
Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 787|23 de janeiro de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Mercado do boi gordo segue sem viés definido
Preços dos animais terminados registraram estabilidade, refletindo o baixo consumo doméstico de carne bovina neste período crítico do ano para o "bolso" dos brasileiros. No Paraná, o boi vale R$320,00 por arroba. Vaca a R$290,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abate de seis dias.
Na segunda quinzena de janeiro, o mercado do boi gordo praticamente “congelou”, com poucos negócios realizados nas praças brasileiras. “Com entraves no varejo, os pedidos para reposição de estoques na ponta consumidora têm sido quase inexistentes”, observou a Agrifatto, referindo-se ao mercado paulista. Segundo a consultoria, setores como o de distribuição de carne com osso e processadoras de carne desossada evitam novas aquisições, devido aos estoques suficientes para atender à demanda até sexta-feira (24/1). “Mesmo o dianteiro e a ponta de agulha, que apresentavam boa rotatividade na semana passada, agora enfrentam desaceleração”, informou a Agrifatto. Diante da negociação a conta-gotas e da pressão sobre os pecuaristas, os preços do animal terminado permaneceram inalterados nesta semana. “A escassez de oferta de boiadas gordas se tornou ainda mais evidente, com o volume negociado sendo apenas suficiente para garantir o atendimento das escalas de seis dias, na média nacional”, afirmou a Agrifatto. Na quarta-feira (22/1), apesar do movimento baixista da B3 iniciado na terça-feira, o preço médio do boi gordo em São Paulo permaneceu em R$ 335/@ (mesmo valor para o boi “comum” e o “boi-China”, de acordo com apuração da Agrifatto). Nas demais 16 regiões monitoradas pela consultoria, a média de preço do animal terminado subiu para R$ 305,30/@. “Três das 17 praças monitoradas valorizaram a arroba (MA, RJ e TO); as outras 14 mantiveram suas cotações laterais”, ressaltou a Agrifatto. Pelo levantamento da Scot Consultoria, o mercado de São Paulo abriu a quarta-feira com preços estáveis para os animais terminados, sem muitos negócios. “O baixo desempenho do escoamento da carne e estoques confortáveis desestimularam as compras”, afirmou a Scot.
No lado de dentro das porteiras, os pecuaristas aguardam melhores preços para fechar negócios, acrescenta a consultoria. Dessa maneira, o boi gordo “comum”, diz a Scot, segue apregoado em R$ 327/@ no mercado paulista, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 305/@ e R$ 317/@, respectivamente. O “boi-China”, segundo a Scot, segue valendo R$ 335/@ em São Paulo, portanto, com ágio de R$ 8/@ sobre o animal “comum”. As escalas de abate estão, em média, para seis dias em SP. cotações do boi gordo desta quarta-feira (22/1), conforme levantamento diário da Agrifatto: São Paulo — O “boi comum” vale R$335,00 a arroba. O “boi China”, R$335,00. Média de R$335,00. Vaca a R$305,00. Novilha a R$320,00. Escalas de abates de sete dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$315,00 a arroba. O “boi China”, R$325,00. Média de R$320,00. Vaca a R$295,00. Novilha a R$305,00. Escalas de abate de seis dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$315,00 a arroba. O “boi China”, R$ 325,00. Média de R$320,00. Vaca a R$295,00. Novilha R$305,00. Escalas de seis dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$320,00 a arroba. O “boi China”, R$330,00. Média de R$320,00. Vaca a R$295,00. Novilha a R$305,00. Escalas de abate de seis dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$300,00 a arroba. O “boi China”, R$310,00. Média de R$305,00. Vaca a R$280,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de sete dias; Pará — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$280,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de cinco dias; Goiás — O “boi comum” vale R$315,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$325,00. Média de R$320,00. Vaca a R$295,00. Novilha a R$305,00. Escalas de abate de seis dias; Rondônia — O boi vale R$280,00 a arroba. Vaca a R$265,00. Novilha a R$270,00. Escalas de abate de nove dias; Maranhão — O boi vale R$285,00 por arroba. Vaca a R$270,00. Novilha a R$275,00. Escalas de abate de sete dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto
SUÍNOS
Cepea: carne suína cai 14,1% e aumenta competitividade ante outras proteínas
De acordo com o relatório do Cepea, a parcial de janeiro registrou desvalorização no atacado da Grande São Paulo em relação a dezembro
A carne suína registra desvalorização de 14,1% na parcial de janeiro ante dezembro no atacado da Grande São Paulo, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em relatório antecipado ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Com os preços pressionados pela oferta superior à demanda, a carcaça especial suína foi comercializada a uma média de R$ 12,09/kg na parcial do dia 21. Esse movimento aumentou a competitividade da carne suína frente às principais proteínas. Enquanto a carcaça casada bovina registrou leve queda de 0,3% em janeiro, comercializada a uma média de R$ 23,42/kg, o frango inteiro resfriado apresentou alta de 1%, para R$ 8,39/kg no igual período. A diferença de preço entre a carcaça especial suína e o frango inteiro resfriado caiu 35,9% de dezembro para janeiro, para R$ 3,70/kg, o que torna a carne suína mais acessível aos consumidores. Em relação à carne bovina, a diferença entre os preços da carcaça suína e da carcaça casada bovina aumentou 20,2%, atingindo R$ 11,33/kg, fortalecendo a competitividade da proteína suína. Os custos com insumos da cadeia produtiva de suínos recuaram na última semana. Entre os dias 14 e 21 de janeiro, o farelo de soja caiu 0,9%, com a tonelada comercializada a R$ 1.973,57 na região de Campinas (SP). O milho apresentou retração de 0,9%, com o Indicador Esalq/BM&FBovespa a R$ 74,02/saca de 60 kg.
Estadão Conteúdo
FRANGOS
Rabobank vê cenário positivo para carne de frango em 2025
A indústria global de carne de frango deverá continuar crescendo em 2025, impulsionada pela competitividade em relação às outras carnes e apelo de sustentabilidade da proteína avícola, segundo recente análise divulgada pelo Rabobank.
A indústria avícola deverá registrar um crescimento entre 2,5% e 3% em 2025, segundo estimativa do banco. Além da maior competitividade da carne de frango, a demanda global pela proteína tem sido sustentada por ações de marketing e desenvolvimento de produtos da indústria e recuperação no consumo após anos de crescimento lento ou negativo em várias regiões devido à pandemia de covid-19. O apelo da sustentabilidade tem favorecido a carne de frango entre consumidores em países mais ricos, já que a proteína tem pegada de carbono relativamente menor em relação às concorrentes. O Rabobank estima que a maior parte do crescimento na demanda por carne de frango será em mercados emergentes no Sudeste Asiático, América Latina, Oriente Médio e África. Os mercados desenvolvidos também verão um crescimento contínuo, com a Europa superando a taxa de crescimento do mercado global.
“A perspectiva para 2025 parece positiva, mas manter o equilíbrio de mercado será essencial para manter o bom momento para a indústria”, escreveram analistas do Rabobank em relatório divulgado no início de janeiro. O banco disse que as recentes quedas de preços da carne de frango na União Europeia, África do Sul e Tailândia são alertas para as estimativas de crescimento que talvez sejam “otimistas demais”. O banco também disse que, na perspectiva dos investidores, este momento de crescimento do mercado deverá levar a mais investimentos em projetos greenfield, modernização, consolidação e internacionalização do setor. O banco estima que os desafios do setor continuarão sendo os casos de gripe aviária, que poderão restringir a oferta, e crescentes tensões geopolíticas. Já os custos operacionais da indústria de carne de frango deverão permanecer estáveis devido à oferta substancial de milho e soja da América do Norte e do Brasil.
Carnetec
INTERNACIONAL
Recorde de importações de carne bovina eleva o risco de restrições comerciais na China
As importações recordes de carne bovina da China estão pressionando um mercado onde a demanda está diminuindo e os preços caíram para o nível mais baixo desde 2019, aumentando o risco de que as autoridades tomem medidas para restringir o comércio.
O maior importador de carne bovina do mundo adquiriu 2,9 milhões de toneladas em 2024, um recorde histórico e 5% a mais que no ano anterior, de acordo com dados alfandegários divulgados esta semana. A demanda chinesa por carne bovina cresceu quase 40 vezes ao longo do último meio século, impulsionada por uma população mais rica que desenvolveu o gosto por bifes e hotpots. No entanto, um relatório da consultoria local Mysteel mostrou que o consumo caiu no ano passado, à medida que consumidores com recursos limitados reduziram os gastos. A China está favorecendo carne bovina mais barata, fortalecendo os laços comerciais e diplomáticos com Brasil e Argentina, substituindo parcialmente a carne mais cara dos Estados Unidos e Austrália. Além disso, a produção local de carne aumentou, já que o governo priorizou a autossuficiência após a pandemia de Covid-19 ter desorganizado as cadeias globais de abastecimento. Como resultado, os preços de atacado da carne bovina caíram 20% nos últimos dois anos, segundo dados do governo, embora o produto continue sendo três vezes mais caro que carne suína ou de frango. As importações tiveram um impacto significativo, mas a produção doméstica também cresceu rápido demais nos últimos anos, disse Pan Chenjun, analista sênior do Rabobank. “Basicamente, a oferta geral aumentou muito, mas o consumo não acompanhou na mesma proporção.” Cerca de dois terços dos pecuaristas chineses estão operando com prejuízo, e alguns abandonaram a indústria definitivamente, de acordo com a Associação Nacional de Pecuária, no final do ano passado. Esse cenário pode ameaçar a sustentabilidade do setor se não for controlado, levando o governo a pedir que autoridades locais ofereçam subsídios aos produtores. No final do mês passado, enquanto os preços da carne bovina continuavam caindo, o Ministério do Comércio anunciou uma investigação para determinar se o aumento das importações está prejudicando os produtores locais. A investigação deve ser concluída em até oito meses, mas pode ser prorrogada, segundo o ministério. As importações representaram cerca de 30% do consumo de carne bovina na China no ano passado, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Qualquer medida protecionista impactaria produtores no Brasil, que envia quase metade de suas exportações de carne bovina para a China, além de afetar Argentina, Austrália e Estados Unidos. Embora aumentar as compras de carne dos EUA possa ser uma maneira de aliviar as tensões comerciais com o presidente Donald Trump, a China pode optar por focar na proteção de seus pecuaristas e na garantia da segurança alimentar, um tema prioritário para os formuladores de políticas em Pequim. Além disso, cortes mais caros dos EUA têm perdido popularidade recentemente, já que os consumidores preferem restaurantes de hotpot mais acessíveis que oferecem buffets com carne bovina mais barata.
Bloomberg
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Paraná se torna o 3º maior empregador da indústria de transformação do Brasil
Com um aumento de 17,37% nos últimos cinco anos, Paraná chegou a 973 mil empregados na indústria de transformação e passou a ter a terceira maior massa de trabalhadores no segmento em todo o Brasil, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais. que são os dois estados mais populosos do País
Com um aumento de 17,37% nos últimos cinco anos, o Paraná chegou a 973 mil empregados na indústria de transformação e passou a ter a terceira maior massa de trabalhadores no segmento em todo o Brasil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, compilados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). O levantamento compara os números do primeiro trimestre de 2019 com os dados mais recentes da pesquisa, referentes ao terceiro trimestre de 2024. Ao longo deste período, o Paraná gerou 144 mil empregos na indústria de transformação e ultrapassou Santa Catarina, que criou 91 mil vagas e chegou a 937 mil trabalhadores no setor. Assim, o Paraná segue atrás apenas de São Paulo (3,58 milhões) e Minas Gerais (1,44 milhão), que são os dois estados mais populosos do País. Na sequência, completando a lista dos dez maiores empregadores do segmento, estão os estados do Rio Grande do Sul (891 mil), Rio de Janeiro (563 mil), Ceará (440 mil), Pará (420 mil), Goiás (420 mil) e Bahia (418 mil). O crescimento paranaense no número de contratados nas indústrias de transformação também foi proporcionalmente superior à média nacional. Enquanto o Paraná aumentou em 17,37% sua massa de trabalhadores no segmento, o Brasil registrou um crescimento de 11,8% no mesmo período. Os números são consequência de um maior dinamismo da produção industrial local ao longo destes cinco anos. Dados do IBGE referentes à produção industrial mostram que entre janeiro de 2019 e novembro de 2024, o setor secundário do Paraná cresceu 15,1%, segundo o índice ajustado sazonalmente. O crescimento é quase sete vezes superior à média nacional no período, em que o aumento da produção física brasileira foi de 2,2%. Em relação aos outros estados da região Sul, o Paraná se manteve na liderança, já que Santa Catarina registrou alta de 10,1% e o aumento do Rio Grande do Sul foi de 0,7%.
Agência Estadual de Notícias
Agronegócio dispara e deve representar quase o dobro do saldo da balança comercial em 2025
Café, carnes, milho e açúcar devem dar as maiores contribuições para aumento do saldo comercial neste ano em relação a 2024, evitando, mais uma vez, que o País entre no vermelho
Puxado pelas carnes, café, milho e açúcar, o agronegócio deve continuar carregando o saldo da balança comercial brasileira neste ano. Entre exportações e importações, as transações com produtos do campo devem atingir US$ 126,8 bilhões. Essa cifra equivale a quase o dobro do saldo da balança comercial de US$ 67 bilhões projetado para 2025 pela consultoria MacroSector. Não é de hoje que a balança comercial do País seria deficitária, caso não contasse com a contribuição do agronegócio. “Mas desde 2022 não havia uma relação tão forte entre o saldo comercial do agronegócio e o da balança comercial”, observa o economista Fabio Silveira, sócio da MacroSector e responsável pelas projeções. Naquele ano, o saldo comercial do agronegócio correspondeu a duas vezes o saldo da balança comercial total, porém com resultados menores do que os projetados para 2025. Em 2022, o saldo do agronegócio somou US$ 123,9 bilhões e o da balança comercial geral foi de US$ 61,5 bilhões. Já nos anos seguintes, 2023 e 2024, a relação entre o saldo comercial do agronegócio e da balança como um todo recuou para 1,3 vezes e 1,6 vezes, respectivamente. Silveira atribui o fortalecimento do papel do agronegócio previsto para este ano a vários fatores combinados. Entre eles estão a escalada de preços das matérias-primas, o ritmo ainda acelerado de crescimento das economias asiáticas, em especial a da China - o grande comprador de carnes e grãos - e a forte liquidez global. Os programas de transferência de renda feitos por vários países para reverter a paralisia econômica provocada pela pandemia resultaram na aceleração dos preços das commodities que tem ajudado as exportações do agronegócio. O lado bom do vigoroso desempenho da balança comercial do agronegócio é o acúmulo de reservas em dólares para o País, o que garante a estabilização da moeda. Esse aspecto ganhou relevância sobretudo nos últimos meses por conta da forte desvalorização do real em relação ao dólar. “O acúmulo de reservas ajudou a conter a disparada do dólar e evitou que a moeda americana chegasse a R$ 7”, afirma Silveira. O economista pondera que a inflação está hoje acima do teto da meta (4,5%), mas ressalta que não vê risco de descontrole. “São poucos os países atualmente que têm essa sobra de dólar no mercado financeiro que o Brasil tem.” No longo prazo, porém, a forte dependência do agronegócio e da exportação de matérias-primas no resultado comercial preocupa porque não gera dinamismo na economia e limita o crescimento, avalia o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. “O que exportamos (commodities) é o que alguém quer e os preços são determinados pelo mercado: apenas embarcamos o que foi decidido no exterior.”Tanto Silveira como Castro alertam que, do ponto de vista estratégico, um desdobramento negativo da forte dependência do agronegócio nas exportações é a baixa geração de empregos. “Mão de obra qualificada seria demandada se as exportações fossem focadas em segmentos de densidade tecnológica, como a indústria automobilística, eletroeletrônica e nos bens de capital”, observa Silveira. Nas contas de Castro, devido ao déficit na balança comercial de manufaturados de US$ 135 bilhões alcançado no ano passado, o País deixou de gerar 4 milhões de empregos qualificados diretos e indiretos ligados à indústria. Silveira diz que a fragilidade da indústria brasileira, que não consegue gerar saldo comerciais, é resultado dos juros altos, da falta de investimentos e de políticas direcionadas para o setor. “Não conseguimos exportar bens de consumo, bens intermediários e bens de capital.”
Para este ano, as projeções da consultoria indicam um déficit comercial de US$ 13,1 bilhões para bens de consumo. As importações de máquinas e equipamentos, por sua vez, devem crescer, passando de US$ 81,2 bilhões em 2024 para US$ 87,8 bilhões em 2025. Isso deve resultar em um déficit de US$ 64,5 bilhões. “O segmento mais sofisticado em termos de tecnologia é o de bens de capital e aí a gente apanha: quase todo o déficit da balança esperado para 2025 é de bens de capital”, diz Silveira. A perspectiva para o grupo petróleo e derivados, que despontou em 2024 como principal produto exportado pelo País e superou a soja, é de praticamente repetir neste ano o saldo comercial de 2024, com superávit de US$ 21,1 bilhões. Já no caso dos bens intermediários, a expectativa é de empate. Isto é, tanto as exportações como as importações devem girar em torno US$ 83,5 bilhões em 2025.
O Estado de São Paulo
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha abaixo dos R$ 6 pela 1ª vez no ano
O dólar fechou a quarta-feira em queda firme ante o dólar, abaixo dos 6,00 pela primeira vez desde dezembro do ano passado, com o mercado eliminando prêmios de risco das cotações e acionando ordens de stop loss (parada de perdas), em meio à percepção de que o novo governo dos EUA será moderado na adoção de tarifas sobre produtos estrangeiros
O dólar à vista fechou em queda de 1,41%, aos 5,9463 reais -- a menor cotação desde 27 de novembro de 2024, quando encerrou em 5,9141 reais. Desde 11 de dezembro a moeda não terminava o dia abaixo dos 6,00. Em janeiro, o dólar acumula baixa de 3,77%. Às 17h15 na B3 o dólar para fevereiro -- atualmente o mais líquido -- cedia 1,33%, aos 5,9565 reais. O dólar engatou baixas ante o real já no início da sessão, com investidores se apegando às notícias de que o governo de Donald Trump não adotará novas tarifas de importação em um primeiro momento, ainda que o presidente dos EUA ameace a China com uma taxa de 10% em 1º de fevereiro e o México e o Canadá com uma tarifa de 25% até 1º de fevereiro. “Após os primeiros dias do novo mandato Trump nos Estados Unidos, o mercado passou a se sentir mais confortável em assumir que a retórica do presidente será mais firme do que suas atitudes”, disse Paula Zogbi, gerente de Research da Nomad, em comentário enviado a clientes. “Com alguma demora em apresentar medidas concretas relacionadas a parte das promessas de campanha, os ativos de risco passaram a precificar um cenário mais benigno.” No Brasil, isso se traduziu na baixa das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) e na queda do dólar para abaixo dos 6,00 reais -- um ponto técnico e psicológico importante, que vinha sustentando as cotações. Operador ouvido pela Reuters pontuou que o dólar para fevereiro -- o mais negociado e, no limite, o que conduz as cotações no segmento à vista -- viu ordens de stop serem disparadas ao atingir os 5,5990 reais e, depois disso, os 5,5945 reais. Nestes pontos técnicos, investidores comprados (posicionados na alta das cotações) fecharam algumas posições, amplificando a queda da moeda no mercado futuro e, consequentemente, no segmento à vista. “Na agenda do governo estão medidas adicionais de contenção de gastos, mas há também a reforma do Imposto de Renda -- que é uma discussão meritória, mas da forma em que foi colocada criou aversão ao tema”, pontuou Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. Em entrevista a uma rádio pela manhã, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que o governo está fazendo o balanço das alterações nas medidas de contenção de gastos aprovadas pelo Congresso no fim do ano passado. Segundo ele, novos projetos serão apresentados se for necessário. À tarde, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de 3,804 bilhões de dólares em janeiro até o dia 17, resultado de saídas líquidas de 2,127 bilhões de dólares pelo canal financeiro e saldo negativo de 1,677 bilhão de dólares pelo canal comercial. Apenas na semana passada, de 13 a 17 de janeiro, houve entradas líquidas totais de 806 milhões de dólares -- uma inversão do que foi visto na semana anterior, quando saíram líquidos do país 1,104 bilhão de dólares.
Reuters
Ibovespa fecha em queda pressionado por Vale após se aproximar de 124 mil pontos
O Ibovespa fechou em queda na quarta-feira, após trocar de sinal algumas vezes durante o pregão e renovar máxima intradia do ano, perto de 124 mil pontos no melhor momento, com o desfecho negativo determinado principalmente pela forte queda das ações da Vale
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação negativa de 0,31%, a 122.953,77 pontos, de acordo com dados preliminares, após marcar 123.865,07 pontos na máxima e 122.946,99 pontos na mínima do dia, vindo de três fechamentos positivos. O volume financeiro no pregão somava 17,11 bilhões de reais antes dos ajustes finais.
Reuters
Brasil tem fluxo cambial negativo de US$3,804 bi em janeiro até dia 17, diz BC
O Brasil registrou fluxo cambial total negativo de 3,804 bilhões de dólares em janeiro até o dia 17, em movimento puxado tanto pela via financeira como pela via comercial, informou nesta quarta-feira o Banco Central
Os dados mais recentes são preliminares e fazem parte das estatísticas referentes ao câmbio contratado. Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de 2,127 bilhões de dólares em janeiro até o dia 17. Por este canal são realizados os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, as remessas de lucro e o pagamento de juros, entre outras operações. Pelo canal comercial, o saldo de janeiro até o dia 17 foi negativo em 1,677 bilhão de dólares. Na semana passada, de 13 a 17 de janeiro, o fluxo cambial total foi positivo em 806 milhões de dólares.
Reuters
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