Num cenário em que a oferta de animais prontos para abate tende a reduzir ao longo de novembro, perspectivas para mercado são menos ruins
A valorização cambial dos últimos dias pode ajudar a minimizar os impactos da ausência da China nos embarques de carne bovina. As indústrias que são habilitadas à exportação voltaram a abater os animais e estão tentando negociar com outros países e também colocar uma parte da produção no mercado interno.
De acordo com o Analista de Mercado da Cross Investimentos, Caio Junqueira, a cotação do dólar disparou diante das falas do presidente, Jair Bolsonaro, que influenciou o câmbio. “Atualmente, o preço está próximo de R$ 5,72 e traz um alívio para as indústrias que podem negociar com algum outro país”, informou.
As indústrias frigoríficas estão ofertando preços ao redor de R$ 260,00/@ a R$ 270,00/@ no estado de São Paulo. “Estamos notando um interesse maior por parte das indústrias em tentar negociar animais nestes patamares, isso mostra que os frigoríficos estão conseguindo preços melhores pela carne”, comentou.
Com relação ao mercado interno, as indústrias frigoríficas reduziram a produção após a divulgação dos dois casos atípicos da doença da vaca louca. “Com a redução da produção se ofertou menos no mercado doméstico e isso contribuiu para a sustentação da cotação do boi casado. Somente nas duas últimas semanas, o preço do boi casado recuou e está precificado em R$ 17,40/kg”, afirmou.
O confinador está com um prejuízo de R$ 800,00 a R$ 1.300,00 por cabeça e isso está desestimulando os produtores a permanecer na atividade. “Os pecuaristas ficaram com a expectativa da China retomar os embarques e deixaram os animais por mais tempo no cocho, mas isso não aconteceu e tem muitos confinadores desestimulados”, apontou.
Fonte: Notícias Agrícolas - Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
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