirar carbono da atmosfera. Em alguns poucos casos, isso já acontece. É o que mostra um estudo conduzido pela Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, junto com o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), ONG que começou a medir o balanço de carbono em fazendas. Em um evento que aconteceu às margens da Conferência Mundial do Clima (COP-26), em Glasgow, Imaflora e Minerva apresentaram no sábado os resultados de um balanço de carbono realizado em 25 fazendas de pecuaristas que fornecem gado à Minerva nos cinco países onde a empresa possui frigoríficos: Brasil, Argentina, Colômbia, Paraguai e Uruguai. O estudo abarcou diferentes biomas, desde Amazônia, Pantanal e Cerrado até os Pampas e o Chaco no Paraguai. “Os resultados mostram que é possível reduzir as emissões e outros podem se inspirar”, disse Isabel Garcia-Drigo, Gerente de clima e cadeias agropecuárias do Imaflora, em entrevista por vídeo ao Valor - a executiva estava Glasgow. Segundo ela, o instituto já fazia o balanço de carbono em fazendas de café e grãos, mas trabalhava para chegar na pecuária por sua relevância na mitigação das emissões de gases de efeito estufa e nas economias regionais. A parceria com a Minerva começou em abril. Para o balanço das fazendas analisadas, o Imaflora e a Minerva utilizaram dados primários, com levantamentos de informações nos locais. O trabalho seguiu as diretrizes do IPCC 2019, compatível com a metodologia do GHG Protocol. Após o trabalho, as parcerias descobriam que as 25 fazendas analisadas emitem menos carbono que a média da pecuária global. Com base na comparação de 30 artigos sobre emissões na pecuária, Imaflora e Minerva destacam que a média mundial de emissões na produção de carne bovina é de 19,9 toneladas de equivalente de CO2 por tonelada de carne produzida. Nas 25 fazendas do estudo, o balanço de carbono ficou de 11% a 69% abaixo da média mundial, segundo a empresa. Ao fazer o balanço, Imaflora e Minerva consideram que as pastagens podem sequestrar carbono. “Os pastos bem manejados sequestram e os mal manejados, emitem”, diz Garcia-Drigo. O rebanho das 25 fazendas analisadas soma 232 mil cabeças, em 185 mil hectares. Entre as fazendas do estudo, três são carbono negativo - ou seja, capturam mais do que emitem. A Santa Elena, que tem 2,5 mil cabeças de gado em 1,8 mil hectares no departamento colombiano de Córdoba, é uma delas. As outras duas fazendas ficam no Paraguai e Argentina. Em nota, Minerva e Imaflora destacaram que a fazenda colombiana “contabilizou emissões 45% abaixo da média mundial como resultado de estratégias que visam melhorar as pastagens com sistemas rotacionados e com suplementação estratégica [...]. Além disso, espécies de árvores nativas da área têm sido conservadas para contribuírem com o equilíbrio dentro da fazenda”. No Brasil, o estudo mostrou fazendas com baixa emissão de carbono. Na Corumbiara, em Rondônia, as emissões ficaram 42% abaixo da média mundial, o que se deve à integração lavoura-pecuária. A fazenda está no bioma amazônico e tem 20 mil cabeças em 16,8 mil hectares.

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